O CORPO ASTRAL

Praticamente todas as escolas do nível de Jardim de Infância da Ciência Hermética falam do corpo astral. Eidolon era a denominação dada pelos gregos antigos ao corpo astral. Na Índia é o Linga-sharira.

O ser humano ainda não possui um verdadeiro corpo astral. Por mais difícil que seja acreditar nisso, é a verdade: o homem comum e corrente ainda não possui corpo astral. É preciso fabricá-lo por meio da alquimia, como será ensinado mais adiante neste curso.

Isso que chamamos de corpo astral é tão só um corpo de desejos - um corpo de protoplasma que a natureza nos emprestou para que pudéssemos viver e ter incipientes funções emocionais e sentimentais. Corpo astral autêntico possuem os Auto-realizados - aqueles Seres que trabalharam na alquimia até o Terceiro Grau do Magistério do Fogo.

Não negamos o fenômeno nem a realidade do desdobramento do corpo de desejos. Mas é preciso enfatizar que a popular viagem astral é tão só a projeção do Linga-sharira na região do Limbo e nada mais.

O Orco dos clássicos ou o Limbo do cristianismo esotérico primitivo é composto pelas regiões e planos moleculares da natureza. O Limbo está longe dos planos eletrônicos e espirituais onde moram as almas e os seres de maior estatura espiritual.

Entenda-se que o corpo de desejos é muito limitado quando confrontado com o legítimo corpo astral. Compreenda-se ainda que só o legítimo corpo astral pode se deslocar pelas dimensões eletrônicas da natureza.

A alma e o espírito não vivem nos planos moleculares. A alma e o espírito vivem nos planos eletrônicos. Os planos moleculares são regiões de inconsciência. Os planos eletrônicos são regiões de consciência pura.

Sentimentos puros e verdadeiros são atributos do legítimo corpo astral. Paixões, desejos, sentimentos de ódio, vingança, orgulho, etc. são próprios do corpo de desejos.

Tem-se aqui um dilema: as pessoas alimentam e cultivam seu corpo emocional com filmes de terror, esportes violentos, lutas de boxe, leituras de romances de sucesso, etc. porque possuem um corpo de desejos ou porque, não possuindo um legítimo corpo astral, têm necessidade de sentimentos e emoções de ódio, vingança, violência, terror, pornografia, inframúsica, etc.?

Por isso é que se torna indispensável o trabalho alquímico: para transmutar a natureza animal em natureza humana; para transformar as baixas paixões nos autênticos sentimentos de amor, afeto, carinho, caridade ou nas emoções extasiantes e arrebatadoras dos místicos e grandes músicos e artistas.

É preciso começar a alimentar nosso corpo emocional com impressões nobres, seletas e elevadas, colhidas no convívio familiar e social positivos onde não haja calúnias, difamações, invejas, fofocas, intrigas; na música erudita dos grandes mestres; na arte dos grandes expoentes da Arte Régia; nos passeios junto à mãe natureza e na prática de tarefas que atendam e preencham nossas necessidades e impulsos de crescimento e desenvolvimento internos

O corpo etérico é o responsável pela conformação, estruturação e alimentação energéticas do corpo celular. Para os estudantes gnósticos, o corpo etérico, ou vital, é tão só a parte tetradimensional do corpo físico; é o veículo da bioenergia e do prana que flui pelos 72 mil canais ou meridianos energéticos que vitalizam todos os órgãos do corpo físico.

O conhecimento dos meridianos energéticos possibilitou, dentre outras coisas, a acupuntura, o do-in, o moxabustão, etc. Quem quer ter saúde perfeita deve aprender a trabalhar com a bioenergia e com o pranayama. Pranayamas combinados com mantras estimulam o trabalho dos chakras ou centros energéticos do homem. A cromoterapia também está baseada nesses mesmos princípios energéticos.

