BREVE INTRODUÇÃO MAGICA I
Uma
definição inicial é que “Magia é um ato intencional que
acontece em um plano/mundo que é capaz de afetar outros
planos/mundos diferentes. Isto envolve uma pessoa manipulando um
conjunto de fatores responsáveis pela interconexão entre estes
planos.”
O
objetivo desta é falar um pouco destes mecanismos de interconexão
entre planos, para tentar diminuir um pouco o misticismo sobre a
magia, tornando-a uma ferramenta muito útil para o autocontrole e
até mesmo para o controle sobre uma parte do mundo exterior.
O
que vemos hoje nas escolas e faculdades foi, por muito tempo, o que
chamavam de Magia em épocas passadas; os magos eram filósofos,
engenheiros, físicos, médicos, matemáticos, químicos e, dentre
muitas coisas, uma maior: buscadores da Verdade. Muitos sabem que
conhecer a Verdade é uma utopia, mas o que é utopia senão algo que
nos ajuda sempre a continuar caminhando? Como vemos na primeira
figura, temos o mundo, como normalmente é visto, e suas engrenagens,
que só podem ser enxergadas por quem passar por um véu que os
separa.
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Claro
que muitos vão falar que estou forçando a barra em afirmar que um
engenheiro é um mago, mas, olhando para a ideia de magia citada
pouco acima, não o é? Ele não é alguém que busca ideias no mundo
racional e traz para este mundo, transformando-as em fortíssimas
construções, capazes de aguentar até mesmo tempestades? Ou só o
trabalho braçal (sem alguém que pense e planeje previamente) é
capaz de fazer isso? Talvez, se você pegar um monte de coisas sem
escolher e empilhá-las aleatoriamente pode até ser que consiga algo
firme, mas se pensar, ou seguir um método já testado por outro,
terá muito mais chances de conseguir bons resultados.
E
o contrário é possível? Quando você lê um livro (o livro, as
palavras estão no mundo físico) ele é capaz de modificar sua
mente, mudar suas bases de raciocínio e alguns de seus processos de
escolha; aqui temos uma das grandes chaves para o controle da própria
mente, mas vou explicá-la um pouco melhor depois.
Então
até aqui tivemos ideias capazes de modificar o mundo físico e
coisas feitas no mundo físico capazes de modificar o mundo das
ideias; mas note que nenhum deles trabalha isoladamente. Foi
necessário uma pessoa no mundo físico agir para que a ideia
causasse uma alteração no mundo físico, assim como foi necessário
uma pessoa ler (a leitura se passa primeiro na mente) o que estava
escrito no livro, para que o que ali estava escrito pudesse ir para o
mundo das ideias. Então temos o que é um mago:
O
Mago é um canal de comunicação entre diferentes mundos (como vemos
representado na imagem acima, ele pega algo da terra e ‘joga’
para algo superior ou vice-versa), ele é um meio de passagem, um
medium. Mas só se considera Magia quando a comunicação é
estabelecida de maneira intencional.
Quais
são estes diferentes planos/mundos? Como estas comunicações podem
ser feitas? Por que um ser humano consegue fazer isto? Existem
sistemas para melhorar estas comunicações? Estas são perguntas com
infinitas respostas, contudo indicarei algumas que uso no meu dia a
dia.
Uma
das maneiras para começar a entender racionalmente como é possível
existir diferentes planos de existência é entendendo a equivalência
massa-energia, E=mc², fórmula cuja descoberta é atribuída a
Albert Eistein. Este “E” da fórmula é uma energia que pode ser
entendida como energia em potencial a ser obtida de uma certa massa
“m”, como se fosse uma “energia parada”. A ideia aqui é que
se fossem quebradas todas as ligações possíveis entre células,
átomos e partículas subatômicas, até virar um campo
eletromagnético, um corpo de massa “m” teria esta energia total
“E”, cuja relação se estabelece proporcionalmente ao quadrado
do valor da velocidade da Luz. Simplificando, é possível converter
matéria em energia, o que não é exatamente uma conversão, pois
matéria é energia em um dado intervalo frequencial.
Então,
para entender os diferentes planos pensando desta forma, é bom
termos uma ideia de como as energias se comportam. A luz é um campo
eletromagnético e sua energia se comporta da seguinte maneira de
acordo com a Mecânica Quântica: E= h. f, em que “h” é uma
constante (de Planck) e “f” uma frequência associada àquela
energia. De acordo com a variação da frequência (normalmente
medida em Hz) em determinadas faixas, variam também os diferentes
objetos que podem captá-la.
