Enfoques científicos dos atributos da mente





Enfoques científicos dos atributos da mente

Desde muito que os fenômenos extraordinários da mente tem merecido atenções do mundo científico, não para desacreditá-los, mas sim para dimensiona-los dentro de uma ordem metodológica de comprovações, pelos experimentos.

A primeira lógica estabelecida, cientificamente, foi promover estudos do cérebro humano, de onde, pressupostamente, partiriam as capacidades fenomênicas. O cérebro, exaustivamente visto pela neurologia, ainda é um mistério, sabendo que, alem de suas funções químico-orgânicas, a exemplo de outros órgãos, atua também em níveis distintos porem interligados entre si, comumente denominados de Superior e Inferior.

O funcionamento cerebral ocorre quando existe o estímulo dos neurônios, específicos ou não, fazendo com que receba ou transmita conhecimentos.

Dentro do nível superior cerebral acontecem os estímulos específicos, através dos órgãos do sentido e da inteligência; neste nível assenta-se o intelecto manifesto pela atuação inteligente, e as emissões de juízos pelos conhecimentos adquiridos que, via de regra, se processam por intermédio de receptores próprios.

O nível inferior detém os campos primitivo e sensorial, abrangendo percepções e reações intuitivas, alem das instintivas, pelos estímulos não específicos que, geralmente, são captados pelo sistema nervoso periférico.

É fato que o cérebro, funcionando por estímulos, induz o homem a quatro estágios - níveis - mentais, classificados por ciclos rítmicos por segundo, sendo eles o Alfa, Beta, Teta e Delta. Estabelece-se que o Beta é o estágio comum para pessoas normais, com oscilações de l4 a 28 ciclos por segundo, sendo então o nível das consciências interior e exterior; é um estado normal para as atividades do dia a dia, sobrecarregando-se de tensões consequentes.

Alfa está para a consciência interior, com 7 a 14 ciclos por segundo, com impulsos brandos, responsáveis pelo domínio do autocontrole e alívio das tensões; é o estágio de maior importância para o ser humano.

Teta, com oscilações de 4 a 7 ciclos por segundo, responsabiliza-se pela inconsciência e pelo sono, sem o desligamento do subconsciente que mantém, assim, ativados os neurônios; é um estágio recuperador das energias.

Delta, com 1 a 4 ciclos por segundo, é o denominado estado de coma, de inconsciência total, sem reflexão alguma.

Existem no cérebro duas grandes capacidades, uma denominada mente objetiva, ou seja, o nível superior, onde se aloja a intelectualidade regrada pelas leis de aprendizado e adaptada ao meio, enquanto a outra força, mente subjetiva, livre de censuras e barreiras, é vista como a energia criadora e organizadora, que manifesta-se não somente no indivíduo, mas que pode ser projetada à distância, transmitindo e adquirindo, de formas múltiplas, conhecimentos. Ambas são interligadas e trabalham conjuntamente, podendo contudo atuarem de maneira independente, dentro de um determinado estágio, sem prejuízos de ordens maiores,

Se a faculdade intelectiva recebe conhecimentos através de estudos no decorrer dos tempos, a mente subjetiva é uma energia e não apenas pensamento, com atividade plasmadora sobre a matéria, conforme opiniões de abalizados pesquisadores, entre os quais o Phd. Maurer Junior - citação Curso de Teologia: Cultos Estranhos.

Nestas nuanças, existe ainda o cerebelo, talvez o cérebro original - a outra parte, o superior, seria fruto de evolução recente - responsável pela coordenação muscular do organismo; algumas correntes científicas, não ortodoxas, acreditam estar no cerebelo a fonte da paranormalidade e aqueles temores inatos do homem. Outras teorias tem, conforme já observado em outro título, materialidade na crença da imortalidade, que tudo não passa de capacidades resultantes das atividades dos neurônios, advindas das interações químico-elétricas, micro-celulares.

E as teorias avançam num crescente, às vezes bem ao gosto de especuladores metafísicos, como por exemplo a respeito da glândula pineal, o ponto de contato entre a mente e o corpo.

Nestes enfoques busca-se, também, a Psicologia, a quem cabe o estudo do comportamento humano, variedades individuais e classificações mentais, interrelacionado-se às Biologia, Sociologia e Pedagogia, entre outras ciências, objetivando a integração ou reintegração do homem dentro de si mesmo, agregação personal, tornando-o adaptável e aceitável à sociedade. A Psicologia é uma ciência de difícil definição, sem contestações, dado sua diversidade de correntes e subjetividades quanto ao próprio exercício profissional.

