ENCICLOPÉDIA DOS ELEMENTAIS II




ANÕES E GNOMOS
Os anões e os gnomos são os donos da terra, do solo e do subsolo e seu aspecto muitas vezes repulsivo não é mais do que o reflexo da matéria bruta e primária de que são hóspedes e guardiões. Podem até serem qualificados de feios, mas são muito sábios.
Por sua etimologia, a palavra "gnomo" significa "o que sabe" e também "o que vive no interior da terra". Na Alemanha, a palavra "gnomem" foi tomada da França no século XIII. Entretanto, desde o século XI os montanheses balconeses evitavam as cavernas exploradas pelos gnomos. Esse pequeno povo que habitava as moradas subterrâneas, assegurava a germinação das plantas, escavavam galerias em busca de minerais, vigiavam o crescimento das pedras preciosas e guardavam os tesouros enterrados. São tradicionalmente excelentes ferreiros, admiráveis fabricantes de jóias e artesãos de espadas tão fortes e rápidas que torna invencível quem as usa.
Nas lendas do folclore popular, são os anões e os gnomos que guiam e protegem os mineiros, os exploradores subterrâneos e metalúrgicos. São associados as divindades da forja e dos Infernos como o deus grego Hefesto, que forjou o raio de Zeus.
Gnomos e anões vivem no coração da matéria mais densa, mais pesada e sua missão consiste em organizar a matéria bruta, refiná-la, limpá-la e unificá-la antes de sua saída para a terra.
Seja qual for sua origem, real ou sobrenatural, elemental ou demoníaca, os anões e os gnomos existem, com nomes diferentes, em todos os países e todas as culturas, inclusive no Brasil. Na França chamam-se de "gobelins", na Escócia de "browales", na Irlanda de "cluricaunes", na Suécia de "taitters ou tomtes", na Islândia "trolls", na Noruega e na Dinamarca de "pruccas ou pwcca", no País de Gales de "klabbers, dauniessies, hobgoblis", na Espanha de "grasgos ou trasgos", na Suiça de "servants' e na Alemanha de "nis-kobolds".
Anões e gnomos são divindades minúsculas da forja e da mina, portanto, seres da noite e das cavernas.
LENDA DOS GNOMOS E ANÕES


Na origem do mundo, segundo as lendas nórdicas reunidas em a "Edda", quando os deuses, os "Ases", desmembraram o corpo do grande gigante Ymir para fazer com ele o céu, a terra, as nuvens, os bosques e os oceanos, quatro anões foram dispostos nos quatro cantos do firmamento para sustentar a cúpula celeste durante todo o tempo que durar o universo.
O anões, assim como os elfos, tiveram origem nos vermes formigantes do cadáver em decomposição de Ymir e a maioria deles foi morar nas profundezas da terra, em Niflheim, a Morada dos Mortos e também em Svartalfaheim, o reino dos elfos negros que haviam abdicado da luz do sol e jamais abandonariam suas tenebrosas moradas subterrâneas. Esses anões originais eram ferreiros dos deuses, que possuíam a habilidade de fabricar ferramentas mágicas e armas invencíveis.
Para alcançar a sombria morada dos anões era necessário passar por cima de Bifrost, a ponte do arco-íris que unia Niflheim, o Reino dos Anões, Midgard, a terra, o "Reino Médio", e Asgard, o céu, a Cidadela Divina. Raro eram os que se aventuravam por este ponte multicolorida, cuja cor vermelha correspondia a barreira intransponível de um fogo ardente, que evitava que os gigantes das montanhas chegassem ao céu. Somente Loki, o deus do fogo, era um hóspede freqüente desse pequeno povo. Entretanto, Loki era astuto e pérfido e constantemente punha os deuses nas maiores dificuldades, tanto que era chamado de o "caluniador dos Ases".
