EXPERIENCIA FORA DO CORPO

EXPERIENCIA FORA DO CORPO 

Índice
"O que é uma experiência fora do corpo?"
"O que são PES, PK and psi?"
"Quais as teorias que avançaram devido à EFC?"
"O que é uma projeção astral?"
"Projeção astral é uma explicação adequada?"
"O que é animismo?"
"Pode um projetor de EFC ser visto como uma aparição?"
"Como se pode descobrir como é uma EFC?"
"Como é uma projeção astral média?"
"Como é uma EFC média?"
"O quanto comum são as EFCs?"
"Quais são os pre-réquisitos para se induzir uma EFC?"
"Como induzir uma EFC?"
"O que são sonhos lúcidos?"
"Qual é a fisiologia dos sonhos e dos sonhos lúcidos?"
"Qual é a fisiologia das EFCs?"
"O que são experiências quase-morte e são elas um tipo de EFCs?"
"A EFC é um tipo de doença mental?"
"Pessoas com maiores capacidades imaginativas são mais
propensas a ter EFCs?" "
"As EFCs são um tipo de alucinação?"
"Quais são as características de uma visão EFC?"
"Como a EFC pode ser explicada?"
"Onde achar mais informação?"
Referências
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"O que é uma experiência fora do corpo?"
Experiências fora do corpo (EFCs) são aquelas experiências curiosas e
geralmente breves nas quais a consciência da pessoa parece se
despreender do seu corpo, tornando-a capaz de observar o mundo a
partir de um ponto de vista que não seja aquele do corpo físico e por
outros meios que não sejam aqueles do sentido físico. Portanto, uma
experiência fora do corpo pode ser ser incialmente definida como "uma
experiência na qual a pessoa parece perceber o mundo de um local fora
do seu corpo físico [Bla82]. Em alguns casos os
experimentadores declaram que "viram" e "ouviram" coisas(objetos que
realmente estavam lá e fatos e conversas que realmente ocorreram) que
não poderiam ter sido vistas ou ouvidas nas posições atuais dos seus
corpos.
EFCs são surpreendemente comuns; diferentes pesquisas alcançaram
diferentes resultados, mas algumas estimativas indicam que em algum
lugar uma entre dez pessoas e uma dentre vinte é provável terem tido
tal experiência no mínimo uma vez. Além disso, parece que as EFCs
podem ocorrer para qualquer um em qualquer circunstância.
Pesquisadores levantaram a questão do tempo das EFCs, ao perguntarem
às pessoas que alegavam terem tido EFCs, para descrever quando elas
tinham acontecido. Em uma dessas, acima de 85% dos entrevistados
disseram que tinham tido EFCs enquanto estavam descansando, dormindo
ou sonhando [Bla84]. Outras pesquisas também mostram que a maioria das
EFCs ocorrem quando as pessoas estão na cama, doentes ou descansando,
com uma porcentagem menor vinda de pessoas que estavam drogadas ou
tomando algum remédio [Gre68a, Poy75]. Mas elas podem
ocorrer quase que durante qualquer tipo de atividade. Green menciona
um par de casos nos quais motociclistas, dirigindo em alta velocidade,
subitamente se acharam flutuando acima das suas máquinas, olhando para
baixo os seus próprios corpos ainda dirigindo. Não aconteceu
acidentes. Pilotos de aeronaves de longo alcance (talvez afetados pela
ausência de vibrações e da uniformidade de estimulação sensorial) se
acharam igualmente eles próprios aparentemente fora da aeronave
lutando para entrar nela. Pode-se lutar freneticamente sob tais
circunstâncias.
Mais curiosos ainda são os casos recíprocos de EFC e suas aparições: o
objeto do EFC, cônscio que ele está operando em algum tipo de corpo
duplicado, viaja para um lugar distante onde he vê uma pessoa que está
cônscia de ser vista por aquela pessoa; esta pessoa confirma que ele
viu uma aparição de EFC na hora que o experimentador do EFC declarava
estar em sua presença. Assim as duas
experiências corroboram uma com a outra.
Nem todas EFCs ocorrem espontaneamente. Usando várias técnicas,
algumas pessoas têm aparentemente cultivado a faculdade de induzí-las
mais ou menos conforme desejado, e um número delas escreveu relatos
detalhados de sua experiências. Estes relatos nem sempre estiveram de
acordo em todos os aspectos daquelas pessoas que empreenderam EFC
espontâneos. Por exemplo, a grande maioria daqueles que experienciaram
EFCs voluntárias afirmam que eles se acharam ainda no corpo, mas em um
corpo, cuja forma, características externas e locação espacial, são
alteradas facilmente conforme seu desejo, e um número apreciável se
refere a a um "cordão de prata" elástico ligando seus novos corpos aos
seus antigos. Um porcentagem menor daqueles que empreendem EFCs
espontâneas mencionam que estavam no seu corpo, e alguns,
especificamente, afirmam que se acharam foram do corpo. O "cordão de
prata" é muito raramente mencionado. É difícil evitar de se suspeitar
que muitas características das EFCs auto-induzidas sejam determinadas
pelos assuntos lidos e por suas expectativas precedentes.
Aspectos comuns da experiência incluem estar num corpo "fora do
corpo", muito parecido com o do físico, sentindo uma sensação de
energia, sentindo vibrações, e ouvindo altos barulhos estranhos
[GT84]. Algumas vezes uma sensação de paralasia corporal precede a EFC
[Sal82, Irw88, MC29, Fox62]. EFCs, especialmente aquelas espontâneas,
são frequentemente muito vívidas e se parecem com as aqueles
experiências diárias ao se acordar, mais do que com os sonhos, e podem
deixar uma impressão marcante naqueles que as
empreenderam. Tais pessoas podem achar que é difícil acreditar que
elas não deixaram de fato seus corpos, e que elas podem chegar à
conclusão que elas possuem uma alma separada, talvez ligada a um
secundo corpo, o qual sobreviverá num estado de consciência plena,
talvez mesmo de consciência elevada, após a morte. A morte seria como
se fosse uma EFC na qual não se conseguiria voltar para dentro do seu
corpo.
Tais conclusões se apresentam ainda mais fortemente para as mentes
daqueles que empreenderam uma "experiência quase morte" (EQM). Não é
incomum para as pessoas que tiveram à beira da morte e retornaram --
após, digamos, uma parada cardíaca ou ferimentos graves devidos a um
acidente – relatarem uma experiência (comumente de grande vividez e
impressividade)como a de deixar seus corpos, e viajarem
(frequentemente em um corpo duplicado) para a fronteira de um novo e
maravilhoso reino. Os relatórios sugerem que o fato de estarem
cônscios da própria consciência fora do corpo não é enfraquecido, mas
sim aumentado : fatos que ocorreram durante o período de inconsciência
são descritos com detalhes precisos e confirmados por aqueles que
estiveram presentes. O sujeito algumas vezes "ouve" o médico declará-
lo morto quando ele se sente intensamente vivo e livre das dores
físicas e se acha retornando sem vontade para as restrições de um
corpo físico. Se as EFCs mostram a capacidade da auto-consciência de
se ter experiências e percepções fora do corpo físico, as experiências
de quase morte parecem sugerir que esta capacidade ainda se obtém
quando o corpo físico está totalmente insconsciente.
A idéia que todos nós temos um duplo parece brotar naturalmente entre
os praticantes de EFC. Se você parece estar deixando seu corpo físico
e observando coisas do lado de fora, então lhe parece natural assumir
que, pelo menos temporariamente, você tem um duplo. Também lhe parece
óbvio que este duplo poderia ver, ouvir, pensar e se mover. Esta
interpretação não é necessariamente válida. Como Palmer tão
cuidadosamente enfatizou [Pal78a] a experiência de se estar fora do
corpo não equivale ao fato de se estar fora.
De acordo com a psícologa inglesa Susan Blackmore, a definição de EFC
como como uma experiência pode não ser uma definição perfeita, mas uma
das vantagens é que ela não implica em nenhuma interpretação
particular da EFC. As consequências desta definição são importantes.
Primeiro, desde que a EFC é uma experiência, então se alguém diz que
teve uma EFC, temos que acreditar nele. É concebível que no futuro
possamos achar meios de avaliação ou
estabelecer critérios externos para a EFC, mas no momento, podemos
somente aceitar a palavra da pessoa. Uma outra consequência
relacionada é que a EFC não é um tipo de fenômeno físico. Como Palmer
explicou, 'a EFC não é nem potencialmente nem realmente um fenônemo
físico.' Esta visão é uma consequência natural de qualquer definição
experimental. Uma experiência particular pode tomar qualquer forma que
você deseje. Esta experiência poderia ser associada com PES e fatos
paranormais, mas não se deve.
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"O que são PES, PK and psi?"
'Percepção extra-sensorial' (PES) é um termo cunhado pelo Dr. J. B.
Rhine da Universidade de Duke. Ele engloba qualquer exemplo de
qualquer aquisição de conhecimento não deduzido de assuntos reais sem
o uso dos conhecidos órgãos sensoriais. Diz-se comumente que o PES tem
três variedades: 'telepatia,' na qual o conhecimento é de eventos na
mente de outra pessoa, 'clarividência,' no qual o conhecimento é de
objetos físicos ou do estado das coisas; e
'pré-cognição' (telepática ou clarividente), onde o conhecimento se
refere à acontecimentos ainda no futuro. A palavra 'conhecimento' não
é, entretanto, enteiramente apropriada, pois deve haver "interação"
telepática ou clarividente, na qual o estado mental ou as ações da
pessoa possam ser influenciadas por um estado externo de coisas, ainda
que ele não o "saiba" ou o "conheça".
Um outro termo americano é 'psicocinesis' (PK), a influência direta de
fatos fundamentais ou fatos físicos externos ao corpo do agente.
'Psi' (da letra grega) é 'um termo geral para identificar fatores ou
processos externos na natureza que transcendem às leis
aceitas' [Gay74]. É algumas vez usado para incluir PES and PK.
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"Quais as teorias que avançaram devido à EFC?"
A noção do duplo humano tem uma longa história colorida. Platão deu-
nos uma idéia há muito tempo. Ele acreditava que o que vemos nesta
vida é somente uma reflexão turva do que o espírito poderia ver se
estivesse livre do físico. Aprisionado no corpo físico denso, o
espírito é restringido; separado daquele corpo, ele seria capaz de
conversar livremente com o espírito dos que partiram e e ver as coisas
mais claramente. Uma outra idéia que pode ser creditada aos aos gregos
é que temos um segundo corpo. O espírito ou algum corpo sutil seria
capaz de ver melhor sem seu corpo. Aristóteles achava que o espírito
poderia deixar o corpo e que era capaz de se comunicar com espíritos,
enquanto Plotinus sustentava que todas as almas devem ser separáveis
do seus corpos físicos. Esta "dotrina do corpo sutil" passou
rapidamente para a tradição ocidental.
Homer considerava o homem como um combinação incluindo três distintas
entidades, isto é, o corpo (soma), a 'psiquê,' e o “thumos"; este
último é intraduzível mas é sempre inteiramente associado com o
diafragma/região da barriga(frenes), o qual foi considerado como sendo
a moradia da vontade e do sentimento, e
talvez até mesmo do intelecto. Naquela época (800 - 750 AC) o termo
psiquê ainda não significava alma pessoal, mas sim representava o
princípio impessoal da vida, o qual habita no corpo, mas não é
relacionado ao intelecto e às emoções. Um quarto componente, a
'figura' ('eidolon'), poderia ser também incluída na composição do
homem; era este aspecto do self que agia e aparecia nos sonhos, onde
era considerado como uma figura real.
Os antigos seguidores de Dionísio em Trácia restabeleceram sua morte e
e ressurreiçao em uma cerimônia horrível, onde eles dilaceram com seus
dentes um touro vivo e então andaram a esmo na floresta gritando
freneticamente. Os rituais mais tarde eram menos selvagens e
frenéticos; tudo era calculado para induzir a um estágio de loucura ou
mania religiosa. Eles aconteciam à noite e eram acompanhados por
música alta e címbalos, despertando assim o coro de adoradores que
logo se juntavam com seus gritos. A dança era tão violenta que não
sobrava nenhuma respiração para cantar e, eventualmente, os adoradores
induziam através dos excessos a um
tal estado de exaltação e êxtase que parecia a eles que os limites
comuns da vida tinham sido transcendidos, que eles eram "possuídos",
que suas almas tinham temporariamente deixado seus corpos. A alma
estava num estado de entusiasmo (dentro de deus) e de êxtase (fora do
corpo), liberada dos confinamentos do corpo que ela usufruia da
comunhão com deus.
