PRÁTICA DE PROJEÇÃO PSÍQUICA
PRÁTICA DE PROJEÇÃO PSÍQUICA
A projeção é o ato de liberar o Eu
psíquico, com todas as suas funções, transcendendo as limitações
de tempo e espaço.
As projeções têm como finalidade
fazer-nos entrar em contato com aqueles que necessitam de ajuda, ou
de quem desejamos receber assistência ou orientação.
Com algum treinamento adequado e
específico, poderemos projetar o corpo psíquico à vontade;
todavia, podem ocorrer durante o sono projeções espontâneas.
Então, mesmo dormindo, temos plena consciência da dualidade.
A projeção psíquica torna possível
a expansão dos poderes de percepção, de modo que anulam o tempo e
espaço.
Um dos grandes poderes da mente
reside em sua capacidade de criar imagens. Com o seu poder de
desenvolver pensamentos e coisas, pode exercer real poder no trato da
matéria.
Através da vontade, o poder da mente
pode ser aplicado para expandir a consciência a lugares distantes,
com pleno conhecimento. A expansão da consciência para a mente de
outrem pode levar consigo todas as características da personalidade,
de forma que o receptor pode sentir uma espécie de materialização
ou visão de quem está expandindo a consciência.
O processo de harmonização de duas
imagens pode ser comparado com a ressonância de dois diapasões do
mesmo tom. Assim sendo, a criação de uma imagem clara na
consciência é indispensável à perfeita harmonização e ao
contato com o objeto com que estamos nos harmonizando.
A título de experimento, procuremos
criar uma imagem mental de um objeto que já tenhamos desejado.
Deixemos que isso seja uma experiência total ou plena para nós. As
vibrações que se irradiarem dessa visualização entrarão em
contato com o objeto real e se harmonizarão com sua freqüência
vibratória.
Convém salientar a necessidade de
colocarmos detalhe após detalhe no desenvolvimento de uma imagem
mental. Um dos princípios psicológicos aqui compreendidos é o de
que, para a transmissão da imagem mental ou visualizada, é preciso
que ela seja formada lenta e minuciosamente na tela mental.
A coisa ou cena que visualizamos
deverá despertar nossas emoções. Devemos senti-la, ter
consciência vívida da mesma, como se estivéssemos realmente
tomando conhecimento dela através de nossos sentidos físicos de
visão, audição, olfato, paladar e tato.
Na comunicação com pessoas a
distância, sem contato pessoal, a Mente Cósmica ou Consciência
Cósmica é usada para transmitir vibrações. Na projeção da
nossa presença de um local para outro, a Consciência Cósmica é
usada, assim como as ondas de luz na projeção de um filme.
Aquilo que uma mente pensa, sente ou
sabe, pode ser liberado para a Mente Cósmica e, dessa forma,
transmitido pelo espaço, de modo a entrar em contato com qualquer
outra mente. É como se a Consciência Cósmica fosse uma central
telefônica e todas as mentes humanas, como ramais, estivessem
ligadas a essa central.
Em condições normais, é fácil para
qualquer ser humano desenvolver certos atributos e adquirir certos
poderes ou aptidões, pelo conhecimento das leis e sua aplicação
prática. O estudante rosacruz segue determinados princípios e leis
que aprendeu, tais como os princípios de respiração e aos quais é
acrescentado a emissão de determinados sons vocálicos, a
concentração do pensamento, o desenvolvimento e o uso do poder da
vontade, nos momentos oportunos. Através desse conhecimento e dessa
prática, o estudante rosacruz é capaz de se expandir em ilimitados
campos de visão, audição, tato, olfato e paladar. Chamamos a isso
perceber além da mente objetiva. É assim que o Místico sente
Deus, a energia psíquica e as coisas ocultas ou veladas.
Do ponto de vista místico, é muito
importante nos conscientizarmos de que toda vez que respiramos,
durante a vida inteira, estamos praticamente regenerando o sistema.