Para que se possa compreender os fenômenos denominados supra-normais, de uma certa maneira e ainda que superficialmente, há que se considerar os acima expostos, para argumentações e contra-argumentações, quanto ao funcionamento cerebral, tido como influenciável ou suscetível a diversos fatores, inibidores ou desbloqueadores, provocadores ou não, de estados extra-físicos, a exemplos da Ética, da Moral, da Razão, alem dos fatores Educacional, Cultural e da Lógica, daquilo que é ou não normal, dentro dos padrões aceitos para comportamentos e ações.

Quanto aos atributos da mente, propriamente ditos, a Metapsíquica tem que a mente subjetiva, é um repertório psíquico e, como tal, de ordem espiritual, com capacidade de ações à distância, não limitando-se ao tempo e espaço, podendo mesmo transpo-los sem dificuldade alguma, irradiando ondas energéticas e abrindo canais receptivos, de atuações sobre o cérebro.

Para Maurer Junior, tem-se que a Metapsíquica é uma ciência que estuda os fenômenos extraordinários, através de estudos experimentais, todos aparentemente supra-normais da mente humana, isto é, alem dos fenômenos psicológicos normais.

Considera-se que a melhor definição sobre a Metapsíquica cabe ao pesquisador e psicólogo francês, Richet, que diz ser ela uma ciência que tem por objeto, fenômenos mecânicos ou psicológicos, devido a forças que parecem inteligentes ou poderes desconhecidos, latentes na inteligência humana, posto que a paranormalidade, consciente ou inconscientemente, física ou mental, é sempre determinada pela mente, acionando o cérebro.

De princípio, pode-se dizer que a Metapsíquica apenas estuda os fenômenos, como um todo ou isoladamente, não ensinando, porem, como desenvolver ou atua-los, ficando tais feitos para os místicos, especuladores e pseudo-sábios da matéria. Somente a partir dos fenômenos ocorridos é que a Metapsíquica emite seu parecer.

Esta ciência perdeu muito da validade de seu termo ou mesmo significado, com o advento da Parapsicologia, esta tida como a ciência que melhor rotula e ajusta conceitos fenomênicos. Na visão de alguns modernos parapsicólogos, a Metapsíquica é considerada pré-científica.

Dr. Jorge Andréa (Enfoques Científicos na Doutrina Espírita, 2ª. edição, 1991, publicado pela Sociedade Espírita F.V. Lorenz), diz que as significações são as mesmas nas posições de enquadramentos da fenomenologia paranormal.

Ousa-se parecer que a Metapsíquica, como ciência, foi abominada por achar-se vinculada ao Espiritismo, alem do que, alguns viam nela explicações dos milagres de Cristo, diminuindo-o em graça e magnificência. Com a Parapsicologia, os fenômenos paranormais passaram ser vistos como naturais ou próprios do homem, e não como sobrenaturais, estes então lançados à Teologia como milagres que, como tais, acham-se isentos de classificações e definições de campos pela Ciência, assim portanto sem confrontações com aquilo que diz respeito às religiosidades.

Adota-se então a Parapsicologia, com seus seguintes principais enquadramentos fenomênicos:


