ENCICLOPÉDIA DOS ELEMENTAIS I
ELEMENTAIS
DA NATUREZA
No início dos
tempos da civilização, a humanidade teve oportunidade de permanecer
muito tempo em contato com a natureza e suas forças e estavam bem a
par do relacionamento místico do homem com os "espíritos"
da natureza. Essas presenças faziam parte da vida cotidiana e eram
percebidas nos bosques, no fogo, na água, no ar, na terra e nas mãos
curadoras de nossas avós. Muitas comunidades indígenas, ainda
conservam a crença nestes seres espirituais que habitam os distintos
elementos da Natureza. Sua perspectiva é tão atual, que hoje a
chamamos de "ECOLOGIA", uma ciência que tenta explicar ao
mundo os motivos pelos quais devemos respeitar a Mãe Natureza,
pedindo também a nossa colaboração para protegermos tudo e todos
que aqui vivem.
A magia é uma
ciência milenar que é muito mais do que retirar coelhos de uma
cartola, mas investiga as Fadas como "seres elementais" e
cataloga-as como "elementais do Ar". Menciona Gnomos e
Duendes como "elementais da Terra"; as Sereias e as Ondinas
como "elementais da Água"; as Salamandras como espíritos
que habitam o fogo e nos transmitem mensagens através das chamas das
velas. A magia diferencia ainda, os anjos dos outros espíritos
naturais, explicando que os últimos, pertencem ao reino celestiais.
Os
investigadores do Mundo das Fadas, são hoje conhecidos como
parapsicólogos, que comprovam através de experimentos sua
existência e ação. Sabe-se ainda, que as fadas são difíceis de
serem descritas, pois suas aparições são muito rápidas, como um
ligeiro resplendor. Como são seres da natureza, gostam de fixar
residência em bosques ou curso de rios, mas há fadas nas cidades,
em parques, em jardins e podem chegar até dentro de nossas casas se
soubermos chamá-las adequadamente.
Mas quem
realmente crê nas Fadas? Além de mim, é claro!, poucas são as
pessoas que têm a capacidade deste "pensar mágico". Não
os culpo, pois nossos próprios filhos hoje, já não têm mais tanto
contato com a Natureza como antigamente. É quase impossível
arrancá-los do computador ou do vídeo-game, falo por experiência
própria. Já os adultos, preocupados com o vai-e-vem do dólar e com
as angústias do dia a dia, adormeceram suas mentes para perceber ou
apreciar este tipo de energia tão sútil.
Mas o homem já
foi um sujeito curioso, que um dia olhou para as estrelas e imaginou
que podia tocá-las. Invadidos pelo "pensar mágico", criou
telescópios para olhar mais de perto e desenhou mapas. Depois,
desejou viajar pelo espaço, para ficar mais pertinho de Deus.
Construiu, para tanto, foguetes e acabou alacançando a Lua. Todos
estes avanços comprovam que qualquer coisa antes de existir na
esfera física, deve primeiro ser criada em nosso pensamento mágico.
É O MÁGICO PENSAR QUE CRIA A REALIDADE!
Proponho a todos
alguns momentos de "pensar mágico". Vamos então, pedindo
respeitosa permissão, navegar pelo Mundo Mágico dos Elementais da
Natureza!
ELEMENTAIS
DA NATUREZA
Elemental
significa “Espírito Divino”. El = senhor; mental = vibração
mental superior. Estes são os espíritos da natureza. Deus, concedeu
a três Reinos, paralelamente, a oportunidade de evolução e estes
três Reinos são: Elemental, Angelical e Humano.
Os Elementais
são os dinamizadores das energias das formas e integram-se aos
Elementos da Natureza.
Devemos a
Paracelsus, Theophrastus Bombastus Von Hohenheim, químico e médico,
nascido na Suíça em 1493, a criação da denominação
classificatória dos elementais. De acordo com Paracelsus o Povo das
Fadas conhecidos das lendas eram uma espécie de seres astrais que
não poderia ser classificada propriamente de "espíritos"
por posssuírem corpos constituídos da quintessência a parte mais
sutil de cada um dos elementos da Natureza chamada de éter.
