O Despertar da Visão Interior VII
VISÃO
(2)
7.1
O uso da escuridão
Em
“A Separate Reality”, Don Juan ensina para Carlos Castaneda como
fazer uso da escuridão. Quando este pergunta para que ela pode ser
usada, Don Juan responde que “a escuridão do dia” é a melhor
hora para “ver”.
Fomos
condicionados para correr para o interruptor de luz ou para uma tocha
toda vez que temos que nos achar na escuridão. Em muitos casos, você
pode se virar muito bem sem uma luz. Finja que você é um gato. Mude
para o “modo-gato”. Confie em seu instinto. E, claro, esteja
muito consciente no olho. Todos os tipos de objetos tem um brilho de
energia ao redor deles à noite, e alguns são realmente bastante
fáceis de ver. É, tipicamente, uma dessas percepções que a
maioria das pessoas deixa passar, simplesmente porque nunca pensam em
investigá-la, e não porque seja difícil ou avançada. Por exemplo,
se você entra à noite em uma estrada de chão de terra, descobrirá
que o caminho brilha quando você o enxerga de seu terceiro olho.
Este é um valioso exercício para tentar achar seu rumo sem luz
artificial. Você também pode redescobrir seu apartamento à noite,
ou na “escuridão do dia”. Explore.
7.2
Use mais velas e luminárias de óleo, menos eletricidade
Sempre
que possível, use velas (ou luminárias de óleo) em vez de luzes
elétricas. Na luz natural das velas, você terá acesso muito mais
fácil à visão de auras.
Há
algumas razões simples porque luzes elétricas não são conducentes
à abertura de percepção. A luz que vem de uma lâmpada
incandescente aparece a nós como contínua, mas na realidade, não é
assim. Luzes elétricas trabalham com uma corrente de 50 hertz
revezada. Isto significa que a luz liga e desliga cinquenta vezes por
segundo. O processo é rapido o bastante para enganar sua mente
consciente, mas subconscientemente esta freqüência é registrada e
tem uma ação em seu cérebro.
Imagine
se a cada vez que a luz elétrica ligasse e desligasse você pudesse
vê-la pulsar. Qual seria o resultado? Bastante doloroso! Você teria
que fechar seus olhos, ou pelo menos fazer uma formação mental,
como uma tela, para se proteger. Isto significa você teria que se
fechar em certo nível.
Quando
você começa a usar seu olho, percebe que um processo semelhante
acontece, inconscientemente, com a luz elétrica ligando e desligando
cinquenta vezes por segundo. É “duro” para o cérebro. No fundo,
alguma coisa tem que fechar para se proteger.
É
claro que a direção geral de uma percepção é a abertura. Nós já
discutimos como, ao tentar ver uma aura, um dos obstáculos
principais é a tendência da mente de se recolher (seção 5.10).
Você está começando a ver uma aura, e de repente sua mente se
surpreende, ou te surpreende, ou fica muito interessada...
Instantaneamente, esta reação da mente cria um fechamento. Em uma
fração de segundo sua percepção está perdida e você tem que
começar a reabrir novamente. Luz elétrica cria um processo
semelhante ao do fechamento, a um profundo nível inconsciente.
Mas
que fique muito claro que não estou pregando que se livre de todas
as luzes elétricas em sua casa! Ao ler ou escrever, é claro que
deve usar esta luz. Luz insuficiente cansaria seus olhos, o que não
o ajudaria a se tornar mais clarividente. As técnicas Clairvision
foram projetadas para os que estão no mundo, e, atualmente, você
não pode estar no mundo sem usar eletricidade, computadores e assim
por diante.
O
ponto onde quero chegar é que quando você pratica contacto visual
ou outras técnicas de visão, é muito melhor usar velas. À parte
disso, há muitas circunstâncias como comer ou falar com um amigo em
que usamos luzes elétricas e não porque realmente precisamos delas.
Assim, podemos tirar proveito dessas ocasiões para dar um tempo ao
nosso cérebro, e para praticar as técnicas de visão. Este é um
dos segredos de sucesso na prática espiritual: use cada vez mais
suas atividades diárias para pôr os processos na prática. Integre
seu trabalho de abertura com as ações mais simples.