P.E.S. - Percepção extrasensorial, que segundo o Professor João Teixeira de Paula, (Enciclopédia de Parapsicologia, Metapsíquica e Espiritismo - Cultural Brasil Editora Ltda, 1972), é a faculdade com a qual Joseph Banks Rhine designa os fenômenos, que ele arrola entre os da clarividência, Pós-Cognição, Pré-Cognição e Telepatia; para o Frei, Professor Doutor Albino Aresi (Fundamentos Científicos da Parapsicologia, Associação Mens Sana - INPAR, 1978) tem-se a percepção extrasensorial como faculdade humana de captar informações do mundo físico, sem a aparente interveniência dos sentidos. Professor Sidney de Moraes (Como se Orientar pela Parapsicologia - Um Sentido de Vida, publicação da ESPA (Escola de Parapsicologia de São Paulo), P.E.S. são os fenômenos cognitivos de Parapsicologia.
P.E.S.G. - Percepção extrasensorial Geral, que João T. de Paula traz como a faculdade para testar a manifestação E.S.P. (P.E.S), permitindo o fenômeno da Telepatia ou da Clarividência ou ambos conjuntamente; Sidney de Moraes a vê como o estudo que permite às pessoas, melhor desenvolvimento de seus sentidos; é uma classificação hoje em desuso.
PSI-KAPA, para o professor Sidney é a influência paranormal, isto é, acima do normal, da mente sobre o corpo; Frei Albino expõe que é a faculdade humana que consiste na influência da mente sobre a matéria ou sobre sistema de energia já dada pela natureza, sendo que a influência feita à distância, é chamada de Telecinese; quanto Jorge Andrea, Psi-Kapa acha-se ligada às ações psicocinéticas que se referem, principalmente, ao deslocamento de objetos sem interferência da força física; enquanto João T. de Paula resume como influência paranormal direta do indivíduo sobre a matéria.
PSI-GAMA - conhecimento paranormal para J. Teixeira; faculdade humana de conhecer algo através da clarividência, da précognição, da retrocognição, da simulcognição ou da telepatia (PES), no entender de Frei Albino; já para Dr. Andrea estaria ligada aos chamados fenômenos inteligentes relacionados com a clarividência, audiência, telepatia, leitura de cartas, psicografia, psicofonia, psicometria, etc. Prof. Sidney Moraes expõe que é o conhecimento dos fenômenos catalogados como acima do normal, isto é, paranormal.
PSI - Frei A. Aresi diz que é a capacidade humana de produzir fenômenos que escapam dos limites físicos, classificação igualmente vista de conformidade pelos demais estudiosos.
PSI-THETA - classificada pelo Dr. Andrea como a fenomenologia ligada a espíritos desencarnados, isto é, com a interferência dos mortos.

Das exposições, são fáceis as seguintes observações: Professor João Teixeira de Paula é pesquisador e enciclopedista, de tendência - ou atuante - evidente para o Espiritismo Científico ou mesmo Religioso; Professor Sidney de Moraes é parapsicólogo profissional, conferencista e ministrador de cursos, cuidadoso em não se opor às religiões; Dr. Frei Albino Aresi, na sua própria condição de religioso, defende os fenômenos como todos de capacidades da mente humana, em oposição ao Espiritismo. Dr. Jorge Andrea Santos, médico de profissão, é pesquisador científico da paranormalidade e estudioso do Espiritismo Científico e Religioso, segundo se pode observar. São escolas diferentes no que há de se respeitar a opinião de cada um.

Portanto, sem questionamentos aos tão ilustres estudiosos, sem dúvidas todos eles grandes pesquisadores, busca-se aqui, em primeira linha, os fenômenos psicológicos dentro da Parapsicologia, ou seja, os estritamente mentais - categoria em que se situam os duplos sentidos - a saber:

I - FENÔMENOS PSICOLÓGICOS:

1. Das Telepatias

Transmissões de pensamentos ou sensações, a longa distância ou não, sem o intermédio dos órgãos sensoriais, envolvendo duas ou mais pessoas; é um fenômeno comprovado em laboratório, sem objeções científicas, classificadas com as seguintes divisões:

1.1 Espontânea: sem prévia combinação entre as partes, mais ou menos comum a todos os seres humanos, nas famosas coincidentes coincidências, quase sempre carregadas de fortes emoções ou estranhas sensações.

1.2 Simpática: onde um sente o que o outro experimenta, cuja característica maior é o experimento de sensações definidas, boas ou ruins.

1.3 Experimental: produzida com prévia combinação entre as partes e também a que se produz em laboratórios, em razão do que é a única das telepatias classificadas como fenômeno de paranormalidade.

Nos últimos anos, pesquisadores tem levantado hipóteses acerca da possibilidade telepática entre homem e animais, ou destes ao homem, fenômeno denominado de Telepatia Animal; os estudos e relatos assentam-se em evidências mas ainda longe de comprovação científica.

2. Criptestesias

Faculdade perceptiva supranormal daquilo que, aparentemente, não está, nem se acha sensível aos sentidos comuns e de seus duplos, ou seja, conhecimento de fatos e coisas, por estímulos psíquicos e não pelos órgãos sensoriais.

Ao lado das Telepatias, é fenômeno dos mais comuns ao homem e a despertar interesses científicos, por ser passível de experimentos e comprovação em laboratórios.

