Das Consagrações: com um Tratado da Natureza e da Criação do Elo Mágico
Das
Consagrações: com um Tratado da Natureza
e
da Criação do Elo Mágico
I
Consagração
é a dedicação ativa de algo para um propósito único. Um
banimento impede o seu uso para qualquer outro propósito mas
permanecerá inerte até ser consagrado. A purificação é feita
pela água e o banimento pelo ar cuja arma é a espada. A consagração
é feita pelo fogo simbolizado, normalmente, pela lâmpada
sagrada.[1]
Na
maioria dos rituais as duas operações são realizadas de uma vez,
ou (pelo menos) o banimento possui uma importância maior e as
maiores dores parecem que são extirpadas com ele; mas à medida que
o estudante avança em direção ao Adeptado, os banimentos diminuem
em importância, pois passam a ser desnecessários. O Círculo do
Magista aperfeiçoa-se por conta do constante trabalho Mágico. No
real sentido dessa palavra, ele nunca sairá do Círculo durante toda
a sua vida. Mas a consagração, sendo a aplicação de uma força
positiva, pode sempre ser trabalhada até aproximar-se da perfeição.
O sucesso completo em banimento logo é atingido, mas não pode haver
perfeição no caminho para a santidade.
Viagem Alem | Fazer Viagem Astral | Paranormal | Ocultismo | Espiritualidade |
Técnicas de Projeção Astral e Exercicíos para a Espiritualidade
O
método de consagração é muito simples: pegue o bastão ou o óleo
santo e desenhe o símbolo supremo da força a qual você dedicará
no objeto a ser consagrado. Confirmando esta dedicação em palavras,
invocando o Deus apropriado para habitar o templo puro que você
preparou para Ele. Faça isso com fervor e amor como se fosse
equilibrar o desprendimento do gelo, sendo a atitude mental
apropriada para banir.[2]
As
palavras de purificação são: Asperges me, Therion, hyssopo, et
mundabor; lavabis me, et super nivem dealbabor.
As
da consagração: Accendat in nobis Therion ignem sui amoris et
flammam aeternae caritatis.[3]
Como
os iniciados do VIIº O.T.O. estão cientes, significa mais do que
aparenta.
II
É
estranho que nenhum escritor de Magia tenha tratado de um assunto tão
importante quanto o Elo Mágico. Poderia até ser chamado de Elo
Perdido. Aparentemente foi tido como já conhecido e só escritores
leigos em Magia como o Dr. J.G.Frazer perceberam a vital importância
do tema.
Vamos
considerar a natureza da Magia sob um espírito científico e, se
pudermos, desconsiderando as orientações mais antigas sobre ela.
O
que é uma Operação Mágica? Ela pode ser definida como qualquer
evento na natureza causado pela Vontade. Não devemos excluir o
crescimento da batata ou transações bancárias dessa definição.
Um
exemplo simples de Ato Mágico: um homem assoar o seu nariz. Quais as
condições para o sucesso da Operação? Primeiro: que a Vontade do
homem seja de assoar o nariz; segundo, que ele tenha um nariz capaz
de ser assoado; terceiro, que ele tenha o domínio de um aparato
capaz de expressar a sua Vontade espiritual em termos de força
material e aplicar tal força ao objeto que ele quer afetar. A sua
Vontade deve ser tão forte e focada quanto a de Júpiter e que o seu
nariz seja incapaz de resistir; porém, a menos que elo seja
estabelecido via a utilização dos seus nervos e músculos de acordo
com as leis psicológicas e físicas, o nariz permanecerá como está
por toda a eternidade.
Escritores
de Magia tem sido implacáveis em seus esforços para nos ensinar a
preparação da Vontade, mas parecem ter considerado que nenhuma
precaução adicional fosse necessária. Existe um caso marcante de
uma epidemia de tais erros cuja história é familiar a todos. Me
refiro à Ciência Cristã e às doutrinas relacionadas de "curas
mentais" e semelhantes. A teoria deles, despojada dos floreios
dogmáticos, é boa Magia, do seu tipo característico negróide. A
idéia está até correta: a matéria é uma ilusão criada pela
Vontade através da mente e, consequentemente, suscet#ível às
ordens do seu criador. Mas a prática é falha. Eles não
desenvolveram uma técnica científica para aplicação da Vontade.
Seria como esperar que pessoas fossem transportadas pelo vapor
caldeira de Watt sem as locomotivas.
Vamos
aplicar essas considerações sobre Magia no sentido restrito que
sempre foi compreendido até Mestre Therion ampliá-lo para cobrir
todas as operações da Natureza.
