ENCICLOPÉDIA DOS ELEMENTAIS I






ELEMENTAIS DA NATUREZA
No início dos tempos da civilização, a humanidade teve oportunidade de permanecer muito tempo em contato com a natureza e suas forças e estavam bem a par do relacionamento místico do homem com os "espíritos" da natureza. Essas presenças faziam parte da vida cotidiana e eram percebidas nos bosques, no fogo, na água, no ar, na terra e nas mãos curadoras de nossas avós. Muitas comunidades indígenas, ainda conservam a crença nestes seres espirituais que habitam os distintos elementos da Natureza. Sua perspectiva é tão atual, que hoje a chamamos de "ECOLOGIA", uma ciência que tenta explicar ao mundo os motivos pelos quais devemos respeitar a Mãe Natureza, pedindo também a nossa colaboração para protegermos tudo e todos que aqui vivem.
A magia é uma ciência milenar que é muito mais do que retirar coelhos de uma cartola, mas investiga as Fadas como "seres elementais" e cataloga-as como "elementais do Ar". Menciona Gnomos e Duendes como "elementais da Terra"; as Sereias e as Ondinas como "elementais da Água"; as Salamandras como espíritos que habitam o fogo e nos transmitem mensagens através das chamas das velas. A magia diferencia ainda, os anjos dos outros espíritos naturais, explicando que os últimos, pertencem ao reino celestiais.
Os investigadores do Mundo das Fadas, são hoje conhecidos como parapsicólogos, que comprovam através de experimentos sua existência e ação. Sabe-se ainda, que as fadas são difíceis de serem descritas, pois suas aparições são muito rápidas, como um ligeiro resplendor. Como são seres da natureza, gostam de fixar residência em bosques ou curso de rios, mas há fadas nas cidades, em parques, em jardins e podem chegar até dentro de nossas casas se soubermos chamá-las adequadamente.
Mas quem realmente crê nas Fadas? Além de mim, é claro!, poucas são as pessoas que têm a capacidade deste "pensar mágico". Não os culpo, pois nossos próprios filhos hoje, já não têm mais tanto contato com a Natureza como antigamente. É quase impossível arrancá-los do computador ou do vídeo-game, falo por experiência própria. Já os adultos, preocupados com o vai-e-vem do dólar e com as angústias do dia a dia, adormeceram suas mentes para perceber ou apreciar este tipo de energia tão sútil.
Mas o homem já foi um sujeito curioso, que um dia olhou para as estrelas e imaginou que podia tocá-las. Invadidos pelo "pensar mágico", criou telescópios para olhar mais de perto e desenhou mapas. Depois, desejou viajar pelo espaço, para ficar mais pertinho de Deus. Construiu, para tanto, foguetes e acabou alacançando a Lua. Todos estes avanços comprovam que qualquer coisa antes de existir na esfera física, deve primeiro ser criada em nosso pensamento mágico. É O MÁGICO PENSAR QUE CRIA A REALIDADE!
Proponho a todos alguns momentos de "pensar mágico". Vamos então, pedindo respeitosa permissão, navegar pelo Mundo Mágico dos Elementais da Natureza!
ELEMENTAIS DA NATUREZA
Elemental significa “Espírito Divino”. El = senhor; mental = vibração mental superior. Estes são os espíritos da natureza. Deus, concedeu a três Reinos, paralelamente, a oportunidade de evolução e estes três Reinos são: Elemental, Angelical e Humano.
Os Elementais são os dinamizadores das energias das formas e integram-se aos Elementos da Natureza.
Devemos a Paracelsus, Theophrastus Bombastus Von Hohenheim, químico e médico, nascido na Suíça em 1493, a criação da denominação classificatória dos elementais. De acordo com Paracelsus o Povo das Fadas conhecidos das lendas eram uma espécie de seres astrais que não poderia ser classificada propriamente de "espíritos" por posssuírem corpos constituídos da quintessência a parte mais sutil de cada um dos elementos da Natureza chamada de éter.
