MUNDOS ALÉM DA MENTE
ASPECTOS
DO OCULTO
MUNDOS
ALÉM DA MENTE
Dentre
os vários sistemas de estudo e consecuções mágico-místicas,
aquele que, provavelmente, nos oferece as melhores lições,
adaptando-se às características do Ocidente é, sem dúvida, a
Cabala.
Mas
o que é a Cabala? Esta é a primeira questão que se ergue, quando
ouvimos referências sobre este Ramo do Esoterismo.
O
assunto torna-se ainda mais intrigante ao sabermos que grande parte
das Ordens Iniciáticas, principalmente as ditas maçônicas (1), se
desenvolveram baseadas na Cabala, que aparece como a chave de todos
os rituais destas ordens, inclusive os da Igreja Romana, como
torna-se obvio a qualquer estudante não minado pelo fanatismo
religioso.
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Técnicas de Projeção Astral e Exercicíos para a Espiritualidade
A
Cabala, a grosso modo, pode ser definida como sendo a Doutrina
Esotérica Judaica (2).
A
palavra Cabala (3), soletrada em hebraico é QBLH, derivando-se da
raiz QBL, Qibel, significando “receber”. Isto refere-se ao fato (
assim é dito ) de que o Conhecimento Cabalístico é sempre
transmitido oralmente.
Quanto
às origens da Cabala, por mais que nos aprofundemos em pesquisas,
jamais teremos respostas concretas a respeito. Mas, entre várias
hipóteses, é dito que a tradição foi criada e desenvolvida
durante seis mil anos de civilização nas terras de KHEM (Egito)
(3). Naqueles gloriosos tempos, quando os “deuses” andavam pela
Terra, a tradição era conhecida como PAUT NETERU (Nove Divindades).
Em seguida, ao perceberem o início da decadência do Grande Império
Camita, os iniciados resolveram transmiti-la aos Caanitas.
Deixemos,
entretanto, estas ‘lendas’ de lado por enquanto. O que mais nos
interessa no momento é que, no Sistema Ocidental de Iniciação, a
Cabala tem sido usada com sucesso por muitos séculos e que contém o
mais conveniente e seguro corpo de correspondências jamais
concentrado em um só e simples grifo. As divisões e subdivisões
representadas pelas Dez SEPHIROTH e os VINTE E DOIS CAMINHOS
compreendem o inteiro Universo.
Existem
vários meios de exegese cabalista. Os principais seguem regras
concisas. Algumas destas regras são de grande importância.
O
princípio formal estabelece que, uma vez o profundo significado de
uma palavra ou frase seja estabelecido, ela passa a ter o mesmo
significado através de toda uma escritura. Isto aplica-se também
aos números, letras, abreviações e leis. Por exemplo: de acordo
com esta regra, a expressão “SERPENTE DO PARAISO” pode ser
entendida como sendo as BIOENERGIAS QUE ASCENDEM PELA COLUNA DORSAL
EM ESPIRAIS DURANTE CERTAS PRÁTICAS OCULTAS. Seguindo o princípio
acima, todas as serpentes citadas na Bíblia são metáforas para
estas energias flamejantes do corpo humano (4).
Em
Gênesis, 49:10, Jacob dirige-se à seu filho dizendo: “venha
SHILOH...” (IABO SHILOH). Shiloh é primeiramente mencionado por
Jeshuah, que construiu um povoado anfictiônico no sítio ao redor do
TABERNÁCULO. O quanto sabemos a respeito deste povoado não nos
oferece qualquer significado metafórico do termo Shiloh. Os
cabalistas encontraram a resposta do seguinte modo: a frase “Venha
Shiloh” tem como soma total 358. Existem duas outras palavras com
idêntica numeração: SERPENTE e MESSIAS (NChSh e MESSIAH ), que nos
ajuda a explicar o significado alegórico de Shiloh.
