Segredos da Magia da Umbanda e Quimbanda IV
Segredos da Magia da Umbanda e Quimbanda
O
CASO DOS CHAMADOS “MÉDIUNS CONSCIENTES” NA MECÂNICA DA
INCORPORAÇÃO OU TRANSE... CONFUSÃO, DÚVIDAS, SUGESTÃO ANÍMICA,
TESTE
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Técnicas de Projeção Astral e Exercicíos para a Espiritualidade
Agora
que acabamos de tecer algumas considerações sobre certos aspectos
da mediunidade na Umbanda (o que é indispensável em todos os nossos
livros), vamos entrar com um ângulo especial; vamos elucidar mais
uma vez a questão do chamado “médium consciente” de
incorporação... O denominado dom consciente é um dos fatores de
maior perturbação, confusão, desacertos e erros... quer na
Corrente de Umbanda, quer na própria corrente kardecista. Nesta é
que foi criada tal qualificação, geradora das eternas dúvidas...
Mas examinemos o caso de maneira mais simples possível, porque se
impõe mais uma vez novos esclarecimentos... relembrar verdades. O
que nós na Umbanda qualificamos de mecânica de incorporação é o
mesmo que o chamado transe mediúnico na doutrina kardecista. No
kardecismo ou em suas obras básicas, diz-se que o médium quando em
transe pode ficar inconsciente, semi-inconsciente e consciente.
Troquemos isso em miúdos: quando inconscientes no transe, não sabe
de nada do que está se passando, quer com o seu corpo físico, quer
no ambiente ou com aspessoas etc., nessa dita ocasião. Ele – o
médium – está tomado completamente, quer no seu psiquismo, quer
no seu sistema nervoso, quer nas partes motoras de seu organismo: por
isso está inconsciente – caiu em sono profundo... a entidade
incorporante dominou tudo e passa a comunicar-se... No segundo
aspecto – o semi-inconsciente, o médium apesar de dominado em suas
partes sensoriais e motoras, ou seja, se a entidade incorporante,
consegue dominar o seu corpo físico (inclusive pelo órgão vocal),
consegue também envolver ou frenar todo o seu sistema nervoso ou
neuro-sensorial e faz uma espécie deligação ou “casamento
fluídico” com o psiquismo do médium em transe, o qual por via
disso fica com o seu citado psiquismo assim como que em passividade,
deixando que a comunicação da entidade incorporante se processe
firmemente (sim, porque na maioria dos casos, mesmo que tente
interferir, não tem forças: bem entendido – se é médium de fato
e de direito) ou que possa fluir através dele, inclusive por sentir
que seus órgãos sendo dele – médium – naquela ocasião ou no
transe não são mais dele (temos que usar termos assim, para
descrever um fenômeno que somente os que têm mesmo esse dom poderão
confirmar que estamos dizendo exatamente o que se passa). Dá-se com
o médium semi-inconsciente uma espécie de afastamento forçado de
sua vontade, de sua ação ou força de interferir na atuação ou na
comunicação da entidade incorporante: todo ele fica frenado durante
o citado transe... Nessa altura – convém repetirmos – o médium
semi-inconsciente não tem domínio direto sobre seus órgãos
motores, ou seja, em seu corpo físico, nem pode dominar as reações
nervosas que por acaso ocorram e por incrível que pareça, até o
seu órgão vocal passa a retransmitir passivamente a palavra (ou a
comunicação), impulsionando completamente por outra inteligência
operante, que tanto pode ser o seu protetor ou guia ou mesmo um
espírito qualquer... Quando o médium semi-inconsciente tem de fato
esse dom bem equilibrado ou em estado de bom funcionamento, acontece
quase sempre um outro fenômeno curioso com ele: durante a ocasião
em que se processou a incorporação, de tudo o que se passou (ou
passa com ele ou em torno dele), ou guarda ligeiras recordações ou
acontece mesmo esquecer e ainda lhe é difícil reter corretamente na
memória as comunicações faladas ou cantadas (no caso de ser da
Umbanda)... Guarda apenas na memória, por vezes, o sentido ou as
impressões boas ou más causadas por ela – a comunicação – ou
pelo próprio espírito incorporante sobre as outras pessoas... Mas,
isso acontece quando o médium tem de fato e de direito o dom da
mecânica da incorporação... Antes de falarmos do chamado dom da
mediunidade ou de “médium consciente”, devemos ressaltar mais
alguma coisa sobre essas duas modalidades acima descritas. Na
Corrente Astral de Umbanda, de fato e de direito, os Guias e
Protetores –nossos caboclos e pretos-velhos, são, sem a menor
dúvida: os primeiros, verdadeiros magos, entidades de conhecimentos
profundos, mestres na alta magia, com centenas de reencarnações
(muitos já isentos disso) e com lições e experiências em vários
setores da vida humana e astral... Quanto aos segundos... os
Protetores, embora estejam abaixo daqueles, são entidades evoluídas,
tem conhecimentos seguros sobre várias coisas e principalmente das
leis kármicas.
