Mistérios de Eleusis
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Técnicas de Projeção Astral e Exercicíos para a Espiritualidade
Todos
os anos, próximo do Equinócio de Outono (Hemisfério Norte) eram
celebrados na Grécia os chamados “Mistérios de Eleusis”.
Primeiro
Dia
Início
dos Grandes Mistérios de Eleusis, os “Mistérios da Mãe e da
Filha”, oriundos de um antigo festival da colheita de cereais.
Neste dia, fazia-se a proclamação oficial, excluindo-se todos
aqueles que tinham cometido algum delito ou não falavam grego.
Na
véspera, os “sacra”, objetos sagrados, de Deméter eram trazidos
de Eleusis pelas sacerdotisas que percorriam em silêncio os trinta
quilômetors que separavam a cidade de Atenas, com as cestas sobre
suas cabeças. Os “sacra” eram depositados no Eleusinion, o
santuário de Deméter na Ágora (templo) de Acrópolis, até o dia
seguinte, quando eram purificados no mar.
Segundo
Dia
“Holade
Mystai”, segundo dia dos Mistérios Eleusínios, com a purificação
no mar dos objetos sagrados, levados pelas sacerdotisas escoltadas
por rapazes adolescentes (epheboi).
Os
candidatos à iniciação, vestidos com túnicas brancas, eram
chamados pelos sacerdotes com tambores e gritos de “Para o mar,
iniciantes”. A purificação era uma característica essencial dos
Mistérios, conhecida como “renovação” ou “expurgo”,
separando com esse ritual a pessoa de sua vida profana anterior. Cada
pessoa levava consigo para o mar um leitão que precisava ser
purificado também antes de ser sacrificado. Os leitões eram
considerados animais puros, consagrados à deusa Deméter,
simbolizando a fertilidade e promovendo, assim, a abundância na
Terra. Festa de São Cornélio, na Bretanha, reminiscência das
antigas celebrações do Deus Cornífero, considerado o padroeiro dos
animais com chifres. Neste dia, benze-se o gado em seu nome.
Terceiro
Dia
“Hiereia
devro”, o terceiro dia dos Ministérios Eleusínios dedicado às
orações e oferendas de leitões. Os iniciados ficavam recolhidos em
suas casas, jejuando e orando, preparando-se para serem dignos de
iniciação.
Quarto
Dia
“Asclepia”,
o quarto dia dos Mistérios Eleusínios, com procissões e oferendas
para Asclepios. o deus da cura e Dionísio, o protetor dos vinhedos.
Por meio de libações de vinho, chamadas “trygetos”, invocava-se
a proteção das divindades masculinas. Os sacedortes preparavam
“kykeon”, a bebida sagrada e os iniciados continuavam recolhidos
e jejuando.
Quinto
Dia
“Agyrmos”
ou “Pompe”, o quinto dia dos Mistérios Eleusiníos com a reunião
dos iniciados para começar a procissão, percorrendo a pé os trinta
quilômetros que separam Atenas de Eleusis. Eles vestiam roupas
novas, eram coroados com guirlandas de murta e carregavam os
“bacchus”, cajados feitos de galhos entrelaçados, símbolos da
morte do velho e do nascimento do novo. Entoando cânticos, a
procissão parava em certos lugares para deixar oferendas sob as
figueiras sagradas , “hiera syke”, consagradas à Deméter. Na
ponte sobre o rio Kefisos, os sacerdotes expunham, publicamente, os
vícios e verdades vergonhosas dos iniciantes, que deveriam ouvri com
humildade e não protestar. A intenção era expor o velho Eu para
que ele morrese de vergonha e pudesse renascer. À noite, ao chegar
em Eleusis, apesar do cansaço, os iniciados coeçavam as cerimônias
à luz das tochas, honrando com danças e cânticos as deusas Deméter
e Perséfone.
