René Guénon: “O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos”
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Técnicas de Projeção Astral e Exercícios para a Espiritualidade
A
“solidificação” do mundo tem ainda, na ordem humana e social,
outras conseqüências de que não falamos até agora: a este
respeito, ela cria um estado de coisas no qual tudo está contado,
registrado e regulamentado, o que, no fundo, não é mais do que
outro gênero de “mecanização”; nada é mais fácil do que
constatar por todo o lado, na nossa época, fatos sintomáticos tais
como, por exemplo, a mania dos recenseamentos (que se liga, aliás,
diretamente à importância atribuída às estatísticas) (1), e
igualmente, a multiplicação incessante das intervenções
administrativas em todas as circunstâncias da vida, intervenções
que devem ter como efeito certamente assegurar uma uniformidade tão
completa quanto possível entre os indivíduos, tanto mais que, de
certo modo, é “princípio” de qualquer administração moderna
tratar esses indivíduos como simples unidades numéricas todas
semelhantes entre si, isto é, agir como se, por hipótese, a
uniformidade “ideal” estivesse já realizada, obrigando deste
modo todos os homens a ajustarem-se, se assim de pode dizer, a uma
mesma medida “média”. Por outro lado, esta regulamentação cada
vez mais excessiva tem uma conseqüência bastante paradoxal: é que,
quanto mais se glorifica a rapidez e a facilidade crescentes da
comunicação entre os países mesmo os mais afastados, graças às
invenções da indústria moderna, põem-se ao mesmo tempo todos os
entraves possíveis à liberdade dessa comunicação, de tal modo que
é muitas vezes praticamente impossível passar de um país para
outro, ou pelo menos, tornou-se mais difícil do que nos tempos em
que não havia nenhum meio mecânico de transporte. É mais um
aspecto particular da “solidificação”: num mundo assim, já não
há lugar para os povos nômades que até agora têm subsistido em
condições diversas, porque cada vez menos encontram espaço livre
diante de si. Aliás, todos se esforçam por todos os meios para os
levar à vida sedentária (2), de modo que, também sob este aspecto,
não parece longe o momento em que “a roda deixará de andar”;
além disso, nesta vida sedentária, as cidades, que representam, de
certo modo, o último grau da “fixação”, tomam uma
preponderância importante e tendem cada vez mais a absorver tudo
(3); e é assim que, perto do final do ciclo, Caim acabara realmente
por matar Abel.
Com
efeito, no simbolismo bíblico, Caim é representado como agricultor
e Abel como pastor. São assim tipos das duas espécies de povos que
existiram desde as origens da presente humanidade, ou pelo menos,
desde que se produziu nela uma primeira diferenciação: os
sedentários, ligados à cultura da terra, os nômades, à criação
de gado (4). Estas são, é preciso insistir, as ocupações
essenciais e primordiais destes dois tipos humanos; o resto é
acidental, derivado ou acrescentado, e falar de povos caçadores ou
pescadores, por exemplo, como fazem comummente os etnólogos
modernos, ou é tomar o acidental pelo essencial, ou referir
unicamente casos mais ou menos tardios de anomalia e de
degenerescência, como se pode encontrar realmente em certos povos
selvagens (e os povos essencialmente comerciantes ou industriais do
Ocidente moderno não são, aliás, menos anormais, embora de outro
modo) (5). Cada uma destas duas categorias tinha naturalmente a sua
lei tradicional própria, diferente da outra, e adaptada ao seu
gênero de vida e à natureza das suas ocupações; esta diferença
manifestava-se nomeadamente nos ritos sacrificiais, e dai a menção
especial que é feita das oferendas vegetais de Caim e das oferendas
animais de Abel, no texto do Gênesis (6). Já que fazemos aqui uma
referência particular ao simbolismo bíblico, é bom notar já, a
este propósito, que a Thora hebraica se liga propriamente ao tipo da
lei dos povos nômades: daí a maneira como é apresentada a história
de Caim e de Abel, que, do ponto de vista dos povos sedentários,
apareceria sob outra luz e seria susceptível de outra interpretação;
mas, claro, os aspectos correspondentes a estes dois pontos de vista
estão incluídos um e outro no seu sentido profundo, e não são, na
realidade, mais do que uma aplicação do duplo sentido dos símbolos,
aplicação à qual só fizemos uma alusão parcial a propósito da
«solidificação», já que esta questão, como se verá melhor a
seguir, está estreitamente ligada ao simbolismo do assassínio de
Abel por Caim. Do caráter especial da tradição hebraica vem também
a reprovação que se faz a certas artes ou a certos ofícios que
estão ligados propriamente aos sedentários, e nomeadamente a tudo o
que diz respeito à construção de habitações fixas; pelo menos
foi assim até à época em que precisamente Israel deixou de ser
nômade, durante alguns séculos, isto é, até ao tempo de David e
de Salomão, e sabe-se que, para construir o Templo de Jerusalém,
foi preciso chamar operários estrangeiros (7).
