Soar do Gongo

A maior dificuldade do ser humano é se desfazer de seus laços mentais. Laços esses que aprisionam, condiciona e escraviza a mente. Uma mente condicionada a mediocridade espiritual que se apega a crença das impossibilidades e impotência de suas qualidades extra-sensoriais. E é esse condicionamento que faz de nós o que somos. Se quisermos mudar, se queremos ser diferentes, se queremos algo mais, é de suma importância uma transformação em nós mesmos. Uma transformação profunda que nos liberte dessa redoma que nos impede de crescer e ser o que realmente somos. O primeiro passo para essa transformação é a fé. A fé pode ser definida de forma simples como “Se acreditar que pode então poderá”. Quando acreditamos que podemos fazer algo, esse algo se realizará. A principio pode parecer simples, mas no fundo é extremamente difícil, pois, esta enraizada dentro de nós a duvida, a descrença e a incerteza. E essas raízes estão nos mais profundos recantos da nossa mente. E é aqui que começa o trabalho de libertação. Libertação de nossa mente. Transformação da mente inferior para a mente superior. A morte do homem inferior para dar vida ao homem superior. Toda escola esotérica seria que se preocupa com o desenvolvimento de seus alunos, inevitavelmente tem que começar com a libertação mental. Os métodos para isso variam, mas em síntese todos tem a mesma função, meios diferentes para um mesmo fim. O exercício aqui proposto é usado por uma ordem esotérica européia, mas que tem suas bases no esoterismo oriental. E seu objetivo é de penetração das camadas mentais. O nome desse exercício é “Abrindo Portas”. O nome oriental é “Soar do Gongo”. É composto de 10 fases, mas inicialmente iremos ver apenas as duas primeiras. No oriente se usa símbolos para cada uma das fases, mas devido a dificuldade de familiarização do ocidente com esses símbolos orientais, é preferível o método europeu que faz uso da Cabala, precisamente da Arvore dos Sefirot que tem os mesmos significados dos símbolos orientais. Torna-se então necessário uma breve descrição dos sefirot.

O primeiro é Kether. Seu nome significa coroa. É a origem de tudo, a primeira manifestação do imanifesto. Sua cor é o branco, seu arcanjo é Metatron, seu nome divino é Eheich, seu domínio no individuo é o alto da cabeça. Na jornada mística, representa a união com Deus.

O segundo é Chokmah. Seu nome significa sabedoria. É a energia pura e sem controle que brota de Kether, o grande Pai. Sua cor é o cinzento, seu arcanjo Ratziel, seu nome divino é Iah, seu domínio no individuo o lado esquerdo do rosto. Na magia representa a força geradora masculina, a energia necessária para ativar os experimentos mágicos.

O terceiro é Binah. Seu nome significa entendimento. É a forma em que a energia se cristaliza, a Grande Mãe. Sua cor é o preto, seu arcanjo é Tzafquiel, seu nome divino é Jeovah Elohim. Seu domínio no individuo é o lado direito do rosto. Na magia representa a força geradora feminina, a forma necessária para dar forma a intenção das operações mágicas.

O quarto é Chesed. Seu nome significa misericórdia. É a esfera da preservação do que já existe e do crescimento do que é novo. É o Rei Benevolente. Sua cor é o azul, seu arcanjo é Tzadquiel, seu nome divino é El. Seu domínio no individuo é o braço esquerdo. Na magia representa a concretização das idéias.

O quinto é Geburah. Seu nome significa severidade. É a esfera do julgamento, da punição do erro e da destruição do que é inútil ou nocivo. É o Guerreiro Poderoso. Sua cor é o vermelho, seu arcanjo é Camael, seu nome divino é Elohim Gebor. Seu dominio no individuo é o braço direito. Na magia representa os poderes de ataque e defesa.

O sexto é Tiferet. Seu nome significa beleza. É uma esfera mediadora, ponto de passagem entre as esferas inferiores e as superiores, que promove o equilíbrio de todas as forças que nela se encontram. É o Filho Salvador. Sua cor é o amarelo, seu arcanjo é Rafael, seu nome divino é Ieve, o Tetragramatonn. Seu domínio no individuo é o peito (o coração). Na magia representa o poder curador e a iluminação.