Talvez a idéia mais difundida relacionada a outros corpos é que na
morte deixamos nosso corpo físico e tomamos alguma forma mais sutil ou
superior. Esta noção tem raízes não somente no pensamento grego e
muito mais na filosofia posterior, mas também em muitos ensinamentos
religiosos. Algumas religiões ocidentais incluem dotrinas específicas
sobre as formas e habilidades de outros corpos e a natureza de outros
mundos; e no Cristinianismo há referência a um corpo espiritual.
Algumas obras religiosas pode ser vistas como uma preparação da alma
para a sua transição para a morte.
O Livro Tibeteano da Morte, ou Bardo Thodol (significando Liberação
para Ouvir no Plano Após Morte) foi primeiramente passado para a
escrita no século oitavo do nosso calendário, embora o editor, Dr W.
Y. Evans-Wentz, não tenha dúvidas que ele representa "o registro da
crença de inumeráveis gerações no estado de existência após morte".
Acredita-se que seus ensinamentos foram inicialmente passados
oralmente, sendo então finalmente compilados e registrados por
inúmeros autores. O livro é usado como um ritual funerário e é lido
como um guia para os falecidos recentemente. Contém uma descrição
detalhada do momento da morte, os estágios da mente
experienciados pelo falecido nas várias fases da existência pós morte
e o caminho para a liberação ou renascimento, conforme seja o caso.
O corpo Bardo, também referido como desejo - ou corpo da tendência
é formado de matéria em um estado invisível e como se fôsse etérico e,
nesta tradição, acreditava-se ser uma duplicata exata do corpo humano,
do qual ele é seprado no processo da morte. Retidos no corpo Bardo
estão o princípio da consciência e o sistema nervoso físico (a contra-
parte, para o corpo Bardo, do sistema nervoso físico do corpor humano)
[Eva60]. Devido a sua natureza, o corpo Bardo é capaz de ultrapassar a
matéria, que é somente sólida e impenetrável para os sentidos, mas não
para os instrumentos da física moderna; e o fato que o self consciente
não está
encaixado na matería permite que ele viaje instantaneamente para onde
desejar. Os vôos da imaginação se tornam concretamente reais, o desejo
se torna verdeiro.
Na introdução do Livro Egípcio dos Mortos -- chamado na linguagem
daquele povo de 'Pert Em Hru' ('Emergido no Dia') -- Wallis Budge
ressalta que seus capítulos "são um espelho no qual está refletida a
maioria das crenças de várias raças que construiram a história dos
egípcios". Como todos os comentaristas se apressaram a indicar, o
Livro dos Mortos não é uma unidade, mas uma coleção de capítulos de
extensão variável e datados de diferente épocas. Uma seleção deles
seria feita para o falecido e seria copiada nas paredes do túmulo ou
inscrita nos lados do sarcófago; ou poderia até ser escrita nos rolos
de papiros, os quais eram postos junto às roupas do corpo. Os trechos
tinham a intenção de beneficiar o falecido numa variedade de modos.
No Livro Egípcio do Mortos o corpo físico perecível, preservado pela
mumificação, é chamado de khat. A seguir vem o ka, que é geramente
traduzido como "duplo" e é definido por Wallis Budge como "uma
individualidade ou personalidade abstrata, a qual possuia a forma e os
atributos do homem a quem ele pertencia e, embora, seu lugar de
moradia fosse num túmulo com o corpo, ele poderia vaguear conforme seu
desejo; era independente do homem e poderia habitar em qualquer
estátua dele."
O ba, ou coração-alma, é descrito como um pássaro e é frequentemente
traduzido como "alma." É algumas vezes concebido como um princípio
vitalizador dentro do corpo, em outros lugares é sugerido que somente
se torna um ba após a morte, quando ou habita com o ka na tumba ou com
Ra ou Osíris nos céus. O ba é frequentemente referido com relação à
alma espiritual (khu), a qual foi considerada como imperecível e
existente no corpo espiritual (sahu). O sahu foi originalmente
considerado como sendo um corpo mais material e pode ter formado uma
parte de um antigo e literal ponto de vista da ressureição, pelo qual
o sahu, ba, ka, khaibit (sombra) e ikhu (força vital) vieram todos
juntos novamente após 3.000 anos e o homem foi reanimado. Gradualmente
o sahu veio a ser considerado como mais espiritual na sua composição e
a idéia
de ressureição física perdeu sua importância. Acreditava-se que este
sahu fora germinado de um corpo físico, desde que não fosse corrupto e
que as cerimônias adequadas tivessem sido feitas pelos sacerdotes.
Os egípcios concordam com os Primitivos e os Tibetanos ao assegurar
uma forma de existência contínua após a morte física. Suas noções são
menos consistentes e sutis psicologicamente do que as do Tibetanos,
mas muito mais complexas e desenvolvidas simbolicamente do que aquelas
dos Primitivos, as quais aparecem somente nos estágios anteriores da
sua civilização. Suas carecterísticas exclusivas se centralizam em
torno do medo devastador da corrupção física e pela correspondente
aspiração ao crescimento do indestrutível sahu no qual o khu existirá
"por milhões e milhões de anos."
Uma das idéias diretamente relevantes se deriva dos ensinamentos da
Teosofia. Dentro de um esquema que envolve vários planos e vários
corpos, a EFC é interpretada como uma projeção do "corpo astral" do
corpo físico. As idéias teosóficas influenciaram o pensamento e a
terminologia de muitos pesquisadores de EFC, já que muitas pessoas ao
relatarem as EFCs, acharam termos como "projeção astral", que derivam
da Teosofia, como sendo úteis para se descrever suas experiências.
Outros pesquisadores, entretanto, acharam que tal terminologia e
modelo tinham sido inventados para descrever aquilo que não seria
necessariamente preconceituoso em favor de uma certa interpretação
"esotérica" às atuais experiências.
A idéia que temos um duplo também aparece na mitologia popular.
Frequentemente esses duplos tem pistas sinistras ou são associados ao
lado mais escuro da psiquê, mas, geralmente, são tidos como um tanto
inofensivos. Este fenômeno parece se relacionar a EFC no sentido que
ele involve um duplo, mas a semelhança termina aí.
Dean Sheils [She78] comparou as crenças de mais de 60 diferentes
culturas ao se referir a arquivos especiais guardados pela pesquisa
antropológica. Das 54 culturas para as quais alguma informação foi
relatada, 25 (ou 46%) afirmavam que a maioria ou todas as pessoas
poderiam viajar fora do corpo sob certas circunstâncias. Umas outras
23 (ou 43%) afirmavam que poucas eram capazes de fazê-lo e somente
três culturas expressaram a não crença em qualquer coisa dessa
natureza. Em umas outras 3 culturas a possibilidade de EFCs foi
admitida, mas a proporção das pessoas que poderiam experienciá-
las não foi dada. Através desta evidência, podemos concluir que alguma
forma de crença em experiências fora do corpo é muito comum em várias
culturas.
Aparentemente, tantas culturas interpretam sonhos como EFCs e tantas
outras como não sendo. A noção é que pode se induzir uma EFC
deliberadamente não é inteiramente ausente das culturas incluídas por
Sheils, embora esteja comumente restrita a certos tipos de pessoas.
Frequentemente somente xamãs podem alcançar EFCs, algumas vezes por
usar drogas ou métodos especiais para induzir o transe. Dessas
culturas descritas por Sheils, há várias nas quais há uma crença comum
que a alma poderia viajar para lugares terrestres, enquanto que em
outras a crença geral era que a alma poderia somente se mover no mundo
dos mortos ou espíritos, e em outras,
ambos os tipos de viagem da alma eram aceitas.
Há estórias de bilocação nas quais o corpo físico existe e age em dois
lugares ao mesmo tempo, mas efeitos físicos em EFC são raros. Também
relacionados às EFCs são os fenômenos de viagens por clarividência,
projeções PES e visão remota. "Viagem por clarividência" foi usada
para descrever uma forma de clarividência na qual o médium ou
sensitivo parecia observar uma lugar distante, portanto incluia as
EFCs, e as experiências nas quais o clarividente "vê" o cenário
distante, mas sem qualquer experiência de deixar o corpo. Tanto nas
viagens por "clarividência" como na 'PES', a ocorrência desta última é
pressuposta, mas a experiência de deixar o corpo não é. A visão remota
é um termo recente e de melhor definição. Tipicamente um sujeito
descreve ou desenha suas impressões enquanto um "experimentador
externo" visita a esmo os
lugares remotos. Mais tarde as descrições e os lugares são comparados.
A visão remota tem sido frequentemente comparada à EFCs, e alguma
vezes os sujeitos que podem ter EFCs são usados em experimentos de
visão remota.
Muitas pessoas argumentam que a própria EFC é um tipo de sonho e não
envolve nenhum duplo a não ser o imaginário. Entretanto, um sonho
comum não tem essas características importantes do experimentador
aparentemente deixar o corpo e estar cônscio para perceber as coisas à
medida que elas ocorrem. Neste sentido as EFCs são melhor comparadas
com os sonhos lúcidos, que são sonhos nos quais a pessoa que está
sonhando compreende naquela ocasião que ele ou ela está sonhando. Em
tais experiências, a pessoa que sonha pode se tornar perfeitamente
cônsciente no sonho, o que faz a experiência muito parecida com uma
EFC.
A experiência de se ver seu próprio duplo foi chamada de 'autoscopia'
ou 'alucinações autoscópicas.' Aqui novamente o duplo não é o 'real'
ou a pessoa consciente. Parece um outro self, mas o self original
ainda parece o mais real. Na EFC é o "outro" que parece mais vivo.
Tem sido argumentado que a EFC é uma alucinação e que qualquer outro
corpo ou duplo é igualmente alucinatório. Há de fato muitas
semelhanças entre alguns tipos de alucinações e EFCs.
Entre outras experiências difíceis de se distinguir das EFCs estão as
religiosas e trancedentais. As pessoas podem sentir que cresceram
muito ou pouco, se tornando unas com o Universo ou com Deus. Tudo é
visto sob uma nova perspectiva e pode parecer 'real' no primeiro
instante. É difícil de traçar uma linha entre uma experiência
religiosa e uma EFC e qualquer linha que se faça pode parecer
artificial ou arbitrária.
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"O que é uma projeção astral?"
Superficialmente, a idéia de se ter um duplo pode explicar a EFC.
Entretanto, assim que a idéia é seguida, os problemas se tornam óbvios
e o sistema se torna mais complicado para lidar com eles. Um dos mais
complexos e certamente mais influenciável problema desse sistema é a
teoria da projeção astral baseada nos ensinamentos da teosofia. Em
1875 Madame Blavatsky fundou a Sociedade Teosófica em Nova York para
estudar as religiões e a ciência orientais. Dos seus ensinamentos,
trazidos de volta das suas viagens à Índia e outros
lugares, o homem não é somente o produto do seu corpo físico, mas sim,
imaginado como uma criatura complexa que consiste de muitos corpos,
cada um mais fino e mais sutil do que o outro embaixo dele. Estes
corpos deveriam ser imaginados como uma vestimenta externa que poderia
ser tirada para revelar o verdadeiro homem por dentro.
Embora hajam variações nos detalhes, é comumente afirmado que há sete
grandes planos e sete corpos ou veículos correspondentes. O mais denso
de todos é o corpo físico, da carne, com o qual todos nós estamos
acostumados. Supõe-se existir um outro corpo também descrito como
físico, conhecido com "duplo etérico" ou "veículo de vitalidade". O
duplo etérico é a manifestação da vitalidade física. É constante e não
muda através dos ciclos de vida e morte, mas não é eterno, já que é
eventualmente re-absorvido nos elementos dos quais ele é composto.