Alguns estudiosos colocam que as Criptestesias ocorrem em canais ocultos da mente, pois que elas não dependem de um agente transmissor, como nas demais percepções.

Dividem-se em:

2.1 Cognição extrasensorial: conhecimento paranormal de fatos e coisas ignorados pelos presentes, participantes ou de pessoas conhecidas, mesmo que distantes; temos entre os exemplos cognitivos corriqueiros:

a) por engano uma pessoa recebe uma carta e sem abrir o envelope, descreve todo o conteúdo - a carta não é para ela, ela não conhece o remetente e nem este a pessoa, que por engano, recebeu a carta, que também não conhece o destinatário que igualmente não sabe quem ela é - Richet (citações em obras diversas, Curso Teológico}

b) uma pessoa encontra na rua um porta-retrato sem a foto, mas com exatidão descreve quem ali estava representado, em todos os detalhes - Richet (ibidem)

c) A mulher recusa um medicamento, porque este poderia mata-la, sendo posteriormente comprovado que os rótulos, por engano foram trocados por um farmacêutico, quando da manipulação de duas fórmulas diferentes, acontecimento este atestado pelas pessoas envolvidas, inclusive o médico assistente - Flammarion (A Morte e seu Mistério, Volume I - FEB, 1982).

d) Um indivíduo sente - vê cenas e o envolvido, que não conhece - alguém prestes ao suicídio, e tomado de misteriosa força, dirige-se exatamente à residência da pessoa; não conhece o bairro, nem a rua e muito menos a casa, mas para lá se dirige e evita o ato fatídico; o pretendente ao suicídio nega e reage com certa indignação, mas o sensitivo vai até determinado local da casa e encontra a carta de despedida que tenta justificar o ato (já provável ato telepático) e, indo mais alem, o sensitivo descreve diante do pretendente ao suicídio - seqüência telepática - o local exato escolhido para o suicídio e o método que seria utilizado Celso Prado (Dos Atributos da Alma e da Existência de Deus - 1998).

2.2 Autoscopia: percepção, por parte do indivíduo, sobre seus órgãos internos, localizando com precisão um tumor ainda não identificado, ou um corpo estranho no organismo e sua trajetória.

2.3 Telestesia: capacidade para ver ou sentir, à distância, sem o concurso de um agente transmissor. Por certo o exemplo particularmente citado, emprega-se melhor aqui.

Alguns estudiosos sustentam que, em algum ato cometido ou pensado por alguém, ainda que difuso e não endereçado a ninguém, pode este ser captado por um sensitivo, pelos ocultos canais da mente. Outros determinam que mensageiros, anjos ou espíritos desencarnados, no zelo pela pessoa, socorrem-se a algum sensitivo.

Semelhante a Autoscopia temos ainda o fenômeno da Aloscopia, ou seja, do sensitivo em relação a um terceiro; alguns estudiosos consideram Telepatia onde esse terceiro após, Autoscopia inconsciente, passaria informações ao sensitivo, enquanto outros consideram fenômeno de clarividência. Sem desconsiderar aquelas, acredito também possibilidade de ação idêntica através de ato projeciológico - o sensitivo transporta-se para dentro da pessoa e detecta o mal existente, numa espécie de Transposição de Sentidos - onde sensitivo vê, sente, indica e descreve o mal de uma pessoa como se fosse seu.

2. 4 Auto-Percepção Intuitiva : conhecimento de fatos ou acontecimentos distantes; desconsiderado pelos especialistas, por nada oferecer de palpável no campo das ciências, mas é um fenômeno comumente visto e ouvido, contudo facilmente confundido com Telepatias.

2. 5 Premonição: percepção paranormal de fatos ainda não acontecidos; é um assunto muito estudado por especialistas, sendo o mais bem documentado e comprovado dentre os fenômenos da paranormalidade.

Phd. Henrique Maurer Jr., quanto a condução destes estudos, propõe-nos os seguintes caracteres quanto aos denominados fenômenos premonitórios:


previsão de fatos pessoais, o mais simples, onde o indivíduo prevê, com assombrosa exatidão, aquilo que lhe irá acontecer, a exemplos de doenças, acidentes, morte ou fatos banais;
previsão de fatos com terceiros, e isto mesmo sem a participação, presença ou interesse desses terceiros;
acontecimentos ao meio físico, sem conhecimentos antecipados ou acessos às fontes de informações;
fatos relevantes da história, os acontecimentos políticos, militares e outros;
coletivos: fatos, grupos sociais e demais do gênero;
premonições tutelares, que prevêem o que poderia acontecer caso não evitados a tempo, como tipo de mensagem salvadora.