1. OS ELEMENTAIS
DA TERRA: Constituído de Duendes, Gnomos e Trolls.
2. OS ELEMENTAIS
DA ÁGUA: Onde encontramos as Ninfas, Nereidas e os Duendes da Água.
3. OS ELEMENTAIS
DA FOGO: As Salamandras
4. OS ELEMENTAIS
DO AR: Constituído por Sílfides e Elfos
FADAS,
QUEM SÃO ELAS?
A literatura da
Idade Média e os contos infantis maravilhosos, nos ensinam que as
fadas são seres femininos dotados de poderes sobrenaturais.
Fisicamente, aparecem sempre com traços de uma jovem dama de beleza
excepcional, ricamente vestida com trajes cujas cores dominantes são
o branco, o ouro, o azul e sobre tudo o verde. Sua varinha mágica
com uma estrela na ponta é símbolo de seus poderes mágicos. Está
ainda dotada de uma sedução a qual mortal nenhum pode resistir. As
crianças a adoram como sua mãe; os jovens se apaixonam perdidamente
por ela e lhe consagram corpo e alma.
A fada é
o ideal feminino, símbolo do "anima", que encarna a
virgem, a irmã, a esposa e a mãe. É a mulher por excelência,
perfeita e inacessível. É também um agente da Providência, que
distribuiu riqueza, fecundidade e felicidade, ajudando os heróis em
perigo e servindo de inspiração para artistas e poetas. A fada, é
ainda, uma fiandeira do destino, como as Parcas romanas e as Moiras
gregas. São elas que tecem o fio da vida e assistem o nascimento das
crianças humanas para presenteá-los com dons. São elas também,
quem rompem esse fio e anunciam a morte dos seres humanos, antes de
levá-los a seus palácios encantados, no País das Fadas.
Mas a fada, é
por último, uma divindade da natureza, associada especialmente as
árvores, aos bosques, as águas das fontes e das flores dos jardins.
Aqui elas já aparecem com um aspecto não tão nobre e altivo das
damas surgidas nas novelas da Idade Média e sim com a forma de uma
pequena criatura, apenas vestida com telas translúcidas em tons
pastel e dotada de asas de libélula.
Como podemos
acompanhar, muito já se fantasiou a respeito das fadas, mas
pergunta-se: mas quem são e como são realmente as fadas?
As fadas são
uma raça de donzelas quase imortais, às quais os primitivos nativos
da Itália davam o nome de "Fatae". O culto medieval
siciliano das fadas, bem documentado pela Inquisição Espanhola,
estava associado à Deusa Diana, que os italianos há muito tempo já
chamavam de "A Rainha das Fadas". Diana era cultuada na
Itália no Lago Nemi, onde outrora existira seu templo (500 a. C.).
As fadas
italianas formavam grupos chamados de "Companhias" como a
"Companhia dos Nobres" e a "Companhia dos Pobres".
Tanto os homens quanto as fadas pertenciam a estas "Companhias",
que eram essencialmente matriarcais, embora se encontrassem nelas
elementos masculinos. Essas fadas, possuíam o poder de abençoar os
campos, curar doenças e atrair a boa sorte. Somente através de
preciosos presentes, podia-se aplacar a ira de uma fada e livrar-se
de seus encantamentos. Tais oferendas só seriam aceitas se
depositadas através das mãos de mulheres humanas.
Porém, o mais
antigo registro das fadas, retratadas como pequenos seres alados,
surgiram na arte etrusca à cerca de 600 a. C., na forma de "Lasa",
espíritos do campo e das floresta. As Lasa eram descritas como
pequenos seres humanos alados que flutuavam sobre um recipiente com
incenso ou sobre uma bacia votiva. Estas primeiras fadas, estavam
também associadas ao culto dos ancestrais e eram encontradas nos
templos etruscos. Estavam ainda, identificadas com a vegetação e
com todos os segredos da Natureza.