Qual
a teoria implícita em rituais como os da Goetia? O que o Magista
faz? Ele invoca um Deus e este Deus leva à aparição de um espírito
cuja função é realizar a Vontade do magista naquele momento. Não
existe qualquer sinal do que poderia ser chamado de mecanismo no
método. O exorcista dificilmente assume as dores da preparação de
uma base material para o espírito encarnar salvo uma conexão de si
mesmo com o sigilo. Ele, aparentemente, presumiu que o espírito já
possuía os meios de funcionar na matéria. A concepção
assemelha-se a de um garoto pedindo ao seu pai para ordenar o mordomo
a fazer alguma coisa. Em outras palavras: a teoria é totalmente
anímica. As tribos selvagens descritas por Frazer possuem uma
abordagem muito mais científica. O mesmo pode ser dito das bruxas
que pareciam ser mais sábias do que os taumaturgos que as
desprezaram. Elas, pelo menos, fizeram imagens de cera -
identificadas pelo batismo - das pessoas que desejavam controlar.
Elas, ao menos, se valeram das bases apropriadas para manifestações
Mágicas tais como sangue e outros veículos de força animal junto
com vegetais apropriados tais como ervas. E também foram cuidadosas
em colocar seus itens enfeitiçados em contato real - material ou
astral - com suas vítimas. Oposto a isso, existem os exorcismos
clássicos que, a despeito de tudo o que aprenderam, carecem desse
requisito básico. Agem como imbecis que escrevem cartas mas não as
postam.
Nunca
é demais dizer que essa falha em compreender as condições de
sucesso contribuiu para o descrédito em Magia até Eliphas Levi
assumir a tarefa de reabilita-la há duas gerações. Mas até ele
(que considerou a Magia como uma fórmula universal expondo
luminosamente seus estudos profundos) não deu atenção à questão
do Elo Mágico apesar de ter afirmado em vários lugares que era
essencial ao Trabalho. Ele fugiu da questão fazendo o "petitio
principio" da Luz Astral atribuindo a ela o pode de transmitir
todos os tipos de vibrações. Em lugar nenhum ele entra em detalhes
de como os efeitos são produzidos. Ele não nos informa das leis
qualitativas e quantitativas da sua Luz (o estudante treinado
cientificamente perceberá a analogia entre o postulado de Levi e o
da ciência comum "in re" no éter luminífero).[4]
É
deplorável que ninguém tenha registrado de forma sistemática os
resultados de nossas investigações da Luz Astral. Não temos
tratados das propriedades ou das leis nessa esfera; ainda que fossem
suficientemente marcantes. Podemos afirmar vagamente que, na Luz
Astral, dois ou mais objetos podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo
tempo sem interferência entre si e perder suas formas.
Nessa
Luz, objetos podem mudar as suas aparências totalmente sem que suas
Naturezas sejam afetadas. Uma mesma coisa pode revelar-se em um
número infinito de aspectos; de fato, ela se caracteriza por fazer
isso, da mesma forma que um escritor ou um pintor mostra-se numa
sucessão de novelas ou pinturas, cada uma sendo completa em si
mesma, mas sendo ele mesmo em diversas formas, embora cada uma pareça
completamente distinta aos seus amigos. Nela pode-se "voar sem
asas e ser veloz sem os pés"; pode-se viajar sem movimento e
comunicar-se sem utilizar os meios mais comuns de expressão.
Tornam-se insensível ao calor, frio, dor e outras formas de
percepção, ao menos do jeito que são familiares a nós via o nosso
corpo. Os objetos existem porém são percebidos por nós e nos
afetam mas de maneira diferente. Na Luz Astral estamos presos ao que
é, superficialmente, uma série totalmente diferente de leis. Nos
deparamos com obstáculo de um tipo estranho e sutil e podemos
supera-los através de uma energia e astúcia muito diferentes das
que nos servem na vida terrestre. Na Luz Astral os símbolos não são
convenções mas realidade ainda que os seres que encontramos nela -
ao contrário - sejam símbolos das realidades da nossa própria
natureza. Nossas operações nessa Luz são, de fato, aventuras de
nossos próprios pensamentos personificados. O universo é uma
projeção de nós mesmos, uma imagem tão irreal quanto nossos
rostos num espelho - a forma necessária de expressão - ainda que o
rosto não mude a menos que o façamos.[5]
O
espelho pode ser distorcido, embaçado, mal feito ou estar rachado
sendo assim os nosso reflexo falso para a nossa própria
representação simbólica. Nessa Luz, porém, tudo o que fazemos é
descobrir a nós mesmos por uma serie de hieróglifos e as mudanças
que aparentemente operamos são ilusões num sentido objetivo.
Porém
a Luz nos serve dessa maneira, ela nos capacita a nos vermos e nos
ajuda mostrando o que estamos fazendo. Da mesma forma que um
relojoeiro usa lentes que ampliam e, por conseqüência, falseiam a
imagem dos componentes que ele está consertando. Igual, também, a
um escritor que emprega caracteres arbitrários seguindo certas
convenções para capacitar o leitor a aproximar-se das suas idéias.