Não
obstante, no final das contas, deveria se tornar uma preocupação o
fato de que a luz elétrica é estressante. Seria uma bênção para
a humaninadade se alguém inventasse uma forma de luz artificial mais
suave para nossa percepção inconsciente.
7.3
Em busca da parede certa
Ao
tentar ver uma aura, voc? ter? resultados muitos melhores se a parede
atr?s do objeto ou pessoa for vazia, branca, ou bem clara. Se "ver"
?, realmente, um de seus objetivos essenciais de vida, voc? deveria
considerar redecorar as paredes dos quartos nos quais gasta a maior
parte do tempo. Certas variedades de pintura branca e reboques de
parede t?m um efeito m?gico: sempre que algu?m est? na frente delas,
automaticamente come?a a ver halos de luz.
7.4
O mantô branco
Quando
se pratica as técnicas de contacto visual regularmente com o(s)
mesmo(s) amigo(s), pode ser uma boa idéia usar um mantô branco que
cubra suas roupas. (Nenhuma necessidade de cobrir sua cabeça, apenas
usar sobre os ombros.) Fazer isto facilita significativamente para
ver auras e atrai todos os tipos de boas vibrações. Pelo contrário,
preto ou roupas escuras tornam a tarefa da visão mais árdua. Use o
mantô branco inclusive quando praticar sozinho, na frente do
espelho.
Para
o mantô, você pode usar algodão, seda ou linho... mas nenhuma
fibra sintética. Use sempre que medita, e ele concentrará a energia
de sua meditação. O mantô será lentamente carregado com um poder
protetor que ficará mais e mais tangível: cada vez que você o
coloca, sua energia será ativada e você sentirá um certo
bem-estar. Não deixe ninguém usar seu mantô, ou todo seu trabalho
pode se perder em poucos minutos.
Sugiro
um mantô porque é extremamente simples de fazer: não há nada que
costurar, você só precisa de uma tesoura! (Um tamanho de 1 metro
por 2 ou 2.5 é normalmente satisfatório.) Mas você também pode
fazer um vestido. Os vestuários dos monges foram originalmente
projetados para desempenhar uma função na concentração de energia
e proteção, embora este conhecimento tenha se perdido. Talvez seja
hora de uma nova geração de “vestimentas de energia” ser
projetada.
Antes
de retomar as técnicas de visão, sugiro que você releia o conselho
dado no Capítulo 1.
Prática
7.5 A técnica básica para ver uma aura
Feche
seus olhos durante 1 ou 2 minutos e respire com a fricção na
garganta. Opere um reconexão com o espaço no olho fazendo uma
pequena meditação de terceiro olho, como descreveu a seção 5.3.
Então
pare a fricção e abra seus olhos. A técnica consiste em contemplar
1 ou 2 polegadas sobre a cabeça da pessoa cuja aura você quer ler,
e executar o processo de tripla visão como descreveu a seção 5.13:
1)
fique ciente no olho, e imóvel. Pisque o menos possível.
2)
não olhe qualquer detalhe da imagem. Esteja consciente do fato de
ver, ou “estado de visão”. Se “estado de visão” ainda é um
mistério, apenas sinta a imagem em vez de olhá-la.
3)
sinta a outra pessoa com seu coração, do meio do tórax.
Permaneça
imóvel, absorvido neste triplo processo.
Depois
de alguns minutos, comece a fricção na garganta. Conecte a fricção
com a imagem.
Quando
você terminar, esfregue suas mãos. Ponha as palmas contra seus
olhos. Deixe o calor alcançar do lado de dentro e curar seus olhos.
Dicas
Você
ficará pasmo ao ver como a percepção de halos aumenta de repente
assim que você a conecta com a fricção na garganta. É uma
demonstração bonita do efeito ampliado gerado por esta fricção.
Para
fazer uma leitura de aura, o truque é sintonizar nos seres
espirituais sobre a cabeça da pessoa e deixar que façam a leitura
por você. Sintonize na presença deles e permita que monitorem sua
visão.
7.6
Onde, exatamente, você deve olhar ao fazer contacto visual?
–olhar
entre as sobrancelhas de seu par
–olhar
para um dos olhos dele(a)
–tentar
contemplar à sua frente sem “tocar” qualquer parte física de
seu par com seus olhos.