O corpo vital ou etérico é o grande maestro, o arranjador, o organizador termobioeletromagnético que atrai e impulsiona energias dentro de um movimento de sístole e diástole.

Os cientistas até hoje buscam a origem da vida. Jamais encontrarão a origem da vida se não estudarem cosmologia. Estudando cosmologia encontrarão a origem da vida em Deus.

Deus é Deuses. Deus é onipresente devido aos seus infinitos desdobramentos, tanto em formas quanto em energias. Por ora vamos dizer que a vida se manifesta em todas as formas, corpos, seres e criaturas do universo graças à desintegração de pequeníssimas partículas ígneas, constituídas de energia vital - o prana - cuja força desprendida é fixada, absorvida e assimilada pelos tecidos celulares mediante processos químicos específicos que serão estudados mais tarde.

A energia vital é derivada ou produzida pelos tatwas. Tatwas são vibrações do éter. Por trás dos tatwas estão os elementais do fogo, da terra, do ar, da água e do éter. Sendo o homem um microcosmo obviamente seu Reino Interno é povoado por milhares e milhões de criaturas elementais atômicas como as que habitam e trabalham no macrocosmo.

Quanto à sua fisiologia e anatomia o estudo do homem pertence à medicina. Para nossos estudos não há necessidade de aprofundarmos nos termos médicos. Vamos nos limitar ao essencial, relacionado com nossos estudos de modo mais direto. Palavras do jargão médico podem ser encontradas em qualquer enciclopédia que trate do assunto, onde o estudante, por livre iniciativa, poderá se aprofundar a partir dos termos aqui empregados.

Para a Gnose a única diferença essencial existente entre o homem e o animal é a razão. O homem é um animal racional, um animal intelectual. Os animais possuem mente instintiva e os seres humanos, mente racional ou intelectual.

Como os animais, o homem possui um esqueleto ósseo, coberto de carne, uma estrutura nervosa, um sistema sangüíneo e vários órgãos internos que são responsáveis por funções diversas, desde a defesa do organismo contra doenças até a reprodução da espécie.

Evidente que todas as funções corporais e mentais no homem são muito mais perfeitas e completas que nos animais. Porém, os princípios biológicos são idênticos. Compreenderemos melhor este assunto quando estudarmos a origem e a evolução do homem.

Aprendemos no cristianismo que o homem é dotado de corpo e alma. Outras religiões ensinam que o homem é formado de corpo, alma e espírito. O gnosticismo é mais completo e detalhista acerca da anatomia visível e invisível do homem. É o que veremos daqui a pouco.

A célula é a unidade morfológica e fisiológica de todos os seres vivos que se reúnem para formar os tecidos. Os tecidos formam os órgãos. Submetidos à pressões e transformações evolutivas ao longo de milhões de anos, os organismos animais desenvolveram grupos de células altamente especializadas que ajudaram o animal a sobreviver e a alcançar seus objetivos vitais.

Alguns desses grupos celulares formam os órgãos internos do corpo, como o coração, o pulmão e o fígado, compondo os sistemas que sustentam a vida do organismo. Outras células, as musculares, são organizadas para dar movimentos ao corpo. Existem ainda as células nervosas - ou neurônios - especializadas em transferir informações de uma parte a outra do corpo, coordenadas pelo cérebro.

Em monadologia (estudo da Mônada) aprende-se que as células são unidades portadoras de matéria, energia e Consciência. Estudos científicos apontam a existência de aproximadamente 200 quintiliões de células no corpo humano.

Em termos microcósmicos, cada órgão é como se fosse uma galáxia e cada célula como se fosse um planeta. O homem, tomado no seu todo, é um universo em miniatura.

Os materialistas dizem que a maior criação da natureza está em cima dos ombros humanos, referindo-se ao cérebro, um órgão formado por 100 bilhões de neurônios e que não chega a pesar dois quilos.