Eis
uma experiência bem legal para mostrar como a própria matéria pode
assumir diferentes frequências: pegue diferentes sais minerais e
faça uma solução com água (LiCl, BaCl2, NaCl, CuSO4, CaCl2, KCl
etc.) e borrife no fogo. Você verá que a cada vez o fogo ficará,
por alguns instantes, de cor diferente, sempre a mesma para um certo
tipo de sal (a luz emitida tem relação com a mudança de níveis
eletrônicos do elétron da camada de valência). Para quem não
conhecia, este é o mecanismo para fabricação de fogos de artifício
coloridos.
Vale
notar que a frequência varia de 0 a infinito, logo, são infinitas
as maneiras como as energias podem se apresentar. Mesmo de 0 a 10KHz
existem infinitas frequências diferentes. E já que eu estava
falando do mundo das ideias, poderíamos indagar onde ele estaria. Eu
diria que bastante à direita deste gráfico, mas o quão à direita
ninguém consegue dizer ainda com precisão.
A
maioria das pesquisas atuais se baseiam em tentar achar as regiões
de neurônios que são ativadas com certos tipos de ideias, como um
mapeamento; mas não se sabe como eles são ativados, o que é o
gatilho que provoca as primeiras descargas para começar a ativação
de uma região; tratam como se fosse sempre um processo de muitos
reflexos, simples ação e reação dentro do próprio cérebro, o
que tiraria a possibilidade do homem de tomar diferentes atitudes
(conscientemente) em relação a repetidos acontecimentos sem
modificar a estrutura de neurônios antes; como se tudo se pautasse
simplesmente na mecânica por trás das ligações entre neurônios.
Algo
interessante de se lembrar neste momento é que toda corrente
elétrica gera um campo eletromagnético, assim como campos
eletromagnéticos podem gerar correntes elétricas quando se varia o
fluxo magnético em relação a um condutor (eis o princípio da
geração elétrica da maioria das usinas que transformam energia
mecânica em elétrica). É uma boa especulação pensar que sejam
campos eletromagnéticos variando que ativam o gatilho dos primeiros
pulsos elétricos, mas é especulação :P
Na
minha opinião, é exatamente a capacidade de inovação do homem que
o faz um ser único e diferente. Dizem que “nada se cria, tudo se
copia”, mas eu discordo, pode-se copiar algumas partes de muitas
coisas, mas nem tudo é copiado, nem tudo existia na natureza. Um
exemplo de algo que foi primordial na evolução do homem, que foi
totalmente novo para a natureza, foi o domínio do fogo. O fogo
sempre foi destruição, algo que machuca, nenhum animal jamais
utilizou o fogo para seu bem, sempre se tentou evitá-lo. Mas o homem
não, algum incrível corajoso resolveu chegar perto daquele perigoso
desconhecido e dominá-lo com sua inteligência e consciência,
utilizando algum método que não fosse a própria carne, como um
graveto, provavelmente. Essa coragem de enfrentar o desconhecido,
esse querer, é que fez do ser humano um ser diferente capaz de
dominar coisas antes inimagináveis. Então eu pergunto, de onde vem
essa coragem, esse querer?
À
partir do momento em que alguma tribo dominava o fogo, havia uma
grande diferenciação entre esta e as que somente dominavam o
material. Com o fogo foi possível matar bactérias e vermes que
infectavam alimentos ao cozinhá-los, produzir armas mais poderosas,
afastar grandes animais e muitas outras coisas que deram grande
vantagem evolutiva às tribos dos que o dominavam. Quando eu falo de
evolução falo exatamente de domínio sobre a vida, de controle
sobre o que chega até a pessoa e do controle sobre si próprio, para
superar a incapacidade de perfeita regeneração do corpo biológico
humano (busca que muitos chamavam de “busca do Elixir da vida
longa”), de superar aquilo que a separa dos seres utópicos.
Bom,
esta diferenciação marca a primeira divisão que fazemos sobre os
diferentes mundos possíveis: Yin e Yang, a Terra e o Fogo, o que
está no físico e o além do físico, o responder aos puros reflexos
físicos e o querer ir além disso para ter domínio sobre sua
própria vida. Este querer é representado na primeira imagem deste
texto pelo bastão que o ser segura, no qual ele se apoia para
conseguir ir além do mundo comum, para conseguir enxergar os
diferentes mecanismos que podem ajudá-lo a evoluir.
Para
concluir este primeiro texto, ressalto a ideia de magia por trás da
história do Fogo, o ser que o dominou foi o veículo pelo qual a
Coragem se manifestou no mundo físico; se ele, e todo o resto,
tivesse deixado seus reflexos animais prevalecerem e tivesse corrido
do fogo, o mundo não seria como é hoje.