Os fenômenos acontecem ou se realizam de múltiplas maneiras que vão desde o englobamento das atuações dos duplos dos sentidos nos casos futurísticos, às psicografias e psicofonias.

A Premonição pode ser nítida ou disfarçada - truncada ou não muito clara - ou ainda minimizada, existindo aí o elemento censor procurando diminuir o caráter trágico da realidade. Pode também ocorrer em sonhos, hipnoses ou através do sexto sentido, que todos já experimentaram pelo menos uma vez na vida.

0s pesquisadores, para admissão do fenômeno premonitivo, seguem as antigas regras estabelecidas por Richet:

1ª) a realização do fenômeno deve ser independente do sensitivo;

2ª) exclusão total de possibilidades de acesso às informações;

3ª) registros fidedignos antes dos acontecimentos.

3. Metagonomia

Inteligência supranormal, intuitiva ou intelectiva, abrangendo múltiplos campos como a matemática, música, ciências m geral, entre outras, com estonteantes exemplos envolvendo crianças, às vezes de tenra idade ou sem aprendizados regulares; enquadram-se também, e igualmente surpreendentes, os casos dos idiots savants e suas aptidões.

A Metagonomia comprova que a capacidade do subconsciente é infinitamente superior à consciência, e que de alguma maneira, conhecimentos adquiridos, não se sabe de onde e nem de que maneira, pelo subconsciente, passam para a consciência, com efeitos que beiram as raias do milagre ou da indignação.

Nisto debatem-se cientistas, alguns acreditando que o subconsciente capta, ora através dos duplos dos sentidos, ora através de uma sintonia telepática interferente ou imposta; outros creditam os fenômenos a uma memória - genética - da ancestralidade, com o homem guardando em si todo o passado, conhecimento e experiências de seus antecessores, projetando-os em momentos especiais, provocados, ou sempre. O Espiritismo Científico julga que espíritos evoluídos, não tão necessariamente, transmitem os grandes acontecimentos a determinadas pessoas, ou que se reencarnam em benefício da humanidade.

Alguns estudiosos mais avançados ou liberais, aventam hipótese de um Repositório de Conhecimentos Cósmicos, onde alguns indivíduos adentram, pelos espaços inter-eletrônicos; outros, voltados ao Espiritualismo, acreditam em avatares, isto é, espíritos de grandes saberes que entram ou vibram num indivíduo, por um tempo mais ou menos determinado, com todos seus conhecimentos Cósmicos ou adquiridos em vidas passadas; e, ainda, os que crêem que aqueles superdotados são pessoas que já tiveram diversas encarnações e retornam à terra, apresentando depois ou em determinado tempo, seus conhecimentos assombrosos, a exemplo da xenoglossia ou glossololia, que é a faculdade de falar línguas estrangeiras ou estranhas, sem nunca tê-las aprendido ou ouvido alguém falar.

4. Catalização

Facilitação de fenômeno a partir de um objeto ou outro instrumento qualquer, utilizado sempre para este fim, como as bolas de cristal, baralhos, espelhos, conchas, copos, pedras e uma infinidade de outros que surgem a cada dia ou época.

São fenômenos ou causas de fenômenos corriqueiros, utilizados por videntes ou sensitivos que, através destes objetos, entram numa espécie de transe - concentração, contato - onde qualquer fenômeno parapsicológico pode ocorrer, independendo às vezes da consciência ou não do sensitivo, bem como de sua vontade.

Comumente são chamados de fenômenos advinhatórios, largamente usados nos meios diversos da sociedade - independente de classes sociais ou intelectuais -, muito passível de mistificações.

Talvez pela facilidade de seu uso ou aprendizado, é algo que acompanha o homem desde a antiguidade, tanto que na Bíblia - Antigo e Novo Testamento - são encontradas diversas passagens que atestam usos de catalisadores: Gênesis 44. 5 e l5, I Samuel l4. 42, Êxodo 28. 30, Jonas 1. 7, Marcos l5. 24 e Atos l. 26.