Abrindo-se a cabeça de um homem, como se tirássemos a casca de um ovo, encontra-se uma massa palpitante e mole, protegida por duas membranas. As membranas contém um líquido, cuja função é proteger o cérebro de choques acidentais. As membranas se curvam dividindo o cérebro em dois. Em alguns pontos elas formam tubos para o transporte de sangue, sem o qual, o cérebro morreria por falta de oxigênio.

Quando o homem está em repouso, 25 % de todo o oxigênio do corpo é consumido pelo cérebro. Se o sangue é interrompido por um minuto perde-se a consciência. Se esse tempo for estendido para 4 minutos, o cérebro estará irremediavelmente perdido ou danificado. Por um período mais longo, morre-se.

O cérebro propriamente dito está dentro das membranas protetoras. Ali se encontra uma massa cinzenta, gelatinosa, chamada córtex cerebral. O córtex do cérebro humano é maior que o dos animais, fato que leva a ciência a relacionar seu tamanho com o grau de inteligência.

O córtex cerebral é formado por 10 milhões de pequenos pontos, com alguns milésimos de milímetros de comprimento e ligados a fios finíssimos que se ramificam. Esses pontos são os neurônios ou células nervosas. Os fios ramificados são chamados dendritos.

O córtex apoia-se numa massa branca, composta por feixes espessos de fibras, cada uma das quais está envolta em gordura. Axônio é o nome dessas fibras. Os dendritos conduzem as mensagens do mundo exterior até os neurônios.

Os axônios são responsáveis pela transmissão da mensagem elétrica do neurônio para fora.

Sintetizando: a função do córtex cerebral é receber informações vindas do exterior e organizar planos de ação para responder à determinada situação.

Uma agulha ligada à eletricidade com voltagens baixíssimas, tocando diferentes partes do córtex, leva à constatação de que certos músculos do corpo se movimentam: dedos se contraem, as pernas se dobram, os olhos se mexem nas órbitas. Experiências desse tipo permitiram identificar quais as regiões do corpo controladas pelo córtex. Por exemplo, todos os movimentos corporais são controlados a partir de uma estreita faixa do córtex. Na parte mais alta dessa faixa está a região que controla os dedos dos pés, os tornozelos, os joelhos e os quadris. Mais embaixo localiza-se a região do córtex que controla o tronco, os cotovelos, os ombros e os punhos. Depois, segue o setor relativo ao controle do movimento das mãos.

É importante notar que esta parte, ocupando quase um terço de sua extensão, é a maior de todas elas anteriormente mencionadas, o que revela a incrível habilidade manual do homem. Outra parte do córtex, quase tão grande quanto a das mãos, é a que controla os músculos do maxilar, da língua e dos lábios, ou seja, da fala.

Os animais possuem um número bem menor de neurônios. Deve-se observar ainda que as ações organizadas pelas células nervosas animais são sempre rígidas, ao contrário do homem, que muda o curso de seus atos em função de mudanças surgidas no meio ambiente.

A enorme quantidade de células nervosas do cérebro humano, porém, não é suficiente para explicar sua superioridade em relação aos animais. É necessário considerar a forma de organização dessas células. O aspecto fundamental da organização reside no entrelaçamento e nas interligações entre os dendritos. Eles nunca trabalham independentemente; o que acontece em um deles afeta os outros de tal modo que o funcionamento de cada célula está sempre ligado ao funcionamento de milhares de outras.

São essas interligações que nos permitem fazer planos e tomar decisões, prevendo-se o curso das ações e suas variáveis, em lugar de uma ação cega nascida de uma programação inflexível, como acontece nos animais devido a que suas células nervosas não se entrelaçam como no homem.

Qualquer nervo de um órgão humano liga-se a cem outros, os quais, por sua vez, ligam-se cada qual com cem outros. Esses nervos se ajustam, se correlacionam e inspecionam as mensagens recebidas do exterior.