1. OS ELEMENTAIS DA TERRA: Constituído de Duendes, Gnomos e Trolls.
2. OS ELEMENTAIS DA ÁGUA: Onde encontramos as Ninfas, Nereidas e os Duendes da Água.
3. OS ELEMENTAIS DA FOGO: As Salamandras
4. OS ELEMENTAIS DO AR: Constituído por Sílfides e Elfos
FADAS, QUEM SÃO ELAS?
A literatura da Idade Média e os contos infantis maravilhosos, nos ensinam que as fadas são seres femininos dotados de poderes sobrenaturais. Fisicamente, aparecem sempre com traços de uma jovem dama de beleza excepcional, ricamente vestida com trajes cujas cores dominantes são o branco, o ouro, o azul e sobre tudo o verde. Sua varinha mágica com uma estrela na ponta é símbolo de seus poderes mágicos. Está ainda dotada de uma sedução a qual mortal nenhum pode resistir. As crianças a adoram como sua mãe; os jovens se apaixonam perdidamente por ela e lhe consagram corpo e alma.
 A fada é o ideal feminino, símbolo do "anima", que encarna a virgem, a irmã, a esposa e a mãe. É a mulher por excelência, perfeita e inacessível. É também um agente da Providência, que distribuiu riqueza, fecundidade e felicidade, ajudando os heróis em perigo e servindo de inspiração para artistas e poetas. A fada, é ainda, uma fiandeira do destino, como as Parcas romanas e as Moiras gregas. São elas que tecem o fio da vida e assistem o nascimento das crianças humanas para presenteá-los com dons. São elas também, quem rompem esse fio e anunciam a morte dos seres humanos, antes de levá-los a seus palácios encantados, no País das Fadas.
Mas a fada, é por último, uma divindade da natureza, associada especialmente as árvores, aos bosques, as águas das fontes e das flores dos jardins. Aqui elas já aparecem com um aspecto não tão nobre e altivo das damas surgidas nas novelas da Idade Média e sim com a forma de uma pequena criatura, apenas vestida com telas translúcidas em tons pastel e dotada de asas de libélula.
Como podemos acompanhar, muito já se fantasiou a respeito das fadas, mas pergunta-se: mas quem são e como são realmente as fadas?
As fadas são uma raça de donzelas quase imortais, às quais os primitivos nativos da Itália davam o nome de "Fatae". O culto medieval siciliano das fadas, bem documentado pela Inquisição Espanhola, estava associado à Deusa Diana, que os italianos há muito tempo já chamavam de "A Rainha das Fadas". Diana era cultuada na Itália no Lago Nemi, onde outrora existira seu templo (500 a. C.).
As fadas italianas formavam grupos chamados de "Companhias" como a "Companhia dos Nobres" e a "Companhia dos Pobres". Tanto os homens quanto as fadas pertenciam a estas "Companhias", que eram essencialmente matriarcais, embora se encontrassem nelas elementos masculinos. Essas fadas, possuíam o poder de abençoar os campos, curar doenças e atrair a boa sorte. Somente através de preciosos presentes, podia-se aplacar a ira de uma fada e livrar-se de seus encantamentos. Tais oferendas só seriam aceitas se depositadas através das mãos de mulheres humanas.
Porém, o mais antigo registro das fadas, retratadas como pequenos seres alados, surgiram na arte etrusca à cerca de 600 a. C., na forma de "Lasa", espíritos do campo e das floresta. As Lasa eram descritas como pequenos seres humanos alados que flutuavam sobre um recipiente com incenso ou sobre uma bacia votiva. Estas primeiras fadas, estavam também associadas ao culto dos ancestrais e eram encontradas nos templos etruscos. Estavam ainda, identificadas com a vegetação e com todos os segredos da Natureza.