Quase se poderia dizer que, desse ponto de vista, cada respiração
profunda é uma nova introdução de vida no corpo e, portanto, que
estamos renascendo de segundos em segundos. Isso deve ser indicação
para nós, de que há um poder misterioso, criativo, regenerador, no
ar que respiramos, o qual pode ser usado para outros fins além da
mera vitalização do corpo.
Os Rosacruzes chamam esse poder de
Energia Essencial de Vida ou Força Vital, que penetra no corpo no
nascimento, com a primeira inalação.
Uma vez que tenhamos infundido em
nossa mente a idéia de que Força Vital penetra no corpo com o
primeiro alento, através da respiração, teremos dominado um dos
princípios mais importantes do nosso estudo, do qual depende o
trabalho de cura e o de projeção no plano psíquico, além de
muitos outros fenômenos místicos.
Em determinados experimentos, pode
ser levantada uma questão: de fato, projetamos nosso corpo psíquico
ou nossa consciência para um determinado local, ou é esse local
projetado para a nossa consciência, mediante nossa harmonização
com o Cósmico ? Em eventos Cósmicos e psíquicos não há
movimento no sentido em que o compreendemos no plano terreno, assim
como não há distância, ou, mesmo, tempo. Na realidade, em todo
trabalho de projeção ocorre, simplesmente, que nos harmonizamos com
o local, de modo que, nem vamos para esse lugar, nem mesmo fica
parado, ou vem a nós.
A harmonização Cósmica, todavia,
não se destina a liberar-nos das obrigações terrenas; ela deve
proporcionar ao Eu psíquico o mesmo desenvolvimento, o mesmo poder,
a mesma alegria, o mesmo conhecimento e a mesma oportunidade de
servir e evoluir que proporcionamos à nossa mente objetiva, ao nosso
Eu material.
A mente subconsciente não é escrava
do cérebro; a mente objetiva não é senhora dos poderes
subconscientes. A mente objetiva, nosso Eu Consciente, pode
atribuir, sugerir ou transferir ao subconsciente certas coisas a
serem feitas, mas o subconsciente não pode ser forçado, não pode
ser ludibriado a fazer quaisquer coisas que desejamos, até que certa
relação de confiança se estabeleça entre a mente objetiva e a
mente subconsciente.
A mente subconsciente é, desde o
nascimento, a principal diretora do corpo, ao passo que a objetiva é
um aprendiz inexperiente e que, na maioria das vezes, ignora a
existência da outra. Essa ignorância, que pode causar um conflito
entre o Eu objetivo, exterior, em processo de maturação, e o Eu
subconsciente, interior, deverá ser superada e a harmonia e a
confiança devem ser estabelecidas entre eles, em decorrência de
consonância de propósito e melhor compreensão da natureza e das
funções um do outro.
A mente subconsciente é capaz de
comunicar-se com todas as outras mentes e com o plano cósmico;
todavia, é suscetível à sugestão e sua tendência é raciocinar
dedutivamente.
A mente externa raciocina dedutiva e
indutivamente; entretanto, desde que o Eu material permaneça
humilde, tolerante, bondoso, amoroso, altruísta e elevado em seus
ideais, ser-lhe-á suficiente pedir o auxílio do plano interior,
espiritual e isso lhe será dado.
Exercício:
Concentrar a mente ou o pensamento em
todas as partes do corpo, iniciando pelos pés, enquanto respiram
lenta e profundamente (podem mentalizar o som RA enquanto exalam o
ar).
Experimento:
Projetar o corpo psíquico ao lado do
corpo físico. Isso será fácil, após algumas tentativas.
Visualizando e exercendo a vontade, poderão fazer o corpo psíquico
sair do corpo físico e colocar-se ao lado ou à frente do corpo
físico. Perceberão também a dualidade, os dois corpos, a dupla
consciência, mas não deverão pensar nisso, nem tentar analisá-lo
ou fazer outra coisa além de manter a mente concentrada na idéia de
conservar a consciência psíquica fora do corpo físico.
Após manterem essa condição por
alguns minutos, deverão lentamente permitir que os dois corpos se
fundam novamente, voltando ao estado normal. Poderão então
permanecer passivos por algum tempo, quando terão aguda percepção
do que o corpo psíquico sentiu quando se encontrava ao lado ou na
frente. Não deverão pensar nisso enquanto estiverem fazendo o
experimento, mas poderão fazê-lo em seguida.
