VIAGEM ASTRAL (Revista Sexto Sentido /Out 99)
PROJEÇÃO
ASTRAL
A
projeção astral continua sendo um dos fenômenos mais intrigantes e
discutidos da parapsicologia, exigindo dos pesquisadores uma
abordagem científica totalmente diferente da convencional.
A
pessoa tem um sonho no qual parece flutuar. Ela move suas pernas
como se estivesse caminhando na rua, acordada, mas se encontra a
alguns centímetros do chão. O movimento é mais fácil e, a cada
passo, é nítida a impressão de estar percorrendo longas distâncias
com um esforço mínimo. Aos poucos, ela começa a perceber que se
encontra cada vez mais distante do solo, como se estivesse voando,
capaz de ir a qualquer lugar simplesmente desejando. A sensação de
liberdade e alegria é imensa, acompanhada de um forte desejo de
permanecer naquele estado eternamente.
Para
alguns pesquisadores ligados à parapsicologia ou às diversas
vertentes do espiritualismo, esse tipo de sonho é indício do
fenômeno conhecido como projeção astral. Também pode acontecer
de alguém tomar consciência de estar num sonho e, com isso, não
apenas conseguir algum controle sobre o que está acontecendo mas
também reproduzir a experiência outras vezes. Ou da pessoa se
assustar e acordar bruscamente, sobressaltada, com a impressão de
estar caindo. Tudo isso indica projeção astral e são
acontecimentos bastante comuns para a maioria das pessoas.
Segundo,
se sabe, o fenômeno pode ocorrer espontaneamente, independente da
vontade, ou como uma experiência controlada, programada. Dependendo
da linha de estudos, existem inúmeros procedimentos ou exercícios
preparatórios para se realizar uma viagem astral, mas nem todos os
pesquisadores entendem que isso seja possível.
O
conhecimento da projeção astral parece ser quase tão antigo quanto
a própria humanidade. Existem referências na Bíblia e em diversas
culturas do planeta. Os antigos egípcios falavam do Ka, visto como
uma cópia ou reflexo imaterial do corpo físico. O taoísmo entende
que a energia do universo está concentrada no corpo físico, na
forma de uma essência espiritual que, com exercícios e meditação,
poderia ser exteriorizada. Os hindus também entendem que o corpo é
constituído da parte física e outras normalmente não visíveis.
No Tibete, é bastante difundida a idéia de que todas as coisas têm
um duplo, como uma realidade invisível junta à visível.
O
conhecimento da projeção astral se popularizou no mundo ocidental
na Segunda metade do século XX, dando origem a uma série de estudos
que tinham como meta facilitar a realização do fenômeno.
Anteriormente chamada de viagem astral, o termo acabou substituído,
em algumas linhas parapsicológicas por Projeciologia.
CORPO
ASTRAL
Espécie
de cópia exata da forma física, mas que não deve ser confundido
com a alma, o corpo astral tem uma relação bem estreita com o de
carne e osso. Apesar de ainda não ser possível definir sua
composição, muitos afirmam que ele também possui uma existência
material só que diferente do corpo físico. Algumas linhas explicam
que a forma astral tem freqüência vibracional bem superior a do
mundo físico, razão pela qual é difícil vê-la. E, ao contrário
da alma, tida como imortal, um dia, em determinado ponto evolucional
do indivíduo, o corpo astral também morrerá para que o espírito
ingresse em planos mais elevados de existência.
Quando
ocorre o que os médicos chamam de morte clínica, o corpo astral
desliga-se do físico, mantendo a mesma individualidade e consciência
de antes. Segundo alguns pesquisadores, essa forma astral passa a
viver em uma espécie de dimensão paralela ou plano astral. Outros
entendem que o corpo astral não existe necessariamente em outra
dimensão, mas que possui a capacidade de deslocar-se através de
diferentes dimensões, ultimamente têm surgido inúmeros relatos de
pessoas que estariam entrando em contato com seres extraterrestres
pela projeção astral, já que tais criaturas habitariam dimensão
diferente da nossa.
Todos
os relatos de projeção astral fazem referências a um cordão de
prata unindo a forma etérea à física, podendo esticar-se a
distância espantosas sem se partir. Muitos afirmam que um
rompimento do cordão de prata implicaria na morte imediata do corpo
físico, apesar de estudos mais recentes refutarem a idéia, dizendo
que o cordão não pode ser rompido e, mesmo se pudesse, isso não
acarretaria na morte física.
NOVAS
ABORDAGENS
Hoje
a projeciologia se apresenta como uma nova maneira de encarar o
fenômeno, com estudos, pesquisas e experiências realizadas no
Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia, com
sedes na Espanha, Argentina, Portugal, Inglaterra, Estados Unidos,
Canadá, Holanda, Itália, Uruguai e China, além de 56 unidades no
Brasil. Segundo Werner Scheinpflug, médico cardiologista e diretor
técnico-científico do IIPC, projeciologia é o estudo da projeção
da consciência ou experiência fora do corpo, que nada mais é do
que um sinônimo de viagem astral. "Nós utilizamos esse
termo", explica Werner Scheinpflug, "por ser mais técnico,
sem nenhuma conotação mística ou esotérica. A projeção
consciente refere-se a uma experiência peculiar de percepção do
meio (ou ambiente), seja espontânea ou induzida, na qual o centro de
consciência de alguém situa-se em uma locação espacial separada
de seu corpo físico."