A palavra "fairy" (inglesa), conhecida hoje é bem recente e foi usada, as vezes, para denominar mulheres mortais que haviam adquirido poderes mágicos, tal como a usou Malory para Morgan le Fay.  Mas "fairy" originalmente significava "fai-erie", um estado de encantamento e se transferiu do objeto ao agente. Se dizia que as próprias fadas desaprovavam essa palavra e gostavam de ser chamadas com termos eufemísticos como: "Os Bons Vizinhos" ou "Boa Gente". Ao longo das Ilhas Britânicas se utilizam muitos nomes para as fadas.
A palavra francesa "fai", procedia originalmente do italiano "fatae", as damas feéricas que visitavam as famílias quando havia um nascimento e se pronunciavam sobre o futuro da nova criatura, tal como faziam as Parcas.
As imagens das fadas só vieram a surgir na arte celta após a ascensão do cristianismo, ou seja, depois da ocupação romana.
Hoje, acredita-se que o povo de Tuatha de Danann está associado ao Reino das Fadas. Isto se deve a sua misteriosa aparição às Ilhas Britânicas envoltos em brumas. Lá encontraram o povo Fir Bolg, os quais derrotaram na batalha de Moytura. Posteriormente, quando os celtas invadiram a Grã-Bretanha (600-500 a.C.), os Tuatha De Danann desapareceram nos montes e bosques. Esta é a origem da crença de que as fadas habitam as áreas rurais. As lendas dos mitos celtas foram preservados em textos como "Mabinogion", o "Livro Branco de Rhyderch" (1300-1325) e o "Livro Vermelho de Hergest" (1375-1425).
Todas as culturas européias, entretanto, possuem folclore envolvendo fadas. E, apesar das crenças sobre as fadas diferirem de uma cultura para outra, há dois conceitos básicos universais a todos: a distorção do próprio tempo e as entradas ocultas ao mundo das fadas.


DISTORÇÃO DO TEMPO E ENTRADAS SECRETAS
A crença na distorção do tempo é comum às fadas de todas as regiões. Uma noite em seus domínios equivaleria a vários anos no tempo dos mortais. Há relatos de histórias de pessoas que ao posicionar-se em um anel de fadas, acreditam ter ali permanecido observando o Baile das Fadas por breves minutos, mas em nosso mundo só reaparecem após muitos anos.
Entradas secretas protegem o acesso aos domínios das fadas e geralmente estão localizadas em montes ou tronco de árvores. Acredita-se que as fadas possuem uma enorme repulsa ao ferro e este metal deve ser usado como proteção contra elas quando necessário. Alguns folcloristas crêem que esta lenda deu origem a utilização do ferro para arar a terra e derrubar árvores, representando o poder do homem em violentar a Natureza. Diz, esta lenda ainda, que deve-se sempre deixar um pedaço de ferro na porta de entrada do domínio das fadas, para evitar que ela feche. As fadas não tocariam no ferro, e assim não poderiam impedir que a pessoa regressasse quando quisesse.
Há, entretanto, métodos de resgate de cativos de fadas. Se alguém que você conhece desapareceu em um anel de fada, você deve retornar a este lugar um ano e um dia mais tarde. Coloque somente um pé dentro do anel e poderá ver as fadas bailarinas e a pessoa que pretende resgatar. Com ambos os braços, agarre-a fortemente e puxe com força para fora do anel.
Todo aquele que deseja imensamente encontrar-se com as fadas, é necessário primeiro, aprender o máximo possível sobre elas,  pois todo o cuidado é pouco quando se pisa em território totalmente desconhecido.
Alerta-se para nunca se colocar ambos os pés em um anel de fadas, pois poderá ficar perdida no Mundo das Fadas. Um anel de fadas é um círculo redondo de cogumelos que pode ser encontrado em campos abertos e até em jardins e é o lugar onde as fadas dançam. Quem pisar dentro dele será capaz de ver o "Baile das Fadas", antes invisível e poderá também ouvir a doce e bela música, onde antes só havia silêncio. A música e a dança são tão contagiantes que os que a presenciam podem perder totalmente a noção do tempo.