Aproximadamente 99,99 % dos nervos são constituídos por esses intermediários, chamados de "adaptadores". É nisso que reside a maior criação da natureza: a capacidade de combinar as informações vindas de todos os nervos, de maneira que fiquem centralizadas

Há animais que levam vantagens em relação ao homem. As aranhas, por exemplo, têm uma fileira de olhos. As mariposas são capazes de sentir até o mínimo cheiro ou vestígio de cheiro. Os cães, sabemos todos, têm a audição mais afinada ou sensível que o homem. Mas todos não podem aprender comportamentos diferentes como o homem. Alguns animais podem ser treinados, mas isso é um condicionamento.

A incapacidade deles em aprender está no fato de não possuírem um centro nervoso onde as informações pudessem ser reunidas.

O cérebro pode ser comparado a uma grande central telefônica. A linha tronco da central está na coluna vertebral, que reparte linhas por todo o corpo. Assim, pode-se entender que o cérebro ou córtex cerebral, está ligado à coluna vertebral ou à própria medula espinhal. Quando acontece a concepção no útero materno, a medida que a criança se desenvolve, forma-se um tubo que irá conter a medula. Uma das extremidades desse tubo irá conter o cérebro, que surge mais tarde.

Tão importante quanto o cérebro é a medula espinhal, que está dentro da coluna vertebral. Conhecer bem a coluna vertebral é muito importante dentro de nossos estudos porque, mais tarde, abordaremos a ciência Kundalini.

A medula espinhal é o prolongamento do cérebro, do encéfalo ou do bulbo, sem nos atermos ao rigor dos termos médicos. Começa com a primeira vértebra cervical terminando na última coccigiana. É a medula espinhal a linha-tronco, que se falou há pouco, do sistema nervoso. Esotericamente falando, a coluna vertebral é importante por que dentro dela está o canal de Shushumna, por onde circula a energia eletrônica, conhecida como Kundalini, quando esta desperta.

Ao lado de Shushumna sobem, entrelaçando-se ao longo da coluna, dois outros canais etéricos, conhecidos como Ida e Pingala. Nunca é demais repetir que tanto Shushumnna quanto Ida e Pingala são canais etéricos. Portanto, não fazem parte do homem visível, celular.

Como última informação, a coluna vertebral é composta por 33 vértebras. Daí o rico simbolismo gnóstico-maçônico-rosacruz com seus 33 graus. Lembramos ao estudante que este assunto será aprofundado quando estudarmos anatomia oculta.

Através do sistema nervoso circulam as ordens emanadas do cérebro para as diferentes partes do corpo. Existem 3 tipos de controles nervosos diferentes e que atuam entre si:

o sistema nervoso cérebro-espinhal, que é o agente das funções conscientes, ou seja, daquelas que a gente decide fazer, como andar, correr, nadar, pular, etc.

o sistema nervoso grande simpático, que é o agente das funções subconscientes, inconscientes e instintivas, como o batimento cardíaco, a respiração, a digestão, a excreção, etc

o sistema nervoso para-simpático ou vago, que atua sob o comando da mente, limitando as funções instintivas.

Fisiologicamente, o coração é uma bomba que impulsiona o sangue pelo corpo. O coração possui dois compartimentos: um lado bombeia sangue num sentido, enquanto o outro lado bombeia noutro. As duas correntes sangüíneas não se chocam, pelo contrário, ajudam-se mutuamente a avançar. O místico se assombra quando observa o movimento circulatório do sangue. Ele vê como dois rios vermelhos, cheios de vida, que se ramificam em rios menores e depois em riachos, levando energia e vitalidade para todas as partes do organismo.

O movimento do fluxo e refluxo do coração é comparável ao movimento das marés do grande oceano de vida. Tudo na natureza tem seu plus e seu minus, sua expansão e sua contração.

Embora tenhamos um só coração, seu funcionamento é duplo. São como que dois corações bombeando intensamente o sangue em duas direções. Os dois compartimentos do coração tem cada um duas câmaras: uma superior e outra inferior. As câmaras superiores são as aurículas, e as inferiores, os ventrículos.