Segundo
Werner Scheinpflug, para tratar desse tema é necessário um ponto de
vista científico diferente, uma vez que a ciência convencional
exige provas concretas, algo muito difícil em uma experiência
não-física e subjetiva, como é o caso da projeção consciente.
"O que estamos dispostos a fazer é propor um novo modelo
científico que abarque a complexidade do fenômeno e permita a
verificação pessoal de qualquer pesquisador realmente motivado. A
vivência pessoal é a maior comprovação que qualquer um pode ter.
O problema é que os pesquisadores convencionais exigem provas
externas por insegurança pessoal de encarar os fenômenos
parapsíquicos de frente".
O
objetivo desses estudos e experiências não é convencer ninguém,
uma vez que a projeciologia adota o "paradigma consciencial"
para estudar os fenômenos, ou seja, uma visão de mundo diferente da
que tem a ciência materialista. "Essa abordagem", diz
Werner Scheinpflug, "é composta a partir da auto-experimentação
do interessado, da convergência dos relatos e da extensa
bibliografia em torno do assunto. Atualmente, temos pesquisas
individuais que se transformaram em cursos - "maratonas" de
pesquisas nas quais cada um aplica determinada técnica no período
de um mês, procurando posteriormente compilar os relatórios e
verificar os fenômenos comuns, além dos experimentos individuais
realizados nos laboratórios do Centro de Altos Estudos da
Consciência (CAEC), mantido pela Cooperativa dos Colaboradores do
IIPC".
Os
relatos e experiências dos pesquisadores do IIPC estão em
concordância com outros, vindos de diferentes partes do mundo.
Esses relatos afirmam que, durante a projeção, uma pessoa pode ir a
outro continente, a outro planeta ou encontrar pessoas no mesmo
estado ou que já perderam o corpo físico. "Essas vivências
realmente ocorrem em outra dimensão da existência", diz Werner
Scheinpflug, "que nós chamamos de dimensão extrafísica. A
projeção consciente é a chave para entrar nessa outra dimensão".
Scheinpflug também entende que qualquer pessoa pode realizar a
projeção, desde que tenha motivação, persistência e disciplina,
técnicas que o IIPC garante fornecer em seus cursos. Outros
pesquisadores famosos da projeção astral, como Sylvan Muldoon e
Hereward Carrington, também afirmam que qualquer pessoa pode fazer a
projeção, ainda que alguns tenham mais facilidade do que outros.
COMPROVAÇÃO
CIENTÍFICA
Assim
como ocorre com outros fenômenos parapsicológicos, por se tratar de
um acontecimento subjetivo a projeção enfrenta problemas com a
ciência convencional. Apesar das dificuldades para se obter provas,
alguns cientistas dedicaram-se ao estudo da projeção, como o inglês
Robert Crookall, que publicou uma série de livros nos anos 60 e 70;
Hornel Hart, da Universidade de Duke, a mesma que possibilitou as
pesquisas parapsicológicas de J. B. Rhine; e o psicólogo Charles T.
Tart.
Charles
T. Tart efetuou experiências na Universidade da Virgínia e na
Universidade de Davis (Califórnia), para ver se era possível
realizar e controlar a projeção astral em laboratório. Para isso,
ele convidou Robert A Monroe, nos anos 60, que conectado a aparelhos
como um eletroencefalógrafo deveria ler uma série de números
colocados fora de seu alcance. Foi obtido o que se chamou de "êxito
parcial", uma vez que Robert A Monroe conseguiu descrever apenas
parte dos números. Durante a experiência, os aparelhos indicaram
que ele se encontrava num estado de sonho.
Para
a ciência, as declarações assombrosas de pessoas que passaram pela
experiência e afirmam Ter viajado a outros países, planetas,
encontrado espíritos desencarnados, marcado encontro com outros
viajantes nessa dimensão ainda desconhecida, são de pouca validade
justamente por não serem objetivas, e talvez, não passarem de
imaginação.
Seja
como for, a maioria dos pesquisadores na área, inclusive Charles T.
Tart e o IIPC, defendem que não é possível analisar todas as
experiências usando os mesmos padrões de abordagem científica. Os
fenômenos que extrapolam a realidade física requerem métodos
distintos de investigação.
Charles
T. Tart concluiu que a projeção astral deve ocorrer em menos de um
por cento da população, mas esse numero pode estar aumentando à
medida que mais pessoas tomam conhecimento do assunto e passam a
acreditar na possibilidade de ter a experiência. Isso pode ser um
indício de que, para tornar possível determinado fenômeno
paranormal, talvez seja preciso acreditar, e o poder da fé
verdadeira ainda continua sendo um grande tabu para os estudos
científicos tradicionais.
CAINDO
NO SONHO
A
sensação de queda parece ocorrer principalmente durante o estágio
inicial do sono e é bastante comum. Para a psicologia e
psiquiatria, ela pode estar associada a vários tipos de temores,
expressos na forma de uma queda sem rumo e um despertar assustado.
Outra linha de pensamento diz que o fato pode Ter relação com
memórias coletivas inconscientes, de uma época antiquíssima,
quando nossos ancestrais ainda viviam em cima de árvores, o único
local seguro, uma queda significaria estar à mercê dos inimigos e
predadores.
Hans
Holzer, famoso pesquisador dos fenômenos psíquicos, acredita que a
sensação tem a ver com o retorno do corpo astral ao corpo físico.
Nos casos em que, por uma razão ou outra, o corpo astral se vê
obrigado a voltar rapidamente, a mudança de um ambiente onde a
vibração é mais rápida para outro em que ela é mais lenta
poderia provocar um choque, semelhante à sensação de queda.