Essas
são algumas das principais características da Luz Astral. A suas
leis quantitativas diferem pouco daquelas da física material.
Magistas tem sido freqüentemente tolos em supor que todos os tipos
de Operações Mágicas são igualmente fáceis. Eles parecem ter
assumido que o "grande poder de Deus" é infinito onde
todos os finitos são insignificantes. "Um dia para o Senhor é
mil anos" é a primeira de suas leis de Movimento. "A fé
move montanhas " eles dizem e desdenhando a medida da fé ou das
montanhas. Se você mata uma galinha utilizando Magia, por que não
destruir um exército da mesma maneira? "Com Deus todas as
coisas são possíveis."
Esse
absurdo é um erro do mesmo tipo daquele mencionada anteriormente. Os
fatos são completamente opostos. Dois e dois fazem quatro no Astral
da mesma forma que em qualquer outro lugar. A distância do alvo
Mágico e a precisão do rifle Mágico são fatores no sucesso do
tiro Mágico na forma que em Bisley. A lei da gravitação Mágica é
tão rígida quanto a de Newton. A lei dos Quadrados Inversos pode
não se aplicar mas alguma lei sim. Isso é para tudo. Você não
pode produzir uma tempestade a meemos que o material exista no ar
naquele momento e um Magista que pudesse fazer chover em Cumberland
falharia lamentavelmente no Saara. Pode-se fazer um talismã para
conseguir o amor de uma vendedora e funcionar mas falhar no caso de
uma condessa - ou vice versa. Pode-se impor a Vontade numa fazenda e
ser esmagado pela de uma cidade - ou vice versa. O MESTRE THERION,
com todo o seu sucesso em todos os tipos de Magia, às vezes
mostra-se impotente na realização de façanhas que qualquer amador
seria capaz de fazer, porque ele colocou a sua Vontade contra a do
mundo tendo realizado a Tarefa de um Magus que é estabelecer a
palavra da Sua Lei no todo da humanidade. Ele conseguiu, sem dúvida,
mas Ele dificilmente espera ver mais do que um lampejo do Seu produto
durante a Sua presente encarnação. Mas Ele se recusa a empregar,
por menor que seja, uma fração da Sua força em trabalhos estranhos
à sua OBRA, embora possa parecer óbvio ao espectador que a sua
Virtude esteja em transformar pedras em pães ou qualquer outra forma
de facilitar as coisas para Si.
Estando
tais considerações bem compreendidas podemos retornar à questão
de estabelecer um Elo Mágico. No caso supracitado, FRATER PERDURABO
confeccionou o Seu talismã para invocar o Seu Sagrado Anjo Guardião
de acordo com a Magia Sagrada de Abramelim, O Mago. O Anjo escreveu
no lâmem a Palavra do Aeon. O Livro da Lei é esse escrito. A este
lâmem o Mestre Therion concedeu vida pela devoção da Sua própria
a ele. Sendo assim, podemos considerar esse talismã, a Lei, como o
mais poderoso já feito na história, pois aqueles anteriores, do
mesmo tipo, tinham o escopo limitado pelas condições da raça e dos
país. O talismã de Maomé, Allah, foi bom apenas da Pérsia aos
Pilares de Hércules. O de Buda, Anatta, operou apenas no Sul e no
Leste da Ásia. O novo talismã, Thelema, é o mestre deste planeta.
Veja
agora como a questão do Elo Mágico aparece! Não importa quão
poderosa seja a verdade de Thelema, ela não pode prevalecer a menos
que seja aplicada a qualquer um pela humanidade. Enquanto o Livro da
Lei permanecesse um Manuscrito, ele afetaria o pequeno grupo onde
circulava. Ele teve que ser colocado em ação pela a Operação
Mágica da publicação. Quando foi feito, não aconteceu da forma
adequada. Suas determinações de como fazer não foram totalmente
seguidas. Houve dúvida e rejeição na mente de FRATER PERDURABO que
dificultaram o trabalho. Ele estava indiferente mas, ainda assim, o
poder intrínseco da verdade da Lei e o impacto da publicação foi
suficiente para abalar o mundo de tal maneira que uma guerra
aconteceu e as mentes dos homens foram mexidas de uma jeito
misterioso. A segunda onda veio pela republicarão do Livro em
Setembro de 1913 e, desta vez, o poder dessa Magia irrompeu e causou
uma catástrofe na civilização. Nessa hora o MESTRE THERION estava
oculto, reunindo suas forças para a onda final. Quando o Livro da
Lei e seus Comentários foram publicados, com as forças de toda a
Sua Vontade em perfeita obediência às instruções que foram
negligenciadas o resultado foi incomensuravelmente mais efetivo. O
evento estabelecerá o reino da Criança Coroada e Conquistadora em
todo o planeta e todos os homens curvar-se-ão à Lei, que é "sob
vontade".