A chamada veia cava deposita no coração sangue cheio de impurezas. A aurícula direita recebe essa torrente impura e sabiamente impulsiona ao ventrículo direito. Alguns instantes após, o ventrículo direito bombeia esse sangue para o interior do pulmão, por meio da artéria pulmonar. A artéria pulmonar se divide em duas - uma para cada pulmão. No pulmão existem outras subdivisões arteriais que ao se ramificarem, levam o sangue "sujo" para todos os folíolos, para ser renovado pelo oxigênio contido no ar que respiramos. Após, esse sangue já enriquecido, renovado e revitalizado, inicia seu movimento de retorno ao coração, passando pela aurícula esquerda, de onde é succionado para o ventrículo esquerdo e de onde segue sua trajetória pela aorta e depois para todo o corpo sempre dentro de cadência ritmada do batimento cardíaco.

Esotericamente falando, o coração é o sol do organismo. Ali está localizado o Átomo Nous que controla os átomos engenheiros de cada órgão, os quais, por sua vez, têm a seu comando os átomos obreiros.

O sistema endócrino é formado pelas glândulas de secreção. Não vamos aqui estudar todas as glândulas, por ser matéria por demais extensa e por fugir aos nossos objetivos. Vamos dar uma visão rápida e objetiva do nosso sistema endócrino, para que depois seja mais fácil o entendimento e o estudo dos chakras ou vórtices magnéticos.

Não se pode dizer que existe uma glândula que seja mais importante que a outra, pois todas elas cumprem determinado trabalho. Porém, há uma glândula que exerce influência sobre todo o corpo, e por extensão, sobre as demais. É conhecida como glândula hipófise. Alguns médicos dizem que essa glândula pesa algo como meio grama. Ainda que pequeníssima, é dotada de extraordinário poder. Controla tudo que se passa no corpo, desde o nascimento e o crescimento, fazendo ainda com que as pessoas sejam altas ou baixas, gordas ou magras, inteligentes ou broncas; promove o desenvolvimento sexual, a ovulação, a geração dos filhos, a digestão e o funcionamento de todos os órgãos.

Pela sua estratégica importância, a hipófise ou pituitária, está colocada dentro de um nicho de osso duríssimo, na profundidade do cérebro. Mesmo uma violenta pancada no crânio, com a destruição dos ossos e da massa encefálica, não poderá atingi-la.

No cérebro temos ainda uma outra glândula, chamada pineal ou hipífise. Esotericamente, a pineal é o ponto de ligação entre a matéria e o espírito.

As glândulas tiróides e paratiróides localizam-se no pescoço. As tiróides têm a função vital de equilibrar o metabolismo. Segregam o iodo biológico, sem o qual a vida é impossível. Os dois principais males das disfunções tiroidianas são o hipotiroidismo e o hipertiroidismo. O primeiro leva a uma incompleta metabolização dos alimentos ingeridos. Conseqüência direta: obesidade. Já o hipertiróidismo leva à magreza, devido ao excesso de transformação dos alimentos (combustão total). O bócio é outro mal ligado ao funcionamento das tiróides. Já as paratiróides regulam a formação do cálcio no organismo. Extraindo-se essas glândulas sobrevêm convulsões e morte. Localizam-se ao lado das tiróides.

A glândula timo localiza-se na base do pescoço. Quando o homem atinge a idade adulta entra em decrepitude. A glândula timo regula a vitalidade. Acha-se relacionada com as glândulas mamárias.

Mais abaixo no corpo encontramos a glândula pancreática. Por ser um órgão parcialmente sem conduto, descarrega seu produto no duodeno; esse produto é conhecido popularmente como suco digestivo. Ligadas ao pâncreas estão as ilhotas de Langerhans, que produzem a insulina, responsável pela queima dos hidratos de carbono. Quando o organismo deixa de segregar insulina o sangue passa a receber açúcar, e sua conseqüência, o diabete.