O
termo Serpente foi antes explicado como uma palavra código para as
bioenergias que em seu movimento de subida lembram os populares
desenhos espiralados do DNA, e melhor ainda, a Serpente do Bastão de
Hermes (Mercúrio-Thot), mensageiro dos Deuses Gregos, e nos lembra
também a SERPENTE DE BRONZE erguida por Moisés no deserto (
Números, 21:6-9).
Durante
a subida através do corpo, estas energias serpentinas entram no
coração (Chakra Coronário), onde despertam um Poder chamado
MESSIAH. NO sagrado Livro do Zohar está escrito que o Messiah tem
que primeiro erguer-se no coração do homem.
Vejamos
outro exemplo: A palavra ADONAI (AD-ON-AI) que os irmãos do Quarto
Grau da maçonaria Osiriana conhecem, mas não sabem o que significa,
escreve-se em hebraico ADNI, valor numérico 65, 6+5 = 11, o número
da Magia e o total das Sephiroth (Contando com DAATH) na Árvore da
Vida; a união do Hexagrama com o Pentagrama; isto é, o Macro e o
Micro reunidos, fazendo UM SÓ. Em uma mais profunda interpretação,
temos que os iniciados Gnósticos transliteraram a palavra para
implicar suas próprias fórmulas secretas. ON é o Arcano dos
Arcanos, seu significado é ensinado gradualmente aos Aspirantes da
REAL ARCA DE ENOCH. Também AD é a fórmula paternal, HADIT; ON seu
suplemento, NUIT; o YOD final etimológicamente significa “MEU, e
essencialmente significa a semente mercurial ( transmitida), virginal
e hermafrodita – O EREMITA do Tarot . O nome é, pois, usado para
invocar o ARCANO PESSOAL mais íntimo, considerado como resultado da
conjunção de NUIT ( O Infinito Grande) e HADIT (O Infinito
Pequeno). Se o segundo “A” está incluído, sua importância
consiste em afirmar a operação do ESPÍRITO SANTO e a formulação
do BEBÊ NO OVO que precede a aparição do Eremita.
Diz-nos
Crowley: “A Cabala, isto é, a Tradição dos Judeus, concernente à
interpretação iniciática das escrituras deles, é, em sua maior
parte, ou ininteligível ou tolice. Mas ela contém como seu
esqueleto a mais preciosa jóia do pensamento humano; aquele arranjo
geométrico de nomes e números que é chamado de ÁRVORE DA VIDA Eu
o chamo de precioso porque tenho verificado que é o método mais
conveniente, até agora descoberto, de classificarmos os fenômenos
do Universo e de registrarmos as relações entre eles”.(5)
A
‘Arvore da Vida contém Dez SEPHIROTH e Vinte e Dois Caminhos,
perfazendo as TRINTA E DUAS PORTAS DA SABEDORIA. Entretanto, aí
existe um Véu. Não são somente Dez Sephiroth, mas ONZE – DAATH,
que quase nunca é mencionada nos compêndios (porque não interessa
a muitos) a respeito da Cabala, é a invisível Porta que dá acesso
às TRÊS SEPHIROTH SUPERNAS (KETHER, CHOKMAH E BINAH). Assim, temos
a soma TRINTA E TRÊS (11+22) que nos fornece as chave dos Trinta e
Três Graus da Maçonaria e, como todos devem ter notado, a idade de
IHShVH, isto é, o Magus do AEON de OSIRIS.
A
Árvore da Vida é, por assim dizer, uma chave cabalística no senso
místico e mágico. Numerosos livros t6em sido escritos a respeito da
Dez Sephiroth e dos Vinte e Dois Caminhos, desdobrados pela
consciência humana, em sua tentativa de compreender os poderes
macrocósmicos em termos de valores microcósmicos.
O
ocultismo no Ocidente, entretanto, vem sendo dominado por
interpretações que somente tomam em consideração o aspecto
positivo deste grande símbolo. O outro lado, o negativo (6), ou
avesso da Árvore, tem sido mantido velado e maliciosamente ignorado.
Mas não existe dia sem noite, e o SER, Ele mesmo, não existe sem
referência ao NÃO-SER, do qual é a inevitável manifestação.
