Campos Morfogenéticos
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Técnicas de Projeção Astral e Exercicíos para a Espiritualidade
LöN
Plo
Campos
Morfogenéticos.
Pequenos macacos da Nova Zelândia aprenderam a usar
um pedaço de madeira para apanhar comida no fogo sem queimar as
mãos. Assim que essa solução se tornar um padrão de comportamento
para eles, macacos da mesma espécie, na Africa, tenderão a aprender
mais facilmente a mesma solução, sem terem tido nenhum contato
físico com os macacos da Nova Zelândia.
Essa
hipótese de que espécies - não apenas macacos, mas todas as
espécies vivas - podem aprender comportamentos a distância, agitou
e revolucionou o universo da biologia nas últimas duas décadas do
século. Proposta pelo biólogo inglês Rupert Sheldrake, pode ser o
impulso inicial para novos conhecimentos a respeito dos seres vivos e
da natureza.
Sheldrake
deu à sua teoria o nome de Formação Causativa, a qual afirma que
assim que animais de uma determinada espécie aprendem um novo padrão
de comportamento, outros animais semelhantes tenderão a aprender a
mesma coisa mais facilmente em qualquer lugar do planeta como
resultado de um processo chamado Ressonância Mórfica. QUanto mais o
animal aprender, mais fácil ficará para os outros.
Sheldrake
submeteu essa hipótese a muitos testes de laboratório, inclusive
com participação de cientistas descrentes e chegou a resultados que
parecem comprovar sua tese. Os primeiros testes de laboratório foram
feitos com pintinhos. Alguns pintinhos foram colocados sob uma luz
amarela e tomaram um injeção que lhes provocou mal-estar. Depois de
alguns dias nesse estado, outros pintinhos, que não haviam
participado do experimento, e não haviam tido contato com os da
experiência nem haviam tomado a injeção, desenvolveram rejeição
pela luz amarela.
Em
plena era da eletrônica não é muito difícil entendermos, pelo
menos na teoria, o conceito por trás da hipótese de Sheldrake, pois
o conceito de campos, principalmente campos eletromagnéticos e
gravitacionais, está bastante difundido hoje em dia, e mesmo uma
criança admite que informações como vozes e imagens podem ser
transmitidas a distância por meio de impulsos eletromagnéticos.
Mas, para Sheldrake, existe uma espécie muito específica de campos
- os campos mórficos - que contêm exclusivamente informações
sobre hábitos. Cada indivíduo de uma espécie teria, segundo ele,
seu próprio campo mórfico. A soma dos campos mórficos dos
indivíduos formaria os campos das espécies, e assim por diante, até
os campos maiores, como o da Terra, de outros planetas e do próprio
Universo.
Esses
campos, imateriais, conseguiriam não só estocar, mas também trocar
informações com outros campos mórficos. O contato seria feito por
um processo de ressonância, que Sheldrake chamou de ressonância
mórfica. Desse modo, informações contidas em campos mórficos
poderiam ser transmitidas de indivíduos de uma espécie para
indivíduos de outra espécie, sem nenhum contato físico entre eles.
Numa
comparação grosseira, seria como a transmissão de informações
por ondas de rádio ou tv. Elas viajam por vibrações e podem ser
decodificadas por aparelhos em lugares muito distantes do ponto de
emissão. Anos de estudos desses campos e dos processos de
intercâmbio de informação levaram Rupert Sheldrake a conclusão
ainda mais revolucionária: a de que existe uma espécie de memória
na natureza:
'A
idéia é de que existe uma espécie de memória na natureza. Cada
espécie de coisa tem uma memória coletiva. Assim, tome como exemplo
um esquilo vivendo em Nova Iorque. Esse esquilo está sendo
influenciado por todos os esquilos passados. Eu dei o nome de
ressonância mórfica ao processo como essa influência se move ao
longo do tempo, transportando tanto a forma quanto os instintos da
memória coletiva dos esquilos. É uma teoria de memória coletiva na
natureza. Essa memória é expressada pelos campos mórficos, os
campos existentes dentro e em volta de cada organismo. Os processos
da memória devem-se à ressonância mórfica' [Rivista - Biology
Forum, 1992]
Os
campos morfogenéticos, voltando à hipótese de Sheldrake, seriam
padrões invisíveis que constituem a base do crescimento dos
organismos vivos, organizam a atividade dos sistemas nervosos e os
instintos dos animais. Seriam também as conexões invisíveis que
ligam os membros de grupos sociais. Os pássaros de um bando, por
exemplo, fazem uma curva no ar todos ao mesmo tempo. Isso só seria
possível, de acordo com a teoria de Sheldrake, se existisse um campo
mórfico do bando todo: ekles estão no interior de um grande
sistema, são parte de um todo maior. Todos eles seriam unidos e
coordenados pelo campo mórfico do bando. É possível fazer uma
analogia também com o movimento de fiapos de ferro atraídos por um
ímã. QUando movemos o ímã, todos os fiapos de ferro movem-se ao
mesmo tempo porque estão respondendo ao campo do qual fazem parte.
Isso, segundo Sheldrake, é verdadeiro para pássaros, assim como
para membros de grupos sociais, como os humanos.