Foram
grandes rezadores, curandeiros, médicos, advogados em suas
sucessivas reencarnações. Enfim: por menor que seja o grau
evolutivo desses espíritos como Guias e Protetores (na Umbanda)
sempre estão acima do grau evolutivo de seus eventuais médiuns ou
aparelhos... Assim sendo, dadas suas luzes, seus graus de
adiantamento, é raro escolherem um médium da chamada fase de
incorporação inconsciente... Porque, esses, são aparelhos “mais
brutos”, são assim como que “pegados à força” e isso não
condiz com a natureza vibratória deles... Esses raros aparelhos
inconscientes – simples veículos ou “cavalos”, estão mais
condicionados aos ambientes mediúnicos inferiores, assim como os
terreiros de quimbanda ou seja: a essa mistura humana de “candomblé
e umbanda” com seus rituais confusos e espalhafatosos, barulhentos
etc... Então – os nossos Guias e Protetores gostam mais de
escolher as criaturas que portem o dom na fase de semi-inconsciência.
É a
modalidade mais adequada, mais apropriada à Corrente Astral de
Umbanda (com acentuada propensão dos Guias para escolher médiuns de
dons mais elevados, como seja, à clarividência, a vidência e
principalmente os de sensibilidade psíquica astral
extraordinária)... Porque os médiuns da modalidade acima são mais
firmes, adquirem uma grande confiança em seus protetores
espirituais, em suma, uma poderosa convicção mediúnica em si e
neles, em conseqüência das comunicações, conselhos, trabalhos,
efeitos etc. E é justamente por isso, por causa desse ângulo, que
muitos acabam fracassando. Mas deixemos isso agora de lado, visto
mais para adiante se encontrar um estudo quase que completo sobre o
assunto. E é em relação com o exposto que podemos asseverar que as
entidades no grau de GUIAS costumam operar mais através de aparelhos
já bastante evoluídos, já com adiantado discernimento, ou seja, já
bem conscientes da responsabilidade decorrente de uma missão ou da
condição mediúnica.
Por
isso é que esses são raros... Quanto às entidades no grau de
PROTETORES, seguem mais ou menos as pegadas dos Guias, isto é,
também procuram aparelhos em condições as melhores possíveis... e
mesmo assim, quer uns, quer outros, costumam se “transviarem”...
Então o que podemos dizer dos aparelhos que são tão somente
simples veículos, geralmente forçados a essa função mediúnica?
Não tem e não querem (a maioria, há de haver exceções) nenhum
esclarecimento, mesmo porque, não estão ainda em condições de um
alcance maior ou de um entendimento já acessível à leitura, à
doutrina etc... São esses que comumente “acontecem” nos
terreiros de baixa tônica espiritual e que são levados ou “pegados
à força” pelos seus protetores ou espíritos afins... e assim
sendo, quase todos são da mecânica de incorporação, fase dita
como inconsciente, pelo menos permanecerão nessa fase até
melhorarem em seus graus evolutivos. Sim, porque há os que melhoram,
evoluem também... Feitas essas considerações, tratemos agora
diretamente da decantada e espinhosa questão dos chamados
“médiuns-conscientes”.
