O Duplo Etérico
O
Duplo Etérico
O
objetivo deste estudo é apresentar ao estudante de Ocultismo uma
síntese coerente de todos, ou quase todos, os conhecimentos que se
referem ao duplo etérico e fenômenos conexos, transmitidos à
humanidade através da moderna literatura teosófica e de pesquisas
psíquicas. Estes conhecimentos estão dispersos em grande número de
livros e artigos. Destes, foram consultados uns quarenta. O autor
deseja observar que sua obra é uma simples compilação; limitou-se
a reunir, pelo assunto, textos que são de autoria de outros. Este
método apresenta muitas vantagens. Numa época tão ativa como a
nossa, poucas pessoas têm lazer, ainda que o queiram, para manusear
inúmeros trabalhos, reunir ensinamentos e dispô-los num todo
coerente. Assim, pois, é de real interesse que uma pessoa execute
essa tarefa, de que as demais aproveitarão com economia de tempo e
esforço. Esta obra revela muita informação nova, pela associação
de fragmentos, de procedências diversas, e sob a mão do compilador,
no mosaico assim formado, esboçam-se motivos definidos. Seu
trabalho, necessariamente intensivo, destaca certos fatos isolados,
que não apresentam individualmente valor ou interesse; mas,
aproximados, formam um conjunto substancial e útil. A exposição
metódica dos conhecimentos atuais permite apontar as lacunas
existentes que, assim evidenciadas, atrairão a atenção de outros
investigadores, incitando-os a completar o trabalho já realizado. O
autor procurou apresentar com escrupulosa exatidão os materiais
reunidos. Em muitos casos empregou os próprios termos dos autores
que consultou. Adaptou ou resumiu quando julgou conveniente, de
acordo com o contexto, e omitiu as aspas, para evitar que o texto se
fizesse pesado e desagradável.
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O
Duplo Etérico - Descrição Geral
Todo
estudante de Ocultismo sabe que o homem possui diversos corpos ou
veículos, que lhe possibilitam manifestar-se nos diferentes planos
da natureza: planos físico, astral, mental e outros. O ocultista
verifica que a matéria física apresenta sete graus ou ordens de
densidade, denominados: Atómico Subatômico Super-etérico Etérico
Gasoso Líquido Sólido.
Todos
estes graus de densidade estão representa dos na composição do
veículo físico, que, assim, comporta duas divisões bem distintas:
o corpo denso, composto de sólidos, líquidos e gases, e o corpo
etérico ou duplo etérico, como é também chamado, constituido
pelas quatro ordens mais ténues de matéria física. Pretendemos
estudar nos seguintes capítulos este duplo etérico, sua natureza,
aparência e funções, as suas relações com os outros veículos e
com o Prâna ou Vitalidade; o seu nascimento, desenvolvimento e
declínio; o papel que desempenha em certos métodos de cura, no
magnetismo, na mediunidade e nas materializações; as faculdades que
pode adquirir; enfim, os diversos e numerosos fenômenos etéricos
que lhe dizem respeito. Em resumo, veremos que, embora necessário à
vida do corpo físico, o duplo etérico não é, a bem dizer, um
veículo de consciência independente. Veremos também que ele recebe
e distribui a força vital proveniente do Sol, ligando-se
intimamente à saúde física; que possui certos chakras ou centros
de força que lhe são próprios, cada qual desempenhando uma
determinada função; que a lembrança da existência vivida em sonho
depende principalmente da matéria etérica; que exerce importante
influência na constituição do veículo astral , destinado ao Ego
em via de reencarnação; que, semelhante ao corpo físico, morre e
se decompõe, permitindo assim à "alma" passar a outra
etapa de sua viagem cíclica; que se acha particularmente associado
aos tratamentos pelo vitalismo ou magnetismo, e pelo mesmerismo,
determinando a cura, a anestesia ou o transe; que é fator principal
dos fenômenos das sessões espíritas, como o mover de objetos,
produção de golpes e outros sons, e as materializações de todo
gênero; que o desenvolvimento das faculdades etéricas proporciona
poderes novos e revela muitos fenômenos etéricos, dos quais poucas
pessoas têm experiência; que por meio da matéria do corpo etérico.