'Basicamente,
campos mórficos são campos hábitos e eles foram configurados por
hábitos de pensamento, de atividade e de fala. Muito da nossa
cultura é habitual. Quero dizer com isso que muito de nossa vida
pessoal e cultura é habitual. Não inventamos a língua inglesa.
Herdamos a língua inglesa com todos os seus hábitos, seu modo de
construir frases, o uso das palavras, sua estrutura, sua gramática.
Ocasionalmente, pessoas inventam novas palavras, mas, basicamente,
uma vez que nós as tenhamos assimilado, tudo acontece naturalmente.
Não tenho que pensar quando estou falando, procurando pela próxima
palavra. Simplesmente acontece, e o mesmo é verdadeiro em relação
a habilidades físicas, como andar de bicicleta, nadar, esquiar,
todas essas coisas. Eu penso que quanto mais essas coisas acontecem,
mais fácil para as pessoas aprenderem. Nós não sabemos há quanto
tempo existe a língua humana, mas supomos que tenha pelo menos 50
mil anos; portanto existe um campo mórfico tremendamente bem
estabelecido para a linguagem falada. Cada língua em particular tem
seu próprio campo, que geralmente é formado durante séculos."
[idem,ibidem]
Sheldrake
toca também num ponto altamente metafísico: a existência de um
"reservatório" universal hiperfísico e atemporal de
informações, defendida há séculos por filosofias espiritualistas.
Esse reservatório, naquelas filosofias, recebeu o nome de Akasha, ou
registros acásicos, e conteria todo o conhecimento universal,
podendo ser acessado mediante técnicas espirituais muito especiais.
Sheldrake não usa essas expressões, porém, é inevitável que o
conceito seja praticamente o mesmo de um campo mórfico universal,
idéia que ele realmente defende.
Talvez
para evitar vôos fora de sua área de competência, sheldrake faz
questão de limitar a ressonância mórfica aos processoas de
recepção. "A idéia geral da resonância mórfica é
evolucionária", explica, "mas a ressonância mórfica só
fornece as repetições. Ela não fornece a criatividade. Portantio,
a evolução precisa envolver uma interação de criatividade e
repetição".
A
criatividade fornece novas formas, novos padrões, novas idéias e
novas formas artísticas. Porém, não sabemos de onde ela vem.
Criatividade é sempre um mistério, seja onde for que ela se
manifeste, no reino humano, na evolução biológica ou no Cosmo. E
Sheldrake evita enveredar por esse caminho, que poderia fazer com que
suas teorias fossem vistas como forma de neopaganismo.
Ele
admite a existência da criatividade no Universo, mas limita-se a
analizar o que vem depois. Nem todas as boas idéias sobrevivem,
lembra ele. Nem todas as formas de arte se repetem. Nem todo novo
instinto potencial obtem sucesso. E só os que alcansam o sucesso
começam a ser repetidos, tornando-se mais habituais. É ai que
entram os campos mórficos: eles formam sistemas auto organizadores,
coisas que se organizam a si mesmas, como flocos de neve, moléculas,
ecossistemas, animais, plantas, sociedades, bandos de aves.
O
detalhe no entanto é que os campos mórficos carregam informações
(independentes da energia) e sobrevivem eternamente sem nenhuma
perda. Tendo sido criados por padrões de formas físicas, são os
"guias" para a formação posterior de novos sistemas
similares. Um novo sistema em nascimento - como um ser vivo ou um
cristal em formação - usaria o seu campo individual para se
"sintonizar" com o campo de uma forma similar já
existente, e assim organizar seu crescimento.
O
assunto fica ainda mais fascinante quando aplicado aos mistérios da
memória humana. Nosso cérebro, ao contrário do que antigamente se
pensava, é uma espécie de biblioteca que arquiva informações.
Segundo teorias recentes da neurologia, o cérebro humano está todo
tempo recebendo e enviando infomações que são "impressas"
fora da massa encefálica, numa espécie de reservatório
extrafísico, um campo. Quando queremos no slembrar de alguma
experiência, o cérebro sintoniza com esse campo e retira dele as
informações estocadas no passado. Essa teoria é defendida e
explicada em detalhes pelo psiquiatra Stanislav Grof em a mente
holográfica.
Se
essas teorias forem corretas, a memória individual não é tão
privada como podemos pensar, pois os campos mórficos estão
disponíveis para acesso universal e continuam a existir apesar do
que possa ocorrer em sua fonte original. A única coisa que faz
nossos processos mentais parecerem provados é que nós naturalmente
vibramos de modo mais forte com os nossos próprios estados mentais
do passado. Em outras palavras, cada um de nós opera num canal
exclusivo que, geralmente, não é sintonizado por ninguém mais. Só
que essa sintonia seria possível, pois outra pessoa sintonizaria com
nossos pensamentos, o que, na prática, poderia explicar os casos de
telepatia ou leitura de pensamentos, experiências corriqueiras no
campo da parapsicologia. Há casos reconhecidos de invenções ou
obras de arte quase idênticas, desenvolvidas simultaneamente por
pessoas que viviam em países diferentes e jamais mantiveram algum
contato entre si.