Qualquer
alusão a este aspecto da Árvore da Vida e seus Ramos tem sido
classificada sob oprobiosos cabeçalhos ou relacionados ao infernal
domínio dos Qliphoth, o mundo das “cascas” ou “sombras”, que
não é outro senão nosso mundo, tal como o conhecemos, sem a Luz
transformadora da Consciência Mágica.
Assim
sendo, a total Iniciação não será possível sem o entendimento
dos Caminhos Qliphothicos, que são, na prática, tão reais quanto a
sombra de qualquer objeto iluminado pelo sol. Em outras palavras, os
Caminhos Luminosos de Horus, os Caminhos que o homem tem projetado
para conectar as Zonas-de-Poder Cósmico (Sephiroth) com sua própria
consciência, possui suas contrapartes nos Túneis de Seth, uma
obscura teia, ou noturna rede de Caminhos, cuja existência é
ignorada por esses que são incapazes de perceber a total
complexidade da Árvore, mas percebida mesmo àqueles que atingiram
seus mais baixos Ramos. É falso e fútil imaginar uma moeda com
somente uma face. Pessoas que assim tentam imaginar, jamais poderão
descobrir os segredos do Universo que, na realidade, são os seus
mesmos segredos. Somente depois de dominar o mundo das sombras dentro
de si mesmo, na forma de arqui-demônios, luxuria, ódio e orgulho, é
que o homem poderá realmente clamar-se o Senhor dos Discos
Luminosos, a Sephiroth.
As
Sephiroth eram descritas pelos antigos Cabalistas, e por alguns dos
atuais, como sendo divinas emanações do Absoluto. A Palavra
Sephiroth é o plural de Sephira, significando “número” ou
“emanação”. As Dez Sephiroth representam a emergência de AIN
(O Nada que está além da Unidade) via a escala numérica de Um a
Nove, e seu retorno ao Nada via Malkuth onde a Unidade (1) torna-se
Nada (0) outra vez.
Como
os leitores devem ter percebido, existem certos fatos relacionados
com a Cabala que necessitam ser ventilados antes que possamos obter
uma melhor compreensão deste Sistema, como também para evitar andar
em círculos e becos sem saída, causados por distorções e
deturpações que, num passado não muito remoto, impediram o avança
da evolução humana, neste particular assunto nos últimos dois mil
anos.
Contudo
é necessário alertar que estes erros não ocorreram de acidentes
fortuitos, mas sim provocados deliberadamente, fazendo parte de
maquiavélico plano no qual o homem viu-se envolvido
inconscientemente. Grupos, os mais diabólicos, deturpando alguns
Arcanos, pretenderam, e ainda pretendem, usurpar não só o poder
religioso, mas também o mágico, e, através destes, manipular o
destino do Planeta. Muitos questionarão o porque disso, ou melhor,
qual o intuito desses que elaboraram o plano. Existem pistas
espalhadas por toda nossa História, as quais os mais perceptivos, ou
os de fato Iniciados, poderão Ter idéia do porque.
Entretanto,
como deveria se tornar obvio a esses grupos, o plano jamais teria
êxito por muito tempo, e está se desmoronando no presente AEON,
malgrado os desesperados esforços deles em mante-lo de pé.
A
ardilosa maquinação elaborada pela, assim chamada, A GRANDE
FEITIÇARIA, falha em um detalhe: sendo a Lei da Evolução Universal
perfeitamente dinâmica e elástica, ela contém várias subdivisões
de desordem, de imperfeições; mas também de salvaguardas, agindo
automaticamente quando a Vontade Maior é atingida pela vontade
menor, interferindo além dos limites estabelecidos.
Também
esse assunto, sendo de suma importância para uma melhor compreensão
do Grande Quadro e, obviamente, das causas de nossos males, deve ser
estudado e analisado demoradamente.
Quando
isso for feito, veremos que aquela falha no plano e esses males são,
eles mesmos, perfeitos exemplos do funcionamento das salvaguardas: a
falha produz sofrimento e, sofrendo, o homem busca respostas e, nessa
busca, encontrará, mais cedo ou mais tarde, a chave do GRANDE
ARCANO, anulando a ação nefasta daquela organização diabólica.