Com a giganta Angrboda "a que anuncia a desgraça", Loki teve três filhos: um lobo monstro chamado Fenrir, a serpente Midgard, que vive no mar que rodeia a terra e Hel, a guardiã da morada dos mortos situada em Niflheim. Os deuses Ases, a princípio, acolheram o lobo em sua casa e o alimentaram. Entretanto, o lobo cresceu tanto em força e tamanho e umas profecias anunciavam que um dia devoraria o mundo com seus dentes de ferro. Por isso, os deuses decidiram amarrá-lo a fim de reduzir sua capacidade de destruição. Confeccionaram uma forte atadura, que se rompeu logo que o lobo foi envolvida nela. Então foi forjada uma segunda, que novamente não foi suficiente para imobilizar Fenrir. Os Ases começaram a se desesperar, pois não achavam possível dominar o lobo, cujo vigor só aumentava. Tiveram então a sábia idéia de recorrer aos anões, cuja a arte e habilidade associada a magia os tornavam insuperáveis. Eles, que sempre sofriam depreciação por causa de sua pequena estatura e feio aspecto, trataram de agradar os deuses e forjaram uma atadura mágica que chamaram de Gleipnir. Dizia-se que a Gleipnir foi criada com a utilização de seis ingredientes: o ruído do passo dos gatos, a barba das mulheres, as raízes das montanhas, os tendões dos ossos, o alento do peixe e a saliva dos pássaros. Esses ingredientes eram tão raros e impalpáveis como poderosos, pois sabemos que as mulheres não têm barba, o passo do gato não provoca ruído e não há raízes debaixo das montanhas.
A atadura mágica era lisa e flexível como uma cinta de seda, mas com uma solidez a toda prova e conseguiu prender o imenso e raivoso lobo Fenrir.
A lenda dos gnomos foi introduzida na Europa no princípio do século XVI por autores como Pico de la Mirándola, Marsilio Ficino, Paracelso, Jerônimo Cardam e Reuchlin.


DESAPARECIMENTO DOS ANÕES E GNOMOS


Todos os relatos consagrados aos anões e os gnomos recordam seu desaparecimento progressivo ao longo dos séculos. O poeta alemão Heinrich Heine contava a história desse exílio, tal como havia lido em uma compilação de lendas tradicionais:
"No condado de Hohenstein, entre Walkenried e Neuhof possuíam um de seus reinos. Um dia, um habitante desse país, notou que haviam roubado sua plantação sem que pudesse descobrir o autor do tal roubo. Acabou por escutar o conselho de uma "mulher sábia". No crepúsculo, o camponês foi passear ao longo de seu campo, golpeando as plantas com uma varinha comprida. No primeiro golpe, viu ele logo adiante vários anões; a vara havia feito cair os gorros que os tornavam invisíveis. Os anões assustados, acabaram confessando que foi seu povo que teria despojado o campo, mas que haviam praticado tal ato em vista da total miséria em que se encontravam.
A notícia da captura dos anões desatou rumores em toda a comarca. O pequeno povo enviou representantes e ofereceu um resgate pelos irmãos que haviam sido presos pelos humanos. Uma vez realizada a troca, os anões prometeram abandonar a região para sempre. Entretanto, quando se tratou de organizar a partida, deu-se lugar para longas discussões. Os camponeses não que os anões partissem com seus tesouros, mas por outro lado, os anões não queriam ser vistos. Acabaram por entender-se. Acordou-se que os emigrantes passariam por uma ponte estreita, perto de Neuhof, e cada um jogaria, em um tonel destinado para tal fim, uma determinada parte de sua fortuna, sem que nenhum camponês tivesse direito de se aproximar do lugar. E, acordo feito, acordo cumprido. Entretanto, alguns curiosos se esconderam debaixo da ponte. Durante longas horas ouviram as pisadas dos homenzinhos. Parecia que um interminável rebanho de ovelhas passava por suas cabeças."
E foi assim, que o Pequeno Povo foi expulso daquela região, que com sua partida, perdeu o encanto, que sem a presença benévola dos anões, tornou-se para sempre apagada e sem vida.
Na Europa, os anões e os gnomos são uma etnia muito antiga que está em vias de extinção. Já aqui no Brasil, com seu vasto território de florestas e campos, é o habitat perfeito para viverem e se multiplicarem. Nosso povo ainda tem pouco conhecimento de sua presença e quando se tornam visíveis, são na maioria das vezes confundidos com extraterrestres.