Experimente
estas diferentes opções e vá de uma para outra. Depois de um certo
tempo, a imagem física desaparece, de forma que realmente não
importa qual você escolheu. Quando focar nos olhos da pessoa à sua
frente, às vezes acontece que tudo se torna embaçado, mas os olhos
permanecem claros; ou a face muda mas os olhos permanecem o mesmo.
Qualquer que seja a possibilidade que você explore, é preferível
para ambas as pessoas praticar o mesmo modo ao mesmo tempo.
7.7
Circulação energética de vez em quando
Enquanto
trabalha nestas técnicas de clarividência, é valioso executar
algumas práticas de circulação energética de vez em quando. Como
explicou a seção 6.1, isto estimulará todo seu corpo etérico e
assim aumentará a camada etérica de seu terceiro olho. Em
particular (mas não apenas) se seu progresso parecer bloqueado, não
vacile em lançar mão desta técnica.
7.8
Trabalhando em auras
Aqui
estão algumas sugestões para trabalhar o desenvolvimento de sua
percepção de auras.
Comece
com um reconexão: feche seus olhos, respire com a fricção na
garganta e edifique a vibração entre as sobrancelhas. Então
sintonize na luz e fique ciente do espaço púrpura escuro durante 1
ou 2 minutos.
Então
abra os olhos e comece o processo triplo de visão:
1)
Foco imóvel no olho
2)
Estado de visão
3) A
sensação que vem do coração
A
idéia é permanecer muito quieto interiormente, absorvido neste
processo triplo, e pedir ao amigo à sua frente que diga ou pense em
coisas diferentes, para ver se qualquer modificação na aura dela(a)
pode ser percebida como uma conseqüência. Você pode colocar seu
olhar uma polegada sobre a cabeça de seu par, ou entre as
sobrancelhas dele, como preferir. Tenha cuidado para não olhar
muito, do contrário, você não verá nada.
Peça
a seu amigo que repita “Não, não, não...” durante um minuto
mais ou menos. Deve ser um “não” com intenção, um não que
realmente significa não. Durante este tempo, sinta a qualidade da
luz ao redor dele.
Então
peça ao seu amigo que repita “Sim, sim, sim...” com intenção,
durante um minuto. Sinta a luz e compare a qualidade de energia.
Repita
uma ou duas vezes com “não” e então com “sim.”
Repita
o mesmo procedimento, mas desta vez seu amigo deve estar atento tanto
no olho quanto ao redor do umbigo enquanto diz não. Enquanto diz
“sim”, peça ao seu amigo:
–estar
completamente consciente no coração, durante um minuto
aproximadamente
–pensar
em morte durante um minuto
–pensar
em uma coisa feliz que poderia acontecer na vida dele
–ficar
ciente de uma emoção triste
–pensar
em algo que normalmente cria irritação ou raiva
Peça
para seu amigo que fique sereno novamente.
Não
se esqueça de fazer um pouco de “palmas” (aplicando suas palmas
em seus olhos fechados, conforme seção 5.5) ao término de cada
sessão, ou cada vez que você faz um pequeno intervalo com seus
olhos fechados.
Dicas
Você
pode repetir o mesmo exercício enquanto pede ao seu amigo que pense
em:
–alguém
amado
–alguém
de quem não gosta
–alguém
que está morto
Várias
outras possibilidades virão a sua mente conforme você explora essas
práticas. Uma vez que tenha assimilado o capítulo sobre
radiestesia, você também poderá observar a aura de seu amigo
enquanto ele está se sentando:
–conscientemente,
em um cruzamento nocivo de linhas de terra
–sem
saber, em um cruzamento nocivo de linhas de terra
–em
uma nascente de energia. (Se você achar uma nascente de verdade, a
ação na aura é imediata e bastante notável assim que a pessoa
fica sobre ela.)
7.9
Teste de aura
Também
é interessante pedir para seu amigo segurar diferentes objetos e
substâncias e assistir à modificação da aura de acordo com os
mesmos. Peça ao amigo que se sintonize no objeto. Você pode segurar
o objeto na frente do coração, e então na frente de outras partes
do corpo, e ver se nota qualquer diferença na aura.