Depois
da Yoga, a cabala é o mais propalado Sistema de Iluminação no
Ocidente, porém um dos menos compreendidos.
Na
maior parte das vezes, as pessoas interessadas nesta Ciência
perdem-se no amaranhado de superstições derivadas daí.
Todo
o segredo, o próprio coração do Edifício Cabalístico, está
contido na Árvore da Vida; e é mediante o certo e adequado uso
desse glifo que conseguimos atinar com realidades subjacentes a toda
complicação que a Cabala pode parecer aos menos esclarecidos. A
Árvore da Vida simboliza o inteiro Universo (Macro e Micro), uma
proposição tão vasta em suas implicações que muitos chegam a
duvidar da existência de um tal simbolismo.
A
Árvore é um diagrama composto por dez esferas chamadas Sephiroth, e
vinte e duas linhas conectando estas esferas, e que se chamam
Caminhos. Normalmente a Árvore é mostrada em duas dimensões, mas
também existem representações em que ela aparece em três
dimensões.
Existem
dois métodos básicos de consecução espiritual baseados no uso
direto da Árvore da Vida: MEDITAÇÃO e RITUALISMO. Seguindo esses
dois processos, o homem logrará atingir o Coração da Árvore, o
Centro Crístico Nele Mesmo – TIPHARETH – onde terá a Visão e
Conversação do Sagrado Anjo Guardião (ADONAI, no linguajar
cabalístico) sendo das mais transcendentais experiência que o homem
pode ter.
Os
dois métodos acima referidos – meditação e ritualísmo – na
realidade são um, e fundamenta-se na mais rigorosa disciplina
interna e externa (disciplina mágica), cuja finalidade é obter o
completo controle do princípio pensante, o RUACH. Com essa faculdade
sob controle, o Aspirante exalta gradualmente seu ser por várias
técnicas ritualísticas: invocações, evocações, vibração dos
nomes divinos, identificação com as imagens telesmáticas ou
místicas, adoração, entrega, etc. No final ele percebe que todas
as técnicas perfazem UMA SÓ.
Assim
trabalhando, ele transcende o que ele é no atual, ou melhor, o que
ele pensa ser, ascendendo pelas SEPHIROTH até atingir (teoricamente)
KETHER. Esta subida realiza-se pela COLUNA DO MEIO, ou o CAMINHO DO
MEIO, isto é, a Coluna Central da Árvore, formada por MALKUTH,
YESOD, TIPHARETH, DAATH e KETHER. No Sistema Oriental isto equivale
ao Canal Shushuma, por onde eleva-se KUNDALINI. Na Tradição
Greco-Romana, o Caduceu de Hermes (Mercúrio-Toth) é o símbolo do
segredo, tanto quanto a Serpente de bronze erguida por Moisés no
deserto.
Evidentemente,
pode-se usar os outros Caminhos laterais, as duas Colunas laterais,
que na maçonaria recebem os nomes de BOOZ e JACHIN (7).Antes de usar
os métodos prescrito pela Cabala prática, o Aspirante deverá
lograr perfeito conhecimento dos diversos Nomes Divinos, posições
relativas das Sephiroth e, ispso facto, no seu próprio veículo
psicossomático, atribuições simbólicas, ligações (Caminhos),
relações com outros sistemas, cores atribuídas a cada Sephira e a
cada Caminho nos Quatro Mundos, etc. Como dito por Eliphas Levi: “é
um brinquedo de criança e um trabalho de gigante”.
Após
estas considerações, o Aspirante procederá à meditação que,
diferentemente daquela do Yoga, é essencialmente dinâmica,
consistindo naquilo que vulgarmente se denomina Viagem Astral, usando
como referências para a ‘viagem’ aqueles símbolos, nomes,
cores, imagens, etc.