Em geral, o uso de objetos catalisadores são feitos por místicos, revestidos de um caráter mais religioso, em que os objetos são ou parecem revestidos de manas. Alguns desses fenômenos ocorridos no próprio local de atendimento do sensitivo, supervisionado por cientistas e descartadas possibilidades de fraudes, mostraram-se reais. Em laboratórios, alguns sensitivos realizaram seus trabalhos, munidos de seus catalisadores, com surpreendentes resultados, enquanto outros conseguiram feitos somente em seu próprio ambiente.

Existem relatos de casos de sensitivos que, cientes de uma observação científica, nada puderam realizar, mas que não sabendo da presença de observadores infiltrados como clientes, produziram fenômenos, sendo registrados casos de alguns que até adivinharam quem seriam os pesquisadores.

5. Mancias

São os diversos meios de se descobrir alguma coisa, através de objetos materiais. Comumente confundidos com fenômenos de Catalisação, as Mancias são artes com indicações aproximativas, não levando, necessariamente, a fenômenos paranormais.

Os praticadores de mancias, na maioria dos casos, usam de psicologia, sagacidade, perspicácia, acesso às informações, métodos indutivos, deduções e até mesmo a telepatia; em geral os consulentes das mancias já têm suas respostas pré-elaboradas, cabendo ao sensitivo apenas decodifica-las, dando-lhes ordenação lógica e sequencial.

Das mancias, a única a apresentar resultados satisfatórios em laboratórios, foi a Rabdomancia, antiga adivinhação por meio de varas, hoje com a denominação - cientificamente adotada e aceita - de Radiestesia, isto é, radiações e/ou vibrações eletromagnéticas captadas por meio de objetos materiais.

Vistos os fenômenos psicológicos dentro da Parapsicologia, sujeitos sempre a controvérsias, novas teorias, diferentes nomenclaturas, estuda-se agora, os fenômenos físicos, ou seja, aqueles que produzem efeitos materiais.

II - FENÔMENOS FÍSICOS

1. Telecineses:

Movimento de objeto à distância, longa ou não, sem contatos físicos, que pela sua natureza podem ser:

l. l Expontâneo: que por vezes o próprio sensitivo ignora-o, quase sempre são descontrolados, não raras vezes violento; assemelha-se, confunde-se e talvez seja a mesma coisa - aqui em defesa da teoria espírita - do poltergeist que, por razões desconhecidas são provocadas na maioria das vezes por pessoas do sexo feminino, na puberdade.

Espíritas - científicos e religiosos - admitem o concurso de espíritos atrasados (desencarnados) de mentalidade / individualidade infantil e pueril, com demonstrações gratuitas.

São comuns, em casos de telecineses espontâneas - poltergeist propriamente dito -, materialização e rematerialização de objetos: pesados objetos (pedras, rodas de tratores entre outras) atravessam telhados e forros sem danifica-los, mas que espatifam mobílias; em outras ocorrências, dá-se teleplastia - materialização de imagens; algumas, fogo espontâneo.

l. 2 Provocados: fenômenos telecinéticos promovidos e analisados em laboratórios, devidamente comprovados e com alvos determinados.

l. 3 Conduzidos: aqueles em que o sensitivo, exercendo absoluto controle de suas faculdades paranormais, endereçam suas forças para alvos pré-determinados - quando sob rigoroso controle científico - ou a seu bel prazer, para o bem ou para o mal -, com efeitos imediatos ou sequenciais, podendo formar fantasmas intervencionistas, fenômenos acústicos (ruídos), fotóticos (clarões de luzes) e de poltergeist em todas suas extensões.

Valem-se teorias que:

a) o indivíduo, num esforço desgastante, emite energia psíquica - neutrons -, conduzida por espaços inter-eletrônicos, com finalidades de excitar ou desagregar células de um ser vivente, ou sobre estruturas moleculares de objetos ou seres inanimados;

b) deixa-se usar por forças sabidamente - por ele - sobrenaturais (espíritos desencarnados) boas ou ruins, as quais utilizam-se de suas faculdades para determinados fins (muitos sensitivos de fenômenos à distancia, conscientes ou não, têm observado aquelas causas primarias);

c) conhece as forças, sabe como busca-las e delas se utilizam para seus intentos, como muitos magos afirmam proceder.

Os fenômenos conduzidos, também podem ser reativos - assim como os fenômenos espontâneos - , com o sensitivo a reagir em momentos especiais ou quando provocados.