Nunca coma da comida das fadas, não importa o quanto cortesmente lhe forem oferecidas. Quem a comer, pode ficar indefinidamente cativo em seu Mundo.
AS FADAS ESCURAS
As fadas são chamadas de "Escuras" por viverem no subterrâneo, mais freqüentemente debaixo colinas e não por serem más. Elas também podem habitar lugares escuros das nossas casas como vãos de escadas e porões.
No lugar de temer estas fadas, devemos ser espertos e procurar sermos seus amigos. As que vivem dentro de nossas casas irão nos proteger e abençoar. As que moram fora, no pátio por exemplo (e elas estão em toda a parte!), cuidarão de nossa propriedade e ajudarão fazendo com que nossas plantas e árvores cresçam fortes, permitindo ainda, que encontremos alguma pedra ou tesouro que nos auxilie nos trabalhos de magia.
O Povo Pequeno serve de barômetro para aferir o estado de vibrações de sua casa. Se estiver atraindo ou enviando energias negativas, eles ficam quietos e se afastam. Eles também, atraem a sua atenção para o problema se você não o notar imediatamente.
ALIMENTO PARA AS FADAS
Todas as fadas adoram gengibre, mel, leite, bolos, balas, biscoitos e sucos. Para atraí-las coloque a guloseima sobre uma pedra de pirita, prata, cristal, quartzo ou lunária. Apreciam também essências fortes como canela e pinho. Mas você deve dar de comer a elas sempre realizando um trato. Antes de conceder-lhes o alimento, diga:
"O QUE É MEU É SEU,
O QUE É SEU É MEU."

Peça então para que elas tornem sua casa um lugar alegre e diga que sempre serão bem-vindas.

As fadas amam jardins bem cuidados e você pode transformar o seu em um altar para elas. Plante nele muitas flores azuis, lírio-do-vale, dedaleira, gesta e rosas. Crie também um pequeno lago escavando a terra e colocando pedras em sua borda, para atrair as fadas da água. Mas há também fadas que gostam de lugares selvagens, portanto deixe uma pequena parcela da área sem cultivo. Suas oferendas serão muito bem aceitas quando colocadas em uma cesta e depositadas neste jardim.
Se chamá-las para participar de um ritual, mantenha-o leve e alegre. Elas gostam de muita música e dança.
BANHO DE PÉTALAS DE ROSAS
A essência de rosas é um forte atrativo de fadas, um banho com rosas lhe irá facilitar o contato com elas. Para a preparação do banho coloque 21 pétalas de rosa cor-de-rosa em uma chaleira de cobre contendo água e uma tampa. Depois deve aguardar o espaçamento de uma Lua Cheia à outra Lua Cheia, só então poderá usar o seu conteúdo para banhar o corpo e os cabelos. Tome este banho antes de cada ritual mágico dedicado às Fadas.
ENTRANDO EM CONTATO COM AS FADAS
Está na Natureza a essência de todas as crenças e religiões. O primeiro passo para vivenciarmos o "Divino" está em observarmos a Natureza e nos unirmos à beleza de sua Criação. A simples caminhada em parques que possuam muito verde, já nos dará sábios ensinamentos. Se tiver oportunidade, sente-se no topo de uma colina e contemple os campos e bosques. Deixe então sua mente voar livre para um outro tempo, imaginando como deveria ter sido este local há milhões de anos atrás. Tais pensamentos farão despertar sua memória ancestral genética que lhe foi transmitida e que agora está disponível e reverente. Lembre-se que você é descendente direto de um antigo pagão que já sabia o que deseja saber agora.