A
ritualística requer, por parte do Estudante, preparações externas
e internas, principalmente um profundo desejo em realiza-la. A
construção do Círculo Mágico torna-se imprescindível nesta fase
inicial, e nenhum magista de bom senso o descartará, sob risco de se
tornar presa de forças desequilibradas. Dentro do Círculo, o
magista traçará figuras geométricas correspondentes à Sephira com
a qual deseja trabalhar, e outros símbolos adequados como cores,
nomes divinos, perfumes, etc. Exemplo: digamos que ele decida
trabalhar com GEBURAH. Esta Sephira, a Quinta, tem estreita relação
com Marte, Horus, Thor, etc. (8). Sua cor é o vermelho, e a estrela
de cinco pontas seu símbolo máximo. O Magista então, traçará um
pentagrama no interior do círculo e, na circunferência usará os
nomes divinos apropriados. O pentagrama terá a cor vermelha e o
círculo será verde (cor complementar), etc. Colocando-se no centro
do círculo, o Magista procederá às invocações ou evocações, e
usará seu corpo astral para tal fim.
Assim
descrito, o processo, parece fácil. Mas ele requer um perfeito
entendimento do que se está fazendo, perfeito controle sobre seus
aspectos mais inferiores, perfeita concentração, tempo, dedicação,
exaltação de todo o ser do magista, etc.
Outro
método para se obter os mesmo resultados é chamado de
Identificação. É o método do místico. O livro “Exercícios
Espirituais” de Inácio de Loyola, é um dos textos mais perfeitos
que trata do assunto e deve ser estudado com seriedade.
Para
melhor visão do que agora vai ser dito, devo lembrar que as Três
Sephiroth Supernas (Kether, Chokmah e Binah) encontram-se separadas
das demais por uma espécie de “vazio” chamado ABISMO, UMA VERSÃO
DO VÉU DE PAROKETH num plano mais elevado.
A
Árvore da Vida, sendo normalmente figurada com as Dez Sephiroth
conhecidas, na realidade, como já dito, possui ONZE, embora a décima
primeira – Daath – seja citada pelos Cabalistas como uma falsa
Sephira, porque ela não possui, por assim dizer, lugar no esquema da
Árvore. Na realidade ela está “fora” da Árvore se olharmos o
problema sob certos aspecto.
Um
dos significados dados a Daath é “CONHECIMENTO”. Em um aspecto,
esta Sephira é o fruto de Chokmah e Binah; em outro, é a Oitava
Cabeça do Dragão, elevada quando a Árvore da Vida foi “arruinada”
e o Macroposopus (Grande Face) colocou a Espada Flamejante contra o
Microposopus (A Pequena Face). Por permutação, DOTH (Daath)
equivale a OthD, outra palavra hebraica para CARNEIRO ou BODE; também
é o número da palavra DUO (Dois). O DUPLO ou DUBLE é a imagem,
boneco, ou SOMBRA, velado pelos antigos egípcios pelo TAT que
equivale a Doth. Daath também é o Palácio de CHORONZON, o Guardião
do Portal do Abismo. Unindo estes vários significados, vemos que o
Conhecimento de Daath, ou “Morte” (Death, em Ingles), é de
natureza do Segredo da DUALIDADE, representada pela Sombra ou Duble
Mágico, através do qual o homem sobrepuja a morte, penetra pelo
Portal de Daath e explora o Palácio de Choronzon, o Deserto de Seth.
Daath,
como fruto de Chokmah e Binah (10), está atribuída a URANUS, que
indica a natureza altamente explosiva deste Conhecimento. Netuno,
assim como Chokmah, é uma forma de Hadit; e Saturno, da mesma forma
que Binah, é uma forma de Nuit. Este Conhecimento, portanto, é o
Conhecimento da Vida e também o é da Morte e, como tal, sugere a
natureza sexual da fórmula.
No
Sistema Oriental dos Chakras, Daath está atribuída ao Centro
Laríngeo (O Centro da Palavra) – VISHUDA. Este centro representa a
fala, mas a PALAVRA, no seu senso oculto da Verdadeira VOZ (MAKHERU),
somente pode ser pronunciada por um MAGUS, cuja natural Casa é a
Segunda Sephira, Chokmah. O II (dois) e o 11 (onze) encontram-se,
assim, em Daath, a Esfera de Conhecimento, pois Conhecimento somente
é possível onde a dualidade (dois, duo, II, 11) prevalece.