São
naturalmente os povos agricultores que, pelo fato de serem
sedentários, acabam, mais cedo ou mais tarde por construir cidades;
e, de fato, diz-se que a primeira cidade foi fundada pelo próprio
Caim; esta fundação só teve lugar, aliás, muito depois de se
terem referido as suas ocupações agrícolas, o que mostra bem que
há como que duas fases sucessivas no “sedentarismo”, em que a
segunda representa, em relação à primeira, um grau mais acentuado
de fixação e de “concentração” espacial. De modo geral, as
obras dos povos sedentários são, por assim dizer, obras do tempo;
fixados no espaço e num domínio estritamente delimitado,
desenvolvem a sua atividade numa continuidade temporal que lhes
aparece como indefinida. Pelo contrário, os povos nômades e
pastores não edificam nada que perdure, e não trabalham com vista a
um futuro que lhes escapa; mas vão adiante de si próprios no
espaço, que não lhes opõe nenhuma limitação, mas, pelo
contrário, lhes abre constantemente novas possibilidades.
Encontra-se assim a correspondência dos princípios cósmicos aos
quais se liga, numa outra ordem, o simbolismo de Caim e de Abel: o
princípio da compressão, representado pelo tempo e o princípio da
expansão, pelo espaço (8). A bem dizer, ambos estes princípios se
manifestam simultaneamente no tempo e no espaço, como em todas as
coisas, e é necessário anotar isto para evitar identificações ou
assimilações demasiado “simplificadas”, bem como para resolver
por vezes certas oposições aparentes; mas não é menos certo que a
ação do primeiro predomina na condição temporal, e a do segundo
na condição espacial. Ora o tempo gasta o espaço, se assim se pode
dizer, afirmando desse modo o seu papel de «devorador»; igualmente,
ao longo dos tempos, os sedentários absorvem pouco a pouco os
nômades: é esse, como dizíamos mais atrás, o sentido social e
histórico do assassínio de Abel por Caim.
A
atividade dos nômades exerce-se especialmente no reino animal, móvel
como eles; a dos sedentários, pelo contrário, tem como objeto
direto os dois reinos fixos, o vegetal e o mineral (9). Por outro
lado, pela força das coisas, os sedentários chegam a constituir
símbolos visuais, imagens feitas de diversas substâncias, mas que,
do ponto de vista do significado essencial, se reduzem sempre mais ou
menos diretamente ao esquematismo geométrico, origem e base de todas
as formações espaciais. Os nômades, pelo contrário, para quem as
imagens estão proibidas como tudo o que tenda a fixá-los num
determinado lugar, têm símbolos sonoros, os únicos compatíveis
com o seu estado de contínua migração(10). Mas há uma coisa
notável que é o fato de, entre as faculdades sensíveis, a vista
estar em ligação direta com o espaço, e o ouvido, com o tempo: os
elementos do símbolo visual exprimem-se em simultaneidade, os do
símbolo sonoro, em sucessão; opera-se, pois, nesta ordem uma
espécie de inversão das relações que vimos atrás, inversão que
é, aliás, necessária para estabelecer um certo equilíbrio entre
os dois princípios contrários de que falamos, e para manter as suas
ações respectivas nos limites compatíveis com a existência humana
normal. Assim, os sedentários criam as artes plásticas
(arquitetura, escultura, pintura), isto é, as artes das formas que
se desenvolvem no espaço; os nômades criam as artes fonéticas
(música, poesia), isto é, as artes das formas que se desenvolvem no
tempo; porque, digamo-lo de novo, qualquer arte é, na sua origem,
simbólica e ritual, e só por uma degenerescência ulterior, muito
recente, aliás, é que perde esse caráter sagrado para se tornar
finalmente o “jogo” puramente profano, ao qual está reduzida
entre os nossos contemporâneos (11).
Eis
onde se manifesta o complementarismo das condições de existência:
os que trabalham para o tempo estão estabilizados no espaço; os que
erram no espaço, modificam-se sem cessar com o tempo. E vejamos onde
aparece a antinomia do “sentido inverso”: aqueles que vivem
segundo o tempo, elemento mutável e destruidor, fixam-se e
conservam-se; aqueles que vivem segundo o espaço, elemento fixo e
permanente, dispersam-se e mudam-se sem cessar. É preciso que seja
assim para que a existência de uns e de outros se torne possível,
pelo equilíbrio, pelo menos relativo, que se estabelece entre os
termos representativos das duas tendências contrárias; se só uma
ou outra destas duas tendências compressiva e expansiva estivesse em
ação, o fim viria rapidamente, quer por “cristalização”, quer
por “volatilização”, se nos é permitido empregar a este
respeito as expressões simbólicas que devem evocar a “coagulação”
e a “solução” alquímicas, e que correspondem, aliás,
efetivamente, no mundo atual, a duas fases de que ainda iremos
elucidar mais à frente o respectivo significado (12). Com efeito, é
este um domínio onde se afirmam com particular nitidez todas as
conseqüências das dualidades cósmicas, imagens ou reflexos mais ou
menos longínquos da primeira dualidade, a mesma da essência e da
substância, do Céu e da Terra, de Purusha e de Prakriti, que gera e
rege toda a manifestação.