Nossa civilização atual é um parte culpada pela perda quase total do contato com esse Povo Pequeno, pois nos tornamos demasiadamente racionais e cremos tão somente na ciência que nos levou a desacreditar nesses personagens da natureza. Infelizmente, o homem moderno perdeu o sentido do mistério e o gosto pela magia. De tanto querer explicá-lo e controlá-lo, nos deixou aleijados de nossa própria infância.
Os nomes e os rostos do Povo Pequeno, sempre foi para o homem de grande ajuda para dar nome aos seus medos e identificar seus sentimentos. Ao temer a dança das fadas, ao invocar a ajuda dos gnomos e anões, recorrer a proteção dos duendes e elfos, o homem não fazia outra coisa do que projetar no exterior de si mesmo os sentimentos que o asfixiava.
Os contos e lendas dos anões e gnomos são os últimos vestígios da Idade do Ouro, aquele tempo mítico que os homens compreendiam a linguagem dos pássaros e as portas do Mundo das Fadas estavam completamente abertas.
Entretanto, se ainda quisermos não morrer asfixiados nesse mundo de desencantos, devemos aprender a nos reconciliar com a parte de nós mesmos que há muitos séculos deram origem ao mundo das fadas. Somos e sempre seremos criaturas sonhadoras e portanto, tão imaginários quanto os gnomos, duendes ou os anões. Somos todos feitos de uma mesma "massa" que cresce graças ao fermento do espírito e da levedura da imaginação.
Deixe-se sonhar, pois sonhar é preciso!
DUENDES
Os duendes habitam nossas casas e são conhecidos por suas travessuras e falta de seriedade, fazendo muito barulho a noite e causando transtornos ao nosso sono. Esses seres estão associados aos gnomos e são considerados emissários e operários etérios do fluxo de energia vital. Eles podem viajar através das dimensões o que lhes permite aparecer e desaparecer.
Segundo a crença popular, o pequeno tamanho que apresentam quando tornam-se visíveis aos olhos humanos, é unicamente uma aparência que os duendes podem adquirir voluntariamente.
Esses pequenos seres possuem grande apreço pela música, pelo canto e bailes.
Igual aos gnomos, os duendes são elementais da terra, cujas vibrações são tão próximas da terra física que influenciam as estruturas minerais, exercendo poder sobre as pedras, a flora e a fauna.
É o reino mineral que dá sustentação ao reino vegetal e tem ligação com todos os outros reinos, pois é o constituinte químico de todos os compostos físicos e espirituais que compõe a terra em todas as suas realidades. Conseqüentemente, os duendes e os gnomos são muito importantes, pois possuem o poder e a capacidade de direcionar energias a planos abrangentes e dinâmicos.
O contato com um duende é bem interessante, mas devemos nos preparar para recepções divertidas ou desagradáveis, de acordo com a nossa egregore interna. Eles podem nos ajudar muito no aprendizado com plantas e ervas.
Os duendes possuem hábitos noturnos e geralmente têm uma atitude benévola com os seres humanos, para os quais realizam pequenos trabalhos domésticos se forem devidamente respeitados e alimentados.
A maioria deles moram nos bosques ou campos, no interior de alguma árvore ou no subsolo da terra.
Cada país tem suas próprias peculiares tradições no que se refere aos duendes. No Brasil, o duende mais popular é o Saci-Pererê, um assombroso negrinho de uma perna só, cuja responsabilidade é evitar a depredação da natureza e a matança desordenada dos animais. Cooperam com ele, o curupira, o caapora, entre outros, todos com o mesmo propósito. O nosso Saci, como qualquer duende, pode ser vingativo e cruel para todo aquele que desobedecer suas leis.
Os duendes podem viver vários séculos, ultrapassando 500 anos, mas não são imortais.