Esse
é um caso extremo, mas existe uma lei apenas para governas tanto o
pequeno quanto o grande. As mesmas leis descrevem e medem os
movimentos da formiga e das estrelas. A luz deles não mais rápida
do que a de uma centelha. Em toda operação de Magia o elo deverá
ser estabelecido corretamente. O primeiro requisito é a aquisição
da força adequada do tipo necessário ao propósito. Devemos ter
eletricidade em um certo potencial na quantidade suficiente que
queremos para esquentar comida num forno. Necessitamos de mais
energia para abastecer uma cidade do que para ser utilizada num
telefone. Nenhum outro tipo de força servirá. Não podemos usar a
força do vapor para impulsionar um avião ou nos embebedar. Devemos
aplica-la na intensidade adequada da maneira correta.
Assim
é um aburado invocar o espírito de Vênus para conseguir o amor de
uma Imperatriz, a menos que tomemos medidas para transmitir a
influência da operação para a tal senhora. Por exemplo, podemos
consagrar uma carta expressando a nossa Vontade ou se soubermos como,
usa algum objeto relacionado a pessoa que objetivamos controlar, como
uma mecha de cabelo ou um lenço estando numa sutil conexão com a
aura dela. Mas para fins materiais é melhor possuir meios materiais.
Não devemos confiar em linha fina para pescar salmão. A nossa
vontade de matar um tigre é mal conduzida por um tiro de calibre
pequeno há uns cem metros. O nosso talismã deve ser um objeto
adequado para a natureza da nossa Operação e devemos ter meios para
aplicar a força de um jeito que naturalmente incutirá obediência
na parte da Natureza que estamos tentando mudar. Se alguém deseja a
morte de um pecador, não basta odiá-lo, até mesmo se partirmos do
princípio que as vibrações do pensamento sejam suficientemente
poderosas para modificar a Luz Astral e impregnar a sua intenção de
certa maneira, como acontece com os mais sensíveis. É muito mais
efetivo usar a mente e músculos, alimentados pelo ódio, e fazer uma
adaga e enfia-la no coração do inimigo. Deve-se fornecer ao ódio
uma forma física da mesma ordem daquela usada pelo inimigo na sua
manifestação. O espírito só pode entrar em contato com o seu
próprio através dos meios dessa criação mágica de fantasmas, na
mesma maneira, só pode-se comparar a mente de duas pessoas (uma
parcela dela) expressando-as em alguma forma como um jogo de xadrez.
Não se pode usar peças de xadrez contra uma pessoa a menos que ela
concorde em usa-las da mesma forma que o oponente. A mesa e os homens
formam o Elo Mágico pelo qual pode-se provar a força de um vencendo
o outro. O jogo é um dispositivo pelo qual você força uma pessoa a
entregar o seu rei, um ato físico que obedece a sua vontade, mesmo
que ele seja o dobro do seu tamanho.
Esses
princípios gerias deveriam capacitar o estudante a compreender a
natureza do trabalho em se estabelecer um Elo Mágico. É impossível
dar instruções detalhadas, pois cada caso necessita de
considerações distintas. Ás vezes é muito difícil conceber um
método correto.
Lembre-se
que Magia inclui todos os atos, sejam quais forem. Qualquer coisa
pode servir como uma arma Mágica. Para impor a Vontade de alguém
numa nação, o jornal pode ser o talismã, um triângulo de uma
igreja ou um circulo de um Clube. Para conseguir uma mulher, um
pantáculo pode ser um colar, para descobrir um tesouro, uma baqueta
pode ser a caneta de um escritor ou o encantamento de uma canção
popular.
Diversos
fins, diversos meios; é importante lembrar a essência da operação,
que ela será um sucesso tanto pela pureza da intensidade quanto por
encarnar essa vontade num corpo apropriado para expressá-la, um
corpo tal que o impacto da vontade na manifestação física da idéia
causará a mudança fazendo com que aconteça o desejado. Por
exemplo: é da minha vontade tornar-me um médico famoso? Eu banirei
todos os "espíritos hostis" tais como a preguiça,
interesses outros e prazeres que atrapalhem o meu "círculo",
o hospital; eu consagro minhas "armas" (minhas habilidades)
para estudar medicina, eu invoco os "Deuses" (autoridades
médicas) estudando e obedecendo as suas leis contidas em seus
livros. Eu incorporo as "Formulae" (os meios que são
causas e efeitos das doenças) num "Ritual" (a minha
maneira particular de restringir a doença de acordo com a minha
vontade). Eu persisto nessas conjurações ano após ano, fazendo os
gestos Mágicos de cura até eu forçar a aparência visível do
Espírito do Tempo e fazê-lo reconhecer-me como mestre. Eu me valho
dos meios apropriados na medida correta e aplicando da melhor forma
aos meus propósitos projetando a minha idéia de ambição num curso
de ação tal que induza em outros uma idéia que satisfaça a minha.