A palavra
"fairy" (inglesa), conhecida hoje é bem recente e foi
usada, as vezes, para denominar mulheres mortais que haviam adquirido
poderes mágicos, tal como a usou Malory para Morgan le Fay.
Mas "fairy" originalmente significava "fai-erie",
um estado de encantamento e se transferiu do objeto ao agente. Se
dizia que as próprias fadas desaprovavam essa palavra e gostavam de
ser chamadas com termos eufemísticos como: "Os Bons Vizinhos"
ou "Boa Gente". Ao longo das Ilhas Britânicas se utilizam
muitos nomes para as fadas.
A palavra
francesa "fai", procedia originalmente do italiano "fatae",
as damas feéricas que visitavam as famílias quando havia um
nascimento e se pronunciavam sobre o futuro da nova criatura, tal
como faziam as Parcas.
As imagens das
fadas só vieram a surgir na arte celta após a ascensão do
cristianismo, ou seja, depois da ocupação romana.
Hoje,
acredita-se que o povo de Tuatha de Danann está associado ao Reino
das Fadas. Isto se deve a sua misteriosa aparição às Ilhas
Britânicas envoltos em brumas. Lá encontraram o povo Fir Bolg, os
quais derrotaram na batalha de Moytura. Posteriormente, quando os
celtas invadiram a Grã-Bretanha (600-500 a.C.), os Tuatha De Danann
desapareceram nos montes e bosques. Esta é a origem da crença de
que as fadas habitam as áreas rurais. As lendas dos mitos celtas
foram preservados em textos como "Mabinogion", o "Livro
Branco de Rhyderch" (1300-1325) e o "Livro Vermelho de
Hergest" (1375-1425).
Todas as
culturas européias, entretanto, possuem folclore envolvendo fadas.
E, apesar das crenças sobre as fadas diferirem de uma cultura para
outra, há dois conceitos básicos universais a todos: a distorção
do próprio tempo e as entradas ocultas ao mundo das fadas.
DISTORÇÃO
DO TEMPO E ENTRADAS SECRETAS
A crença na
distorção do tempo é comum às fadas de todas as regiões. Uma
noite em seus domínios equivaleria a vários anos no tempo dos
mortais. Há relatos de histórias de pessoas que ao posicionar-se em
um anel de fadas, acreditam ter ali permanecido observando o Baile
das Fadas por breves minutos, mas em nosso mundo só reaparecem após
muitos anos.
Entradas
secretas protegem o acesso aos domínios das fadas e geralmente estão
localizadas em montes ou tronco de árvores. Acredita-se que as fadas
possuem uma enorme repulsa ao ferro e este metal deve ser usado como
proteção contra elas quando necessário. Alguns folcloristas crêem
que esta lenda deu origem a utilização do ferro para arar a terra e
derrubar árvores, representando o poder do homem em violentar a
Natureza. Diz, esta lenda ainda, que deve-se sempre deixar um pedaço
de ferro na porta de entrada do domínio das fadas, para evitar que
ela feche. As fadas não tocariam no ferro, e assim não poderiam
impedir que a pessoa regressasse quando quisesse.
Há, entretanto,
métodos de resgate de cativos de fadas. Se alguém que você conhece
desapareceu em um anel de fada, você deve retornar a este lugar um
ano e um dia mais tarde. Coloque somente um pé dentro do anel e
poderá ver as fadas bailarinas e a pessoa que pretende resgatar. Com
ambos os braços, agarre-a fortemente e puxe com força para fora do
anel.
Todo aquele que
deseja imensamente encontrar-se com as fadas, é necessário
primeiro, aprender o máximo possível sobre elas, pois todo o
cuidado é pouco quando se pisa em território totalmente
desconhecido.
Alerta-se para
nunca se colocar ambos os pés em um anel de fadas, pois poderá
ficar perdida no Mundo das Fadas. Um anel de fadas é um círculo
redondo de cogumelos que pode ser encontrado em campos abertos e até
em jardins e é o lugar onde as fadas dançam. Quem pisar dentro dele
será capaz de ver o "Baile das Fadas", antes invisível e
poderá também ouvir a doce e bela música, onde antes só havia
silêncio. A música e a dança são tão contagiantes que os que a
presenciam podem perder totalmente a noção do tempo.