COMUNICANDO-SE COM DUENDES E GNOMOS
Em primeiro lugar, quero deixar claro, que são nossos bloqueios mentais que nos leva a pensar que para manter contato com os seres da natureza, precisamos de um grau de altíssimo desenvolvimento espiritual, ou que precisamos estar livres, isentos de falhas ou conflito pessoais ou de termos o dom da clarividência. Com exceção de alguns (como os silfos), as portas da comunicação com os espíritos elementais (Devas), estão abertas a todos que sentem amor pela Natureza. Entretanto, sempre é bom obedecer-se alguns passos para que o contato se estabeleça com sucesso:
1.  Ter um interesse verdadeiro no trabalho com os espíritos da Natureza, de um ponto de vista que supere a satisfação do "ego".
2. Abordar a Natureza com um sentimento de admiração, curiosidade e respeito.
3. Estar aberto às possibilidades em termos energéticos, psicológicos, mentais e espirituais que a comunicação com os Espíritos da Natureza podem trazer.
4. Cultivar uma consciência e sensibilidade com relação ao mundo natural que nos permitam "entrar em sintonia" com as energias dévicas de todos os reinos da Natureza, animais, vegetais, minerais e dos outros elementos: água, ar, fogo, terra.
A ligação com o Reino Dévico ajuda-nos a encontrar o nosso própria lugar no mundo natural com o objetivo de ajudar e proteger o meio ambiente e de favorecer a evolução humana. A nossa verdadeira compreensão dos problemas da Vida Natural, cria uma forte ligação com a Mãe Terra (Gaia), ajudando os elementais em seu serviço criativo para renovar e assegurar a sobrevivência dos homens.

FADAS DO AR
As fadas do ar possuem uma energia sutil e fluídica. Em termos místicos, estes seres alados são tão rápidos quanto o pensamento e trazem mensagem dos Deuses. De acordo com a Alquimia, as fadas apresentam a mesma forma volátil do mercúrio, ou uma forma terrena de energia lunar: nem sólida, nem totalmente fluídica. O mercúrio é considerado a representação terrena do verdadeiro estado mágico feérico.
As fadas do ar são as mensageiras da alma, representando a liberdade espiritual. São ainda, criaturas de aspirações e transcendência, voando entre o céu e a terra, entre o corpo e o espírito liberto. Todas as tormentas e ventos estão associados com os Seres do Ar, desde a mais suave brisa, generalizada como um suspiro de na Ilha de Man (Irlanda), até os grandes e destrutivos poderes das Monções Árabes, causadas pelo furioso Jinn. Em diferentes relatos folclóricos, desde os desertos árabes até a América do Norte e as Ilhas Britânicas, há referências que os tornados seriam produto de uma horda de espíritos feéricos enfurecidos.
Na Lituânia, uma fada chamada Vejopatis é a mestra fazedora dos gelados ventos carregados de água e neve. Na Finlândia, o antigo Ukko é o responsável pelos fenômenos climáticos, comandando os ventos e a chuva, as nevoas, as tempestades, os raios e os relâmpagos, tudo com um só movimento de suas gélidas mãos. Aqui na América, os espíritos dos ventos e os pontos cardeais são invocados em inúmeras práticas xamânicas. Ga-Ho, um benevolente manipulador de ventos, propicia e tranqüiliza as correntes de ar para facilitar a vida dos homens das Montanhas. Vive no Norte e dali dirige os quatro ventos primordiais, o clima e as estações.
Na mitologia grega encontramos a hárpia, como a primeiras criatura alada descrita como desapiedada, cruel e violenta. Seu aspecto é horrendo e raptava pessoas e as torturavas a caminho do Tártaro. As vezes era representada sobre as tumbas, apoderando-se do espírito do morto. As hárpias personificavam os ventos violentos e as tempestades capazes de arrastar os homens para as mansões subterrâneas.


TIPOS DE FADAS DO AR
FYLGIAR
Estas fadas aéreas, só podem ser vistas pela pessoa a qual protegem. São pertencentes a ampla mitologia nórdica e ensinam o caminho de Valhalla, o Salão dos Mortos escolhidos, onde permanecem junto de seu protegido, até que esse se sinta confortável com sua nova condição. Tais fadas são oriundas da Islândia, uma ilha situada no atlântico norte, entre a Noruega e a Groelândia, onde segundo dizem, cada vez que uma criança islandesa nasce e escuta-se um grasnido, ela será especial e terá durante toda a sua vida a companhia de uma fada, uma presença conhecida pelo nome de Fylgiar.