O sétimo é Netzach. Seu nome significa vitória. É a esfera das forças instintivas da natureza e da sexualidade. É a Jovem Sedutora. Sua cor é o verde, seu arcanjo é Haniel, seu nome divino é Jeovah Tzaboath. Seu domínio no individuo é o ventre. Na magia representa o poder dos ritmos, do magnetismo e da sedução.

O oitavo é Hod. Seu nome significa gloria. É a esfera do conhecimento e da habilidade pratica. É o Jovem Mago. Sua cor é o alaranjado, seu arcanjo é Miguel, seu nome divino é Elohei Tzaboath. Seu domínio no individuo são as pernas. Na magia representa a aprendizagem dos segredos das operações da magia cerimonial.

O nono é Iesod. Seu nome significa fundamento. É a esfera da imaginação que constrói as formas antes que elas se concretizem. É a Senhora da Feitiçaria. Sua cor é o violeta, seu arcanjo é Gabriel, seu nome divino é Shadai el Chai, seu domínio no individuo os órgãos reprodutores. Na magia representa a clarividência, o poder de criar formas mentais e de fazer viagens psíquicas.

O décimo é Malkut. Seu nome significa reino. É a esfera de concretização dos objetivos materiais. É a Rainha da Natureza. Seu arcanjo é Sendaefon. Seu nome divino é Adonai ha Aretz. Seu dominio no individuo os pés e órgãos excretores. Por conter em si os quatro elementos que formam tudo o que existe no mundo material. Malkut tem quatro cores: citrino (ar), castanho avermelhado (fogo), oliva (água), e preto (terra). Na magia representa a concretização da intenção do ritual.

Iremos trabalhar com os dois ultimos sefirot. Malkut e Iesod. São essas as duas camadas mentais que iremos trabalhar. Concentração e imaginação são os requisitos básicos essenciais para o sucesso desse exercício que aliado a meditação pode nos proporcionar experiências gratificantes.
É necessário que o exercício seja feito a noite. Qualquer noite para o exercício de Malkut. E noites de lua cheia para o exercício de Iesod. Isso não quer dizer que o exercício de Iesod em outras noites que não seja de lua cheia não tenha resultados. Mas a potencialidade do exercício é maior nas noites de lua cheia.

EXERCÍCIO DE MALKUT

Relaxe totalmente o corpo e a mente, estando bem relaxados imagine que a sua frente esta uma porta. Abra a porta e o que você vê é apenas um abismo, uma abismo profundo e negro. Olhe para baixo. Você vê apenas pontilhados de luzes. Esse abismo é a sua mente. Medite sobre isso, creia, tome como uma verdade incontestável que esse abismo é o acesso aos mais profundos recantos da sua mente. Não tenha pressa. Repita o exercício varias vezes. Quando achar que esta pronto passe para o segundo procedimento. Estando a beira do abismo, deixe-se cair dentro dele, sinta-se caindo levemente como uma pluma, visualize os pontilhados de luz passando por você, a sensação de estar indo cada vez mais fundo. Estando nesse estado de cair e sentir indo cada vez mais profundamente, imagine que no fundo do abismo esta uma porta e nessa porta a inscrição Malkut com letras brilhantes, e que essa porta atrai você ate ela. Você esta frente a porta, olhando as letras brilhantes, concentrando-se nela diga “Abra-se porta”. A porta se abre e você vê através da porta aberta um caminho de terra, dos dois lados estão eucaliptos que balançam ao vento, as folhas caindo. Você passa pela porta e entra no caminho, sente os pés na terra, os pés afundando na terra. O caminho leva você ate uma clareira onde está quatro pilares. O primeiro pilar a direita é feito de terra e esta cheio de raízes. O segundo ao lado desses é feito de água e jorra pra cima como um chafariz. O terceiro pilar é do ar e é como um redemoinho. E o quarto pilar é o do fogo e é como uma tocha. São os quatro elementos. Os quatro elementos dentro de nós mesmos. Se concentre em cada um deles separadamente. Primeiro o pilar da terra. Medite sobre ele, sobre seu elemento e em suas características, intuitivamente começara a associar a ele o que em você está relacionado a ele. Defeitos, desejos, virtudes, tudo isso instintivamente vai perceber que se relaciona a esse elemento. Associe as raízes que saem do pilar, os defeitos, as virtudes, os desejos. Mas associe uma de cada vez. Por exemplo, se vai trabalhar com os defeitos, associe a cada raiz um defeito. Se for trabalhar com as virtudes faça o mesmo, e com os desejos também. O trabalho com cada um destes se faz da seguinte forma. Com os defeitos: medite sobre o defeito, depois imagine que a raiz que representa ele começa a murchar, secar e morrer e que no final sobre apenas uma bolinha de terra, pegue essa bolinha na mão, jogue-a no chão e pise com os pés e fale “Que você (nome do defeito) não faça mais parte de mim”. Se for uma virtude, imagine que a raiz que representa ela, comece a florescer, crescer, dar frutos. Estenda a sua mão tocando essa raiz, então a raiz começa a enroscar em seus braços e tomando conta de todo o seu corpo de forma que você faz parte da raiz, sendo uma coisa só, imagine você junto com ela, florescendo, dando frutos, sinta-se cheio dessa virtude, sinta-se transbordando dela. Com os desejos faça a mesma coisa, sentindo que ele se realiza. Sentir com fé é o segredo desse procedimento. Repita o procedimento com o pilar da terra até sentir que esta pronto para iniciar com o pilar da agua. O procedimento com a agua segue as mesmas características do pilar da terra. Assim que descobrir os defeitos, virtudes e desejos relacionados a esse elemento devem agir da seguinte forma. Para os defeitos, poe a mão na água, e imagine que o defeito sai através dela. Para as virtudes sinta a água entrando por sua mão, enchendo o corpo de água ao mesmo tempo enchendo você com a virtude e com o desejo o mesmo procedimento. Com o pilar do ar para os defeitos sinta o redemoinho tirando ele de você. Para as virtudes e desejos sinta ele enchendo você, sinta como se o redemoinho estivesse dentro de você. Com o pilar do fogo sinta o fogo queimando os defeitos, e para as virtudes e desejos sinta o fogo inflando dentro de você. E por fim, mescle todos os elementos dentro de você. Sinta-se terra, e junto com a agua, sinta-se lama, e com o ar, sinta-se lama rodopiando, e com o fogo, sinta-se lava incandescente rodopiando.