Nunca coma da
comida das fadas, não importa o quanto cortesmente lhe forem
oferecidas. Quem a comer, pode ficar indefinidamente cativo em seu
Mundo.
AS FADAS
ESCURAS
As fadas são
chamadas de "Escuras" por viverem no subterrâneo, mais
freqüentemente debaixo colinas e não por serem más. Elas também
podem habitar lugares escuros das nossas casas como vãos de escadas
e porões.
No lugar de
temer estas fadas, devemos ser espertos e procurar sermos seus
amigos. As que vivem dentro de nossas casas irão nos proteger e
abençoar. As que moram fora, no pátio por exemplo (e elas estão em
toda a parte!), cuidarão de nossa propriedade e ajudarão fazendo
com que nossas plantas e árvores cresçam fortes, permitindo ainda,
que encontremos alguma pedra ou tesouro que nos auxilie nos trabalhos
de magia.
O Povo Pequeno
serve de barômetro para aferir o estado de vibrações de sua casa.
Se estiver atraindo ou enviando energias negativas, eles ficam
quietos e se afastam. Eles também, atraem a sua atenção para o
problema se você não o notar imediatamente.
ALIMENTO
PARA AS FADAS
Todas as fadas
adoram gengibre, mel, leite, bolos, balas, biscoitos e sucos. Para
atraí-las coloque a guloseima sobre uma pedra de pirita, prata,
cristal, quartzo ou lunária. Apreciam também essências fortes como
canela e pinho. Mas você deve dar de comer a elas sempre realizando
um trato. Antes de conceder-lhes o alimento, diga:
"O
QUE É MEU É SEU,
O
QUE É SEU É MEU."
Peça
então para que elas tornem sua casa um lugar alegre e diga que
sempre serão bem-vindas.
As
fadas amam jardins bem cuidados e você pode transformar o seu em um
altar para elas. Plante nele muitas flores azuis, lírio-do-vale,
dedaleira, gesta e rosas. Crie também um pequeno lago escavando a
terra e colocando pedras em sua borda, para atrair as fadas da água.
Mas há também fadas que gostam de lugares selvagens, portanto deixe
uma pequena parcela da área sem cultivo. Suas oferendas serão muito
bem aceitas quando colocadas em uma cesta e depositadas neste jardim.
Se chamá-las
para participar de um ritual, mantenha-o leve e alegre. Elas gostam
de muita música e dança.
BANHO DE
PÉTALAS DE ROSAS
A essência de
rosas é um forte atrativo de fadas, um banho com rosas lhe irá
facilitar o contato com elas. Para a preparação do banho coloque 21
pétalas de rosa cor-de-rosa em uma chaleira de cobre contendo água
e uma tampa. Depois deve aguardar o espaçamento de uma Lua Cheia à
outra Lua Cheia, só então poderá usar o seu conteúdo para banhar
o corpo e os cabelos. Tome este banho antes de cada ritual mágico
dedicado às Fadas.
ENTRANDO
EM CONTATO COM AS FADAS
Está na
Natureza a essência de todas as crenças e religiões. O primeiro
passo para vivenciarmos o "Divino" está em observarmos a
Natureza e nos unirmos à beleza de sua Criação. A simples
caminhada em parques que possuam muito verde, já nos dará sábios
ensinamentos. Se tiver oportunidade, sente-se no topo de uma colina e
contemple os campos e bosques. Deixe então sua mente voar livre para
um outro tempo, imaginando como deveria ter sido este local há
milhões de anos atrás. Tais pensamentos farão despertar sua
memória ancestral genética que lhe foi transmitida e que agora está
disponível e reverente. Lembre-se que você é descendente direto de
um antigo pagão que já sabia o que deseja saber agora.