Daath
é uma Porta. Nós sabemos que a letra DALETH, o número 4, significa
“Porta” e está atribuída a Vênus, a Deusa do Amor Sexual, como
a Porta de toda vida manifestada; e a Porta Venusiana está
simbolizada por uma VESICA (KTEIS).
Para
alcançarmos Kether, a Suprema Coroa, urge ultrapassarmos o Dualismo,
isto é, Conhecimento, e isto torna-se difícil enquanto possuímos
um ego. Esta passagem, este transcender, conhecido como A ATRAVESSIA
DO ABISMO, quer dizer ultrapassar a dualidade, o ego. Lá, do outro
lado, se é que podemos usar tal expressão, não existem os pares de
opostos, tais como preto e branco, alto e baixo, luz e trevas, frio e
quente, etc. Lá é a morada de NEMO (Nenhum Homem). Lá, TUDO É UMA
SÓ E ÚNICA COISA, O UM INDIFERENCIADO.
No
transe da passagem do Abismo, situa-se o maior e mais terrível medo
do ego humano. Pois, para transcender o Abismo e atingir as Supernas,
ele terá que ser destruído> “Se não te tornares outra vez uma
criança e voltares ao útero de tua mãe, não verás o Reino dos
Céus”. Isto pode, a grosso modo, ser colocado em termos da Segunda
morte da teologia romana.”
Apresenta-se
também como um dos paradoxos do Caminho Iniciático; o ego, após
incríveis dificuldades para se aperfeiçoar, tem que ser destruído.
Torna-se, portanto, compreensível que aquela parte do homem em
mudança tema deseperadamente e se rebele contra o fato, e procure
algo que explique o paradoxo em termos racionais. Não podendo
encontrar explicações, atribui logicamente que sua penas sejam
provocadas por alguma força maligna, destrutiva e oposta à
divindade. Porém, o Universo não pode ser explicado em termos da
razão, ou do intelecto, pois, tanto a razão quanto o intelecto,
trabalham sob o poder da dualidade, que é uma mentira no Drama
Universal. “A loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria dos
homens”.
Usando
um pouco de poesia, poderíamos afirmar que a beleza de uma árvore,
a harmonia nela existente, está na manifestação total de seu
conjunto, isto é, seus ramos, flores, frutos, tronco e suas RAÍZES,
muito embora sejam estas últimas invisíveis ao olhar do observador
superficial e desatento. Entretanto, sem a raízes, a árvore não se
manteria completa e de pé. As raízes estão profundamente
mergulhadas na terra negra, no seio da Mãe, do mesmo modo que todo
edifício possui seus alicerces fortemente estabelecidos sob o solo;
e quanto mais profundo for este alicerce, esta base, mais alta e mais
firme estará a estrutura edificada. Pensem nisto...
É
patético que qualquer referência ao aspecto avesso ou negativo da
Árvore da Vida tenha sido identificado com o “reino do Diabo”.
Somente broncos ou maliciosos possuem essa religiosidade tão
primitiva.
Sob
o ponto de vista iniciático, que é o único que nos interessa no
momento, o homem não se encontra em Malkuth, mas sim nos Qliphoth.
Sob esse mesmo ponto de vista, não haverá total e completa
Consecução Espiritual sem o direto contato e domínio dos, assim
chamado, Reis do Edon (Qliphoth). Necessitamos compreender que os
Qliphoth são partes integrantes e inseparáveis do conjunto da
Árvore da Vida, da mesma forma que nosso anus e nosso pênis (ou
vagina) fazem parte de nosso corpo e que estaremos mal de saúde se
estas partes não executarem suas funções biológicas livremente.
Os Qliphoth são a outra face das Sephiroth, e estas duas faces
constituem, usando um velho clichê, uma só moeda.