Eu faço a minha Vontade se manifestar aos sentidos, sentidos estes
que abalam as Vontades dos meus próximos; mente trabalhada na mente
através da matéria.
Eu
não sentei e fiquei esperando um título de médico, seja apenas
desejando, seja por um "ato de fé" ou pedindo a Deus "para
mexer no coração do Faraó" como os nossos falsos milagreiros
de cunho místico, medieval ou mental fizeram e ainda fazem, sendo
eles confusos e sentimentais o suficientes para nos dizer o que
fazer.
Algumas
observações gerais no Elo Mágico podem estar corretas na ausência
de detalhes; não se pode fazer um Manual de Como Cortejar com um
tipo de Abre de Sésamo para cada Caverna de cada Ladrão, não mais
do que pode-se dar a um bandido uma pasta contendo todas as
combinações existentes de todos os cofres do mundo. Mas pode-se
apontar as diferentes formas de se fazer: pela lisonja, eloqüência,
algumas pela aparência ou classe social, também pela saúde, outras
pelo ardor e pela via autoritária. Não podemos exaurir as
combinações do Xadrez do Amor mas podemos enumerar as jogadas
principais: as flores, os chocolates, um jantar, um talão de
cheques, um poema um passeio ao luar, uma certidão de casamento, o
chicote e um vôo.
O
Elo Mágico pode ser classificado em três tipos principais na medida
em que envolve: um plano e uma pessoa, a segunda, um plano e duas ou
mais pessoas e a terceira, dois planos.
No
primeiro tipo o mecanismo da Magia - o instrumento - já existe. Por
exemplo: quero curar o meu corpo, aumentar a minha própria energia,
desenvolver os meus poderes mentais ou inspirar a minha imaginação.
Aqui o Exorcista e o Demônio já estão conectados, consciente e
subconscientemente, por um bom sistema simbólico. A Vontade é
fornecida pela Natureza com um aparato equipado adequadamente para
transmitir e executar suas ordens.
Basta
inflamar a Vontade no tom necessário e dar as ordens; elas serão
cumpridas imediatamente, a menos que - como em casos de doença - o
aparato esteja danificado além de qualquer possibilidade de conserto
pela arte da Natureza. Pode ser necessário em casos como esses a
ajuda de "espíritos" internos através da "purificação"
dos remédios e do "banimento" da dieta ou qualquer outro
meio distinto.
Pelo
menos não existe a necessidade de qualquer dispositivo especial "ad
hoc " para efetuar o contato entre o Círculo e o Triângulo.
Operações desse tipo são, portanto, muito bem sucedidas várias
vezes mesmo quando o Magista possui pouco ou nenhum conhecimento
técnico de Magia. Qualquer escroque pode "se recompor",
dedicar-se ao estudo, romper hábitos negativos ou vencer a covardia.
Este tipo de trabalho, ainda que fácil, é o mais importante, pois
envolve a iniciação em si no seu sentido mais elevado. Ela
estende-se ao Absoluto em todas as dimensões, ela implica nas
análises mais profundas e nas sínteses mais compreensíveis. Em um
certo sentido é o único tipo de Magia necessária ou apropriada ao
Adepto, pois ela inclui ambos o Conhecimento e a Conversação do
Sagrado Anjo Guardião e a Aventura do Abismo.
O
segundo tipo contém todas as operações pelas quais o Magista visa
impor a sua Vontade em objetos fora do seu controle, mas por dentro
dessas outras vontades que são simbolizadas através de um sistema
similar ao dele próprio. Isto é, podem ser obrigados a satisfazer a
Vontade naturalmente através de uma percepção semelhante a eles.
Assim,
uma pessoa pode querer o conhecimento contido neste livro. Sem saber
que tal livro exista pode-se induzir alguém que o conheça a dar-lhe
um exemplar. A operação consistiria em inflamar a Vontade de
possuir o tal conhecimento ao ponto de devotar a vida inteira a isso,
expressar essa vontade procurando pessoas que poderiam ajudar e
impor-la mostrando o entusiasmo e seriedade necessários para que
elas indiquem o livro ideal.
Parece
muito simples? Esse lugar comum poderia ser, de fato, a maravilhosa
Magia que assusta as pessoas? Sim, mesmo essa trivialidade é um
exemplo de como a Magia funciona.
Mas
a prática acima pode dar errado. Então recorre-se à magia no
sentido convencional do termo, através da construção e
carregamento de um Pantáculo específico para o que se deseja; este
Pantáculo deve causar uma impressão tal na Luz Astral que as
vibrações agiriam em alguma consciência alheia para restaurar o
equilíbrio trazendo o livro.