SILFOS
Os silfos são provenientes da mitologia grega. Os silfos são espíritos que vivem tanto no ar como na água. Na raça dos silfos encontramos os Wallotes, pertencentes ao sexo masculino e as Arienes, pertencentes ao sexo feminino. Embora apresentem sexos diferenciados, não se reproduzem, pois são compostos em sua totalidade de ar e luz.
Os silfos são responsáveis pela purificação do ar e por manterem a pressão atmosférica. Esse trabalho é percebido nas mudanças alquímicas do tempo e ciclos de fotossíntese e precipitação. Esses seres são mestres, que expandem e contraem seus corpos de ar de níveis microcósmicos à macrocósmicos. Sempre mantendo a chama para o reino da mente, que corresponde ao plano ou corpo de ar.
O rei dos silfos é conhecido como Paralda.
Os silfos nos ajudam a conservar e desenvolver corpo e mente e estimulam a inspiração e a criatividade. Trabalham também para elevar nossos pensamentos e inteligência, equilibrando o uso conjunto das faculdades racionais e intuitivas.
FADAS DA ÁGUA
Numerosos e variados são os espíritos da água que moram nas fontes, nos lagos, nos rios, nas cachoeiras, nos mares. Esses espíritos marinhos da natureza apresentam características diferentes de uma parte do mundo para outra. Os do Pacífico diferem dos do Atlântico, e uns e outros do Mediterrâneo. As espécies que se apresentam em azul luminoso nos mares tropicais são muito distintas das que saltam nas espumas dos grises mares do Norte.
As formas das fadas marinhas são variadíssimas, em geral, tendem a tomar formas mais amplas que as fadas dos bosques e das montanhas, entretanto, como essas apresentam tamanho diminuto.
No folclore brasileiro temos algumas dessas fadas, como é o caso da Uiara, nossa ninfa da água doce, a lendária nereida Açaí, as formosas Juruás, entre outras. Temos ainda, o Boto, que é o senhor absoluto dos mares e do grande mar doce, que é o Rio Amazonas. Uiara também exerce grande poder, porém, somente nos rios e lagos. Especialmente no sagrado Tapajós, o rio dos suspiros. Outros são os rios sacros: Xingu, o rio de fogo; Tocantins, o rio do esquecimento onde bebem as almas solitárias; Juruá, o rio das dores; Itajaí, o rio fecundo; Japurá, o rio das virgens e das ilusões; Ipiranga, o rio dos trovadores; Jaguaribe, o rio dos ventos; Tubarão, o rio da felicidade; e muitos outros.
Em quase todas as tradições, assim como as brasileiras, esses seres fantásticos estão relacionados com a sedução que sempre acaba com o rosário da aurora, a maioria das vezes, de forma trágica.
Do mesmo modo que nossa Uiara, as fadas aquáticas universais buscam deliberadamente o contato com o homem para seduzi-lo, e quando não são correspondidas acabam com a vida do homem. Porém há mais pontos em comum:
- Vivem no fundo de uma fonte, cisterna, rio, onde flua água doce, pura e transparente.
- Possuem o aspecto de mulheres muito belas, de longa cabeleira e as vezes, possuem uma estrela gravada na testa.
- Podem ser grandes benfeitoras como letais. As vezes profetizam acontecimentos, e graças a sua influência produzem riquezas.
- Seus olhos são da cor verde esmeralda, com um olhar extremamente sedutor que enfeitiça o ser humano.
- Vivem em fabulosos palácios, ocultos da vista humana, em lugares subterrâneos ou aquáticos, ricamente decorados e iluminados nos quais guardam grandes tesouros e riquezas.
- Muitas dessas fadas até podem casar com um humano por amor, porém sempre com uma
condição, de não revelar sua condição de "mulher da água".
A origem das ninfas procede de velhos cultos pagãos, onde se buscava o apoio desses seres para dar às águas virtudes mágicas e medicinais, sendo em primeiro momento adoradas como Deusas, passando o culto mais tarde a centrar-se em seu próprio habitáculo, que se tratava de uma fonte, estanque, remanso ou similar.