–uma
vasilha de cobre
–uma
grande ferramenta de ferro (mas nenhuma que você segure por um cabo
de madeira!)
–a
ponta de um termômetro (que contém mercúrio)
–uma
caçarola de alumínio
–diferentes
latas de comida
–pacotes
de comidas congeladas
–pratos
com comidas diferentes
–uma
variedade de ervas, drogas, medicamentos, remédios homeopáticos,
etc.
Basicamente,
tente qualquer coisa – ordinário e extraordinário.
Dicas
A
técnica conhecida como “teste muscular” está baseada na idéia
de que a força de um músculo é maior quando você pensa algo
verdadeiro ou quando segura uma substância que é “boa para você”.
De modo contrário, supõe-se que a força muscular diminui se você
está segurando o remédio errado, ou se pensa em algo que não é
verdade ou não é benéfico à sua saúde.
Por
exemplo, pede-se aos pacientes que segurem diferentes garrafas com a
mão esquerda, na frente de seus corações, e esticar
horizontalmente o braço direito. O médico empurra a mão para baixo
para testar a força do deltóide (músculo do ombro).
A
técnica tem seus limites, e não acho que seja razoável tentar
fazer dela um método universal de conhecimento, como alguns parecem
estar fazendo. Ainda assim, é um fato surpreendente que a
resistência do músculo seja, às vezes, significativamente mais
forte ou mais fraca, dependendo do que a pessoa segura ou pensa.
Assim
que você começa a perceber auras, descobre que claras diferenças
podem ser sentidas na energia de uma pessoa quando elas pensam em
coisas diferentes ou enquanto seguram substâncias diferentes. Para
perceber isto, você nem mesmo precisa “ver auras”, senti-las é
o bastante.
7.10
Vata, pitta, kapha,
Em
Ayurveda, a diagnose está em discernir qual destes três princípios
(chamados os três doshas) predomina em um paciente. Pacientes são
classificados adequadamente como “vata”, “pitta”, ou “kapha”,
ou “vata-pitta” (se os dois doshas estão super ativos, vata mais
que pitta), ou “pitta-vata”, ou “kapha-vata”, e assim por
diante. O método Ayurvedico de alcançar esta diagnose é através
da pulsação.
Eu
estava trabalhando uma vez com um médico de Ayurvedica em Calcutá,
e tínhamos planejado um procedimento (na verdade, era um jogo) no
qual ele tomaria a pulsação dos pacientes e eu olharia a aura dos
mesmos. Antes que ele desse sua diagnose, eu escreveria a minha em um
pedaço de papel. Então nós comparávamos. Este médico era
bastante famoso e chegava a ver até cem pacientes em um dia, o que
não é tão incomum na Índia. Isto provou ser uma respeitável
“amostra” para nos convencer da freqüência com que
concordávamos. Chegamos na mesma diagnose em mais de noventa por
cento dos casos.
Agora
não pense que você precisa alcançar uma fase avançada para fazer
por si mesmo. Você mal precisa ser capaz de ver auras, só precisa
adquirir uma sensação delas. Sente-se em um bar em uma rua agitada,
entre no processo triplo de visão e olhe as pessoas que passam.
Tente determinar se são “vata” ou “pitta”, etc. De
preferência, consiga um amigo para fazer o mesmo com você, assim
vocês podem comparar seus achados. Você se surpreenderá com que
freqüência vocês concordarão.
7.11
comunicação trans-verbal
Sente-se
na frente de um amigo e prepare-se para estabelecer contacto visual.
Tampe
seus ouvidos e execute o processo triplo de visão.
Então
seu amigo diz 5 frases sobre ele. Cada frase é repetida 3 vezes.
Cada vez que ele começa uma nova frase, ele indica o número
correspondente com os dedos (frase 1, frase 2...) Uma das frases é
falsa. Sua tarefa é achar qual é a falsa, tendo apenas a aura como
referência.
Repita
o exercício, desta vez sem tampar seus ouvidos. Tente se apoiar
apenas na aura, e não no que ouve, para discernir qual declaração
é falsa.
Dicas
Uma
conclusão iluminada é que você, algumas vezes, terá mais sucesso
sem escutar nada e apenas olhando a aura, em vez de analisar o
conteúdo das mensagens.