EXERCÍCIO IESOD

Repita os mesmos procedimentos do exercicio de malkut ate estar frente ao abismo. Deixe-se cair no abismo da forma ja citada no exercicio anterior. Só que agora a porta que você visualiza esta escrito Iesod. Você abre a porta pronunciando as palavras “abra-se porta”. A porta se abre, voce esta numa sala redonda e no centro da sala um poço com agua ate a boca. A agua é cristalina e brilhante. (como esse exercício esta relacionado com a magia, ja que Iesod é a Senhora da Feitiçaria ao invés de um poço você pode imaginar um caldeirão. O caldeirão da bruxa). Estando em frente á esse poço, concentre-se na agua, a agua é limpida como um espelho, pontinhos brilhantes pontilham nela. Tenha em mente que essa agua brilhante é o Eter, a luz astral.
Usos desse exercício.

Despertando a Clarividência.

Olhe para a agua e deixe as imagens surgirem por si mesmas. Tenha a intenção de usar a sua clarividência. Visualize na água algum lugar, pessoas. Com a pratica diária as imagens ficarão muito nítidas, comumente acontece de você participar das imagens. Você pode também enfiar a cabeça dentro da água. Aos poucos sua clarividência se desenvolvera e com o tempo basta apenas imaginar que olha o poço de água para ativar ela.

Usando para a Cura.

Frente ao poço, concentrando-se na água, visualize a pessoa que quer ajudar. Pegue um pouquinho de água na mão direita e de a forma de uma bolinha de luz, coloque sua intenção nessa bolinha a lance na imagem da pessoa na água. (aqui pode se usar tanto para o bem como para o mal, curar ou causar doenças. No caso de causar uma doença ou um ataque psíquico, ao invés da bolinha de luz, imagine uma serpente e lance na pessoa no lugar que quer causar o dano).

Para conquistar alguem.

Tire um pouco de agua do poço, de a forma de uma seta ou flecha. Visualize a pessoa e lance a flecha em seu coração.

Enfim essa é a câmara da feitiçaria e da magia, os seus usos são muitos. Lembrando que quem a usa para o mal receberá o mal.

Obs: Esses exercicios me foram passados no astral por um membro ativo de uma ordem esoterica europeia.
Tetragrama

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