Este "duplo" age como um tipo de transmissor de energia, mantendo o
corpo físico inferior em contato com os corpos superiores. A
substância etérica é vista como uma extensão da física.
O próximo na escala é considerado como sendo o "mundo astral" e é
associado ao seu "corpo astral" ou "veículo de consciência". Acredita-
se que estas entidades são mais finas que as suas contra-partes e
correspondentemente mais difíceis de se ver. Considera-se o corpo
astral como sendo uma "réplica do corpo físico (o corpo denso), mas de
uma substância mais sutil e tênue, penetrando cada nervo, fibra e
célula do organismo físico, e em um constante estado de
supersensitividade de vibração e pulsação" [Gay74].
O mundo astral consiste de matéria astral e todos os objetos físicos
tem uma réplica nele. Há portanto uma completa cópia física de tudo no
mundo astral, mas em compensação há coisas no astral que não tem a sua
contra-parte no mundo físico. Há formas-pensamento criadas pelo
pensamento humano, pelos elementais e pela camada mais baixa de
mortos, que não evoluiram desde que deixaram o mundo físico. Todas
estas entidades e muitas outras são usadas em rituais mágicos, e
formas-pensamentos podem ser especialmente criadas para desempenhar
tarefas como cura, levar mensagens ou obter informações.
No esquema acima descrito, aqueles que tiveram a capacidade de
acreditar, são capazes de ver a natureza dos pensamentos de uma
pessoa, através da mudança das cores e das formas do corpo astral. Ao
redor do corpo físico podem ser vistas as cores brilhantes e
reluzentes do corpo astral, compondo a aura astral. A aura é
multicolorida e brilhante, ou apagada, de acordo com o caráter ou
qualidade da pessoa e, portanto para "aquele que vê", a aura de uma
pessoa é um índice das suas tendências escondidas" [Gay74].
Todas essas concepções são de especial relevância devido ao fato que
se supõe que o corpo astral seja capaz de se separar do físico e
viajar sem ele. Já que o astral é o veículo da consciência, é este
corpo que está consciente, não o físico. Diz-se que no sono o corpo
astral é que está consciente, não o físico. Em uma pessoa não
evoluída, pouca memória é retida, e o corpo astral é vago e suas
viagens são limitadas e sem direção, mas numa pessoal treinada o
astral pode ser controlado, pode viajar para grandes distâncias no
sono e pode até mesmo se projetar do físico de acordo com sua vontade.
É isto que é chamado de projeção astral.
Na projeção astral a consciência pode viajar quease que sem limitação,
mas ela o faz somente no mundo astral. Portanto não vê objetos
físicos, mas as suas contra-partes astrais e, além disso, os seres que
vivem no reino astral. O mundo astral tem sido conhecido como o "mundo
da ilusão" ou o mundo dos pensamentos. O viajante descuidadoso pode
ser tornar confuso com o poder da sua própria imaginação. Neste
estado, alguém pode aparecer, como
uma aparição para qualquer um que tenha "visão astral". Na realidade
alguém pode aparecer para um outro também, mas para assim fazê-lo é
necessário um certo envolvimento de matéria inferior, por exemplo, da
etérica, como num ectoplasma. Ectoplasma é considerado como sendo a
materialização do corpo astral e é descrito como uma "material que é
invisível e impalpável no seu estágio primário, mas assume o estado de
vapor, líquido ou sólido, de acordo com seu estágio de
condensação." [Gay74].
Um aspecto da viagem astral que se tornou importante nos escritos
posteriores, embora apareça pouco na teosofia antiga, é o cordão de
prata. Considera-se que na vida o corpo astral é ligado ao seu corpo
físico por um cordão infinitamente elástico mas forte, de um cor cinza
fluída e delicada. Tradicionalmente o cordão deve permanecer ligado ou
a morte irá se suceder. Quando alguém se aproxima da morte, o astral
vai se desprendendo gradualmente, eleva-se acima do físico e então o
cordão rompe para permitir que os corpos superiores partam. A morte é
então vista como uma forma de projeção astral permanente.
Além do astral, a Teosofia distingue mais cinco níveis. Estes incluem
o mental ou mundo dévico, búdico, nirvânico, e dois outros muito além
do nosso entendimento, que raramente são descritos. A missão de toda
pessoa é evoluir através de todos esses níveis.
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"Projeção estral é uma explicação adequada?"
Muitos investigadores estão convictos da realidade da projeção astral.
Entre os mais conhecidos estão Muldoon e Carrington, e Crookall.
Sylvan Muldoon afirmava ser capaz de se projetar conforme sua vontade
e descreveu suas experiências na Projeção do Campo Astral [MC29],
escrito em colaboração com o pesquisador físico Hereward Carrington.
Os dois juntos reuniram casos de EFCs espontâneas, as quais eles
juntaram como prova para a realidade da projeção astral. Muitos anos
mais tarde, Robert Crookall [Cro61-78], numa forma mais sistemática,
fez a mesma coisa. Muitas das
pessoas que relataram Ecs acharam a noção de projeção astral muito
útil, e descreveram suas experiências nesses termos.
Há vários problemas problemas sérios com a teoria da projeção astral,
conforme apontado por Susan Blackmore [Bla82]. O primeiro é que muitas
EFCs simplesmente não se encaixam no sistema de projeção astral. Celia
Green [Gre68a] reuniu muitos casos nos quais a pessoa não descreve
nenhum corpo astral, na realidade, nenhum outro corpo afinal. Também
muitas poucas pessoas realmente relatam qualquer cordão, deixando
assim de fora o tradicional cordão de prata.
Naturalmente, este tipo de experiência pode se encaixar, dizendo-se
que a visão astral do experimentador estava nublada, ou que o corpo
astral ou o cordão era muito fino para ser visto, mas estes métodos de
tentativas para responder à experiência começam a enfranquecer a
teoria. Blackmore critica a complexidade da teoria de projeção astral
quando ela tenta responder por novos fatos. Isto nos remete ao segundo
problema, sua "elasticidade". Na sua opinião a teoria é tão complicada
e flexível que quase tudo pode ser esticado para encaixar nela e isto
torna difícil traçar predições definidas dela. Se você não vê as
característica que deveria, sua visão astral não é clara o suficiente,
ou a memória não passou para os níveis superiores. Se você falha ao se
tornar visível para alguém mais, então não estava envolvida matéria
etérica suficiente, e assim por diante. Deste modo a "teoria" está em
perigo de explicar tudo e nada. Além disso, qualquer teoria que não é
testável, é inútil em termos científicos.
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"O que é animismo?"
Uma escola do pensamento cresceu dentro da parapsicologia, e cerca
seus limites, levando muito a sério a idéia da morte ser uma EFC na
qual não se consegue voltar para o próprio corpo. Gauld [Gau82] se
refere à esta escola do pensamento como "animística" (anima = alma),
sendo "animismo” o ponto de vista que toda mente humana, quer antes do
seu estado de morte, quer depois, "é essencialmente e inseparávelmente
uma ligação com algum tipo de veículo prolongado quase físico, que não
é normalmente percebido pelos sentidos dos seres humanos na presente
vida" [Bro62]. Como argumento, o qual comumente se ouve dos membros da
escola animistica, corre o seguinte: EFCs e experiências quase morte
são, até onde podemos dizer, universais. Elas tem sido relatadas de
muitas partes diferentes do mundo e em eras históricas. As
experiências das pessoas envolvidas devem portando refletir
características genuínas da constituição humana, pois não podemos
possivelmente supor que derivem de uma corrente de tradição religiosa
ou crença folclórica -- as sociedades das quais elas foram relatadas
são largamente separadas no espaço e no tempo para que a idéia comum
seja uma possibilidade séria.
O tiro mais poderoso na armadura dos animistas permanece ainda para
ser mencionado. Há alguns casos -- de jeito nenhum negligenciáveis --
no qual uma pessoa que está empreendendo uma EFC e se acha em ou "se
projeta" para um determinado lugar distante do seu corpo físico, ter
sido vista naquele mesmo lugar por algumas pessoas lá presentes. Tais
casos são geralmente conhecidos como casos "recíprocos". Assim o
animista, começando do seu estudo de EFCs e EQMs, afirma ter
evidências diretas que, após a morte permanecemos os indivíduos
conscientes que sempre fomos, e que o "veículo" das
nossas memórias sobreviventes e outros tendências psicológicas, é
corpo hospedeiro, cujas propriedades (talvez outras que não sejam as
maleáveis pelo pensamento) são, ele admitiria, largamente
desconhecidas.
Além de aceitar EFCs e EQMs como evidência da sobrevivência, o
animista poderia bem se sentir capaz de oferecer o seguinte argumento
como prova referente a mais uma classe do fenômeno como evidência para
sobrevivência da consciência depois da morte física. Há na literatura
de aparições um pequeno e substancial número de casos de aparições de
pessoas falecidas, algumas das quais foram vistas por testemunhas que
não as conheciam em vida. Uma investigação estatística extensiva feita
pelo falecido professor
Hornell Hart [Har56] sugere fortemente que as aparições de mortos e de
fantasmas de "projetores" vivos em casos recíprocos são, como classes,
indistiguíveis um do outro, no que pode ser chamado suas
"características externas" -- tais como a figura era sólida, vestida
em roupas comuns, vista por mais de uma pessoa, se falou, se
enquadrava a sua vizinhança física, etc. Agora sabemos que em casos
recíprocos o fantasma do projetor é em certo sentido um centro ou um
veículo da consciência, isto é a consciência do projetor. Já que as
aparições do morto e dos projetores vivos pertence de modo claro à
mesma classe de objetos ou fatos, podemos
adequadamente inferir que, então, as aparições dos projetores vivos
são veículos para a consciência da pessoa em questão. Isto deve ser
verdadeiro também com relação às aparições dos mortos. Daí então a
consciência das pessoas falecidas sobrevive e pode ter, ou fazer uso,
de um tipo de corpo.
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"Pode um projetor de EFC ser visto como uma aparição?"
O estudo das aparições forma um parte importante da pesquisa física
antiga e muitos tipos diferentes foram registrados, mas aqueles que
antes de tudo nos interessam aqui são aqueles no qual a pessoa tendo
uma EFC aparece simultaneamente para alguém mais como uma aparição. Há
muitos casos desse tipo na literatura antiga, e podem ser mencionados
novamente e novamente, que um número relativamente pequeno deles
realmente forma o suporte principal da evidência de anedotas em
aparições EFCs. Crookall [Cro61] e Smith [Smi65] entregaram alguns
casos recentes, mas eles também se
concentraram nos velhos. Green [Gre68a] discute as semelhanças entre
as aparições em geral e o corpo assomático percebido pelos projetores
de EFCs, mas ela não fornece nenhum exemplo da sua própria coleção de
casos, nos quais uma pessoa viu o duplo exteriorizado. Contrastando
com isso, cerca de 105 dos projetores de EFCs de Palmer afirmaram
terem sido vistos como uma aparição [Pal79b]e Osis afirma que da sua
pesquisa projetores de EFCs
"frequentemente" disseram que foram notados por outros e em 16 casos
(6% do total) ele não aumentou sua observação. Obviamente seria muito
útil se muito mais evidências desse tipo pudessem ser reunidas e casos
recentes checados inteiramente.
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"Como se pode descobrir como é uma EFC?"
Um dos mais fáceis modos de se descobrir como é uma EFC é colecionar
um número grande de relatos de casos e compará-los. Desta maneira
qualquer características em comum podem ser destrinchadas e as
variações anotadas. Muito pode se aprender sobre as condições sob as
quais ocorreram as experiências, quanto tempo elas duraram e como eram
elas. Relatos feitos por pessoas que tiveream EFCs caem, falando a
grosso modo, em duas categorias. Há muitas pessoas comuns a quem as
EFCs ocorrem somente uma vez, ou poucas vezes; e há um pequeno número
de pessoas que afirmam serem capazes de se projetar conforme sua
vontade.