Mas,
voltando ao simbolismo bíblico, o sacrifício animal é fatal a Abel
(13), e a oferenda vegetal de Caim não é aceito (14); aquele que é
abençoado, morre, aquele que vive é amaldiçoado. Rompe-se o
equilíbrio, de uma parte e de outra; como restabelecê-lo senão
através de trocas, de tal modo que cada uma tenha a sua parte das
produções da outra? É assim que o movimento associa o tempo e o
espaço, e de certo modo, é a resultante da sua combinação e
concilia neles as duas tendências opostas de que falamos atrás
(15); o movimento não é em si próprio mais do que uma série de
desequilíbrios, mas a soma destes constitui o equilíbrio relativo
compatível com a lei da manifestação ou do “devir”, isto é,
com a própria existência contingente. Qualquer troca entre os seres
submetidos às condições temporal e espacial é um movimento, em
suma, ou antes, um conjunto de dois movimentos inversos e recíprocos,
que se harmonizam e se compensam um ao outro; aqui, o equilíbrio
realiza-se, pois, diretamente pelo fato mesmo desta compensação
(16). O movimento alternativo das trocas pode, aliás, exercer-se nos
três domínios espiritual (ou intelectual puro), psíquico e
corporal, em correspondência com os “três mundos”: troca dos
princípios, dos símbolos e das oferendas, tal é, na verdadeira
história tradicional da humanidade terrestre, a tripla base sobre a
qual assenta o mistério dos pactos, das alianças e das bênçãos,
isto é, no fundo, a própria repartição das “influências
espirituais” em ação no nosso mundo; mas não podemos insistir
mais nestas últimas considerações, que se ligam evidentemente a um
estado normal do qual estamos muito afastados sob todos os aspectos,
e dos quais o mundo moderno não é mais do que negação pura e
simples (17).
*
* *
Notas:
1.
Muito haveria a dizer sobre as proibições formuladas em certas
tradições contra os recenseamentos, salvo em alguns casos
excepcionais; se disséssemos que estas operações e todas aquelas
daquilo a que chamamos o «estado civil» têm, entre outros
inconvenientes, o de contribuir para encurtar a duração da vida
humana (o que, aliás, está conforme com a própria marcha do ciclo,
sobretudo nos últimos períodos), ninguém acreditaria; e, no
entanto, em certos países, os camponeses mais ignorantes sabem
bastante bem, como fato de experiência corrente, que se se contarem
muitas vezes os animais, morrem muitos mais do que se não o fizerem.
É claro, evidentemente, que aos olhos dos modernos que se dizem
«esclarecidos», isto não passa de uma «superstição»!
2.
Citemos, como exemplos particularmente significativos, os projetos
«sionistas», no que diz respeito aos Judeus e também as tentativas
recentes para fixar os Ciganos em certas regiões da Europa
ocidental.
3.
É preciso lembrar a este respeito que a própria «Jerusalém
celeste» é simbolicamente uma «cidade»,
o
que mostra, mais uma vez, como dizíamos atrás, que se pode
verificar um duplo sentido da «solidificação».
4.
Poderíamos acrescentar que, sendo Caim designado como mais velho, a
agricultura parece que teve
uma
certa anterioridade, e, de fato, o próprio Adão, antes da «queda»,
é representado como tendo a função de «cultivar o jardim», o
que, aliás, não se refere propriamente à predominância do
simbolismo vegetal na figuração do início do ciclo (daí uma
«agricultura» simbólica e até iniciática, a mesma que, entre os
Latinos, se dizia que Saturno tinha ensinado aos homens da «idade de
ouro»); mas, seja como for, só temos que ter em conta aqui o estado
simbolizado pela oposição (que é ao mesmo tempo um
complementarismo) de Caim e de Abel, isto é, aquele em que a
distinção dos povos em agricultores e pastores é já um fato
consumado.
5.
As denominações de Iran e de Turan que se quis já atribuir a
designações de raças, representam na reali¬dade respectivamente
os povos sedentários e os povos nômades; Iran ou Airyana vem da
palavra arya (de onde deriva ârya por extensão), que significa
«lavrador» (derivado da raiz ar, que se encontra também no latim
arare, arator, e também arvum «campo»); e o emprego da palavra
ârya como designação honorífica (para as castas superiores) é,
por conseguinte, característica da tradição dos povos
agricultores.