Cremos
ter ficado bastante claro que o médium cujo dom o situou, na
mecânica de incorporação ou transe, na fase inconsciente ou
semi-inconsciente, é porque, obrigatoriamente, tem que se sentir
atingido, ou seja, dominado, semi dominado, envolvido, frenado etc.,
em três pontos capitais, nas partes: psíquica, sensorial e
motora... Se assim não fora, é porque positivamente não é médium
de incorporar espíritos; não tem o dom mediúnico na mecânica de
incorporação ou transe. Pois bem: como admitirmos ser ele
consciente, isto é, vendo tudo, sabendo tudo, tão lucidamente, a
ponto de dizer o que quer e até “torcer” de modo
próprio
e reconhecer que está “incorporado” ou que uma entidade está
incorporada nele? Sim, porque encosto já entra noutro aspecto: é
coisa que fere, que contunde, que atua, que transtorna, que irrita
seu corpo astral, mas não é contato-mediúnico, não é dom – é
sim atuação negativa. É ou não um paradoxo, um absurdo? Pois se
diz – e está provado – que é denominado assim como “médium
consciente”, porque fica tão lúcido, tão senhor de todos os seus
atos “mediúnicos” que invariavelmente, duvidam de si e dos
outros também... pois se não são nem vibrados, nem ao menos sentem
nem os característicos tremores, sacolejos, os fluidos magnéticos
de contato em certas zonas, de pleno
conhecimento dos verdadeiros médiuns de incorporação, que
identificam até quando é de “caboclo ou preto-velho” etc...
pelas ditas zonas neuro-sensoriais do corpo físico, que as entidades
logo influenciam quando tomam contato e fazem “ponto”, ao
preceder da incorporação propriamente dita.
Pois
o que acontece e está acontecendo, confundido, causando dúvidas
cruciais, são três fatores que ninguém quer levar em consideração:
a vaidade, o animismo e a mediunidade de irradiação intuitiva – a
mais comum de acontecer numa corrente de Umbanda.
No
primeiro fator, a criatura quer ser médium de incorporação de
qualquer jeito.Tem essa vaidade; quer o “seu caboclo ou o seu
preto-velho” também, porque os outros os tem. Então “forja”
as ditas incorporações e se apresenta mascarado comum ou com outro.
No segundo fator, temos o tão discutido animismo, que é uma própria
exaltação do espírito da criatura, sugestionado, devido a seus
ardentes desejos, a seu misticismo, alimentados pelas ondas
vibratórias (de pensamentos) do ambiente e acaba apresentando-se
também “com o caboclo fulano ou sicrano”... No terceiro fator,
temos justamente o desvio “nevrálgico” de criatura médium
mesmo. Sendo que, nesse caso, que é o da maioria, a criatura tem a
mediunidade de irradiação intuitiva e não se conforma com isso.
Ele também quer “o seu caboclo” visível, sensível e palpável
ou para todo “mundo ver”... O que acontece então? Ele que
poderia receber as irradiações de uma boa entidade protetora, em
seu estado normal, assim como que telepaticamente e, pelas intuições
projetadas em seu campo mental, ser muito útil, cumprindo a sua
parte, termina nem se prestando a isso nem as outras coisas... Assim,
digamos logo de vez: quer nas sessões kardecistas, quer nas de
Umbanda, os médiuns que mais dão “mancadas” (desculpem o termo
de gíria),embaraçam tudo, confundem tudo e dão mais trabalho são
exatamente esses considerados como “médiuns-conscientes”, porque
vivem na tola pretensão de“incorporar” entidades que só existem
nas suas imaginações... Uns fazem assim pela pura ignorância dos
simples, outros por serem sugestionados pelos “seus
chefes-de-terreiro” a isso e ainda outros mais porque, mal
orientados desde o principio, criaram um tal “cascão” de
sugestão anímica que, se lhes for provado que não estão
incorporando nada, ficarão perturbadíssimos, tal o impacto da
verdade a que muitos não tem resistido... Em suma: o denominado
médium consciente, ou melhor, o chamado dom de mediunidade
consciente não existe como fazendo parte da mecânica de
incorporação ou transe... Essa denominação somente pode se
aplicar aos médiuns sim, mas de irradiação intuitiva, que é tão
boa e tão útil quanto as demais. Isto é que é o certo. Quanto ao
mais é querer tapar o sol com uma peneira. E os que quiserem mais
detalhes, procurem ver nossa obra “Lições deUmbanda...”.
E
ainda como finalíssima: e porque tudo isso assim é, quase todos
temverdadeiro pavor de uma palavra “tabu” a qual ninguém aplica
se quer ter paz nas sessões (quer de umbanda, quer kardecistas) e
mesmo se não quer espantar os seus“médiuns”... Esse “tabu”
chama-se TESTAR... Ninguém quer ser testado em seus“mediunismos”.