Não
hesite em trapacear, dando mais de uma falsa declaração, para
acrescentar ao esporte!
7.12
Mais sobre visão
Steiner
previu que nossos sentidos atuais vão todos seguir um processo de
evolução semelhante, assim haverá um dia em que os seres humanos
poderão cheirar, ver, ouvir, degustar,... com o corpo inteiro e não
só por um órgão particular. É como se o órgão localizado
estivesse lá para nos ensinar uma sensação particular, e quando a
lição está completa, já não precisamos mais dele.
Como
a sensação de calor é muito mais antiga, e por conseguinte, mais
integrada em nosso ser, é mais fácil para nós reconhecermos o que
é calor, independentemente de qualquer objeto. Nós podemos captar a
pura qualidade do calor. Vamos desenvolver isto como uma analogia
para entender mais sobre o estado de visão.
No
princípio pode ser difícil de adquirir uma sensação do “estado
de visão”, significando o fato de ver, independente de qualquer
imagem em particular. Nós entendemos o que é ver uma árvore, ver
uma luz ou até mesmo ver uma aura... mas a nudez do estado de visão
pode não ser tão óbvio.
Neste
momento, na vida diária da maioria dos seres humanos, o primeiro e o
terceiro elemento se perderam, o que significa a consciência da
percepção e do processo perceptivo. Ao ver uma árvore, por
exemplo, há um reconhecimento mental da árvore, mas não há
nenhuma consciência de quem vê a árvore, nem do processo pelo qual
a árvore é percebida. Uma assimilação acontece com o objeto de
percepção. Tornar-se ciente do “estado da visão” é estar
ciente do no. 3, o processo de percepção.
Conforme
você continua praticando nosso triplo processo de visão, seu
“estado de visão” se desenvolverá gradualmente. No princípio,
pode parecer vago, mas conforme exercita, adquirirá uma qualidade
mais tangível e ficará tão claro e óbvio quanto a percepção do
calor. Também podemos comparar o estado de visão a um músculo que
não foi usado por muito tempo. É provável que ao reativar o
músculo, ele esteja lento no princípio: você mal consegue
senti-lo, você nem mesmo sabe quando está contraindo ou não, e sua
contração é bastante fraca. Uma vez que você tenha trabalhado e
ativado seu estado de visão, ele fica tão claro e tangível quanto
contrair seus bíceps. De fato, esta parte do processo de alquimia
interna é semelhante à construção do corpo físico, mas de forma
não-física, na edificação do corpo sutil.
Agora,
há um paradoxo. Quando você quer ficar ciente de seu estado de
visão, o que você faz? Você se certifica de que não está olhando
nada em particular, que o conteúdo da imagem não te interessa. Em
outras palavras, você tira uma das duas laranjas da cesta. Você se
livra do no.2) objeto de percepção; e então, a segunda laranja
(estado de visão, o processo de percepção) fica eminente.
Mas
uma vez que seu estado de visão tenha evoluido, você passa a operar
de um modo diferente: Você se sintoniza em um objeto ou uma pessoa,
“liga” seu estado de visão, e automaticamente você “vê”.
Não importa se o objeto de percepção está bem na sua frente ou do
outro lado do planeta, ou mesmo do outro lado da galáxia. Você vê.
E freqüentemente algo estranho acontece: você pode muito bem optar
por fechar os olhos a fim de ver melhor algo que está bem na sua
frente.
Então
a pergunta seguinte é: como você pode estar completamente
desinteressado no objeto, se usa o estado de visão como um meio de
vê-lo? A chave para este paradoxo é: uma vez que você alcançou
essa fase, não está mais olhando o objeto com sua mente. A mente se
cala e você está vendo através de uma camada sua muito mais
profunda e mais verdadeira. Uma condição prévia básica para uma
percepção mais elevada repousa no silêncio da camada de
consciência mental ordinária.
7.13
Intermezzo: que olho é você?
Sente-se
na frente de seu par e se prepare para estabelecer contacto visual.
Lembre-se que suas costas devem estar retas e que se você não pode
tocar o nariz do outro com a palma de sua mão, é sinal de que está
muito longe. (Este exercício também pode ser administrado por você
usando um espelho.)
Pratique
uma pequena reconexão no olho, com seus olhos fechados (como
explicado na seção 5.3).