As limitações deste método são que há muitas perguntas importantes que
não podem ser respondidas pelos casos coletados. Já que as pessoas
relatam voluntariamente suas experiências, a amostragem termina
necessariamente com um preconceito. Muitos relatos são feitos muitos
anos ou mesmo décadas após o evento e, então, é impossível de se
determinar o quanto da estória foi alterado pela memória com o
decorrer do tempo. Por essas razões não é possível determinar, por
exemplo, o quanto comum são realmente essas
experiências. Segundo, muitos projetores de EFCs afirmam que são
capazes de ver cômodos onde eles nunca estiveram, descrevem
detalhadamente pessoas a quem eles nunca encontraram, ou movem
físicamente objetos durante suas experiências. Tais relatos são de
grande interesse para a parapsicologia, mas não podem ser testados
pelos casos colecionados.
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"Como é uma projeção astral média?"
Relatos de EFCs foram colecionados desde o início da pesquisa física.
A primeira coleção de casos de aparições espontâneas, telepatia e
clarividência foi publicada em 1886 como 'Phantasms of the
Living' [GMF86]. Frederic Myers também colecionou casos similares para
o seu 'Human Personality and its Survival of Bodily Death' [Mye03].
A primeira maior coleção foi feita por Muldoon e Carrington e
publicada em 1951 [MC51]. Quase cem relatos foram catalogados de
acordo com, se eles eram produzidos por drogas ou anestésicos,
ocorridos na hora do acidente, morte ou doença, ou se eles começaram
por desejo reprimido. Finalmente eles forneceram casos nos quais os
espíritos pareciam estar envolvidos. Ao catalogar os casos deste modo,
Muldoon e Carrington foram capazes de comparar e interpretá-los à luz
das teorias da projeção astral, mas eles não foram além de uma análise
simples. Estes pesquisadores indicaram que temos um duplo, e que ele é
capaz de ver à distância ou até mesmo de sobreviver sem o corpo
físico.
A coleção maior de relatos de projeção astral foi reunida por Robert
Crookall. Nos seus muitos livros [Cro61, 64a] ele apresentou centenas
de casos que mostram tipos de consistências iguais as que Muldoon e
Carrington acharam. Ele também dividiu os casos de acordo com a
maneira com que eles foram produzidos. Primeiramente, havia os
"naturais", que incluiam aquelas pessoas que quase morreram, ou
estavam doentes ou exaustas, assim como aquelas que estavam muito bem.
Contrastado com estes estavam os
casos "forçados", que foram induzidos por anestésicos, sufocação ou
queda, ou deliberadamente pela hipnose.
Características típicas dos relatos de Crookall foram a misteriosa luz
iluminando a escuridão, o duplo branco, a habilidade de se viajar
conforme a vontade e a incompetência de se afetar objetos materiais.
Crookall citou elementos típicos da projeção natural, tais como o
cordão ligando os dois corpos, sentimentos de paz e felicidade e a
clareza da mente e o “real” de tudo visto. Por contraste com o que
Crookall chama de EFC “forçada”, pelo qual ele
quer dizer aquele que entra deliberadamente pela experiência, ele
argumenta que a pessoa não se acha tipicamente naquelas vizinhanças
felizes e brilhantes, mas em um sonho ou condições recordativas das
concepções populares de “Hades”.
Dois aspectos podem ser exteriorizados na projeção: nas EFCS naturais
o corpo da alma ou o corpo astral é expelido livre do veículo de
vitalidade e a visão do experimentador é clara, mas quando a EFC é o
resultado de um esforço consciente, um pouco do veículo inferior é
projetado ao mesmo tempo e tolda a visão. Os mesmos princípios se
aplicam à morte : mortes naturais de acordo com os relatos de EQM
levam frequentemente à uma experiência de condições paradisíacas, mas
a vítima de uma morte “forçada” acha-se provavelmente em Hades e com a
visão e consciência turvadas.
A implicação do argumento de Crookall é que há no corpo astral um
veículo de vitalidade e um cordão de prata, e que sobrevivemos à morte
para viver num plano superior. Ele acreditava que até aqui, tais
coisas poderia ser provadas, já que os muitos casos que ele tinha
reunido provavam a existência de outros corpos fora.
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"Como é uma EFC média?"
As coleções de casos anteriores foram feitas por pesquisadors que
acreditavam implicitamente na interpretação de uma projeção astral
na EFC. Uma coleção de casos analisada adequadamente pode nos fornecer
uma fonte rica de informações sobre como é uma EFC. As coleçãos aqui
usadas incluem aquelas feitas por Hart, Green, Poynton e Blackmore e a
análise foi feita por Blackmore [Bla82].
Hornell Hart, um professor de sociologia na Universidade de Duke,
Carolina do Norte, reuniu casos por ele chamados de “projeção ‘PES’
[Har54]. Ele exigiu que a pessoa não só tivesse uma EFC, mas que
também conseguisse informação verídica sobre o lugar da EFC. Isto
excluia muitas Ecs nas quais a informação adquirida era errada ou não
pudesse ser checada. Ele também classificou os casos. O melhor caso
possível ganharia a classificação de 1.0, mas na realidade a mais alta
foi .90. Nenhuma classificação maior foi ganha porque os casos mostram
uma curiosa mistura de visão correta e incorreta, o que parece ser
comum numa EFC.
Através dessa pesquisa, uma hipótese é vital, a de que a projeção PES
é uma fenômeno único, o qual deve ter uma ou todas as características
de Hart. Rogo [Rog78b] e Tart [Tar74a] sugeriram que vários tipos
diferentes de pesquisa podem ser agrupadas sob o rótulo de “EFC.”
Poderia ser que projeção astral, clarividência para viajar e aparições
fossem um tanto diferentes e necessitassem de
interpretaçoes diferentes ou diferenciações poderiam ser importantes.
A razão que Hart deu sob o porquê de casos não evidenciais deve ser
excluída, pois está longe de ser satisfatória;
se não há evidência de PES, elas não contam para a análise. Hart
estava rejeitando a maioria dos casos, baseando-se num critério
instável. Talvez a coleção de casos mais completos e, certamente mais
conhecidos, tenha sido a efetuada por Celia Green, do Instituto de
Pesquisa Psicofísica[Gre68a]. Sua definição de EFC era uma
experiência, assim definida, '... uma no qual os objetos da percepção
são aparentemente organizados de tal modo que o observador se veja a
si mesmo observando-as de um ponto de vista que não é coincidente com
o corpo físico.” J. C. Poynton [Poy75], como Green, anunciou na
imprensa, e um questionário particular foi circulado, e os resultados
inteiros de Poynton, embora menos detalhistas, são similares aos de
Green. Susan Blackmore [Bla82] analisou os casos colecionados pelo SPR
e por ela mesma.
Tabela: Alguns Resultados das Coleções de Casos [Bla82]
Green Poynton casos SPR Blackmore
Proporção de casos “únicos” 61% 56% 69% 47%
Algumas características dos casos 'únicos':
Viu seu próprio corpo 81% 80% 72% 1%
Tinha um segundo corpo 20% 75% -- 57%
Sensação definida de 'maioria' 25% 36% --
separação nenhum
Tinha cordão de prata 4% 9% 8% --
Aparentemente a maioria das pessoas teve uma única EFC, mas
frequentemente a frequência dos objetos invocavam que muitas Ecs são
altamente suficientes para se concluir, que se uma pessoa tivesse tido
uma EFC, seria provável que ele ou ela teriam outra.
Também algumas pessoas aprendem a controlar suas EFCs até um certo
ponto, ainda que elas nunca tenham aprendido a induzí-las com
confiança conforme sua vontade.
EFCs estão ocorrendo em situações variadas. Green descobriu que 12% de
casos únicos ocorreram durante o sono, 32% quando inconscientes,
e 25% foram associados com algum tipo de estresse psicológico, tais
como medo, preocupação ou sobrecarga de trabalho. Alguns casos mostram
que é possível se ter uma EFC enquanto o corpo continua em
atividade complexa e coordenada. Entretanto, as EFCs são muito mais
comuns quando o corpo físico está relaxado e inativo.
A maioria dos casos de Green ocorreu quando as pessoas estavam
deitadas na hora (75%). Mais alguns 18% estavam sentados e o resto
estava andando, de pé ou estavam “indeterminados”. Na realidade parece
que o relaxamento muscular foi uma parte essencial para a experiência
de muitas pessoas. Apenas uns poucos acharam que seus corpos estavam
paralizados. Uma sensação de paralizia foi considerada como sendo só
raramente um prenúncio de uma EFC.
Uma diferença é achada entre os casos “únicos” e os múltiplos. Os
últimos tendem a ter tido experiência na infância e aprendido a repetí-
los. Os casos únicos tendem a ocorrer na maioria entre as
as idade de 15 e 35. Poynton descobriu que muito mais casos vem do
sexo feminino, mas entre os casos de SPR, há mais do sexo masculino do
que do feminino. Este tipo de diferença é provavelmente devido às
diferenças de amostragem.
Sensações de flutuar e voar são certamente comuns. Poynton também
descobriu que a maioria dos projetistas de Ecs viram ou sentiram seu
corpo físico. Por outro lado, a catalepsia raramente ocorria. Alguns
sujeitos mencionam barulhos ou apagamento momentâneo, mas esta não
parece ser a regra. A maioria simplesmente “se achou” no estado
ecsomático. Quanto ao retorno, para a maioria foi tão rápido quanto à
partida. Uma descoberta interessante de Green foi que a maioria dos
sujeitos que tinham tido muitas Ecs passaram por processos complexos
na separação e no retorno.
Green separou seus casos em aqueles que ela chamou 'parassomático,'
envolvendo um outro corpo, e aqueles denominou de “assomático”, nos
quais não havia nenhum outro corpo. A sua descoberta surpreendente
foi que 80% de casos eram assomáticos – eles não tinham outro corpo.
Ela perguntou aos sujeitos se eles tinham sentido a conexão entre eles
mesmos e seus corpos físicos. Abaixo de um terço disseram que tinham,
e somente 3,5% relataram uma visível ou importante conexão, tal como
com o cordão. Os resultados de Poynton contam uma estória similar.
Parece haver pouca evidência dos casos colecionados para apoiar os
detalhes comuns de projeção astral.
Green descobriu que o realismo foi preservado no percentual inteiro.
Sujeitos viram seus próprio corpos e os lugares para onde
viajaram tão realisticamente como sólidos. Ainda que o cenário apareça
ser perfeitamente normal, pode haver diferenças sutis. Alguns dos
sujeitos disseram que tudo parecia e era sentido de maneira exagerada.
A experiência está tipicamente em somente uma ou duas modalidades :
visão e audição. Green descobriu que 93% dos casos únicos incluam
visão, e um terço também audição, mas os outros sentidos foram
raramente notados. Uma outra característica importante do mundo da EFC
é sua luz. De uma maneira um tanto misteriosa, os arredores se
tornaram iluminados, sem nenhuma fonte óbvia de luz visível, ou mais
ainda, os sujeitos pareciam brilhar com a sua própria luz.
Talvez a questão mais importante sobre EFC seja se as pessoas podem
ver coisas sobre as quais elas nada sabem – em outras palavras, se
eles podem usar PES no decurso de uma EFC. Entre os sujeitos de Green,
alguns se sentiram como se pudem ver alguma coisa, mas faltou-lhes a
motivação para testar tal habilidade. Uma outra questão relacionada é
se os sujeitos numa EFC podem afetar objetos ou tem o poder da
psicocinésia. No todo a evidência é contra esta possibilidade.
A última característica que Celia Green descobriu ser comum nas EFCS é
que uma EFC espontânea pode ter um profundo efeito na pessoa
que a experienciou. Algumas EFCs poder ser bastante aterrorantes,
algumas estimulantes e, em algumas vezes, dão uma sensação de
aventura. De maneira interessante, Green descobriu que o medo foi mais
comum na última experiência, não na inicial. Emoções agradáveis são
também comuns.
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"O quanto comum são as EFCs?"
Duas pesquisas usaram amostragens adequadamente equilibradas retiradas
de populações específicas. A primeira foi conduzida por por Palmer e
Dennis [PD75, Pal79b]. Eles escolheram os habitantes
de Charlottesville, Virginia, uma cidade de 35.000 pessoas, e
selecionaram 1.000 deles como exemplo. A pergunta sobre EFC foi
expressada como se segue: 'Alguma vez você teve uma experiência na
qual sentiu que “você” estava situado “fora de” ou “longe do” seu
corpo físico; isto é, uma sensação que a sua consciência, mente ou
centro da consciência estava em lugar diferente do seu corpo físico?