Se você possui
um lindo jardim, considere-se uma pessoa com muita sorte, pois poderá
realizar esta viagem astral no meio dele. Caso você more em
apartamento, um planta qualquer que dê flores, poderá lhe ajudar a
se conectar com os ciclos da vida da Natureza. O pequeno ato de
cuidar de uma plantinha ou de seu jardim já é capaz de gerar uma
vibração em sua aura que pode ser detectada pelas formas de vidas
silvestres. Através desta vibração, sua presença é percebida e
as fadas por certo não ficarão indiferentes, pois elas são
entidades mágicas envolvidas com a força vital das plantas e dos
animais. Ao criar um elo mental com esse conceito através da emersão
nos ciclos vitais da Natureza (e de suas caminhadas pelos parques),
fica mais fácil alinhar-se com os espíritos da Natureza.
Acreditar nas
fadas e nos espíritos da Natureza é parte integrante da consciência
mágica de todo o pagão. Isso fortalece as forças que mantêm e
direcionam a sincronicidade em nossas vidas.
Não somos
viajantes sós, pois sempre temos ao nosso lado um guia espiritual,
ou espíritos de familiares e um grande número de espíritos da
Natureza. Através deles nos ligamos à própria fonte dos mistérios,
nos ligamos a outros Mundos e outros Seres. Nos ligamos à Fonte
Primordial, que é aquela que nos gerou e para a qual um dia
retornaremos.
COMO
NASCEM AS FADAS?
É realmente bem
difícil descrever a aparência de uma fada, pois elas vivem em um
mundo paralelo ao nosso e segundo algumas pessoas que já as viram,
dizem que para poder notar sua presença, temos que silenciar a
mente, pois elas aproximam-se como uma suave melodia, ou mesmo um
pequeno murmúrio.
Outra forma de
percebê-las é quando de repente nos sentimos envolvidos com um doce
perfume com uma fragrância indescritível.
Mas estas
qualidades comuns ao mundo angelical podem confundir-nos e não
saberemos discernir se estamos na presença de um anjo ou de uma
fada. Só quando visualizamos a sua forma é que podemos
diferenciá-los, dados que os primeiros adotam formas mais leves, mas
apresentam-se com vestimentas mais corpóreas.
No caso das
fadas, suas vestes possuem um grande diferencial: apresentam-se
sempre ataviadas e cobertas por gases ou muselinas, quase
transparentes com cores translúcidas, ocupando espaços fluídicos e
seus graciosos corpos são esbeltos e femininos, possuem mãos
alongadas, pés pequenos, tronco estilizado, cabelo com cor de
arco-íris, que caem cobertos por véus transparentes. Algumas delas
têm a cabeça coberta com uma touca cônica, muito parecida com a
dos magos e como eles também utilizam varas mágicas com as quais
produzem seus fenômenos.
Entretanto, a
matéria da qual as fadas provêm é sutil e etérea, translúcida.
Seu corpo é fluídico e pode se moldar com a força do pensamento.
Sendo assim, a aparência dos seres feéricos, refletirá com
freqüência as idéias pré-concebidas que deles já tenhamos.
Em virtude da
natureza de sua estrutura corpórea, a fada pode também variar seu
tamanho.
Teósofos que
estudam este tema, afirmam que a função das fadas é absorver
"PRANA", na vitalidade do sol e distribuí-la em nosso
plano físico.
Desde os
primórdios da civilização, segundo nos contam livros muito
antigos, as pessoas estavam mais em contato com a natureza e seus
fenômenos, essas fantásticas "presenças" faziam parte da
vida cotidiana, instaladas nos bosques, nos arroios, na cozinha, na
cabeceira da cama das crianças doentes, etc. Depois que o homem
trocou o campo pela turbulência dos grandes centros urbanos, elas
deixaram de ser ouvidas.
ORIGEM DAS
FADAS
Existem muitas
versões sobre a origem das fadas. Em um período pré-cristão,
existia a crença que que as fadas seriam os espíritos dos mortos.