Depois de várias tentativas, verão
que, durante a projeção, seu corpo psíquico estará estabelecendo
contato com o plano cósmico e a iluminação resultante trará um
influxo de conhecimento. Poderão sentir uma grande esfera se
formando ao redor, como se estivessem dentro de uma bola de cristal,
e poderão sentir grande redução de peso, contudo não tentem
analisar tudo isso senão após o término do experimento.
Quando os nossos ensinamentos dizem
que projetaremos o corpo psíquico para um local fora do corpo
físico, não devemos entender que o corpo psíquico, como se fosse
uma espécie de corpo material, lenta e silenciosamente flutuará
pelo espaço, para o local desejado. O que realmente se projeta é
uma espécie de consciência ou inteligência, que chamamos de corpo
psíquico. Às vezes, essa projeção psíquica se apresenta apenas
como uma névoa de forma oval, como a aura que circunda o corpo
humano; ou como uma grande bola branca de luz, flutuando no espaço;
algumas vezes apenas a cabeça ou parte do corpo é visível.
A projeção não tem, absolutamente,
natureza material. É radiante e apresenta um suave tom
branco-violeta, ou violeta-branco que, às vezes, parece ser somente
branco e, noutras, azul-branco.
São os seguintes os passos
preliminares na projeção:
- assumir posição confortável numa poltrona, num quarto escuro ou a meia-luz;
- quando perfeitamente à vontade, relaxar por alguns minutos;
- concentrar-se na consciência de todo o corpo, começando pelos pés e subindo até o couro cabeludo e o cabelo. Sensibilizar-se com essa concentração, conscientizando-se de cada parte do corpo. Isso desperta a consciência psíquica em todas as partes do corpo. Essa fase deve durar pelo menos cinco minutos;
- tomar uma inalação profunda; retê-la; exalá-la lentamente; ao exalar, emitir o som RA, lentamente. Inalar pelo nariz e exalar pela boca. Ao exalar pela boca e concluir a emissão de RA, usar a força de vontade para liberar o corpo psíquico.
Naturalmente, somente a prática
poderá nos conduzir ao êxito na projeção. No início, o medo
poderá bloquear ou impedir a projeção, todavia, nada temos a
temer. O medo pode ser classificado como uma reação psicológica
negativa diante do desconhecido e, como tal, é fácil superá-lo,
especialmente nos exercícios com expansão da consciência.
A aura humana é o resultado de
radiações de energia, que emanam do Ser humano. Essas radiações
provêm do corpo físico e da alma, em seu interior. A aura,
portanto, é o campo magnético, ao redor do corpo, formada pelas
radiações dos corpos físico e psíquico. Ela é muito importante
nas projeções, visto que é sua qualidade magnética que permite a
expansão de nossa consciência, para longe do corpo. É na
qualidade da aura que reside a força das projeções, motivo pelo
qual devemos desenvolvê-las ao máximo.
Nestas práticas, estaremos lidando
com princípios psíquicos, não relacionados com a ilusão dos
sentidos. As coisas para as quais dirigimos psiquicamente a
consciência serão percebidos como parte de nós mesmos.
Se não tivermos conhecimento do
controle do corpo psíquico, em nossas comunhões, ou períodos de
concentração, personalidades e forças indesejáveis poderão
perturbar nossa consciência.
Nem toda personalidade psíquica com
que entremos em contato pertencerá a alguém que tenha deixado o
plano material. O oposto é
uma idéia devida à ignorância das leis básicas dos fenômenos
psíquicos. Além disso,
devemos lembrar que, na projeção, aparecemos com a personalidade da
última encarnação.
Pessoas afetadas por drogas ou de
algum outro modo induzidas a um estado subconsciente, podem,
inadvertidamente, liberar seu corpo psíquico e, em conseqüência,
não ter sobre ele o menor controle.