(Em caso de dúvida, favor responder ‘não”.)' A esta pergunta 25% dos
estudantes e 14% dos habitantes responderam 'sim.'
Dados adicionais desta pesquisa revelam que nenhuma relação entre a
idade e as Ecs relatadas foi encontrada. Palmer descobriu uma relação
posivitavamente significante entre o uso de drogas e as EFCs, e
concluiu que estas poderiam ser a causadora da alta prevalência entre
os estudantes. Esta relação recebe confirmação no trabalho de Tart
[Tar71]. Numa pesquisa com 150 usuários de marijuana, ele descobriu
que 44% afirmavam ter Ecs. Parece possível que o uso desta droga
facilite EFCs.
Uma segunda pesquisa, usando uma amostragem propriamente construida,
foi efetuada por Erlendur Haraldsson, um pesquisador islandês e seus
colegas [HGRLJ76]. Para a pesquisa foi enviado um
um questionário para uma amostragem aleatória de 1157 pessoas, entre
idades de 30 e 70 anos. Haviam 53 questões sobre várias experiências
psíquicas e relacionadas à psi, incluindo uma tradução
da pergunta de Palmer. A esta, somente 8% dos islandeses responderam
sim.
Tabela: Pesquisas da EFC [Bla82]
Autor Ano Respondentes Tamanho da N %
Amostragem SIM' 'NO'
Hart 1954 Estudantes de Sociologia 113 28 25
Estudantes de Sociologia 42 14 33
Green 1966 Est. Univ. Southampton 115 22 19
1967 Est. Univ. Oxford 380 131 34
Palmer 1975 Habit. de Charlottesville - - 14
Estudantes - - 25
Tart 1971 Usuários de marijuana 150 66 44
Haraldsson 1977 Islandeses - - 8
Blackmore 1980 Est. Univ. Surrey 216 28 13
Est. Univ. Bristol 115 16 14
Irwin 1980 Estudantes australianos 177 36 20
Bierman &
Blackmore 1980 Estudantes de Amsterdam 191 34 18
Kohr 1980 Membros da Assoc. para - - 50
Pesquisa e Esclarecimento
Estes relatórios vagos sobre Ecs serem 'comuns' são agora apoiados por
uma variedade de figuras. Blackmore fornece uma estimativa pessoal da
incidência de EFCs, baseada em todas as evidências disponívels,
colocando-a em torno de 10%. Ela acredita que podemos dizer com maior
convicção que a EFC é uma razoável experiência comum.
As pesquisas mostram que se uma pessoa tiver tido uma EFC, é muito
provável que ele ou ela tenha outra. Todas estas figuras estão muito
longe do que seria esperado se as EFCs fossem distribuídas a esmo na
população.
Green continuou a comparar grupos diferentes para ver se eles tinham
tido números diferentes de EFCs. Sua única descoberta foi que os
projetores de Ecs provavelmente relatavam experiências que eles
acreditavam pudessem ser atribuídas à PES. Palmer e Kohr descobriram,
que sujeitos que relatavam um tipo de experiência “psiquíca” ou
“relacionada à psi”, também tendiam a relatar outras.
Palmer, também como Green, descobriu que variáveis muito simples eram
irrelevantes. Sexo, idade, raça, ordem de nascimento, pontos de vista
políticos, religião, religiosidade, educação, profissão e renda não
eram relacionados às EFCs.
Palmer descobriu relações significantes entre as EFCs e a prática de
meditação, experiências místicas e, como já vimos, experiências com
drogas. Palmer teve acima de 100 pessoas que relataram uma ou mais
EFCs, e fez-lhes várias perguntas sobre a experiência. Perguntou à
elas se tinham visto seu corpo físico de “fora”, e isto foi relatado
por 44% das experiências, e, quase, 60% dos projetores de EFCs. Pouco
menos que 20% das experiências involveram “viajar”, e pouco menos que
30% dos projetores de EFCs a relataram. Ainda menos relataram que
tinham adquirido informação pela PES enquanto “fora do corpo,” cerca
de 14% das pessoas e 5% das experiências, ou tinham aparecido como uma
aparição para alguém mais (menos que 10% ou projetores de EFCs). Estes
resultados confirmam as descobertas das coleções de casos : que poucas
EFCs incluem todas as características de uma projeção astral clássica.
Acima de tudo, a EFC parece ter tido um efeito altamente benéfico nas
suas experiências. Muitos afirmaram que seus medos da morte foram
reduzidos e que a sua saúde mental e o relacionamento social
melhoraram. Noventa e cinco por cento disseram que gostariam de ter
outra EFC.
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"Quais são os pré-requisitos para se induzir uma EFC?"
Muitos dos métodos de indução usam como ponto de partida técnicas
destinadas a melhorar os poderes de relaxamento do novato, de criação
de imagens e de concentração. O estato ideal parece ser o de
relaxamento físico ou até mesmo de catalepsia, combinado com
vigilância mental.
Um dos mais fáceis modos para relaxar é usar o relaxamento muscular
progressivo. Em linhas gerais, esta técnica consiste em começar com
os músculos dos pés e tornozelos e tensionar e relaxá-los
alternadamente, e então ir para os músculos da panturillha e das
coxas, o torso, os braços, o pescoço e rosto, até que todos os
músculos tenham sido contraídos e relaxados. Este procedimento feito
cuidadosamente leva a um profundo relaxamento completo dentro de
poucos minutos, e com a prática, se torna mais fácil.
Relaxamento comumente leva a um estado de paralisia ou catalepsia.
Quando você vai dormir, seu cérebro desativa o mecanismo pelo qual
você é capaz de usar seus membros, a fim de que você se torne incapaz
de ativididade física correspondente a suas imagens quando você sonha.
Poucas pessoas se acharam neste estado de paralisia logo que acordaram
após dormir.
O primeiro tipo de paralisia, conhecido como 'tipo A,' é uma condição
encontrada ao se aproximar da câmada mais profunda da
da consciência de um estado de transe leve. A Segunda, paralisia tipo
B, é o contrário do tipo A, no sentido de que acontece durante o
retorno familiar à realidade física. A paralisia do primeiro tipo A
ocorre mais ou menos como :
"Mmmmmm... Eu sei que estou acordado; que posso pensar ..... Mmmmmmm
mas meu corpo está adormecido ..." (Robert Monroe o rotulou de
consciência Focus 10)
"Espere um minuto aqui, há alguma coisa ocorrendo aqui, simplesmente
parece que não posso ..."
"Sim, parece que não posso mover meus membros; eles parecem estar
carregados com chumbo, por que afinal eu não posso me mover ?
Ei, o que está acontecendo aqui ! (Panico!)"
Uma “paralisia” do tipo B ocorre mais ou menos como esta:
"Mmmmm... Estou me sentindo totalmente fraco. O que é isto agora, oh,
deve ser sonho ..."
"Mmmm...... espere um minuto, foi barulho o que eu ouvi? Deve vir da
porta ... Preciso checá-la, deve ser um ladrão ... mas estou tão
cansado... e sonolento..."
"Preciso acordar, poder ser importante ... Ei, parece que não posso
acordar, por que minhas pernas não estão acordando, por que as minhas
mãos não respondem ?
"PANICO!!! Preciso acordar!!! Não quero morrer... Preciso exercer mais
vontade nisto... Ei, corpo, acorde, olhos aberto, ...
ACORDE!"
"Ó Deus, AGORA, posso mover meus membros, estou acordado agora, corpo
coberto pela transpiração, sentado na beira da cama,
desejando saber exatamente agora por que eu não podia simplesmente
acordar..."
"Ah – Graças a Deus está finalmente acabado. Estou contente de estar
de volta para meu ambiente físico familiar.”
Entretanto, a paralisia do tipo A é um tipo a que não se deve
resistir; se a pessoa pode se permitir “ir com o fluxo”, então algum
tipo de estado de consciência alterado está prestes a acontecer, o
qual é o que a pessoa está esperando alcançar de qualquer modo.
Muitos viajantes astrais enfatizaram a importância de uma imaginação
ou vizualização claras para induzir EFCs e, naturalmente, o
treinamento da imaginação forma uma parte importante do
desenvolvimento imaginativo. Métodos progressivos de treinamento da
imaginação são frequentemente descritos nos livros ocultos e mágicos,
e uma orientação útil pode ser achada no instrutor oculto
de Conway [Con72], e nos “Portais Astrais” de Brennan [Bre71]. A
maioria envolve um começo com práticas regulares de vizualização de
formas geométricas simples e, então, progridem para tarefas mais
difíceis, tais como, imaginar formas tri-dimensionais complexas,
cômodos e cenários inteiros.
Prática 1: Ler a descrição vagarosamente e, então, tentar imaginar
cada estágio à medida que você continua : imagine uma laranja. Está
descansando num prato azul e você quer comê-la. Você crava sua unha na
casca e tira uma parte dela. Você continua puxando a casca até a sua
totalidade, e a maioria das tiras está num monte no prato. Agora
separa a laranja em gomos, deixe-os no prato também, e então coma um.
Se esta tarefa não lhe der água na boca e se você não puder sentir o
suco que escorre da laranja, e sentir o cheiro do seu amargor, então
você não tem uma imaginação vívida e treinada.Tente novamente, as
cores devem ser brilhantes e vívidas e os formatos e formas claros e
estáveis. Com a prática em tarefas semelhantes, sua imaginação
melhorará até que você se pergunte como ela pode ter sido tão pobre.
Prática 2: Esta é um pouco mais difícil: Visualize um disco, metade
branco e metade preto. Depois imagine ele girando no centro,
aumentando a velocidade e então abaixando-a e parando. Depois imagine
o mesmo disco vermelho, mas à medida que ele gira, ele muda para
laranja, amarelho, verde, azul e violeta. Finalmente, você pode tentar
com dois discos, lado a lado, girando em direções opostas e mudando a
cor opostamente também.
Outras habilidades úteis também são a concentração e o controle. Você
necessita não somente ser capaz de produzir imagens vívidas, mas
também abolir toda imaginação de sua mente, para reter as imagens por
quanto tempo você quiser, e mudar ambas de maneira rápida e de
devagar.
Prática 3: Brennan sugere tentar contar e somente contar. No instante
que um outro pensamento vem à mente, você deve parar e voltar para o
início. Se você chega perto de quatro ou cinco, você está indo bem,
mas você está quase certo de ser parado por pensamentos tais como,
“isto é muito fácil, eu já cheguei no três,
ou gostaria de saber quão longe eu tenho que continuar.”
Todas estas habilidades, relaxamento, imaginação e concentração são
sugeridas repetidamente tantas vezes quantas forem necessárias para
induzir uma EFC conforme sua vontade. Outras ajudas incluem postura.
Se você se deitar, você pode cair no sono, embora Muldoon [MC29]
defenda esta posição. Por outro lado, um desconforto na mão certamente
interferirá na sua tentativa. Portanto, uma alerta, postura
confortável é o melhor. Alguns sugeriram que o melhor é não comer por
algumas horas antes e evitar qualquer estresse, irritação ou emoções
negativas.
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"Como podemos induzir uma EFC?"
Técnicas Imaginativas
É possível se usar a imaginação sozinha, mas isto requer uma
considerável habilidade.
a) Deite-se de costas numa posição confortável e relaxe. Imagine que
você está flutuando fora da cama. Retenha aquela posição, erga-se
levemente por algum tempo até que você perca toda a sensação de
tocar a cama ou o chão. Assim que este estado for atingido, mova-se
vagarosamente para a posição ereta e começe a viajar fora de seu corpo
e em volta do cômodo. Preste atenção para os detalhes dos objetos e do
cômodo. Somente quando você ganhar alguma perícia, é que você deve se
voltar e olhar seu próprio corpo. Note que cada estágio pode levar
meses de prática e pode ser bastante difícil
para qualquer um, exceto para um projetor com prática de EFC.
b) Em qualquer posição confortável, feche seus olhos e imagine que há
uma duplicata de você mesma de pé em frente à você. Você achará que é
muito difícil imaginar seu próprio rosto, assim é mais fácil imaginar
esse duplo de costas para você. Você deve tentar imaginar todos os
detalhes da sua postura, das suas roupas (se houver alguma) e assim
por diante. À medida que esse duplo se torna mais sólido e realístico,
você pode experienciar alguma incerteza sobre sua posição física. Você
pode encorajar esse sentimento ao considerar a questão “Onde estou”?,
ou mesmo outras questões similares, “Quem sou eu?”, e assim por
diante. Assim que o duplo estiver nítido e estável, e você relaxado,
transfira sua consciência para ele. Você deve então ser capaz de
“projetar” nesse fantasma criado pela sua própria imaginação. Uma vez
mais, cada estágio pode levar uma prática demorada.