é possível magnetizar objetos, como se faz com os seres vivos;
enfim, que o corpo etérico fornece os elementos da substância
conhecida por ectoplasma. Têm-se dado diversos nomes ao duplo
etérico. Nas primeiras obras teosóficas é, muitas vezes, chamado
corpo astral, o homem astral ou Linga Sharira. Nos escritos mais
recentes não se dão mais estas denominações ao duplo etérico,
pois pertencem realmente ao corpo formado de matéria astral, ao
corpo de Kama dos hindus. O estudante que ler a Doutrina Secreta e
outros livros antigos deve, pois, prevenir-se para não confundir os
dois corpos inteiramente diferentes, chamados hoje duplo etérico e
corpo astral. O termo hindu que bem traduz "duplo etérico"
é Prânamây akosha, ou veículo do Prâna; em alemão é
Doppelganger.
Depois
da morte, separado do corpo físico denso, é a "alma do outro
mundo", o "fantasma", a "aparição" ou
"espectro dos cemitérios". Em Raja Yoga, o duplo etérico
e o corpo denso unidos são chamados o Sthûlopâdhi, isto é, o
Upâdhi inferior de Atma. Toda parcela sólida, líquida ou gasosa do
corpo físico está cercada por um invólucro etérico; o duplo
etérico, como indica o seu nome, é, pois, a reprodução exata da
forma densa. Ultrapassa a epiderme de mais ou menos um quarto de
polegada. Entretanto, a aura etérica ou Aura da Saúde, como também
é chamada, ultrapassa, normalmente, a epiderme, de várias
polegadas. Fato importante a assinalar: o corpo denso e o duplo
etérico variam concomitantemente em qualidade; por conseguinte, quem
se aplique a purificar o corpo denso, aperfeiçoará, ao mesmo tempo
e automaticamente, a sua contraparte etérica. Na composição do
duplo etérico entram todas as categorias de matéria etérica, porém
em proporções que variam grandemente, dependendo de vários
fatôres, tais como a raça, a sub-raça e o tipo da pessoa a também
o Karma individual. Eis as únicas indicações obtidas até aqui
pelo compilador, sobre as propriedades e funções particulares dos
quatro graus de matéria etérica: 1 — Etérica: utilizada pela
corrente elétrica comum e pelo som. 2 — Super-etérica: utilizada
pela luz. 3 — Subatômica: utilizada pelas "formas mais subtis
de eletricidade". 4 — Atómica: utilizada pelo pensamento em
sua passagem de um cérebro a outro. É muito provável, porém, que o átomo físico
deva ser deslocado para o subplano gasoso, passando os nucleons para
o etérico e os mesons para super-etérico. Neste caso, podia haver
duas hipóteses quanto aos subplanos atómico e subatômico: o
eléctron ou seria mantido no atómico, cabendo o subplano imediato
a uma partícula ainda não estudada, intermediária entre o meson e
o eléctron, e de massa vinte vezes maior do que a da última dessas
partículas, ou passaria para o subatômico, correspondente ao
atómico, foton e neutrino, cuja massa se supõe que seja 0,20 vezes
ou vinte vezes menor do que a do eléctron. A última hipótese parece ser a mais viável. O duplo etérico é de cor roxa acinzentada
ou azul acinzentada pálida, fracamente luminoso e de contextura
grosseira ou delicada, conforme o seja a do corpo físico denso. Tem
duas funções principais: a primeira é a de absorver o Prâna ou
Vitalidade e enviá-lo a todas as regiões do corpo físico; a
segunda é a de servir de intermediário ou ponte entre o corpo
físico e o corpo astral, transmitindo a este a consciência dos
contatos sensoriais físicos e, outrossim, permitindo a descida ao
cérebro físico e ao sistema nervoso da consciência dos níveis
astrais e dos superiores ao astral. Além disto, no duplo etérico se
desenvolvem certos centros, por meio dos quais o homem pode tomar
conhecimento do mundo etérico e dos inúmeros fenômenos etéricos.