Abram
os olhos e começem a contemplar o olho direito um do outro. Seu foco
está no olho direito de seu amigo e seu amigo está focado em seu
olho direito. Para evitar qualquer confusão, eu recomendo que ambos
levantem sua mão direita no começo da prática, para certificar de
que ambos estão contemplando o olho certo.
Então
comece a praticar o processo triplo de visão (seção 5.13) com o
foco imóvel entre as sobrancelhas, a consciência do estado de
visão, e o sentimento no coração.
Continue
a prática por aproximadamente 5 minutos. Então feche os olhos, faça
um pequeno intervalo e esquente seus olhos com as palmas de suas mãos
como descrito previamente.
Novamente
abra os olhos e mostrem um ao outro sua mão esquerda para evitar
qualquer confusão. Comecem a contemplar olho esquerdo um do outro, e
repita a prática durante alguns minutos.
Feche
os olhos e cubra-os com suas palmas, esquentando seu coração (seção
5.5).
Troque
impressões com seu amigo.
Depois
de ter feito este exercício com centenas das pessoas, eu não
acredito em uma palavra da suposição de que um de seus olhos
espelha seu Self Superior, e o outro o inferior. (A propósito,
presume-se de que é o direito que espelha o Self Superior.) Ainda
assim, é fascinante ver como alguém pode parecer tão diferente
dependendo em qual olho você está focando. Você obviamente conecta
com sub-personalidades bem diferentes em cada um dos olhos, e
definitivamente há mais que uma sub-personalidade relacionada a cada
olho. É interessante lembrar de que a palavra “pessoa” vem do
latim através da palavra Etrusca: “persu”, que significa
máscara!
7.14
A técnica do Sim / Sim
Então...
o que? Barreiras, telas mentais, hábitos preguiçosos de
auto-proteção da consciência mental, pesados condicionamentos,
como uma grossa parede ao nosso redor – na realidade, estes são os
bloqueios.
A
técnica seguinte foi projetada para te ajudar a derrubar as
barricadas da mente. Requer que alguém se sente e pratique com você;
você não pode executá-la só na frente de um espelho.
Sente-se
na frente um do outro com suas costas retas. Se você não pode tocar
no nariz de seu par com a palma de sua mão, então já sabe que está
muito longe.
Feche
seus olhos e faça um reconexão. Execute a fricção na garganta.
Construa a vibração no olho. Então passe 1 ou 2 minutos no espaço
púrpura.
Abra
os olhos. Execute o triplo processo de visão (foco no olho, estado
de visão, e sentindo no coração, como explicado na seção 5.13).
Tente receber o outro, levá-lo para dentro de seu coração.
Então
um diz, “Sim” e o outro, quando estiver pronto, responde “Sim.”
Ambos vão dizendo “Sim”, um em seguida do outro.
Esta
prática é uma prática de coração. Você não pode enganar. Se
deixar qualquer barreira ou restrição, o outro a sentirá
imediatamente, e o milagre não acontecerá. Você tem que dizer um
“Sim” que seja realmente um “Sim”, e colocar cada vez mais
significado e abertura nele. O “Sim” tem que vir do coração.
Você tem que trabalhar aprofundando cada “Sim” um pouco mais,
até que alcança uma aceitação total da outra pessoa. E então, vá
mais adiante. Dê um “Sim” que seja uma aceitação do mundo
inteiro através daquela pessoa à sua frente.
Continue
a prática pelo tempo que quiser. Então, demore uns bons 2 ou 3
minutos cobrindo seus olhos fechados com as palmas das mãos,
deixando o calor das mãos alcançar o coração através dos olhos.
Dicas
Você
ficará surpreso ao ver quantas pessoas articulam um “Sim” que,
verdadeiramente, significam “Não”, ou então dizem,
mecanicamente, um “Sim” depois do outro que simplesmente não
significam nada.
Ponha
tudo de você nesta prática, e depois de alguns minutos, você mal
será capaz de articular qualquer coisa. A palavra parece vir de
longe, muito longe. Isto pode levar a uma intensa experiência de sua
própria verdade.
Não
há nenhum limite quanto ao tempo para continuar esta prática –
pode ser horas se quiser.