Induzindo uma Motivação Especial para deixar o Corpo
Você pode enganar a você mesmo ao deixar seu corpo, de acordo com
Muldoon e Carrington [MC29]. Eles sugeriram que se o subconsciente
deseja alguma coisa com força suficiente, ele tentará estimular o
corpo em movimento para obtê-la, mas se o corpo físico está
imobilizado, por exemplo no sono, então será o corpo astral que pode
se mover ao invés dele. Muitas motivações podem ser usadas, mas
Muldoon avisou que é contra usar o desejo para atividades sexuais, que
distraem, ou um desejo maldoso por vingança ou para ferir alguém. Ao
invés disso, ela aconselha a usar um desejo simples e natural por água
– sede. Este tem a vantagem de ser rápido para a indução e pode ser
aplacado.
A fim de empregar esta técnica, você deve se privar de bebidas por
algumas horas antes de ir para cama. Durante o dia aumento sua sede
por todos meios que você puder. Tenha um copo de água perto de você e
o encare, imaginando-se bebendo-o, mas não se permita fazê-lo. Então,
antes de se retirar para cama, coma cerca de um oitavo de uma colher
de sopa de sal. Coloque o copo de água num lugar conveniente longe da
cama e treine todas as ações necessárias para obtê-lo, se levantando,
cruzando o quarto, estendendo a mão para alcancá-lo, e assim por
diante. Você deve então ir para cama, ainda pensando sobre sua sede e
os meios para satisfazê-la. O corpo deve ficar incapacitado e assim
você deve relaxar, com uma respiração e um batimento cardíaco lentos,
e, então, tentar dormir. Com alguma sorte, as sugestões que você fez
para você mesmo, produzirão a desejada EFC. Este não é um dos métodos
mais agradáveis ou eficazes.
“Pequeno Sistema” de Ophiel
Ophiel [Oph61] sugere que você escolha um caminho familiar, talvez
entre dois cômodos na sua casa e memorize cada detalhe dele. Escolha
pelo menos seis pontos nele e gaste vários minutos por dia
olhando cada um e memorizando-o. Símbolos, odores e sons associados
com os pontos, podem reforçar a imagem. Assim que você tiver passado o
caminho e todos os pontos para a memória, você deve se deitar e
relaxar, enquanto tenta se “projetar” para o primeiro ponto. Se o
trabalho preliminar tiver sido bem feito, você deve ser capaz de se
mover de ponto em ponto novamente. Mais tarde você pode começar a
viagem imaginária da cadeira ou da cama, aonde seu corpo estiver, e
pode, ou observar você mesmo ao fazer os movimentos, ou transferir sua
consciência para aquele que está fazendo o movimento. Ophiel descreve
outras possibilidades, mas, essencialmente, se você dominou o caminho
integralmente na sua imaginação, você será capaz de se projetar sobre
ele e, com a prática, prolongar a projeção.
Ophiel declara que ao começar se mover para uma EFC, sons estranhos se
produzirão. Ele diz que isto é porque o sentido de audição não é
transmitido nos planos superiors, e que isto significa que sua mente
tenta recriar alguma intensidade e somente obtém estática
subsconsciente. Ele afirma que os barulhos podem tomar qualquer
formato, incluindo vozes malignas, aterradoras e piorar cada vez mais,
e ser cada vez mais pertubadoras, até que, eventualmente, chegem ao
pico e declinem para um assobio constante no fundo, enquanto se tem
uma EFC. Aparentemente, seu “barulho final” soe como
a explosão final de um aquecedor de água. De qualquer modo, ele diz
que é para se ignorar os barulhos, as vozes, já que são apenas
devaneios estáticos ou do subsconsciente, e não representam nenhum
ser de qualquer modo, nem mesmo o self realmente.
A Técnica de Cristos
G. M. Glasking, um jornalista australiano, popularizou esta técnica em
vários livros, começando com “Janelas da Mente” [Gla74]. São
necessárias três pessoas : uma como sujeito e duas para prepará-lo.
O sujeito se deita confortavelmente de costas em um quarto aquecido e
escuro. Um ajudante massageia seus pés e tornozelos, bem firmemente,
até mesmo rudemente, enquanto o outro segura sua cabeça. Colocando a
parte leve do seu punho cerrado na testa, ele a esfrega vigorosamente
por vários minutos. Isto deve fazer a cabeça do sujeito zunir e
zumbir, e ele logo deve se sentir levemente desorientado. Seus pés
formigam e seu corpo pode se sentir leve ou flutuando, ou mudando de
formato.
Quando este estágio é alcançado, os exercíos de imaginação começam.
Pede-se ao sujeito que imagine seu pé se esticando e se tornando
maior, somente por mais ou menos uma polegada. Quando ele disser que
pode fazer isso, ele tem que deixá-lo voltar ao normal e fazer o mesmo
com sua cabeça, esticando-a além da posição normal. Então,
alternando durante todo o tempo entre a cabeça e os pés, a distância é
gradualmente aumentada até que ele possa esticar ambos até dois pés ou
mais. Neste estágio, deve ser possível para ele se imaginar esticando
de uma vez, tornando-o na realidade muito comprido, e então inchando,
enchendo o quarto como um enorme balão.
Tudo isto será mais fácil naturalmente para algumas pessoas, mais que
para outros. Deve-se tomar qualquer passo que for necessário, até que
se tenha sucesso em cada estágio. Algumas pessoas completam esta parte
em cinco minutos, outras levam mais que cinquenta minutos.
Na próxima vez, pede-se a ele que imagine que está fora, na porta de
entrada. Ele deve descrever tudo que puder ver em detalhes, com cores,
materiais da porta e das paredes, o chão, e o cenário das redondezas.
Ele tem então que se elevar acima da casa, até que possa ver o bairro
ou a cidade. Para mostrar a ele que o cenário está sob o controle
dele, deve-se pedir a ele que mude do dia para noite, e de volta
novamente, vendo o anoitecer e o amanhecer, e as luzes acedendo e
apagando. Finalmente, pede-se a ele para voar e aterrisar aonde ele
desejar. Para a maioria dos sujeitos, sua imaginação se torna tão
vívida neste estágio que eles aterrisam em algum lugar, totalmente
convencidos que são capazes de descrever facilmente tudo que vêem.
Você pode querer saber como termina a experiência, mas normalmente
nenhuma sugestão é exigida; o sujeito anunciará subitamente “Estou
aqui”, ou, “Oh, estou de volta”, e irá normalmente reter uma lembrança
bem nítida de tudo que disse e experienciou. Mas é uma boa idéia ter
alguns minutos para relaxar e voltar ao normal. É interessante que
esta técnica parece ser muito eficaz no rompimento da imagem normal
que o sujeito faz do seu corpo. Ele então guia e reforça sua própria
imaginação, enquanto mantém seu corpo calmo e relaxado.
Robert Monroe's Method
Em seu livro “Viagens fora do Corpo” [Mon71], Monroe descreve uma
complicada técnica sonora para indução de EFCs. Em parte, é similar a
outros métodos de imaginação, mas ela começa com a indução do “estado
vibracional”. Muitas EFCs espontâneas começam com um sentimento de
estremecimento ou vibração, e Monroe deliberadamente induz este estado
primeiramente. Ele sugere fazer o seguinte. Primeiro deite-se em um
quarto escuro em qualquer posição confortável, mas com sua cabeça
apontando para o norte magnético. Afrouxe as roupas e tire qualquer
jóia ou objetos de metal, mas certifique-se de estar aquecido.
Assegure-se que você não será pertubado e que não está sob qualquer
limitação de tempo. Comece
por relaxar e, então, repita cinco vezes para você mesmo, “Perceberei
e lembrarei conscientemente de tudo que encontrar durante este
procedimento de relaxamento. Lembrarei em detalhe, quando estiver
totalmente desperto, daqueles assuntos que serão benéficos para o meu
ser físico e mental”. Então começe respirando
através da sua boca meio-aberta.
O próximo passo envolve entrar no estado limítrofe do sono (estado
hipnagógico). Monroe não recomenda qualquer método em particular para
alcançar esse estado. Um método que você pode tentar é manter seu ante-
braço levantado, enquanto mantém a parte superior na cama ou no chão.
À medida que você se sente sonolento, seu braço irá cair e você
acordará novamente. Com esta prática você pode aprender a controlar
seu estado hipnagógico sem usar seu braço. Um outro método é se
concentrar num objeto. Quando a imagem começa a entrar nos seus
pensamentos, você entrou no estado hipnagógico. Olhe estas imagens
passivamente. Isto também o ajudará a manter seu estado de quase-sono.
Monroe chama esta de Condição A.
Após ter alcançado este estado pela primeira vez, Monroe recomenda
aprofundá-lo. Comece por limpar sua mente e observar seu campo de
visão através dos seus olhos fechados. Não faça mais nada por um
tempo. Simplesmente olhe através de suas pálpebras a escuridão em
frente à você. Após um tempo, você pode notar impressões leves. Elas
são simplesmente descargas neurais e não tem nenhum efeito específico.
Ignore-as. Quando elas cessarem, entrou-se no que Monroe chama de
Condição B. Daqui, deve-se entrar em um estado ainda mais profundo de
relaxamento, o qual Monroe chama de Condição C – um estado tal de
relaxamento, onde você perde toda a consciência de seu corpo e os
estímulos sensoriais. Você está quase no vazio, no qual sua única
fonte de estímulo será seus próprios pensamentos. O estado ideal para
deixar seu próprio corpo é a Condição D. Este é a Condição C, quando
se é voluntariamente induzido de uma condição descansada e renovadora,
e não é o efeito de um cansaço normal. Para alcançar a Condição D,
Monroe sugere que você pratique entrar nela pela manhã ou após um
breve cochilo
Com os olhos fechados, olhe na escuridão num ponto cerca de um pé de
distância da sua testa, concentrando sua consciência naquele ponto.
Mova-o gradualmente para três pés mais longe, então para seis, e então
gire 90 graus para cima, alcançando acima da sua cabeça. Monroe ordena
que você alcance as vibrações naquele ponto e mentalmente puxe-as para
sua cabeça. Ele explica como reconhecê-las quando elas ocorrem. “É
como se uma onda de faíscas inflamáveis agitando-se, assobiando,
pulsando ritmicamente, viessem rugindo dentro de sua cabeça. De lá
parece que ela se arrasta por todo seu corpo, tornando-o rígido e
imóvel.” Este método é mais fácil do que parece.
Assim que você tiver alcançado este estado vibracional, você deve
aprender a controlá-lo para deslizar para as vibrações ao “pulsá-las”.
Neste ponto, Monroe avisa que é impossível voltar. Ele sugere estender
um braço para agarrar algum objeto que você sabe que está fora do seu
alcance. Sinta o objeto e então deixe sua mão passar por ele, antes de
trazê-lo de volta, parando as vibrações e checando os detalhes e a
localização do objeto. Este exercício o prepará para uma separação
completa.
Para deixar o corpo Monroe aconselha o método “levantar para fora”.
Para empregar este método, pense em se tornar mais leve, e como seria
bom flutuar para cima. Uma alternativa é a técnica rotativa na qual
você se vira na cama, virando primeiro a parte de cima do corpo,
cabeça e ombros, até que você se vira para a direita e flutua para
cima. Mais tarde você pode explorar mais. Com prática suficiente,
Monroe afirma que uma grande variedade de experiências
estarão a sua disposição.