2. Acústicos

Sons ou ruídos provocados; tem merecido especiais atenções dos estudiosos porque, em geral, associam-se a prenúncios de morte ou de algum acidente, com vários exemplos registrados e comprovados.

3. Fóticos ou Fotóticos

Manifestos como luzes radiantes, clarões ou auras; estes fenômenos tem sido motivo de seríssimos estudos científicos, com grandes préstimos à Medicina, para auxílios diagnósticos, uma vez que as preocupações psíquicas e males orgânicos desconhecidos, são revelados pela aura.

Os fenômenos fóticos não são exclusividades do homem, sendo que animais e vegetais - alguns ensejam até o reino mineral - também manifestam em sua totalidade, revelações de estados de momentos, existindo hoje aparelhos e máquinas - a exemplo da Kirlian (kirliangrafia) - que medem e fotografam aquelas luminosidades.

4. Levitação

Anulação da lei da gravidade, cujos efeitos são a suspensão de objetos, de pessoas e até do próprio sensitivo; alguns especialistas têm a levitação como ação telecinética.

5. Ideoplásticos Internos

Em geral definidos como influência da mente sobre o corpo, como fenômenos de anestesias (sem recorrência à hipnose), alterações biológicas - estigmas manifestos, no geral em religiosos e místicos -, curas, combustibilidade do corpo, catalepsias - provocadas ou não - e as parestesias não hipnótica entre outros.

6. Teleplastia

Denominada também de Ideoplastia Externa, ou ainda, de Fenômenos Ectoplasmáticos - Materializações -; a Escotografia - imagem produzida no escuro - também é considerada como fenômeno de Teleplastia.

Os estudos mais considerados das Teleplastias, são de caráter espírita - religioso ou científico -, porque é neste meio que se produzem a maioria das manifestações comprovadas e tidas como científicas.

Alguns estudiosos vêem nestas manifestações, provas irrefutáveis de uma vida além-túmulo; enquanto outros as têm como manifestos anímicos, apontando a quase semelhança entre os fantasma e o sensitivo que lhe dá, conscientemente ou não, as formas. Céticos afirmam que as realizações não passam de fraudes

Nas ultimas décadas, a ciência tem desenvolvido aparelhos, à base de um televisor comum, que captam imagens teleplásticas; o mesmo se faz, usando gravadores, com os fenômenos acústicos. Porem, surpreendentemente, tais captações ocorrem somente com a presença de, pelo menos, um sensitivo, quando não o é o próprio pesquisador.

Registram-se casos de sensitivos que influem em filmes fotográficos, expressando seu pensamento ou alguma outra coisa não planejada.

Encaixam-se na Teleplastia, o fenômeno do duplo - capacidade de um indivíduo estar em dois lugares ao mesmo tempo - existindo relatos comprovados sobre tal fenômeno, inclusive estando a pessoa física - sensitivo -, em continente diferente do seu duplo; são acontecimentos mais ou menos comuns, entre religiosos e místicos. Também a Projeciologia, quando projeção visível, consciente ou não do duplo etéreo, pode ser considerada como Teleplastia, muito embora os estados projeciológicos, ocorram mais dentro de um nível mental, propriamente dito, isto é, subjetivamente, portanto invisível aos não sensitivos.

Discute-se, se Teleplastia ou não, os casos de desmaterializações e rematerializações de objetos, que parecem seguir determinadas situações de passagens da matéria através da matéria.

Na Teleplastia, encontram-se alguns dos mais conhecidos e envolventes fenômenos parapsicológicos, pelo menos de se ouvir falar, julgados como suficientes para comprovações, na exata concepção científica da palavra, da existência da individualidade da mente humana, com ações independentes em relação ao homem.


A ação do espírito pessoal e independente da matéria física, é evidente e com provas científicas irrefutáveis; e se, essa individualidade tem capacidades de ações sobre o corpo, de comunicar-se com semelhantes - via Telepatia -, nada lhe haveria obstar possibilidades de comunicações interativas com outras individualidades, encarnadas ou desencarnadas, na terra ou em qualquer outro ponto do universo.

Postagens mais visitadas deste blog

ENTIDADES III (Entendendo a vampirização II )

UM CASO DE VAMPIRISMO

BREVE INTRODUÇÃO MAGICA III