O fígado é a maior glândula do nosso organismo. Localiza-se ao lado direito do tórax. Pode chegar a pesar quase dois quilos. Essa glândula possui cinco lóbulos, responsáveis por cinco funções básicas. Cada uma de suas partes, como estrutura e funcionamento, age como se fosse um minifígado. A principal secreção do fígado é a bílis, responsável pela digestão das gorduras. Outro produto do fígado é a glicose, fabricada a partir do açúcar. O fígado controla as calorias do corpo e ainda elabora a antitrombina, substância indispensável pela formação dos coágulos sangüíneos. No fígado nada fica sem vida. Ali tudo se renova, como um pequeno laboratório alquímico que transforma chumbo em ouro.

As glândulas supra-renais localizam-se na parte superior dos rins, daí a razão do seu nome. Cada uma das supra-renais tem seu córtex e sua medula que diferem entre si por sua estrutura e função. O hormônio do córtex supra-renal controla o sódio e o potássio do sangue e das células. Nos momentos de medo e ira a medula supra-renal segrega maior quantidade de adrenalina. O cachorro com seu olfato apurado sente o cheiro da adrenalina dos medrosos, atacando-os. O excesso de adrenalina, fabricada pelas supra-renais, interfere na digestão. Uma das recomendações mais simples, então, é não de fazer refeições sob estado emocional. O stress, mal do século XX, é caracterizado como a presença constante de adrenalina no sangue. O homem do século XX é uma criatura amendrontada, que vive em permanente estado de emergência.

As gônadas sexuais, que na realidade hoje cumprem função exócrina, nem sempre foram assim. No homem fazem parte desse conjunto os testículos, a próstata e as vesículas seminais. Na mulher, os ovários e o útero.

Fisiologicamente, o sexo é destinado à reprodução, um mecanismo de continuidade biológica. Metafisicamente falando, no sexo está a mais importante chave da redenção humana, como veremos mais adiante, quando estudarmos a metafísica sexual ou o Tao do amor e do sexo.

Ainda dentro desse conjunto endócrino temos o baço, local onde vemos os glóbulos vermelhos se transformarem em brancos. O baço é o assento do corpo vital. Ele está para o corpo energético assim como o cérebro está para a mente.

Aprendemos desde criança que o homem possui cinco sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato. Na ciência oculta aprendemos que existem outros sete, dentre eles estão clarividência,clariaudiência, telepatia, intuição e recordação de vidas passadas.

Asseveramos que esses cinco sentidos estão atrofiados atualmente no homem, pois o homem percebe apenas as formas grosseiras da matéria. Um exemplo: a igreja católica afirma que durante a missa acontece o milagre da transubstanciação, onde o vinho se converte em sangue. Antigos tratados da ciência secreta também afirmam a mesma coisa. Assim sendo, por que, então, o homem não sente o gosto do sangue? Por que só os místicos dizem sentir tal gosto?

A diferença entre um caso e outro está no fato de que o primeiro tem seu paladar atrofiado, e o segundo, desenvolvido. Todo estudante hermetista, ocultista, esoterista deve desatrofiar seus sentidos físicos, se de fato estiver interessado em se tornar um cientista autêntico dessa ciência tão antiga quanto o mundo, mas ignorada pela grande maioria dos líderes de escolas, ordens, igrejas e seitas místicas e esotéricas ou de caráter metafísico.

Fisicamente falando, os órgãos sensitivos captam informações do nosso exterior: imagens, sons, cheiros, paladares e sensações de tato. São esses sentidos que alimentam o mundo interior do homem de informações básicas e naturais. Não são os sentidos que nos permitem identificar os objetos, reconhecer em determinado arranjo de formas, o Cristo Redentor ou, num amontoado de cores, a famosa obra de Leonardo da Vinci - a Mona-Lisa. O papel dos estímulos sensoriais é o de despertar a centelha inicial. A partir daí desencadeia-se todo um processo, durante o qual mensagens sensoriais se organizam, como equações, que são resolvidas na forma de um objeto, como vimos anteriormente, no processo de formação da linguagem.