Já na era cristã, se afirmava que as fadas eram anjos caídos ou
então almas pagãs que não estavam aptas para subir aos céus, nem
descer ao inferno. Por isso, ficaram destinadas a passar toda a
eternidade nas escuras regiões de um "reino intermediário",
a nossa Terra. Acreditava-se ainda em Cornualles, uma região
inglesa, que as almas das crianças mortas sem batismo, tornavam-se
"PISKIES" (duendes) e apareciam no crepúsculo na forma de
pequenas mariposas noturnas brancas. Os duendes "KNOCKER",
das minas de estanho também eram considerados almas de mortos, mas
nesse caso, eram os judeus que haviam sido transportados para lá por
sua participação na Crucificação.
Na Irlanda,
existiu a crença de que as fadas seriam anjos caídos, que foram
expulsos do céu pelo Senhor Deus, em virtude de seu orgulho
pecaminoso. Alguns caíram no mar, outros em terra firme e os que
sobraram no mais profundo do inferno. Esses últimos, receberam do
diabo o conhecimento, poder e os envia para a terra, onde trabalham
para o mal. Entretanto, as fadas da terra e do mar seriam em sua
maioria seres belos e bondosos, que não causam nenhum dano, se as
deixarem em paz e lhe permitirem dançar em seus anéis feéricos a
luz da lua com sua doce música, sem ser molestadas com a presença
dos mortais.
Os escandinavos
contam de forma mitológica, que foram os vermes que surgiram do
corpo em decomposição do gigante Ymir, que se converteram em: elfos
claros, elfinas e elfos escuros. O verme é símbolo de vida que
nasce da podridão. É ainda, símbolo da transição da terra para
luz, da morte para a vida, do estado larvar para o vôo espiritual.
Todo o norte da
Europa possui um rico conhecimento sobre as fadas, assim como as
Ilhas Britânicas e de igual maneira, não são ignoradas na
Alemanha, já que ali são conhecidas pelo nome de Norns, fiandeiras
ao estilo das Parcas gregas.
Na França
encontramos a Dame Abonde, uma fada, cujo o próprio nome já invoca
a abundância. Na Itália é venerada como Abundita, uma Deusa da
Agricultura. Em terra romana ainda, é muito conhecida a figura
mítica da fada Befana, cuja função é estabelecer uma ligação
das famílias atuais com seus antepassados, com uma troca de
presentes. Ocupa, portanto a função de uma educadora-pedagoga que
recompensa ou pune as crianças na época natalina.
Befana é a
Grande Avó que preside várias fases de desenvolvimento das
crianças.
A "meia
natalina" que todos nós, mesmo aqui no Hemisfério Sul,
penduramos nas portas ou lareiras, não é só um lugar para depósito
de presentes, mas tem o poder de invocar Befana, que tal como Frau
Holda e Berchta visita as casas no período do Natal, recompensando
todo aquele menino ou menina que foi bem comportado durante todo
aquele ano.
Conforme a
tradição mítica, Befana chega voando em uma vassoura,
intensificando sua associação com as plantas e os animais, que
antigamente eram considerados sagrados e muito utilizados como
tótens.
Befana voa
do Reino das Fadas, para trazer presentes e alegria ao mundo dos
homens.
Já dizia o
inglês William Shakespeare, que há mais coisas nesta terra do que
alcança a nossa precária percepção. Carl Jung complementa, ao
afirmar que existe e sempre existiu, um realismo mágico contraposto
a todo o mundo real.
É justamente
através da dualidade destes opostos, é que se estabelece uma função
reguladora. Se o ser humano não oscilar entre estas oposições, o
espírito morrerá.
Entre o real e o
mágico existe uma espécie de fluidez intemporal que se rege pelo
inconsciente coletivo. O realismo mágico descrito por Jung, é
regido por uma fonte que nos é mundo familiar e transcende a um
mundo de contrastes entre os opostos. Isto é, toda a magia se nutre
dos conteúdos do consciente coletivo, da nossa "memória
ancestral". É através desta memória que ocorre a inversão do
tempo.