Se você possui um lindo jardim, considere-se uma pessoa com muita sorte, pois poderá realizar esta viagem astral no meio dele. Caso você more em apartamento, um planta qualquer que dê flores, poderá lhe ajudar a se conectar com os ciclos da vida da Natureza. O pequeno ato de cuidar de uma plantinha ou de seu jardim já é capaz de gerar uma vibração em sua aura que pode ser detectada pelas formas de vidas silvestres. Através desta vibração, sua presença é percebida e as fadas por certo não ficarão indiferentes, pois elas são entidades mágicas envolvidas com a força vital das plantas e dos animais. Ao criar um elo mental com esse conceito através da emersão nos ciclos vitais da Natureza (e de suas caminhadas pelos parques), fica mais fácil alinhar-se com os espíritos da Natureza.
Acreditar nas fadas e nos espíritos da Natureza é parte integrante da consciência mágica de todo o pagão. Isso fortalece as forças que mantêm e direcionam a sincronicidade em nossas vidas.
Não somos viajantes sós, pois sempre temos ao nosso lado um guia espiritual, ou espíritos de familiares e um grande número de espíritos da Natureza. Através deles nos ligamos à própria fonte dos mistérios, nos ligamos a outros Mundos e outros Seres. Nos ligamos à Fonte Primordial, que é aquela que nos gerou e para a qual um dia retornaremos.
COMO NASCEM AS FADAS?
É realmente bem difícil descrever a aparência de uma fada, pois elas vivem em um mundo paralelo ao nosso e segundo algumas pessoas que já as viram, dizem que para poder notar sua presença, temos que silenciar a mente, pois elas aproximam-se como uma suave melodia, ou mesmo um pequeno murmúrio.
Outra forma de percebê-las é quando de repente nos sentimos envolvidos com um doce perfume com uma fragrância indescritível.
Mas estas qualidades comuns ao mundo angelical podem confundir-nos e não saberemos discernir se estamos na presença de um anjo ou de uma fada. Só quando visualizamos a sua forma é que podemos diferenciá-los, dados que os primeiros adotam formas mais leves, mas apresentam-se com vestimentas mais corpóreas.
No caso das fadas, suas vestes possuem um grande diferencial: apresentam-se sempre ataviadas e cobertas por gases ou muselinas, quase transparentes com cores translúcidas, ocupando espaços fluídicos e seus graciosos corpos são esbeltos e femininos, possuem mãos alongadas, pés pequenos, tronco estilizado, cabelo com cor de arco-íris, que caem cobertos por véus transparentes. Algumas delas têm a cabeça coberta com uma touca cônica, muito parecida com a dos magos e como eles também utilizam varas mágicas com as quais produzem seus fenômenos.
Entretanto, a matéria da qual as fadas provêm é sutil e etérea, translúcida. Seu corpo é fluídico e pode se moldar com a força do pensamento. Sendo assim, a aparência dos seres feéricos, refletirá com freqüência as idéias pré-concebidas que deles já tenhamos.
Em virtude da natureza de sua estrutura corpórea, a fada pode também variar seu tamanho.
Teósofos que estudam este tema, afirmam que a função das fadas é absorver "PRANA", na vitalidade do sol e distribuí-la em nosso plano físico.
Desde os primórdios da civilização, segundo nos contam livros muito antigos, as pessoas estavam mais em contato com a natureza e seus fenômenos, essas fantásticas "presenças" faziam parte da vida cotidiana, instaladas nos bosques, nos arroios, na cozinha, na cabeceira da cama das crianças doentes, etc. Depois que o homem trocou o campo pela turbulência dos grandes centros urbanos, elas deixaram de ser ouvidas.