Difícil encontrar termos ou palavras que determinem com exatidão o atual estágio do homem. Todos têm idéias equivocadas sobre si mesmos. E dentro da colmeia social o estudo do homem torna-se ainda mais difícil. Todos os conhecimentos desembocam na afirmação de que o homem é a criatura nobre por excelência da natureza. E que, por isso mesmo, faz e desfaz tudo e todos ao seu redor. Dezenas de ramos científicos, como a psicologia, a antropologia, a sociologia, a filosofia, a medicina, a antropologia, a sociologia, a filosofia, a medicina, a biologia, etc. se dedicam ao seu estudo, e todos querem ter razão.

Naturalmente, o gnosticismo também tem seus estudos acerca do homem. É claro que esses estudos, em alguns pontos convergem e noutros divergem do edifício científico acadêmico ou formalmente aceito e estudado.

Sendo a Gnose uma ciência holística, estuda tanto a biologia quanto a metafísica; tanto a filosofia quanto a alquimia; tanto a psicologia quanto a parapsicologia; tanto a antropologia quanto a monadologia e tanto a ciência quanto a cosmologia.

Aqui temos que divergir da conceituação da psicologia oficial, ensinada nas escolas. A psicologia gnóstica entende e estuda o ego de outro ponto de vista. O gnosticismo vê o ego como valores psicológicos com características de independência quanto à sua manifestação. Se nos livros estuda-se o ego como o responsável pela autoconsciência do homem, então, esse ego praticamente não existe, pois em mais de 95 % do tempo estamos adormecidos, sem autoconsciência ou consciência de si mesmo.

Nos livros de psicologia aprende-se que o ego é uno, indivisível. A psicologia gnóstica, como muitos tratados psicológicos budistas e tibetanos, afirma que o ego tem forma pluralizada. Ou seja, o ego é formado por eus. Se o eu fosse único não existiria conflito. Se o ego é único, por que, então, o homem está dividido por valores distintos? Se o ego é único por que existe amor e ódio, orgulho e humildade, avareza e generosidade?

Os eus psicológicos não possuem ligações entre si, nem coordenação alguma. Todos, para se manifestarem, dependem de circunstâncias. Todos gozam de independência e autonomia quanto à manifestação através da mente ou das emoções. As vezes os eus se agrupam por afinidade, diante de uma situação dada; outras vezes, brigam entre si. Todos os eus acreditam que são o ego único, porém, o eu que hoje jura amor eterno, amanhã é substituído por outro que nada jurou, e assim sucessivamente, criando o conflito psicológico e espalhando dor, sofrimento e decepções

O ego passa por distintas etapas de formação e de manifestação. Na primeira etapa é um ego simples, descomplicado, formado de pequenos e poucos elementos. É o caso do homem simples do campo, do silvícola. É um estado que se caracteriza mais pelo instinto que pela razão. No segundo estado o ego adquire a forma intelectual, urbana, civilizada. Neste estágio julga-se muito esperto, vivido e experiente. A última etapa do ego é a do líder, do homem educado e refinado.

Por enquanto vamos nos limitar a esta introdução. Mais adiante iremos aprofundar este assunto, estudando detalhadamente sua ação e modo de manifestação. Falaremos também como o ego rouba consciência.

Etimologicamente, personalidade vem de per + sonus. Que significa "soar através de". O personus era uma máscara usada no teatro da Grécia antiga, onde o ator personificava ou representava um personagem - quase sempre um Deus. Na psicologia acadêmica não se percebe a diferença acentuada entre ego e personalidade. Entretanto, na psicologia gnóstica a personalidade é algo distinto do ego.