A tradição
celta possuía uma percepção admirável da maneira como o tempo
eterno está entrelaçado com o nosso tempo humano. Existe uma
história de Oisín, que era um dos Fianna, um grupo de guerreiros
celtas, que sentiu uma grande vontade de aventurar-se a chamada Tír
na n-óg, a Terra da Eterna Juventude, onde vivia o povo encantado.
Chegando ao seu
destino, durante muito tempo viveu feliz com sua mulher Niamh Cinn
Oir, conhecida como Niamh dos cabelos dourados. O tempo pareceu voar,
por ser um tempo de grande felicidade. Mas um dia, a saudade de sua
vida antiga passou a atormentá-lo. Tinha agora, curiosidade de saber
como estavam os Fianna e o que estaria ocorrendo na Irlanda.
O povo encantado
o desaconselhou, porque sabiam, que sendo ele um antigo habitante do
tempo mortal linear, ele correria o risco de se perder ali para
sempre. Apesar disso, ele resolveu voltar.
Deram-lhe um
belo cavalo branco e disseram-lhe para que nunca o desmontasse. Se o
fizesse, estaria perdido. Ele montou e seguiu até a Irlanda, mas
chegando lá soube que os Fianna já tinham desaparecido. Ele
consolou-se visitando as antigas áreas de caça e os locais onde
junto com seus companheiros, haviam banqueteado, cantado, narrado
velhas histórias e realizado grandes festas de bravura. Neste
ínterim, o cristianismo já tinha chegado a Irlanda.
Enquanto
passeava, rememorando seu passado, avistou um grupo de homens que não
conseguiam erguer uma grande pedra para construir uma igreja. Sendo
um guerreiro, ele possuía uma força extraordinária e, então,
desejou ajudá-los, mas não se atrevia a desmontar do cavalo. Ele
observou-os de longe e depois se aproximou. Não conseguia mais
resistir. Tirou o pé do estribo e enfiou-o por debaixo da pedra, a
fim de erguê-la, mas assim que o fez, a cilha rompeu-se, a sela
virou, e Oisín chocou-se com o solo. No exato momento em que tocou a
terra da Irlanda, tornou-se um velho débil e enrugado.
Esta é uma
excelente história para mostrar a coexistência dos dois níveis do
tempo. Se se ultrapassasse o limiar que as fadas observaram entre
estes dois níveis de tempo, terminava-se enredado no tempo mortal
linear. O destino do homem neste tempo é a morte. Já no tempo
eterno é a presença ininterrupta.
Todos os contos
de fadas celtas sugerem uma região da alma que é habitada pelo
eterno. Existe uma região eterna em nosso íntimo, onde não estamos
sujeitos às devastações do tempo atual.
Tudo o que
vivemos, experimentamos ou herdamos, fica armazenado no templo de
nossa memória. Sempre que nos aprouver, podemos regressar e
passear pelas salas desse templo para despertar e reintegrar tudo que
já nos aconteceu. Será esta reflexão que irá conferir
profundidade a todas as nossas experiências.
Hoje, início do
terceiro milênio, com um mundo globalizado, com nações mais
preocupadas em garantir seu poderio político-econômico, muito pouca
atenção se dá a este tipo de memória.
Quero deixar bem
claro, que a verdadeira experiência fantástica difere dessa visão
genérica do imaginário das fadas composta por uma literatura
sentimentalista com eternos finais felizes. Esse mundo do "Era
uma vez..." que todos conhecemos, não é verdadeiro mundo das
fadas. As fadas reais representam o "Poder", um poder
incompreensível para os humanos, pois elas são criaturas com
valores e ética muito distantes do gênero humano: não pensam e, o
que lhe é mais singular, não sentem como os humanos. Essa é a
essência que as separa dos mortais e a origem da grande parte da
inquietude que causam, porque as fadas são em si criaturas da
matéria prima da vida.
O reino das
fadas é um mundo de misterioso encanto, de cativadora beleza, de
malícia, de humor, júbilo e inspiração, de terror, de riso, amor
e tragédia. Todavia, é um mundo para ser penetrado com extrema
cautela!