6.
Sobre a importância muito particular do sacrifício e dos ritos que
a eles se ligam, nas diferentes formas tradicionais, ver Frithjof
Schuon, Du Sacrifice, na revista Études Traditionnelles, Abril de
1938, e A. K. Coomaraswamy, Atmayajna Self-sacrifice, no Harvard
Journal ofAsiatic Studies, Fevereiro de 1942.
7.
A fixação do povo hebreu dependia, essencialmente, aliás, da
própria existência do Templo de Jerusalém: assim que este foi
destruído, o nomadismo reapareceu sob a forma especial da
«dispersão».
8.
Sobre este significado cosmológico devem ver-se especialmente os
trabalhos de Fabre d’Olivet.
9.
A utilização dos elementos minerais compreende especialmente a
construção e a mineralogia: voltaremos a esta última, cujo
simbolismo bíblico a faz remontar a Tubalcaim, isto é, a um
descendente de Caim, cujo nome se encontra na formação do seu
próprio, o que indica que existe entre eles uma ligação direta
particularmente estreita.
10.
A distinção destas duas categorias fundamentais de símbolos é, na
tradição hindu, a do yantra, símbolo figurado, e do mantra,
símbolo sonoro; ela arrasta naturalmente uma distinção
correspondente nos ritos onde estes elementos simbólicos são
empregues respectivamente, embora não haja sempre uma separação
tão nítida como a que se pode encarar teoricamente, já que todas
as combinações em proporções diversas são possíveis aqui.
11.
Seria desnecessário notar que, em todas as considerações expostas
aqui, se vê aparecer nitidamente o caráter correlativo, e de certo
modo simétrico, das duas condições espacial e temporal,
consideradas no seu aspecto qualitativo.
12.
É por isso que o nomadismo, sob o seu aspecto «maléfico» e
desviado, exerce facilmente uma ação «dissolvente» sobre tudo
aquilo com que entra em contado; por seu lado, o sedentarismo, sob o
mesmo aspecto, só pode levar às formas mais grosseiras de um
materialismo sem saída.
13.
Como Abel derramou o sangue dos animais, o seu sangue é derramado
por Caim; há como que a expressão de uma «lei de compensação»,
em virtude da qual os desequilíbrios parciais, que é no que
consiste fundamentalmente toda a manifestação, se integram no
equilíbrio total.
14.
Importa notar que a Bíblia hebraica admite, no entanto, a validade
do sacrifício não sangrento considerado em si mesmo: é o caso do
sacrifício de Melquitsedec, que consiste na oferenda essencialmente
vegetal do pão e do vinho; mas isto liga-se em realidade ao ritual
do Soma védico e à perpetuação direta da «tradição
primordial», para além da forma especializada da tradição
hebraica e «abraâmica», e até, muito mais longe ainda, para além
da distinção da lei dos povos sedentários e da dos povos nômades;
há ainda uma reminiscência da associação do simbolismo vegetal
com o «Paraíso terrestre», isto é, com o «estado primordial» da
nossa humanidade.A aceitação do sacrifício de Abel e a rejeição
do de Caim é representada muitas vezes sob uma forma simbólica
bastante curiosa; o fumo do primeiro eleva-se verticalmente para o
céu, enquanto que o do segundo se espalha horizontalmente à
superfície da terra; deste modo traçam respectivamente a altura e a
base de um triângulo que representa o domínio da manifestação
humana.
15.
Estas duas tendências manifestam-se ainda, aliás, no próprio
movimento, sob as formas respectivas do movimento centrípeto e do
movimento centrífugo.
16.
Equilíbrio, harmonia, justiça, não são mais do que três formas
ou três aspectos de uma e mesma coisa; aliás, em certo sentido,
poder-se-ia fazê-las corresponder respectivamente aos três domínios
que mencionamos a seguir, com a condição, claro, de restringir aqui
a justiça ao seu sentido mais imediato, cuja simples «honestidade»
nas transações comerciais representa, nos modernos, a expressão
diminuída e degenerada pela redução de todas as coisas ao ponto de
vista profano e à estreita banalidade da «vida vulgar».
17.
A intervenção da autoridade espiritual no que diz respeito à
moeda, nas civilizações tradicionais, liga-se imediatamente àquilo
que acabamos de dizer; com efeito, a moeda em si é de certo modo a
própria representação da troca, e podemos compreender por esse
fato, de modo mais preciso, qual era o papel efetivo dos símbolos
que trazia gravados e que circulavam com ela, dando a essa troca um
significado completamente diferente da simples «materialidade», que
é tudo o que resta nas condições profanas que regem, no mundo
moderno, as relações dos povos bem como as dos indivíduos.