Métodos de Ritual Mágico
A maioria dos rituais mágicos são também baseados na imaginação ou na
visiualização e usam a concentração e o relaxamento. Todos estes
métodos exigem um bom controle mental e um profundo conhecimento do
sistema que está sendo usado, com suas ferramentas e símbolos. Charles
Tart, ao introduzir o conceito de “ciências específicas de
estado” [Tar72b] também considerou tecnologias específicas de estado,
isto é, meios de obtê-las, controlá-las e o uso de estados alterados
de consciência. Muitos rituais mágicos são realmente só tecnologias.
Em um exercício típico, o mágico executará um ritual de abertura, um
de limpeza ou purificação, e, então, um para passar de um estado para
outro. Uma vez estando no estado exigido, ele opera usando as regras
daquele estado e, então, retorna, fecha a porta que estava aberta e
termina o ritual.
Esta tecnologia varias quase tanto quanto a teoria, pois há um grande
número de maneiras de se alcançar o astral. Pode-se usar a entrada dos
elementais, manejar as cartas do tarot como degraus de partida,
executar caminhos de trabalho cabalísticos ou usar mantras. As
técnicas são muito semelhantes à todas outras que estivemos
considerando, a fim de que você possa ver as complexidades do ritual
mágico simplesmente como mais um meio de alcançar os mesmos fins.
Meditação e Meditação do Chakra
A meditação tem duas funções básicas – alcançar o relaxamento e
melhorar a concentração. Portanto, o estado ideal para EFC é familiar
para os que meditam e, na verdade, as EFCs têm sido ocasionalmente
relatadas durante a meditação e yoga. Os dois principais tipos de
meditação são meditação da concentração (focalização) e a meditação de
perceção (atenção). A maioria dos tipos de concentração são do tipo de
concentração. Simplesmete se focaliza sua atenção sobre um único
objeto físico, como a chama de
uma vela; sobre uma sensação, como aquela sentida enquanto se anda ou
se respira; sobre uma emoção, como reverência ou amor; sobre uma
mantra falado alto ou até silenciosamente; ou sobre uma vizualização
como na meditação de chakra. A meditação da concentração é, colocada
de forma simples, uma forma de auto-hipnose.
O outro principal tipo de meditação, a meditação de percepção, é a
análise dos pensamentos e sentimentos de tal modo que cause a
realização da subjetividade e a ilusão da experiência. Tal meditação é
feita num esforço de se atingir a consciência transcendental.
A meditação do chakra é um tipo especial de meditação concentrativa,
que é basicamente a yoja da kundaline – a prática de causar energia
física (kundaline) para fluir a sushumna, energizando os vários
chakras no caminho. Um chakra é “um órgão dos sentidos do corpo
etérico, visível somente para o clarividente” [Gay74]. Como cada
chakra é energizado por esta prática, acredita-se adicionar poderes
ocultos (sidhis), até o último chakra da coroa a ser alcançado, e com
ele, a iluminação completa é conquistada.
De acordo com a filosofia oriental da India, o homem possui sete r
chakras maiores ou centros psíquicos no seu corpo. No esquema
teosófico há dez chackras, os quais permitem àqueles treinados no seu
uso, ganhar conhecimento do mundo astral (três dos dez são usados
somente na magia negra). Cada um dos chakras forma uma ponte, uma
ligação, uma energia transformadora; mudando a energia pura (mais
alta) em várias formas e conectando diferentes corpos juntos. Os
chakras estão localizados ao longo dos nadies (uma rede de nervos ou
canais físicos) e seguem o sistema nervoso autônomo ao longo da medula
espinhal.
O primeiro chakra, localizado na base da espinha, no períneo, é o
chakra da raiz, muladhara. O segundo chakra, conhecido como centro
sacral, svadhisthana, está localizado acima e atrás dos genitais. O
terceiro dos chakras é o do plexo solar, manipura, localizado no
umbigo, e, se diz que ele corresponde às emoções e, também, à visão
psíquica (clarividência). O chakra do coração, anahata, é o quarto
chakra, localizado acima do coração e corresponde ao tato psíquico. O
quinto chakra é o da garganta, vishuddha, localizado na base da
garganta (tireóide) e corresponde à audição psíquica (clariaudiência).
Acredita-se que os dois chakras restantes se relacionam principalmente
com estados elevados da consciência. O chakra frontal, (ou 'terceiro
olho') ajna, que é o sexto chakra, está localizado entre, e levemente
acima, das sombrancelhas. Ajna é o centro dos poderes psíquicos e
acredita-se ser ele capaz de produzir muitos efeitos psíquicos.
Finalmente, o chakra da coroa, sahasrara, localizado no topo da cabeça
(glândula pineal), é o sétimo chakra. Refere-se ao lótus de mil
pétalas e corresponde-se com a projeção astral e a iluminação.
Para praticar esta meditação de chakra, você simplesmente se concentra
nos chakras, começando com o chakra da raíz, e movendo
progressivamente para cima, quando você visualiza a energia psíquica
do chakra raíz viajando em direção ao shushumna e vivificando cada
chakra superior. Conforme mencionado acima, os chakras têm certas
propriedades associadas a eles, a fim de que este tipo de visualização
possa “aumentar a consciênscia”, promover a projeção astral e outras
coisas – assim que você tiver atingido o ajna e, eventualmente, o
chakra da coroa.
Hipnose
Nos primóridos da pesquisa psíquica, a hipnose foi usada muito mais do
que agora para ocosionar a “clarividência de viagem”, mas ela ainda
pode ser usada. Tudo que é exigido é um hipnotizador habilidoso, com
alguma compreensão do estado em que ele quer colocar o sujeito, e um
sujeito disposto. O sujeito deve ser posto em um estado hipnótico
bastante profundo e, então, o hipnotizador pode sugerir a ele que
deixe seu corpo. Deve-se pedir ao sujeito que levante-se do seu corpo,
para criar um duplo, e siga as instruções para rolar para fora da sua
cama ou cadeira, ou separar-se através da sua cabeça. Pode-se, então,
pedir a ele para viajar para qualquer lugar desejado, mas o
hipnotizador deve certificar-se de especificar muito claramente aonde
é para ele ir, e trazê-lo de volta ao seu corpo em segurança quando a
expedição acabar. Se isto não for feito, o sujeito pode ter
dificuldades em se reorientar em seguida.
Drogas
Há algumas drogas que podem indubitalvemente ajudar a iniciar uma EFC.
Alucinógenos foram usados por muito tempo em várias culturas para
induzir estados como EFCs, e, em nossa própria cultura, EFCs são
algumas vezes um produto acidental de uma experiência com drogas. Na
ausência de informações adicionais, devemos ser sempre capazes de
advinhar que tipos prováveis de drogas têm este efeito. Podem ser
aquelas que relaxam fisicamente o sujeito, enquanto deixa sua
consciência limpa e alerta. Drogas que alteram a intensidade dos
sentidos e atrapalham o sentido do sujeito sobre aonde está e qual o
formato do seu corpo, devem ajudar, e assim, podem induzir a um
sentido de estremecimento ou vibração. A imaginação pode ser
intensificada, sem que o controle seja perdido, e, finalmente, deve
haver alguma razão, ou desejo, para deixar o corpo.
Considerando estes pontos, pode-se esperar que os alucinógenos sejam
mais eficazes que os estimulantes, tranquilizantes ou sedativos. Os
últimos podem ajudar no relaxamento, mas é uma ajuda sem nenhuma das
outras características que acabamos de mencionar. Alguns outros tipos
de droga têm um efeito pouco relevante. Este fato combina com o que é
conhecido sobre a eficácia das drogas para induzir EFCs. Monroe afirma
que barbitúricos e alcóol causam danos para a habilidade, e isto faz
sentido já que eles tendem a reduzir o controle sobre a imaginação,
mesmo que eles sejam relaxantes. Eastman [Eas62] afirma que
barbitúricos não conduzem à EFCs, enquanto morfina, éter, clorofórmio,
grandes alucinógenos e haxixe podem fazê-lo.
Relativamente pouca pesquisa foi executada nesta área, de uma certa
forma porque a maioria das drogas relevantes são ilegais nos países
aonde a pesquisa poderia ser feita. Parece que certas drogas podem
facilitar uma EFC, mas o que não está claro é o porquê da experiência
com droga deveria tomar aquela forma, mais do que outra. Parte da
resposta é que normalmente ela não toma. Não há uma droga específica
que crie uma EFC, e EFCs são relativamente raras como sendo parte de
uma experiência psicodélica com droga. Drogas podem ajudar a induzir
uma EFC, mas não são recomendadas para um caminho de projeção
instantânea, pois não são alternativas para se aprender as habilidades
de relaxamento, concentração e controle da imaginação.
Desenvolvimento do Sonho
Muitas EFCs começam dos sonhos e já que, por definição, deve-se estar
consciente para se ter uma EFC, elas tendem a começar de sonhos
lúcidos. O sonhador deve estar consciente que ele está sonhando e,
então, achar-se a si mesmo em algum lugar que não seja sua cama, e ser
capaz de se mover conforme sua vontade. Ele pode ter um outro corpo e
pode mesmo tentar ver seu corpo físico deitado adormecido. Este tópico
é comentado separadamente na última seção sobre sonhos lúcidos.
Método Experimental de Palmer
Na pesquisa por um método simples e eficaz de indução de EFC, Palmer e
seus colegas [PL75a, 75b, 76, PV74a, 74b] usam o relaxamento e a
estimulação audio-visual. Os sujeitos passam por uma sessão
progressiva de relaxamento muscular e ouvem tons oscilantes e vêem uma
espiral em rotação. Uma das descobertas interessantes foi que muitos
sujeitos declararam que tinha estado “literalmente fora” dos seus
corpos e haviam indicações que suas experiências foram muito diferente
em muitas maneiras daquelas outras encontradas em EFCs.
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"O que são sonhos lúcidos?"
O termo sonho lúcido se refere a sonhar enquanto se sabe que se está
sonhando. Foi cunhado por um psiquiatra holandês, Frederik van Eeden,
em 1913. É de uma certa maneira um uso impróprio da palavra, já que
ela significa alguma coisa bem diferente de um sonhar exatamente claro
e vívido. No entanto, estamos presos a ela. Que sonhos lúcidos são
diferentes daqueles sonhos comum, é óbvio para que já teve um. A
experiência é algo como acordar em seus sonhos. É como se você
“voltasse a si” e achasse que você estava sonhando. Esta experiência
geralmente acontece quando você compreende que durante o decorrer de
um sonho, você está sonhando, talvez porque algo esquisito ocorra. A
maioria das pessoas que se lembram dos seus sonhos teve tal
experiência alguma vez, frequentemente acordando imediatamente após o
ocorrido. Entretanto, é possível continuar no sonho enquanto se
permanece integralmente cônscio que se está sonhando.
Uma forma distinta e confusa dos sonhos lúcidos são falsos despertar.
Você sonha que está despertando, mas, na realidade, você está
naturalmente adormecido. Van Eeden [Van13] chamou estes de “despertar
errado” e os descreveu como “demoníacos, estranhos, e muito vívidos e
brilhantes, com ... uma luz forte fortemente diabólica”. O benefício
positivo desses falsos despertar é que eles podem ser algumas vezes
usados para induzir EFCs. Na realidade, Oliver Fox [Fox62] recomenda
se usar falsos despertar como um método para se alcançar a EFC. Para
muitas pessoas as EFCs e os sonhos lúcidos são praticamente
indistinguíveis. Se você sonhar que está deixando seu corpo, a
experiência é a mesma.
Os estudos de fisiologia de La Berge sobre a iniciação de lucidez no
estado de sonhos têm dois modos de se começar. Na variedade mais
comum, o “sonho lúcido iniciado pelo sonho”, o sonhador adquire
consciência de estar num sonho enquanto está inteiramente envolvido
nele. Eles ocorrem quando sonhadores estão bem no meio de um sono REM,
mostrando muitos movimentos característicos de olhos rápidos.
Eles são responsáveis por cerca de quatro de cada sonhos lúcidos que
os sonhadores tiveram no laboratório. Em outros 20%, os sonhadores
relatam um despertar de um sonho e, então, retornam ao estado de
sonho, com consciência contínua, -- no momento que eles estão cientes
que estão acordados numa cama num sonho de laboratório, e, no próximo
momento, eles estão cientes de que entraram num sonho e não estão mais
percebendo o espaço em volta deles. Estes são chamados “sonhos lúcidos
de despertar iniciado”.