Qualquer
estudante (seja mação, teósofo, etc.) que escolhe (na verdade o
mação não tem escolha) o Sistema Cabalístico, ou qualquer outro
sistema para seu trabalho oculto, forçosamente encontrar-se-á com
os Qliphoth, pois não existe qualquer maneira de evitá-lo. Na
própria fábula romana, Jesus teve que descer aos Infernos...
O
acima dito não quer significar em absoluto existirem duas Árvores
da Vida, uma superior, sob o comando de “deus”, e outra inferior
sob o comando do “diabo”. A filosofia maniqueista copiada pela
Igreja Romana foi uma dessas superficiais tentativas de interpretar
os fenômenos do Universo. Não existe Bem e Mal absolutos em
constante luta pela posse do Cosmo. Uma “lado negro” da força,
combatendo um “lado branco”, é assunto onde toda a superstição
e deturpação da teologia ocidental é manipulada para reforçar o
plano da Grande Feitiçaria. Isis, Seth, Osiris, Typhon e Horus são
manifestações personalizadas de uma só e Única Energia. Somente
após pleno conhecimento e domínio dessas forças amorais (nem
morais e nem imorais) existentes dentro de nós mesmos – sob a
forma de deuses, demônios, anjos, etc. – é que o ser humano
transcenderá as condições do mundo onde tem sua atual existência,
tornando-se, ele Mesmo, Um com a Divindade, um Mestre dos Mistérios.
Lidar
com os Qliphoth constitui perigo na medida que não haja clara
perspectiva do assunto. Independente disso, devemos entender que tudo
é projeção de nossas mentes, que o Universo espelha esta mente com
seus sonhos, temores, alegrias, medos, tristezas, ambições, etc.
Luta e perigo existem em todas as partes. Existe perigo até no
atravessar de uma rua, mas nem por isso deixamos de atravessa-la.
Se
o Universo não se apresentasse sob esse dinamismo, sem esses
desafios, sem esta excitação, sem os incentivos naturais, não
haveria evolução. O Universo é um FLUIR ETERNO. Não existe tal
lugar como o céu católico romano ou protestante, estático, onde se
descansa indefinidamente cercado de anjos tocando harpas, e mil
virgens cantando. Que coisa sem cor...
Iniciar-se
é viajar internamente nos mais profundos estratos da Alma, entrando
em contato com tudo que existe, dentro e fora de nós. Isso chama-se
Bodas Químicas. Todo ocultista que evita essa salutar viagem, esse
salutar casamento, essa união com as Energias Cósmicas, está,
obviamente construindo castelos de areia.
Os
Qliphoth, tais como as Sephiroth, são partes e “artes” de nós
mesmos. Portanto, além de tolice, é impossível fugir do encontro
com as regiões as quais, na realidade, estamos constantemente em
contato.
A
partir do momento em que o homem opta pelo Caminho da Iniciação,
automaticamente tem começo o processo do despertar dessas energias,
bem como elas iniciam o trabalho para o qual foram destinadas. Ao
darmos exagerado valor ao perigo nesses Caminhos, despertamos o medo,
e o medo constitui, por si só, a maior barreira no Caminho da
Iluminação. É estupidez o temor à morte, à loucura, ou à perda
da Alma. A lenda que diz ser possível vender a Alma ao diabo é pura
tolice, invencionice de mentes desequilibradas. Mesmo admitindo-se a
existência de um tal ser, o homem não poderia, em hipótese alguma,
vender sua Alma, pois ela é UNA COM A DIVINDADE que se manifesta sob
a máscara da personalidade destinada a desaparecer pelo processo
iniciático. A Alma, parte divina do homem, jamais pode ser
destruída.
No
decorrer de suas vidas, a maioria das pessoas jamais se deu conta de
que, muito além do Universo dos processos mentais considerados
normais, existem outros tantos Universos completamente desconhecidos
por nossa parte consciente, contendo em si mesmos mundos tão vastos
e tão amplos, que tona-se difícil falarmos deles, ou descrevermos
suas dimensões, sem recorrermos a um exótico linguajar simbólico.
A chave deste linguajar vamos encontrar na CABALA.