ORIGEM DAS FADAS
Existem muitas versões sobre a origem das fadas. Em um período pré-cristão, existia a crença que que as fadas seriam os espíritos dos mortos. Já na era cristã, se afirmava que as fadas eram anjos caídos ou então almas pagãs que não estavam aptas para subir aos céus, nem descer ao inferno. Por isso, ficaram destinadas a passar toda a eternidade nas escuras regiões de um "reino intermediário", a nossa Terra. Acreditava-se ainda em Cornualles, uma região inglesa, que as almas das crianças mortas sem batismo, tornavam-se "PISKIES" (duendes) e apareciam no crepúsculo na forma de pequenas mariposas noturnas brancas. Os duendes "KNOCKER", das minas de estanho também eram considerados almas de mortos, mas nesse caso, eram os judeus que haviam sido transportados para lá por sua participação na Crucificação.
Na Irlanda, existiu a crença de que as fadas seriam anjos caídos, que foram expulsos do céu pelo Senhor Deus, em virtude de seu orgulho pecaminoso. Alguns caíram no mar, outros em terra firme e os que sobraram no mais profundo do inferno. Esses últimos, receberam do diabo o conhecimento, poder e os envia para a terra, onde trabalham para o mal. Entretanto, as fadas da terra e do mar seriam em sua maioria seres belos e bondosos, que não causam nenhum dano, se as deixarem em paz e lhe permitirem dançar em seus anéis feéricos a luz da lua com sua doce música, sem ser molestadas com a presença dos mortais.
Os escandinavos contam de forma mitológica, que foram os vermes que surgiram do corpo em decomposição do gigante Ymir, que se converteram em: elfos claros, elfinas e elfos escuros. O verme é símbolo de vida que nasce da podridão. É ainda, símbolo da transição da terra para luz, da morte para a vida, do estado larvar para o vôo espiritual.
Todo o norte da Europa possui um rico conhecimento sobre as fadas, assim como as Ilhas Britânicas e de igual maneira, não são ignoradas na Alemanha, já que ali são conhecidas pelo nome de Norns, fiandeiras ao estilo das Parcas gregas.
Na França encontramos a Dame Abonde, uma fada, cujo o próprio nome já invoca a abundância. Na Itália é venerada como Abundita, uma Deusa da Agricultura. Em terra romana ainda, é muito conhecida a figura mítica da fada Befana, cuja função é estabelecer uma ligação das famílias atuais com seus antepassados, com uma troca de presentes. Ocupa, portanto a função de uma educadora-pedagoga que recompensa ou pune as crianças na época natalina.
Befana é a Grande Avó que preside várias fases de desenvolvimento das crianças.
A "meia natalina" que todos nós, mesmo aqui no Hemisfério Sul, penduramos nas portas ou lareiras, não é só um lugar para depósito de presentes, mas tem o poder de invocar Befana, que tal como Frau Holda e Berchta visita as casas no período do Natal, recompensando todo aquele menino ou menina que foi bem comportado durante todo aquele ano.
Conforme a tradição mítica, Befana chega voando em uma vassoura, intensificando sua associação com as plantas e os animais, que antigamente eram considerados sagrados e muito utilizados como tótens.
 Befana voa do Reino das Fadas, para trazer presentes e alegria ao mundo dos homens.
Já dizia o inglês William Shakespeare, que há mais coisas nesta terra do que alcança a nossa precária percepção. Carl Jung complementa, ao afirmar que existe e sempre existiu, um realismo mágico contraposto a todo o mundo real.
É justamente através da dualidade destes opostos, é que se estabelece uma função reguladora. Se o ser humano não oscilar entre estas oposições, o espírito morrerá.
Entre o real e o mágico existe uma espécie de fluidez intemporal que se rege pelo inconsciente coletivo. O realismo mágico descrito por Jung, é regido por uma fonte que nos é mundo familiar e transcende a um mundo de contrastes entre os opostos. Isto é, toda a magia se nutre dos conteúdos do consciente coletivo, da nossa "memória ancestral". É através desta memória que ocorre a inversão do tempo.