Outrossim, devemos ter em mente que a
visualização é essencial à projeção correta e controlada. A
verdadeira visualização consiste em termos consciência de
atualidade em nosso estado de concepção mental ou, em outras
palavras, em formarmos a imagem mental de algo até que ela exerça
sobre nós todos os efeitos e as sensações de uma experiência
real.
A projeção de nós mesmos depende da
perfeição com que nos visualizarmos na cena; devemos nos sentir
como parte do local em que desejamos nos projetar.
Um bom método consiste em escolher um
local do quadro visualizado, onde seria natural nos colocarmos e
concentrarmo-nos nesse ponto até sentirmo-nos ou vermo-nos ali.
Muitos membros têm êxito na
visualização, mas não na projeção. Após analisarmos seus
métodos, verificamos que a dificuldade reside em sua falta de
habilidade para se identificarem ou se relacionarem verdadeiramente
com a cena visualizada. Vêem a cena em sua visão mental, como a
pintura de uma paisagem, porém não conseguem se colocar nessa
paisagem; conseqüentemente, falham na projeção.
Portanto, como pudemos perceber, a
projeção depende da natureza positiva da aura, bem como da correta
visualização.
Exercício:
Visualizar uma paisagem bem familiar.
Formar um quadro com todos os detalhes conhecidos (cheiro das
flores, ruído da água, canto dos pássaros, silêncio, etc.),
sentindo sua presença no local, como se lá estivessem.
A projeção psíquica permite ainda
a transmissão do aroma de flores ou incenso, de melodias e harmonias
musicais, além de inumeráveis cenas e condições.
Em nossas projeções, devemos Ter em
mente o código de ética e a consideração com as outras pessoas,
da mesma forma como em nossa vida cotidiana. Tão logo estejamos em
presença da pessoa a quem nos dirigimos, devemos aguardar e escutar
o que tem a dizer o Guardião do Umbral, nosso sentinela interior.
Ele informará se recebeu algum aviso do Guardião da outra pessoa.
Ele nos dirá se estamos violando a ética ou as normas de delicadeza
e consideração.
Devemos Ter em mente, também, que
sinceridade é fator necessário ao domínio, em qualquer
empreendimento.
Se ao nos projetarmos não tivermos em
mente o aspecto com que nos apresentaremos ao receptor, provavelmente
apareceremos em uma névoa branca e com a personalidade de encarnação
anterior.
Se ao nos determinarmos projetar a
personalidade atual, estabeleceremos um princípio e, as futuras
projeções, inconscientemente, assumirão essa mesma personalidade.
Caso tenhamos dificuldade em
visualizar-nos, é conveniente praticar diante de um espelho,
refletindo-nos em diversas posições e aparentando vários estados
emocionais, até podermos reter uma boa imagem de nós mesmos.
Para tornar a projeção efetiva,
devemos converter a realidade visualizada em uma realidade imaginada.
Isto é, devemos agir como faríamos na presença física de alguém,
conferindo assim atualidade à realidade da projeção.
Quando nossa consciência e nossos
sentidos são expostos a uma experiência, determinadas células do
cérebro, certos centros do sistema nervoso e células específicas
de consciência são estimulados pela experiência. A repetição da
experiência, estimulando periodicamente as células e os centros
específicos assim afetados, faz com que os mesmos se desenvolvam, no
sentido físico, e evoluam, no sentido psíquico.
Um centro nervoso após o outro,
célula após célula, o Eu psíquico se desenvolve e evolui até
que, finalmente, alcança a consciência total.
O verdadeiro Rosacruz, assim como
qualquer estudante de misticismo, é o indivíduo que julga seu
processo em função da evolução psíquica, que vem ciente e
gradativamente ocorrendo no âmago de sua alma, de sua mente, a
despeito da compreensão intelectual.
Assim sendo, somos levados a concluir
que as experiências psíquicas, resultantes de exercícios, fazem
mais pelo desenvolvimento de nossa consciência do que o mero
entendimento intelectual dos ensinamentos. Naturalmente, a
compreensão das monografias também é necessária, pois
capacita-nos a aplicar concretamente os princípios apresentados que,
por sua vez, possibilitam-nos as necessárias experiências.
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