Para o estudante gnóstico a personalidade é algo emprestado, um instrumento, um meio de manifestação; são habilidades, capacidades e conhecimentos desenvolvidos durante os primeiros anos de vida. A personalidade é moldada de acordo com o meio-ambiente, a época, a família e a sociedade. As primeiras habilidades desenvolvidas acontecem na infância, quando o bebê ou a criança aprende a segurar a mamadeira, mais tarde segura uma colher, falar, trocar de roupa, desenhar, escrever e sucessivamente. Em resumo, a personalidade é criada. O ego já vem de berço, como a mente e a consciência.

A personalidade deve ser desenvolvida em todos os níveis: mental-intelectual, emocional, motriz. A educação praticada na antiga escola pitagórica, na Grécia, estava voltada para a mente, a emoção e o movimento. É conhecida como educação integral. O ambiente familiar, a vida nas ruas e na escola dão à personalidade seus matizes e características. O exemplo e a experiência dos mais velhos é definitivo para a personalidade em formação. Daí a razão de se dizer que a criança aprende mais com o exemplo do que com palavras. Uma personalidade desenvolvida no meio da dor e do sofrimento, da miséria e da ignorância toma-se um instrumento inútil para a inteligência. Nesse caso, uma pessoa pode ter grandes idéias mas não tem a capacidade de realizá-las pois lhe falta habilidade. É o caso típico de uma pessoa que tem grandes inspirações artísticas, mas que, por falta de habilidade - por não possuir um instrumento adequado - não consegue plasmar na tela sua inspiração. É um crime de lesa-humanidade deixar crianças inocentes à mercê das circunstâncias da vida e do mundo

Aprendemos nas escolas, universidades e livros de psicologia que a consciência é o ego. Para os gnósticos a consciência é própria da alma, mas não é a alma (anima). É o Ser em nós. Caracteriza-se por um estado psicológico próprio, inconfundível, onde ela se dá conta de si mesma e de tudo que a cerca. É uma espécie de percepção direta (ou iluminação) das coisas. A consciência, infelizmente, não é algo contínuo, permanente. Quando falamos em consciência nos referimos a um estado de apreensão de conhecimento interior, independente da atividade mental. Talvez seja possível um entendimento mais claro sobre a consciência estudando-se algo do seu estado psicológico oposto: o sono, o adormecimento, o entorpecimento, a mecanicidade, a falta de atenção, a ausência de percepção essencial das coisas

Fala-se muito em subconsciência e inconsciência. Na realidade tudo isso pode ser sintetizado como consciência adormecida. Supraconsciência é o estado de "consciência desperta".

Existem 4 estados básicos de consciência:

1. Eikasia: E um estado primitivo de consciência. Nesse estado há predominância do instinto e da ignorância. São características das pessoas desse estado de barbárie: mercenários (que matam por matar), ébrios, drogados, lutadores, prostitutas, etc...

2. Pistis: O segundo estado de consciência, como o nome diz, é um estado de crenças e opiniões. Aqui a ciência ainda não chegou. Gravitam nesse estado os distintos crentes de todas as religiões que não examinam os conceitos dados, que não questionam as coisas, que aceitam tudo como artigo de fé ou dogma.

3. Dianóia: O terceiro estado de consciência é o pensamento científico. Caracteriza-se pela revisão de conceitos intelectual-cultural. O pensamento dianoético estuda os fenômenos e estabelece as leis e desenvolve sistemas e processos. Todo aquele que passou pela fase da crença elevou sua consciência para esse estado.

4. Nóia: O último estado é o de consciência desperta. Inteligência iluminada, clarividência objetiva são as principais características desse estado. Logicamente que dentro de Nous existem muitos degraus, porém, em Nous já não existe mais sonho. Tudo é real. A percepção é direta, clara e objetiva. Para se chegar a esse estágio são necessárias algumas providências, pois as leis evolutivas não levam até lá. A primeira delas é deixar de dormir, ou seja, e preciso um passo além do chamado estado de "consciência de vigília".

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