Imaginemos
agora algo mais sério: suponha que eu queira conquistar uma mulher
que não gosta de mim além de amar outro. Neste caso, não só a
Vontade dela, mas também a do parceiro deve curvar-se à minha. Não
tenho controle direto sobre nenhum deles. Mas a minha Vontade se
conecta com a dela por meio de nossas mentes, basta que eu faça a
minha mente dominar a dela através dos meios de comunicação; a
mente dela, assim, transmitirá a idéia para a própria Vontade que
repetirá a decisão da mente e o seu corpo se renderá a mim.
O
Elo Mágico existe, sendo apenas uma instância mais complexa em
oposição à simplicidade daquela do Primeiro Tipo.
Essa
transmissão da Vontade possui várias formas de dar errado: um mal
entendimento do assunto, um estado de espírito negativo, eventos
externos que interfiram, o tal amado dela pode ser melhor do que eu
em Magia; a Operação em si pode agredir a natureza de muitas
maneiras; pode haver uma incompatibilidade inconsciente entre eu e
ela, eu me enganar achando que gostasse dela. Tais evento bastam para
estragar a operação, da mesma forma que nenhum esforço de Vontade
poderá misturar óleo com água.
Eu
posso fazer a coisa normalmente como cortejar por exemplo porém,
magicamente, posso atacá-la via o astral enfraquecendo a sua aura de
modo que ela não se relacione bem como o namorado. A menos que
descubram a causa, pode acontecer uma briga e o Corpo de Luz dela,
faminto e confuso, causar algum sofrimento permitindo-o ser dominado
pelo Magista.
No
tipo 2: eu gostaria de recuperar o meu relógio roubado na multidão.
Aqui
eu não tenho como controlar os músculos que poderiam me devolver o
relógio ou atuar na mente que os comanda. Não sou capaz nem mesmo
de informar a minha mente dessa Vontade, pois eu não sei onde o
objeto está. Mas eu sei que a mente do ladrão é basicamente igual
à minha e posso tentar estabelecer um Elo Mágico com ela
comunicando a perda na esperança de encontrar o relógio, tomando o
cuidado de acalma-lo prometendo imunidade e apelar para o motivo que
o fez cometer o ato oferecendo uma recompensa. Também posso usar a
fórmula inversa: encontra-lo enviando "espíritos conhecidos"
como a polícia e assim fazer o ladrão obedecer a minha vontade.[6]
Novamente,
pode acontecer de um feiticeiro possuir um objeto que pertence
magicamente a um milionário, como um contrato por exemplo, que é
tão parte dele quanto o próprio fígado; o feiticeiro pode, então,
dominar a vontade do homem através de intimidação. O seu poder de
publicar o documento é tão efetivo quanto agredi-lo fisicamente.
Tais
causas "naturais" podem ser transpostas em termos mais
sutis, por exemplo: pode-se dominar outro homem, até mesmo um
estranho, através de pura concentração da vontade, cerimonialmente
ou, por outro lado, incrementando até atingir a força necessária.
Mas, de um jeito ou de outro, essa vontade irá colidir com a da
vítima; via os meios comuns de contato se possível, se não,
atacando algum ponto sensível em seu subconsciente. Mas a vara mais
moderna não vai pescar um peixe a menos que exista uma linha para
uni-los.
O
Terceiro Tipo é caracterizado pela ausência de qualquer tipo de elo
entre a Vontade do Magista e o controle do objeto a ser afetado (O
Segundo Tipo se parece com o Terceiro quando não existi quaisquer
possibilidades de abordar a vítima via meios normais, coisa que as
vezes acontece).
Este
tipo de operação necessita não apenas um imenso conhecimento de
técnicas de Magia combinadas como um vigor e habilidade formidáveis
mas também de um grau Místico muito raro que, quando encontrado,
geralmente se caracteriza por um desinteresse em assuntos relativos à
Magia. Suponha que eu queira fazer uma tempestade. Este evento está
além do meu controle ou de qualquer outro homem, é inútil ocupar a
mente com isso. A natureza é indiferente aos assuntos dos homens.