É importante verificar que, embora o duplo etérico seja
simplesmente uma parte do corpo físico, não pode, normalmente,
servir de veículo independente de consciência, no qual o homem viva
ou atue. Possui apenas uma consciência difusa, disseminada em todas
as suas partes. É desprovido de inteligência, e quando se separa da
contra-parte densa, não pode, por isso, servir de intermediário ao
mental.
Como
é veículo do Prâna ou Vitalidade e não da consciência mental,
não pode, sem prejuízo da saúde, separar -se das partículas
densas, às quais transmite as correntes vitais. Aliás, nas pessoas
normais e de boa saúde, é difícil a separação do duplo etérico
e do corpo denso, e aquele é incapaz de se afastar do mais denso, ao
qual pertence. Nas pessoas a quem chamamos médiuns de efeitos
físicos ou de materializações, o duplo se destaca muito facilmente
e a matéria etérica constitui então a base de numerosos fenômenos
de materialização. O duplo etérico pode ser separado do corpo
físico denso por um acidente, pela morte, pela anestesia e pelo
mesmerismo. No caso de anestésicos, a insensibilidade é
consequência forçada da expulsão do duplo etérico do corpo
físico, pois o duplo é o traço de união entre o cérebro e a
consciência superior. Demais, a matéria etérica assim expulsa leva
consigo o corpo astral, amortecendo igualmente a consciência neste
veículo; assim, quando o anestésico cessa de atuar, não subsiste,
em geral, na consciência cerebral nenhuma recordação do tempo que
passou no veículo astral. Tanto um precário estado de saúde como
uma excitação nervosa podem também determinar a separação quase
completa do duplo etérico, ficando a contraparte densa fracamente
consciente (transe), segundo a quantidade maior ou menor de matéria
etérica expulsa. A separação do duplo etérico e do corpo denso
produz geralmente, neste último, grande diminuição de vitalidade.
O duplo ganha a vitalidade perdida pelo corpo dens o. Em Posthumous
Humanity ("Humanidade Póstuma"), diz o Coronel Olcott:
"Quando um indivíduo treinado projeta o seu duplo, o corpo
parece inerte; o mental é "absorvido"; os olhos ficam sem
expressão; o coração e os pulmões funcionam fracamente e, muitas
vezes, produz -se grande queda na temperatura. Num caso destes, é
extremamente perigoso fazer qualquer ruido súbito ou entrar
bruscamente no quarto, pois o duplo, pela reação instantânea,
volta ao corpo, o coração palpita convulsivamente, e pode sobrevir
a morte". É tão estreita a ligação entre os corpos denso e
etérico, que uma lesão neste se traduz por uma lesão naquele,
fenómeno este curioso, conhecido sob o nome de repercussão. Sabe-se
que a repercussão é igualmente possível com o corpo astral; em
certas condições, a lesão deste último se reproduz no corpo
físico denso. No entanto, parece provável que a repercussão ocorre
somente no caso de materialização perfeita, em que a forma é por
igual visível e tangível, mas não quando é tangível embora não
visível, ou visível em bora não tangível. Convém também lembrar
que só se verifica o caso acima quando se utiliza da matéria do
duplo etérico para a forma materializada. Quando tal materialização
é formada de matéria extraída do éter do ambiente circundante,
uma lesão na forma em nada afetará o corpo físico, tal qual em
nada atingirá um homem um dano feito à sua estátua de mármore.
Convém lembrar que a matéria etérica, embora invisível à vista
ordinária, é, entretanto, puramente fí sica; daí ser afetada
pelo frio e pelo calor, bem como por ácidos fortes. Pessoas de
membros amputados queixam-se às vezes, de dores nas extremidades do
membro cortado. isto é, no lugar que este ocupava. A razão disto é
que a contraparte etérica do mem bro amputado não foi retirada com
a parte física densa. O clarividente observa que a parte etérica
continua visível e sempre no mesmo lugar; por isto, estímulos apropriados despertam, neste membro etérico, sensações que sãotransmitidas à consciência. Após haver estudado a natureza e os
modos de atividade do Prâna (Vitalidade), ocupar -nos-emos mais
cómoda e satisfatoriamente de outros fenômenos relacionados com o
duplo eterico, tais como sua saída do corpo denso, as suas
emanações e outros fatos.