Sexto
Dia
Sexto
dia dos Mistérios Eleusinos, com a preparação dos peregrinos para
a iniciação, assimilando o significado do mito e o simbolismo de
“synthema”, a senha recebida dos sacerdotes. Por ter sido
extremamente bem fuardado, o conhecimento verdadeiro dos segredos dos
Mistérios desapareceu com a morte do último iniciado. Para a
posteridade, sobrou apenas o conhecimento exotérico e as deduções
dos historiadores e antropólogos, baseadas nas inscrições e
gravuras. A mais famosa inscrição resume, de forma enigmática, o
que os iniciados faziam: “Eu jejuei, eu bebi o kykeon, eu peguei
algo no cesto, eu coloquei algo de volta no cesto e depois passei do
cesto para o meu peito”. As explicações são repletas de diversas
especulações e interpretações. A mais óbvia sugere que o
“kykeon” era a bebida de cevada germentada com ervas, o “retirar
do cesto” referia-se aos onjetos sagrados (uma esfera, um cone e um
espelho), o “colocar de volta no cesto” designava as oferendas e
a menção ao peito assinalava a complementação de um ciclo: tirar,
devolver e se preparar para o novo, com orações e encantamentos.
Sétimo
Dia
“Epopteia”,
o sétimo dia dos Mistérios, a Noite da Iniciação dentro do
recinto mais sagrado e oculto do templo, o Telesterion. Pouco se sabe
sobre esses ritos sagrados, reservados apenas àqueles que tinham
pasado pelos Mistérios Menores, celebrados em Agra no início da
primavera. Os iniciados juravam manter sigilo absoluto sob pena de
morte. Sabe-se apenas que, antes da entrada no Telesterion, eram
feitas oferendas de cereais e sacrifícios de leitões na gruta de
Hades, no templo Plutonion. Uma pedra da entrada da gruta, chamada
“omphalos”, o umbigo do mundo, assinalava a transição da luz
para a escuridão, a descida de perséfone ao mundo subterrâneo,
revivida pelso iniciados que encarariam os fantasmas de seus medos da
morte e as aparições tenebrosas dos espíritos dos mortos. Após
esses momentos de sofrimento, os iniciados presenciavam o “hieros
gamos”, o casamento sagrado, a união ritualística dos sacerdotes
e a encenação do nascimento de Iacchos, a criança divina,
simbolizada por uma única espiga de trigo elevada pelo sacerdote no
meio de luzes e ao som de címbalos. Em seguida, havia a revelação
dos objetos da “cista mystica”, a cesta sagrada de Deméter e a
celebração da continuidade da vida após a morte com os gritos de
Ye (chuva) e Kye (nascimento), ou seja, “flua e conceba”, a chuva
celeste fertilizando a Terra.
Oitavo
Dia
Oitavo
dia das celebrações de Eleusis, “Myteriotides Nychtes”, a noite
dos mistérios. Reencarnava-se o mito de Deméter e Perséfone em
três estágios:”legonema”, coisas faladas, “dromena”, coisas
encenadas, e “deiknymena”, coisas reveladas. Ao final, os
iniciados se reuniam no grande salão do templo, inde, à luz de
tochas, celebrava-se a volta de Perséfone do mundo subterrâneo e
sua transformação de Kore, a donzela, em Perséfone, a Rainha das
Sombras, esposa de Hades, senhor do mundo escuro dos mortos. A
essência dos Mistérios representava a esperança da vida renovada,
a coragem em enfrentar as sombras e o medo da morte e a confiança no
eterno ciclo das reencarnações.
Nono
Dia
“Plemo
Choai”, o nono e último dia dos Mistérios Eleusiníos, a
celebração dos vasos sagrados, feitos em barro e representando o
ventre fértil de Deméter, a fonte da abundância na Terra.
Reverenciavam-se os ancestrais com libações de vinho e oferendas.
Os
sacerdotes levavam as oferendas para as frestas da terra e despejavam
o conteúdo misterioso de dois vasos sagrados, um para o leste, outro
para o oeste. As pessoas gritavam “hye, kye! (flua e conceba) e os
sacerdotes invocavam o princípio paternal (para fluir) e a origem
maternal (para conceber). As pessoas comiam, depois, de forma
ritualísticva, romãs e maçãs, consideradas as frutas do
renascimento, comemorando a continuidade da vida e encarando a morte
como uma simples pausa entre as vidas.