Para muitas pessoas ter sonhos lúcidos é divertido e elas querem
aprender como tê-los mais ou como induzí-los conforme sua vontade.
Uma descoberta num trabalho experimental anterior, foi que altos
níveis de atividade física (e emocional) durante o dia, tendem a
preceder a lucidez à noite. Despertar durante a noite e executar algum
tipo de atividade, antes de cair no sono novamente, pode, também,
encorajar um sonho lúcido durante o próximo período de REM e é a base
de algumas técnicas de indução. Muitos métodos têm sido desenvolvidos
e caem a grosso modo em três categorias.
Uma das melhores técnicas conhecidas para estimular sonhos lúcidos é a
de LaBerge, Indução Mnemônica do Sonhar Lúcido. Esta técnica é
praticada ao se acordar pela manhã cedo de um sonho. Você deve acordar
inteiramente, se ocupar de alguma atividade como ler ou passear e,
então deitar-se novamente. Então você deve se imaginar dormindo e
sonhando, treinando o sonho do ponto em que você acordou, e lembrando
a si mesmo, “Na próxima vez que eu tiver este sonho, quero me lembrar
que estou sonhando.”
Uma segunda aproximação envolve uma rememoração constante a você mesmo
para se tornar lúcido durante o dia todo, mais do que à noite. Isto é
baseado na idéia que gastamos a maior parte do nosso tempo em um tipo
de deslumbramento acordado. Se púdessemos ser mais lúcidos na vida
acordados, talvez púdessemos ser mais lúcidos enquanto sonhamos. Paul
Tholey [Tho83], psicólogo alemão, sugere que se pergunte a você mesmo
muitas vezes durante o dia, “Estou sonhando ou não?” Este exercício
deve soar como sendo fácil, mas não o é. Ele requer muita determinação
e persistência para não se esquecer tudo sobre ele. Para aqueles que
realmente se esquecem, o pesquisador francês, Clerc, sugere escrever
um grande “C” na sua mão (para “consciente”) para lembrar a você
[GB89]. Este tipo de método é similar à técnica antiga de aumentar a
consciência pela meditação e concentração.
A terceira e final abordagem exige uma variedade de dispositivos. A
idéia é usar algum tipo de sinal externo para lembrar às pessoas,
enquanto elas estiverem realmente no sono REM, de que elas estão
sonhando. Primeiramente, Hearne tentou borrifar água no rosto ou mãos
das pessoas que estavam dormindo, mas acho isto inconfiável demais.
Isto teve como efeito acontecer de, algumas vezes, elas incorporarem a
imagem da água nos seus sonhos, mas, raramente, a tornaram lúcidas.
Ele decidiu eventualmente usar um choque elétrico leve no pulso. A
“máquina de sonhar” dele detectou mudanças na taxa de respiração (a
qual acompanha a entrada de REM) e, então, automaticamente comunica um
choque no pulso [Hea90].
Nesse meio tempo, na California, LaBerge [LaB85] estava rejeitando
vozes e vibrações gravadas e o trabalho, ao invés de, com luzes
piscantes. A versão original de um dispositivo de indução de sonho
lúcido, que ele tinha inventado, era baseado num laboratório e usava
um computador pessoal para detectar os movimentos dos olhos no sono
REM e, voltar para as luzes piscantes, sempre que os REMs atingissem
um certo nível. Entretanto, eventualmente todo o circuíto estava
incorporado em um par de óculos de proteção. A idéia é por os óculos à
noite, e as luzes piscariam somente quando você estivesse dormindo e
sonhando. O usuário pode mesmo controlar o nível dos movimentos dos
olhos nos quais as luzes começam a piscar. A versão tem um chip
incorporado nos óculos, o qual não somente controla as luzes, mas,
també,m armazena as informações sobre a densidade dos movimentos dos
olhos durante a noite, assim como, a informação sobre quando e por
quanto tempo as luzes estiveram piscando, tornando possível a
aplicação delicada.
Há duas razões para se associar os sonhos lúcidos às EFCs. Primeiro,
uma pesquisa recente sugere que mesmas pessoas tendem a ter os dois,
sonhos lúcidos e EFCs [Bla88, Irw88]. Segundo, como Green salientou
[Gre68b], é difícil saber onde traçar a linha entre uma
EFC e um sonho lúcido. Em ambos, as pessoas parecem estar percebendo
um mundo consistente. Também o sujeito, diferentemente de em um sonho
comum, está bem ciente que está em algum estado alterado e é capaz de
comentar ou até mesmo controlar a experiência. Green se refere a tais
estados como “experiências metacóricas”. É possível se traçar uma
linha entre estas duas experiências, mas o ponto importante a
compreender é que esta linha não é clara, e os dois tem muito em
comum.
Mas há uma importante diferença entre os sonhos lúcidos e os outros
estados. Em um sonho lúcido se tem percepção do estado (na realidade
isto define o estado). Num falso despertar, não se tem tal percepção
(novamente por definição). Em EFCs típicas, as pessoas sentem que elas
realmente deixaram seus corpos. Aqueles que experienciam EQMs podem
ter sentido que se precipitar para baixo, num túnel, o que é percebido
por alguns como sendo uma passagem para o mundo além da morte. É
somente num sonho lúcido que se compreende que é um sonho.
Somente nos casos de EFCs, é que as pesquisas podem nos dizer o quão
comum são os sonhos lúcidos e quem os têm. Blackmore estima que cerca
de 50% das pessoas tiveram pelo menos um sonho lúcido em suas vidas
[Bla91]. Green [Gre66] descobriu que 73% da amostragem de estudantes
responderam “sim” para a pergunta, “Você alguma vez já teve um sonho
no qual você estava ciente que você estava sonhando?” Palmer descobriu
que 56% dos habitantes e 71% dos estudantes na sua amostragem
relataram que tiveram sonhos lúcidos e muitos deles afirmaram tê-los
regularmente [Pal79b]. Blackmore descobriu que 79% dos estudantes de
Surrey por ela entrevistados, os tinham tido
[Bla82]. Além de produzir estes tipos de resultados, não parece que as
pesquisas possam descobrir muito mais. Não há muitas diferenças
consistentes entre os sonhos lúcidos e outros, em termos de idade,
sexo, educação, e assim por diante [GL88]. Todas estas pesquisas
parecem concordar quase rigorosamente, mostrando que o sonho lúcido é
uma experiência bastante comum – muito mais que a EFC.
"Qual é a fisiologia dos sonhos e dos sonhos lúcidos?"
A atividade elétrica do cérebro tem sido observada e classificada com
o equipamento EEG (eletroencefalograma); sinais são colhidos do couro
cabeludo por eletrodos, depois filtrados e ampliados um mecanismo de
gravação gráfica. Descobriu-se que a atividade cerebral produz faixas
específicas para certos estados de consciência básicos, como indicado
em 'Hz' (Hertz, ou ciclos/vibrações por segundo):
delta -- 0.2 to 3.5 Hz (sono profundo, estado de transe)
theta -- 3.5 to 7.5 Hz (sonho diurno, memória)
alpha -- 7.5 to 13 Hz (tranquilidade, consciência aumentada,
meditação)
beta -- 13 to 28 Hz (tensão, consciência “normal”)
No estado sonolento, antes de adormecer, o EEG é caracterizado por
muitas ondas alphas, enquanto os músculos começam a relaxar.
Gradualmente este estado dá passagem para o sono do Estágio 1. Mais
três estados se seguem, cada um tendo padrões de EEG diferentes e
marcados por estados sucessivamente mais profundos de relaxamento. No
Estágio 4, a pessoa que dorme está muito relaxada, sua respiração é
mais baixa, e a resistência da pele é alta. É muito difícil de acordá-
la. Se a pessoa que dorme está desperta,
ela pode dizer que estava pensando sobre alguma coisa ou pode
descrever alguma imagem vaga, mas ela dificilmente relatará alguma
coisa que pareça como um sonho típico.
Mas isto não é tudo que há no dormir – esquecimento crescente. Num
sonho noturno normal, uma mudança distina ocorre uma ou duas horas
após o início do sono. Embora os músculos ainda estejam relaxados, a
pessoa que dorme pode se mover, e do EEG parece que ela vai acordar e
retornar para um ponto que se parece com o sono do Estágio 1. A
característica mais distinta, no entanto, é o movimento rápido dos
olhos, ou REMS, e o estágio é também chamado de sono REM. Nos estágios
anteriores, os olhos parecem girar vagarosamente, agora, entretanto,
eles se arremessam como se olhassem alguma coisa. Se a pessoa for
acordada agora, ela normalmente relatará que estava sonhando.
Sonhos lúcidos indicam que pode ter havido consciência durante o sono,
um afirmação que muitos psicólogos negaram por mais de 50 anos. Os
pesquisadores ortodoxos argumentaram que sonhos lúcidos não poderiam
possivelmente ser sonhos reais. Se os relatos eram válidos, então as
experiências devem ter ocorrido durante breves momentos de despertar
ou na transição entre o despertar e o dormir, não num tipo de sono
profundo nos quais os REMs e os sonhos comuns normalmente ocorrem. Em
outras palavras, eles não poderiam ser realmente sonhos afinal.
Esta contestação apresenta um desafio para os sonhadores lúcidos, que
querem convencer as pessoas que eles realmente estavam despertos nos
seus sonhos. Mas, naturalmente, quando você está dormindo
profundamente e sonhando, você não pode gritar, “Ei!
Ouçam-me. Estou sonhando justamente agora”. Durante o sono REM, os
músculos do corpo, excluindo os músculos dos olhos e aqueles
responsáveis pela circulação e respiração, estão imobilizados pelo
comando de um centro nervoso na parte inferior do cérebro. Este fato
nos previne de atuar em nossos sonhos. Ocasionalmente, esta paralisia
é ativada ou permanece ativa, enquanto a mente da pessoa está
inteiramente desperta e cônscia do mundo.
Foi Keith Hearne [Hea78], da Universidade de Hull, quem primeiro
explorou o fato de que nem todos os músculos estão paralizados. Num
sono REM os olhos se movem. Assim, talvez, a pessoa que sonha poderia
enviar sinais ao mover os olhos dentro de um determinado padrão. O
sonhador lúcido, Alan Worsley, foi o primeiro que conseguiu fazê-lo no
laboratório de Hearne. Ele decidiu mover os olhos para esquerda e para
direita por oito vezes, em sucessão, sempre que se tornasse lúcido.
Usando um polígrafo, Hearne pode ver os movimentos dos olhos pelo
sinal especial. A resposta não foi
ambígua. Todos os sonhos lúcidos ocorreram no sonho absoluto REM. Em
outras palavras, eles foram neste sentido, sonhos verdadeiros.
Um típico sonho lúcido durou entre dois e cinco minutos, ocorrido por
volta das 6.30, cerca de 24 minutos dentro de um período REM e, em
seguida, ao fim dos 22 segundos da explosão do REM. As noites nas
quais os sonhos lúcidos ocorreram, não mostraram um padrão de sono
diferente das outras noites, embora elas não tendessem a vir depois de
dias da estimulação média acima.
Algumas vezes diz-se que as descobertas na ciência acontecem quando é
a hora certa para elas. Foi uma dessas coisas esquisitas, que
justamente na mesma época, mas sem conhecimento de Hearne, Stephen
LaBerge, na Universidade de Stanford University, na California, a
mesma experiência estava sendo tentada. Ele também teve sucesso, mas a
resistência à idéia foi muito forte. Em 1980, a Ciência e a Natureza
rejeitaram a primeira notícia sobre a descoberta [LaB85]. Foi somente
mais tarde que se tornou claro justamente o quão importante tinha sido
esta descoberta.
Algumas conclusões podem ser tiradas desta informação. Tantos nas EFCS
como nos sonhos lúcidos, a pessoa parece ter sua consciência
despertada, ou alguma coisa parecida a isto. Ela é capaz de ver
claramente, mas o que ela vê não é bem igual ao visto no físico e
parece ter muito das propriedades de um mundo de sonho ou imaginário. ...

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