Existem vários nomes, ou classificação para referir-se a esses seres femininos das águas, os mais conhecidos são: as ninfas (conhecidas também por ondinas), sereias e nereidas.
Grande parte da confusão que existe sobre o mundo das sereias se explica porque embaixo desse termo se englobam personagens sobrenaturais diferentes entre si. Dentro das águas oceânicas há as mulheres marinhas (mer-women, mer-maids, nereidas, morganas, etc.), que não apresentam o rabo de peixe como as sereias. Portanto, as nereidas se diferenciam das sereias por não terem o rabo de peixe e também, por habitarem os mares interiores ou menores.
Mitologicamente, as nereidas são consideradas como seres nascidos da união do mar com seus rios, em uma época que não existiam os homens e foram relegadas a um papel secundário no reino dos mares, devido a supremacia do Deus Poseidon. Se apresentam como belas mulheres jovens e nuas, rodeadas permanentemente de tritões. O nome "nereidas" significa "molhadas" e eram elas que salvavam os marinheiros dos perigos, diferente das sereias que os provocavam.
Independente da forma que apresentam, ninfas, nereidas ou sereias, todos teremos a sensação embriagadora ao escutarmos na negrura da noite, os cantos, os risos e o chamado com que afirmam sua presença imortal nas águas doces ou salgadas. Esses mesmos murmúrios, nas noites da humanidade recém-nascida, foram o firme testemunho das divindades da natureza.
As Fadas da Água estão presentes nas tradições de quase todos os povos e estudá-las nos fará contemplar o mundo de uma forma holística, que nos fará devolver a consciência de que vivemos em um Universo, do qual ignoramos suas raízes mais profundas.
A única forma verdadeiramente possível de entrarmos em contato com esses seres é nos banharmos dessa magia que unirá a todos com esse passado. É através da nossa integração instintiva com esse estranho mundo de pequenas criaturas, que personificam o espírito vivo e latente da Natureza, que sentiremos que não somos "donos" ou "senhores" de nada, mas sim fazemos parte dessa Natureza e que qualquer agressão à ela haverá de repercutir  no desenvolvimento de todo o Universo.
FADAS-ANIMAIS
As fadas são partes integrantes da natureza e são capazes de se comunicar com esse vasto reino, sejam animais, plantas ou outros seres encantados. Mas seu poder pode ir muito além e podem adotar qualquer forma corpórea, seja uma flor, uma planta, uma árvore, um ser humano ou um animal, entretanto quase sempre escolhem aquela a qual mais se identifica. Nos mitos greco-romanos e dos celtas, quase sempre se transformavam em lobo, cavalo, urso, serpente, cisne, foca, todos os animais muito familiares para esses povos.
Uma lenda muito conhecida, afirma que a Constelação da Ursa Maior foi, em um tempo distante, uma ninfa dos bosques chamada Calisto. Zeus, Senhor dos Deuses, se apaixonou por ela e para protegê-la da ira da Deusa Hera, sua esposa, primeiro a transformou em uma ursa e posteriormente em constelação. Outras fadas, sobretudo as aquáticas, tinham a virtude de transformar-se em gigantes serpentes, enquanto que em alguns mitos celtas aparecem com o aspecto de cisne, nadando placidamente sobre as águas.
A partir do século XII-XIII, e sempre seguindo a tradição, se tem notícia de fadas que tomam a forma de javalis, cervos, cabras, falcões, águias, animais paradigmáticos de uma civilização mais aristocrática e aficionada pela caça. Também certos animais domésticos, como os cachorros e gatos, foram considerados animais que mantinham contato com o mundo feérico. Os gatos, em particular, eram considerados elfos, mas havia um gato feérico em Highlands, o "Cait Sidt". Cachorros e pôneis são encontrados na história de Elidor de Giraldus Cambrensis.

Entre outras diversas classes de animais, os mais famosos eram o povo das focas, os "Selkies" e "Roane". Certas trutas e salmões eram considerados animais feéricos e inclusive alguns insetos. O conjunto das Ilhas Britânicas é rico em zoologia feérica. 

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