A tradição celta possuía uma percepção admirável da maneira como o tempo eterno está entrelaçado com o nosso tempo humano. Existe uma história de Oisín, que era um dos Fianna, um grupo de guerreiros celtas, que sentiu uma grande vontade de aventurar-se a chamada Tír na n-óg, a Terra da Eterna Juventude, onde vivia o povo encantado.
Chegando ao seu destino, durante muito tempo viveu feliz com sua mulher Niamh Cinn Oir, conhecida como Niamh dos cabelos dourados. O tempo pareceu voar, por ser um tempo de grande felicidade. Mas um dia, a saudade de sua vida antiga passou a atormentá-lo. Tinha agora, curiosidade de saber como estavam os Fianna e o que estaria ocorrendo na Irlanda.
O povo encantado o desaconselhou, porque sabiam, que sendo ele um antigo habitante do tempo mortal linear, ele correria o risco de se perder ali para sempre. Apesar disso, ele resolveu voltar.
Deram-lhe um belo cavalo branco e disseram-lhe para que nunca o desmontasse. Se o fizesse, estaria perdido. Ele montou e seguiu até a Irlanda, mas chegando lá soube que os Fianna já tinham desaparecido. Ele consolou-se visitando as antigas áreas de caça e os locais onde junto com seus companheiros, haviam banqueteado, cantado, narrado velhas histórias e realizado grandes festas de bravura. Neste ínterim, o cristianismo já tinha chegado a Irlanda.
Enquanto passeava, rememorando seu passado, avistou um grupo de homens que não conseguiam erguer uma grande pedra para construir uma igreja. Sendo um guerreiro, ele possuía uma força extraordinária e, então, desejou ajudá-los, mas não se atrevia a desmontar do cavalo. Ele observou-os de longe e depois se aproximou. Não conseguia mais resistir. Tirou o pé do estribo e enfiou-o por debaixo da pedra, a fim de erguê-la, mas assim que o fez, a cilha rompeu-se, a sela virou, e Oisín chocou-se com o solo. No exato momento em que tocou a terra da Irlanda, tornou-se um velho débil e enrugado.
Esta é uma excelente história para mostrar a coexistência dos dois níveis do tempo. Se se ultrapassasse o limiar que as fadas observaram entre estes dois níveis de tempo, terminava-se enredado no tempo mortal linear. O destino do homem neste tempo é a morte. Já no tempo eterno é a presença ininterrupta.
Todos os contos de fadas celtas sugerem uma região da alma que é habitada pelo eterno. Existe uma região eterna em nosso íntimo, onde não estamos sujeitos às devastações do tempo atual.
Tudo o que vivemos, experimentamos ou herdamos, fica armazenado no templo de nossa memória. Sempre que nos aprouver, podemos regressar  e passear pelas salas desse templo para despertar e reintegrar tudo que já nos aconteceu. Será esta reflexão que irá conferir profundidade a todas as nossas experiências.
Hoje, início do terceiro milênio, com um mundo globalizado, com nações mais preocupadas em garantir seu poderio político-econômico, muito pouca atenção se dá a este tipo de memória.

Quero deixar bem claro, que a verdadeira experiência fantástica difere dessa visão genérica do imaginário das fadas composta por uma literatura sentimentalista com eternos finais felizes. Esse mundo do "Era uma vez..." que todos conhecemos, não é verdadeiro mundo das fadas. As fadas reais representam o "Poder", um poder incompreensível para os humanos, pois elas são criaturas com valores e ética muito distantes do gênero humano: não pensam e, o que lhe é mais singular, não sentem como os humanos. Essa é a essência que as separa dos mortais e a origem da grande parte da inquietude que causam, porque as fadas são em si criaturas da matéria prima da vida.

O reino das fadas é um mundo de misterioso encanto, de cativadora beleza, de malícia, de humor, júbilo e inspiração, de terror, de riso, amor e tragédia. Todavia, é um mundo para ser penetrado com extrema cautela! 

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