Uma tempestade é causada por condições atmosféricas numa escala
tão grande que os esforços de todos nós, vermes da Terra, mal
dispersaria um nuvem, mesmo se pudéssemos alcança-la. Como pode
então um Magista, ele que, acima de todas as coisas, é um
conhecedor da Natureza, promover um absurdo desses, do tipo usar o
Martelo de Thor? A menos que seja simplesmente maluco, ele deve ser
iniciado numa Verdade que transcende os fatos aparentes. Ele deve
estar consciente que a natureza é um continuum, que a sua mente e o
seu corpo são consubstanciais com a tempestade, são igualmente
expressões da Existência Única, todos sendo da mesma ordem de
artifícios onde o Absoluto aprecia-se. Ele deve, também, ter
assimilado o fato que a Quantidade é apenas uma forma da Qualidade,
que todas as coisas são formas da Substância Única, suas medidas
são formas da relação entre elas. Ouro e chumbo não são simples
letras, sem qualquer sentido em si mesmas ainda que indicando como
escrever o Nome Único; a diferença entre o volume de uma montanha e
o de um rato não passa de um método de diferencia-los, da mesma
forma que a letra "m" não é maior do que a "i"
em qualquer sentido real da palavra.[7]
O
nosso Magista, tendo isso em mente, provavelmente deixará as
tempestades acumularem eletricidade e, se decidir (depois de tudo)
alegrar o dia, ele fará o seguinte: quais elementos são necessários
para as suas chuvas? Ele deve conseguir armazenar energia elétrica e
o tipo certo de nuvem pode possuir. Ele tem que saber que a energia
não virá para a terra de modo suave e silencioso. Ele deve gerar um
estresse tão grande a ponto de se tornar intolerável e irromper
explosivamente. Então ele, como um homem, não pode orar a Deus para
que o faça, pois os Deuses não passam de nomes das forças da
Natureza.
Mas,
"como um Místico", ele sabe que todas as coisas são
espectros da Coisa Única e que elas podem ser tiradas de um lugar e
colocadas em outro. Sabe também que todas as coisas estão em si
mesmo, que ele é Uno com Tudo. Assim, não existe impedimento
teórico em converter a ilusão de um céu aberto em um tempestuoso.
Por outro lado, ele está consciente, "como um Magista", de
que as ilusões são geridas pelas suas leis da natureza. Ele sabe
que dois vezes dois são quatro, apesar de ambos, "dois" e
"quatro", serem apenas propriedades do Uno. Ele pode usar a
identidade Mística em todas as coisas num certo sentido científico.
É verdade que a experiência com céus abertos e tempestades prova
que a sua natureza contém elementos relacionados com ambos, caso
contrário eles não poderiam afetá-lo. Ele é o Microcosmo do seu
próprio Macrocosmo, sendo ou não qualquer um ou outro além do
conhecimento sobre eles. Ele deve despertar em si as idéias
irmanadas à Tempestade, reuni-las em objetos da mesma natureza para
uso em talismãs e energizá-los intensamente através de um
cerimonial Mágico, isto é, insistindo na divindade deles, para que
inflamem interna e externamente, através de suas idéias energizando
os talismãs. Surge, assim, uma vibração vívida de alto potencial
num certo grupo de substâncias afins, e também as forças, se
espalhando como ondas oriundas de uma pedra atirada num lago, subindo
e descendo até que a perturbação seja compensada. Da mesma forma
que um punhado de fanáticos, imersos na insanidade de uma verdade
exagerada pode infectar todo um país durante um certo tempo
inflamando os pensamentos de vizinhos, assim o Magista cria uma
comoção perturbando o equilibro de poder, ele transmite a sua
vibração particular como um radialista faz com a onda de rádio, a
relação com o níveis da onda determina a sintonização.
Na
prática, o Magista deve "evocar os espíritos da tempestade"
identificando-se com as idéias de que os fenômenos atmosféricos
são expressões da mesma maneira que a sua humanidade é uma
expressão de si; conseguindo isso, ele deve impor a sua Vontade
sobre eles pela qualidade da superioridade da sua inteligência e a
integração do seu propósito nos impulsos aleatórios e nas
interações caóticas.
Toda
a Magia demanda extrema precisão na prática. É verdade que os
melhores rituais nos dão instruções de como escolher os nossos
veículos da força. No 777 encontramos "correspondências"
de vários tipo de seres com diversos tipos de operações; assim
tomamos ciência das armas, jóias, figuras, drogas, perfumes, nomes
etc para utilizar em qualquer trabalho. Mas sempre presume-se que a
força invocada é inteligente e competente que ela irá dirigir-se
como desejado sem delongas através desse método vibrações
análogas.
A
necessidade de cronometrar a força tem sido ignoradas e assim muitas
operações, mesmo quando bem realizadas, tanto quanto as invocações,
são tão inofensivas quanto acender pólvora molhada.
Mesmo
que se presuma que a Vontade seja suficiente para determinar a
direção e que evite a dispersão da força, não podemos estar
seguros que ela agirá no objeto a menos que ele seja preparado
previamente para recebê-la. O Elo deve ser perfeitamente
estabelecido. O objeto deve possuir elementos simpáticos ao trabalho
em questão*. Não podemos transar com um tijolo ou fazer uma árvore
entregar cartas.
Vimos
que não podemos afetar nata externo a menos que o objeto esteja em
nós de alguma forma. Fazendo em outro eu faço em mim mesmo. Se eu
mato um homem eu destruo a minha vida na hora. Este é o significado
mágico da chamada "Regra de Ouro" que não deveria estar
no imperativo mas no indicativo. Cada vibração desperta outras do
seu campo em particular.
Existe
assim alguma justificativa na assertiva dos autores mais antigos de
Magia de que o Elo está implícito e não necessita de atenção
especial. Na prática não existe nada mais certo do que confirmar a
vontade da pessoa em todos os planos possíveis. A cerimônia deve
ser confinada na formalidade dos ritos mágicos. Não devemos
negligenciar nenhum meio para o nosso fim, nem desprezar o nosso bom
senso ou duvidar da nossa sabedoria secreta.
Quando
Frater I.A. estava em risco de morte no ano de 1899 e.v., Frater V.N
e FRATER PERDURABO invocaram o espírito Buer para manifestar-se
visivelmente e curar o irmão, mas um deles também deu dinheiro para
que se mudasse para um clima melhor do que o da Inglaterra. Ele se
encontra vivo hoje.[8]
Que
o Elo Mágico seja forte! É o "amor sob vontade" que
afirma a identidade da Equação da obra, que torna o sucesso
Necessidade.
Traduzido
por Frater Keron-E
[1]
A idéia geral é que os três elementos ativos cooperem para afetar
a terra; mas a terra em si pode ser utilizada como um instrumento.
Sua função é a solidificação. O uso do Pantáculo é muito
necessário em alguns tipos de operação, especialmente aquelas cujo
objetivo envolve manifestação na matéria e a fixação numa forma
(mais ou menos) permanente das forças sutis da Natureza.
[2]
As lendas hebraicas mostram a razão das respectivas virtudes da água
e do fogo. O mundo foi purificado pela água no Dilúvio e será
consagrada pelo fogo no Juízo final. A "cerimonia real"
não pode começar a menos que termine.
[3]
Elas podem ser trocadas agora por a - " … vontade pura,
desembaraçada do propósito, livre do desejo de resultado é toda
via perfeita" (CCXX, I,44) para banir e b - "Eu estou
erguido em teu coração; e os beijos das estrelas chovem forte sobre
teu corpo." (CCXX, II,62) para consagrar, pois o Livro da Lei
contém os Supremos Encantamentos.
[4]
Nota de K.'.: "petitio principii" ("petição de
princípio") metáfora para encerrar uma discução cansativa,
como num diálogo entre um pai e seu filho: "Faça porque sou o
seu pai".
"in
re"- efetivamente, realmente, possui um fundamento
[5]
Essa passagem não deve ser compreendida como uma asserção de que o
Universo é puramente subjetivo. Ao contrário, a Teoria Mágica
aceita a realidade absoluta de todas as coisas no sentido mais
objetivo. Mas todas as percepções não são nem observador nem
observado, elas são representações da relação entre eles. Não
podemos inferir qualquer qualidade a um objeto como sendo
independente de nossos sentidos ou como sendo em si mesmo o que nos
parece. Nem podemos assumir que o que conhecemos seja mais do que um
fantasma incompleto da sua causa. Não podemos nem mesmo determinar o
significado de idéias como o movimento ou distinguir entre o tempo e
o espaço, exceto em relação a um observador em particular. Por
exemplo, se eu atiro um canhão duas vezes em um intervalo de 3
horas, um observador no Sol notaria uma diferença de 200.000 milhas
no espaço entre os tiros, enquanto eu perceberia no "mesmo
local". Além disso, sou incapaz de perceber qualquer fenômeno
exceto por meio dos instrumentos arbitrários dos sentidos, sendo
assim é correto afirmar que o Universo como eu conheço é subjetivo
sem negar a sua objetividade.
[6]
O método cerimonial seria transferir ao relógio - naturalmente
ligado a mim através da posse e do uso - um pensamento específico
para assustar o ladrão e induzi-lo a desistir do objeto. Observando
o efeito via clarividência sugerindo o alívio e a recompensa como
conseqüência de devolvê-lo.
[7]
O Professor Rutheford acha que não é teoricamente impossível
construir um detonador que destruiria todos os átomos da matéria
liberando a energia de um, assim as vibrações excitariam o resto
desintegrando de forma explosiva.
Nota
de K.'.: isso foi feito em público pouco mais de 20 anos depois que
666 escreveu este livro, em Nagasaki e Hiroshima.
[8]
Ele morreu alguns meses depois que este texto foi escrito, mas foi
capaz de viver e trabalhar por proximamente 25 anos mais do que se
permanecesse na Inglaterra. Quem se importa se foram os espíritos ou
o dinheiro que fez com que o desejo do Mago se concretizasse?